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– Prof. Róger –
Concursos
Câmara aprova MP que revê plano de cargos da Abin e cria
440 vagas
14/08/2008 12:25
Do CorreioWeb
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou a Medida
Provisória 434/08, que autoriza a Agência Brasileira de
Inteligência (Abin) a contratar 440 novos servidores através
de concurso público.
A medida estabelece também um novo plano de cargos e
carreiras para os funcionários da agência. Dentre as novas
oportunidades, 240 são para oficiais de inteligência (nível
superior) e 200 para agente de inteligência (nível médio). A
MP segue agora para votação no Senado.
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 2
Com a aprovação, os analistas e assistentes de informação
passam a ser denominados como oficiais (nível superior) e
agentes (nível médio) de inteligência. O salário inicial dos
oficiais foi revisado de R$ 7,4 mil para R$ 9,7 mil, e o teto
passou de R$ 10,3 mil para R$ 13,5 mil. Já os servidores na
ativa receberão o aumento retroativo até abril.
Para os funcionários de nível médio, o subsídio mensal passará
de R$ 2,95 mil para R$ 6,67 mil. No fim da carreira, eles
poderão chegar a receber R$ 12,1 mil - hoje o limite fica em
R$ 9,25 mil. A progressão na carreira será condicionada ao
tempo de serviço, com intervalos mínimos de permanência em
cada padrão de remuneração, e à capacitação.
Como receberão subsídio, os funcionários da Abin não poderão
receber qualquer gratificação ou adicional, inclusive vantagens
pessoais, como incorporação de função ou adicional por tempo
de serviço.
Então, pessoal, como todos podem observar, esse concurso é bem interessante,
com uma atividade interessante, um “salário” interessante, uma carreira
interessante, um ambiente interessante, enfim... tudo nele é interessante.
Com isso, esperamos uma concorrência interessante também, o que exige de nós
uma preparação específica.
Eu sempre tenho dito em minhas aulas que todo o concurso que cobra matéria
específica o candidato precisa de maior atenção nisso.
Você pode até encontrar muita gente estudando, há muito tempo, direito
constitucional, por exemplo. Direito constitucional é uma matéria que, ao estudar
para um concurso, o candidato estará, automaticamente, estudando para vários
concursos.
Dessa forma, veja que, se você pode encontrar concorrentes estudando há muito
direito constitucional e administrativo e português e etc há muito tempo, JÁ O
MESMO NÃO PODEMOS FALAR EM RELAÇÃO À LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PARA A
ABIN.
Assim, se você for bem nessa matéria, PARABÉNS! Você terá uma vantagem
competitiva importante.
Se você for mal na nossa matéria, você terá uma desvantagem competitiva
desinteressante.
Outra coisa:
Da mesma forma, você não encontra no mercado provas anteriores pelas quais
temos uma base para estudo.
Por essas razões e por outras, o nosso curso é de fundamental importância para
sua preparação para o concurso da ABIN.
A cada semana, será disponibilizado a você uma série de questões, pois o nosso
curso consiste num estudo dirigido por meio de exercícios.
Sugiro que você leia várias vezes a legislação específica contida no edital, a qual
disponibilizei a todos, na íntegra e somente na parte que nos interessa, logo ao
final do nosso material.
Então, leia a lei várias vezes. Leia e releia a legislação que está nesta aula
demonstrativa, logo abaixo.
Olha só como o CESPE vai cobrar de você esse conhecimento: ESTÁ ESCRITO NO
EDITAL DO NOSSO CONCURSO O SEGUINTE:
No item 16.1.1, que fala das habilidades exigidas, diz que “Os
itens das provas objetivas poderão avaliar habilidades que vão
além do mero conhecimento memorizado, abrangendo
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 4
compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação,
valorizando a capacidade de raciocínio [do candidato]”. O item
seguinte, ou seja, o 16.1.2 diz que “Cada item das provas
objetivas poderá contemplar mais de uma habilidade e
conhecimento relativos a mais de uma área do conhecimento”.
Assim, já que não temos uma doutrina jurídica específica para a nossa matéria,
teremos que fazer o seguinte:
É isso que vamos fazer, ou seja, estudar a matéria com questões criativas,
comentando cada ponto no que tange ao raciocínio jurídico.
Para que tudo isso seja realizável, vamos fazer, em todas a nossas aulas,
questionários de reconhecimento da matéria, questões do tipo CERTO ou
ERRADO, exercícios de preencher lacunas, relacionar competências, etc.
Com a nossa experiência em CESPE, podemos lhe dizer quais os pontos principais
da matéria, ou seja, o que CERTAMENTE o CESPE cobraria, tendo em vista as
tendências em concursos anteriores.
