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UZIEL SANTANA*

AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS, A (IN)FIDELIDADE


PARTIDÁRIA E A (IN)FIDELIDADE AOS VALORES
CRISTÃOS.

“Em quem os cristãos não devem votar?”

No próximo dia 05 de outubro, nós, brasileiros, estaremos elegendo,


através do exercício da nossa soberania popular, mediante o sufrágio
universal e pelo voto direto, secreto e de valor igual para todos, nos
sistemas de votação proporcional e majoritário, respectivamente, nossos
vereadores e prefeito para a próxima legislatura e próximo mandato
executivo municipal (2009-2012).
Nesta campanha política, temos visto de tudo, desde propostas
completamente inexeqüíveis, fruto da retórica eloqüente dos seus
candidatos e pretensos executores, até propostas razoáveis e de ampla
possibilidade de execução. Mas, enfim, o objetivo principal deste nosso
ensaio, diante do quadro eleitoral que se avizinha, é levar o nosso leitor –
voltando, agora, depois de alguns meses sem esta interlocução, feita
através dos nossos escritos das sextas-feiras – a refletir sobre dois temas
que são primordiais para podermos exercitar a nossa soberania, enquanto
cidadão da República Federativa do Brasil, no próximo domingo. Os temas
são: a alvissareira questão da fidelidade partidária (tão badalada a partir do
ano passado), e a questão – de foro íntimo, mas que, por sermos uma nação
onde 97% se auto-afirmam cristãos, de vital importância social – da
fidelidade aos valores de Cristo. Vejamos, então.
O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral, na medida
de jurisdição que a cada um cumpre exercer, decidiram, em síntese, que: o
mandato eletivo dos cargos majoritários (presidente, senadores,
governadores e prefeitos) ou proporcionais (deputados federais, estaduais e
vereadores) pertence ao partido político e não ao candidato eleito, de modo
que a mudança do ocupante do cargo eletivo de um partido para o outro
ensejaria a perda do mandato. A razão essencial para isso – o denominado
instituto da fidelidade partidária – reside no fato de que “A soberania do
voto popular é exercida para sufragar candidatos partidários, não avulsos"
(afirmação do atual presidente do TSE, o ministro sergipano, Carlos Ayres
Britto).
Olhando, com uma visão imediata, para a tese da fidelidade
partidária, poderíamos assentir que, realmente, esta é instrumento de
racionalização dos sistemas partidários, porque evita o troca-troca de
partidos por razões de índole privatista e interesseira. Mas, por outro lado,
olhando com uma visão mediata, podemos assentir, claramente, que há um
grande perigo a ser analisado, qual seja, a questão do totalitarismo
ideológico dos partidos políticos. Vejamos um exemplo disso: digamos que
um candidato cristão a vereador em Aracaju é eleito pelo PT (Partido dos
Trabalhadores) que, por lei, como todo e qualquer partido, tem o seu
estatuto e programa partidário; digamos que, numa convenção nacional é
aprovado que o PT, como pauta do seu programa partidário, apoia os
movimentos sociais de liberalização do aborto; digamos que, em Aracaju, o
PT local resolve criar um Projeto de Lei de incentivo a esse tipo de
movimento social; o vereador, cristão, resolve votar contra o partido e
defender abertamente a idéia de que o PT, neste ponto, está equivocado; o
PT, então, resolve disciplinar o vereador; ele é expulso; de quem é o
mandato(1)?; ou, numa outra situação, ele não chega a ser expulso, mas se
sentindo tão pressionado, resolve mudar de partido; ele perde o mandato
(2)?.
Na hipótese (1), pelo atual sistema, AINDA, o mandato permanece
com ele, porque a Constituição Federal não autoriza a perda do mandato em
situações como esta. Na hipótese (2), ele pode vir a perder o mandato sim.
Vai depender da interpretação que se queira dar ao fato. Seja como for, o
que importa para nós é pensarmos que o instituto da fidelidade partidária
pode levar a um totalitarismo partidário de tal modo que os candidatos
eleitos se tornem reféns dos partidos políticos.
Não é por outra razão que, por exemplo, tramitam no Congresso
Nacional várias PEC’s (propostas de emendas constitucionais) no sentido de
fortalecer ainda mais a tese de que o mandato é do partido e não do
candidato eleito. Por exemplo, em 1998, a PEC 44/98, apresentada pela
Comissão Especial da Reforma Político-Partidária sugeria a “possibilidade de
perda (pois seria decidida pela Justiça Eleitoral) de mandato no Legislativo
ou no Executivo, na hipótese de violação grave da disciplina partidária,
caracterizada pela desobediência às decisões aprovadas em convenção”.
Imaginemos, assim, o perigo de uma tese como esta, sendo aprovada como
norma constitucional.
Este tema da fidelidade partidária tem tudo a ver com o tema da
fidelidade aos valores cristãos, porque, ao votarmos, hoje, temos que ter em
mente que este voto não é só para o candidato é, também, pelo que vimos
acima, para o partido político. Aliás, pelo que vimos acima, e observando
bem a fala do ministro Ayres Britto o voto é mais para o partido de que
para o candidato.
A questão, então, é: se eu sou cristão, conheço e pratico os valores
de Cristo, o qual disse que a Verdade dos seus valores está na Palavra de
Deus, a Bíblia (Livro do apóstolo João, 14:6), vou votar em um candidato
cujo partido ou coligação partidária, em seu programa ou estatuto,
promovem políticas públicas contrárias aos ensinamentos de Cristo?
Evidente que não. E aqui nos lembremos de que, por conta da fidelidade
partidária, não podemos nem nos associar à idéia de que estou votando no
candidato X e não no programa do partido dele que é anticristão. Cada vez
mais não há mais espaço para isso no sistema político brasileiro.
Por isso, ao votar em 05 de outubro, analise, primeiramente, os
programas dos partidos políticos para ver quais desses promovem políticas
anticristãs, como por exemplo, a política de liberalização do aborto e de
liberalização sexual.
Esse entendimento é pressuposto essencial para a nossa decisão pelo
voto no candidato a prefeito e a vereador. Para conhecer o programa do
partido e seu estatuto é só visitar, na internet, os seus sites respectivos.
Seja como for, a partir da próxima semana, nós começaremos a fazer uma
análise minuciosa de cada um desses programas partidários e, assim,
veremos quais são os partidos que promovem valores anticristãos no nosso
sistema político.

(*) Cristão, Advogado e Professor da UFS -


(www.uzielsantana.pro.br)

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