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COMARCA DE IJUÍ

1ª VARA CÍVEL
Rua Tiradentes, 671, Caixa Postal 361
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Nº de Ordem:
Processo nº: 016/1.08.0002872-5
Natureza: Indenizatória
Autor: Vilmar Armando Konageski Junior
Réu: Banco Bradesco S.A.
Juiz Prolator: Juiz de Direito - Dr. Guilherme Eugênio Mafassioli Corrêa
Data: 28/07/2008

Em face do julgamento de procedência da ação coletiva contra a


instituição financeira ré (certidão retro), cuja instauração motivara a
suspensão das ações individuais que tinham por objeto a cobrança das
diferenças de remuneração das cadernetas de poupança nos sucessivos
planos econômicos do Governo Federal, IMPÕE-SE, nos termos do
Enunciado aprovado pela Vice-Coordenadoria Cível da Ajuris, em Porto
Alegre, e à vista do que dispõem os arts. 97 e 103, § 3º, da Lei nº 8.078/90,
converter a presente em liquidação provisória daquele julgado, a fim de
apurar os valores devidos pelo réu ao autor por conta das diferenças de
índices reconhecidas na sentença da ação coletiva, observados os
parâmetros de atualização e juros definidos na aludida decisão.
A extensão dos efeitos da sentença coletiva decorre da lei.
Conforme art. 81, III, do CDC, a defesa dos interesses e direitos individuais
homogêneos dos consumidores pode ser exercida em juízo individualmente
ou a título coletivo, neste caso através da chamada ação coletiva de
condenação genérica, disciplinada a partir do art. 91. Segundo o mesmo
diploma legal, em caso de procedência do pedido formulado na ação
coletiva, a condenação será genérica, fixando a responsabilidade do réu
pelos danos causados (art.95), podendo, a liquidação e a execução da
sentença coletiva, ser promovida pelo próprio interessado (art. 97), já que a
sentença de procedência da coletiva fará coisa julgada “erga omnes”,
beneficiando todas as vítimas e seus sucessores (art. 103, III).
A propósito da possibilidade de execução provisória da sentença
coletiva, sustenta MARINONI (Manual do Processo de Conhecimento) que
“também poderá suceder que a liquidação se opere mesmo antes do trânsito
em julgado da sentença”, acrescentando que será competente para esta
ação (individual) o juízo da liquidação do dano (art. 98, § 2°, I, do CDC), que
pode ou não corresponder ao juízo da ação de condenação genérica. E
conclui: trata-se, todavia, de competência relativa, sendo sempre viável

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afastar esta regra, quando benéfico para a vítima.
Neste contexto e a par da natureza instrumental do processo e do
princípio constitucional da economicidade, é de ser admitida a liquidação
individual daquela sentença coletiva, em relação à parte aqui autora, nestes
mesmos autos, com aproveitamento dos atos praticados na ação de
conhecimento (inclusive requerimentos tais como pedido exibitório e de
citação já formulados naquela peça), mediante a conversão desta, já agora,
em liquidação provisória da sentença prolatada na ação coletiva, ausente
impedimento legal qualquer de que tal se realize desde logo, ainda que na
pendência de recurso de apelação e mesmo que este tenha sido recebido no
duplo efeito, sempre na perspectiva de que se trata de liquidação
PROVISÓRIA, onde é possível antecipar atos que digam com a só
apuração dos valores eventualmente devidos à parte autora que teve a
sua demanda individual suspensa por conta da coletiva agora já
julgada e cujos efeitos a ela se estendem. Nesse passo, cabe reiterar que
os limites da liquidação serão os da pretensão individual, mas pelos
parâmetros da sentença da ação coletiva, remanescendo hígida a obrigação
à exibição dos extratos caso ainda não juntados.
Registre-se, por oportuno, em relação à última ordem (exibição
dos extratos), ser imperativo seu pronto cumprimento, se ainda não
atendido, quer por se tratar de tutela cautelar, admissível inclusive mediante
liminar na fase de conhecimento, quer porque é a única forma de viabilizar a
liquidação, pois da informação dependerá o cálculo. Configurada a relação
de consumo, resta autorizada a inversão do ônus da prova, medida aplicada
neste momento. Com isso, possível o prosseguimento do feito para
apuração do crédito reclamado e atendimento ao pedido exibitório formulado
na inicial.
DO EXPOSTO, em face do julgamento de procedência da ação
coletiva que motivara a suspensão do feito, determino a conversão deste
em liquidação provisória daquele julgado, anotando-se a baixa da ação
ordinária (“demais decisões”) e cadastrando-se o presente como
LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS, que prosseguirá nestes mesmos autos,
limitada a pretensão ao pedido individualizado pela presente ação, com
as seguintes providências:
1) citação do banco demandado para oferecer defesa em 15 dias,
ressalvado o disposto no art. 475-G, do CPC, devendo, no prazo de 30 dias,
exibir os extratos das contas do autor afirmadas na inicial, relativamente aos
períodos contemplados na sentença proferida na ação coletiva;
2) juntada a defesa e os extratos, será a parte autora intimada para
manifestar-se no prazo de 10 dias;
3) na resposta, a parte autora deverá apresentar planilha dos
valores que entende devidos, apontando, discriminada e justificadamente, as
diferenças pretendidas, ciente da possibilidade de simulação do cálculo
através do endereço www.tj.rs.gov.br, menu processos, sub-menu ações

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coletivas, item planos econômicos;
4) ocorrendo a situação descrita no item 3 supra, da manifestação
da autora será intimado o réu, para que se manifeste em até 10 dias,
apontando, discriminadamente, os pontos controversos;
5) caso a autora entenda faltarem documentos, deverá especificar
a conta e o período;
6) decidida a liquidação e desde que não mais haja recurso dotado
de efeito suspensivo, quer em relação a esta, quer em relação à sentença
coletiva, poderá a parte autora promover desde logo o cumprimento da
sentença, nestes mesmos autos, observado o disposto no art. 475-I e
seguintes, especialmente o art. 475-O, do CPC;
7) como se trata de conversão da ação individual em liquidação
provisória da sentença proferida na coletiva, a inicial da primeira servirá
como espelho da pretensão, observado o teor da condenação da última,
acompanhando, portanto o mandado antes ordenado (item “1” supra). Fica
dispensada tal providência caso, na fase de conhecimento, verificada a
citação antes da suspensão, o réu já recebera a cópia da inicial.
Expedida a carta AR/MP, aguarde-se seu retorno, para juntada
e fluência dos prazos especificados. Com a resposta, documentos ou
certidão da fluência in albis, dê-se vista à parte autora, através de
intimação por nota de expediente. Enquanto fluir o prazo à parte ré, a
parte autora somente poderá ter vista dos autos em Cartório.
Publique-se.
Registre-se.
Intimem-se.
Ijuí, 28 de julho de 2008.

Guilherme Eugênio Mafassioli Corrêa,


Juiz de Direito

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