Veja, somente com essa dinâmica de elaborar questões é que você conseguirár
fixar bem a matéria, ou seja, mesmo que você não tenha dúvida, se esforce para
criar uma e me enviar ao fórum, para que eu possa lhe responder, pois assim,
quando você cria uma pergunta, você estará “trabalhando” o texto e, com isso,
se familiarizando com ele, explorando suas perspectivas e, com isso,
apreendendo o conhecimento. Essa dinâmica é bem interessante e faço questão
de valorizar sua participação no nosso fórum.
Já fiz vários concursos em minha carreira fui aprovado em vários também, tais
como Câmara dos Deputados, TCU, STJ, dentre outros...
Mas, de tudo isso que já fiz na vida, posso dizer que a minha maior realização é a
de ser professor há mais de 20 anos, tendo atuado em instituições universitárias
e, nos últimos 5 anos, em diversos cursos para concursos públicos.
Sinto-me, ainda, tão concurseiro como você, pois nunca parei de estudar e
atualmente estou me preparando para o concurso da magistratura do DF.
Por isso, será, para mim, uma grande satisfação ter você como parceiro nessa
jornada que empreendemos rumo ao cargo público que sonhamos.
Codialmente,
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 6
Prof. Róger.
Como a maior parte dos orgãos estatais, os cargos da ABIN são preenchidos,
desde 1999, através de concurso público. Ainda fazem parte da agência alguns ex-
funcionários dos órgãos de inteligência que a antecederam, sobretudo do
chamado SNI, extinto pelo presidente Fernando Collor de Mello, em 1990.
O responsável pela rede de agentes era Sir Francis Walsingham, que recrutou contato
dentro e fora da Inglaterra, incluindo estadistas, diplomatas e artistas (entre eles o
dramaturgo Cristopher Marlowe, amigo de Shakespeare). Esse serviço entretanto foi uma
iniciativa pessoal de Walsingham mais do que um orgão oficial. O primeiro
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 8
serviço de inteligência institucional foi criado durante o reinado de Luís XIV, da França.
A CIA também foi alvo de muitas produções, sobretudo cinematográficas. Este serviço
de inteligência estadunidense foi criado em 1947, sob o nome de OSS (Organização de
Serviços Secretos), uma adicional de espionagem do FBI. Há registros, estes
tirados da programação televisiva do canal privado The History Channel, onde mostra a
fundação da instituição no começo do século XX.
INTELIGÊNCIA NO BRASIL
Compete, ainda:
VALORES E PRINCÍPIOS
Para bem cumprir sua missão, a ABIN desenvolve uma atividade que abrange,
além de aspectos técnicos, a proposição de ética própria, ou seja, de um
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 11
Ética
Questões iniciais
Sim. A ABIN, como órgão central do SISBIN, atua em colaboração com os órgãos
que o compõem, que são entidades federais, e, mediante convênios, com
entidades estaduais, municipais e privadas que produzam conhecimentos
relacionados com a missão da Agência.
Por ser o órgão central do Sistema, não se deve entender que a Agência tenha
ascendência hierárquica. A Abin coordena a produção de conhecimentos para
atender às necessidades do Presidente da República, por intermédio do
cumprimento do Plano Nacional de Inteligência - PNI, fixado pela Agência com
base na Política Nacional de Inteligência, elaborada pela Câmara de Relações
Exteriores e Defesa Nacional, do Conselho do Governo.
O Programa pretende formar uma cultura que privilegie proteger esse tipo de
conhecimento, a fim de que não se comprometam as vantagens comparativas do
País nos diversos campos do conhecimento, notadamente os de cunho
estratégico.
Cumpre informar que, além do requerimento, deve ser enviado uma cópia da sua
carteira de identidade (RG) e do seu CPF para o endereço da ABIN.
Bem, pessoal, os textos acima foram adaptados de algumas pesquisas que fiz, na
internet. Agora, a seguir, vou disponibilizar a você as questões que exploram,
DIRETAMENTE, a nossa matéria, ou seja, a LEGISLAÇÃO DE INTERESSE DA
ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA.
Exercícios do Curso
Legislação Específica
Lei nº 9.883/99
Decreto nº 4.376/2002
Decreto nº 6.408/2008
ANEXO I
ESTRUTURA REGIMENTAL DA AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA DO GABINETE DE
SEGURANÇA INSTITUCIONAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
CAPÍTULO I
DA NATUREZA E COMPETÊNCIA
Art. 1 A Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, órgão integrante do Gabinete de
o
§ 1o Aos titulares dos cargos integrantes das Carreiras de que tratam as alíneas “a” dos
incisos I e II do art. 2o aplica-se o regime de dedicação exclusiva, com o impedimento
do exercício de outra atividade remunerada, pública ou privada.
§ 2o No regime de dedicação exclusiva, permitir-se-á a colaboração esporádica,
remunerada ou não, em assuntos de sua especialidade e devidamente autorizada pelo
Diretor-Geral da ABIN, para cada situação específica, observados os termos do
regulamento.
§ 3o Nos casos aos quais se aplique o regime de trabalho por plantões, escala ou regime
de turnos alternados por revezamento, é de no máximo cento e noventa e duas horas
mensais a jornada de trabalho dos integrantes dos cargos referidos no caput.
§ 4o O plantão e a escala ou o regime de turnos alternados por revezamento serão
regulamentados em ato do Diretor-Geral da ABIN, observada a legislação vigente. Art.
7o Os servidores da ABIN, no exercício de suas funções, ficam também submetidos ao
conjunto de deveres e responsabilidades previstos em código de ética do profissional de
inteligência, editado pelo Diretor-Geral da ABIN.
Art. 8o São atribuições do cargo de Oficial de Inteligência:
I - planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar:
a) produção de conhecimentos de inteligência;
b) ações de salvaguarda de assuntos sensíveis;
c) operações de inteligência;
d) atividades de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico direcionadas à
obtenção e análise de dados e à segurança da informação; e
e) o desenvolvimento de recursos humanos para a atividade de inteligência; e
II - desenvolver e operar máquinas, veículos, aparelhos, dispositivos, instrumentos,
equipamentos e sistemas necessários à atividade de inteligência.
Art. 9o É atribuição do cargo de Agente de Inteligência oferecer suporte especializado às
atividades decorrentes das atribuições definidas no art. 8o.
Art. 10. Os titulares dos cargos de Oficial de Inteligência e de Agente de Inteligência
poderão ser designados para prestar serviço no exterior, nos termos da Lei no 5.809, de
10 de outubro de 1972, e legislação correlata, conforme dispuser ato do Poder
Executivo.
Art. 11. São atribuições do cargo de Oficial Técnico de Inteligência:
I - planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de gestão
técnicoadministrativa e apoio logístico:
a) produção de conhecimentos de inteligência;
b) ações de salvaguarda de assuntos sensíveis;
c) operações de inteligência;
d) atividades de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, direcionadas à
obtenção e análise de dados e à segurança da informação; e
e) atividades de construção e manutenção de prédios e outras instalações;
II - desenvolver recursos humanos para a gestão técnico-administrativa e apoio logístico
da atividade de inteligência; e
III - desenvolver e operar máquinas, veículos, aparelhos, dispositivos, instrumentos,
equipamentos e sistemas necessários às atividades técnico-administrativas e de apoio
logístico da atividade de inteligência.
Art. 12. É atribuição do cargo de Agente Técnico de Inteligência dar suporte
especializado às atividades decorrentes das atribuições definidas no art. 11.
Concurso Público
Art. 13. São requisitos para ingresso na classe inicial dos cargos do Plano de Carreiras e
Cargos da ABIN:
I - aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos;
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 32
Art. 17. O desenvolvimento do servidor nas carreiras e cargos que integram o Plano de
Carreiras e Cargos da ABIN obedecerá às seguintes regras:
I - interstício mínimo de dezoito meses entre cada progressão;
II - habilitação em avaliação de desempenho individual correspondente a, no mínimo,
setenta por cento do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão; e
III - competência e qualificação profissional.
§ 1o O interstício de dezoito meses de efetivo exercício para a progressão funcional,
conforme estabelecido no inciso I do caput, será:
I - computado em dias, descontados os afastamentos que não forem legalmente
considerados de efetivo exercício; e
II - suspenso nos casos em que o servidor se afastar sem remuneração, sendo retomado
o cômputo a partir do retorno à atividade.
§ 2o Enquanto não forem regulamentadas, as progressões e promoções dos titulares de
cargos integrantes do Plano de Carreiras e Cargos da ABIN, as progressões funcionais e
promoções de que trata o art. 16 serão concedidas observando-se as normas vigentes
em 4 de junho de 2008.
§ 3o Na contagem do interstício necessário à promoção e à progressão, será aproveitado
o tempo computado até 4 de junho de 2008.
Art. 18. São pré-requisitos mínimos para promoção às classes dos cargos de nível
superior de que tratam os incisos I e III do art. 2o:
I - para a Segunda Classe, possuir certificação em eventos de capacitação, totalizando,
no mínimo, cento e sessenta horas, e qualificação profissional com experiência mínima
de sete anos e meio, ambas no campo específico de atuação de cada cargo;
II - para a Primeira Classe, possuir certificação em eventos de capacitação, totalizando,
no mínimo, duzentos e quarenta horas, e qualificação profissional com experiência
mínima de dezesseis anos e meio, ambas no campo específico de atuação de cada
cargo; e
III - para a Classe Especial, ser detentor de certificado de conclusão de curso de
especialização ou de formação específica equivalente a, no mínimo, trezentas e sessenta
horas, e qualificação profissional com experiência mínima de vinte e cinco anos e meio,
ambos no campo específico de atuação de cada cargo.
Art. 19. São pré-requisitos mínimos para promoção às classes dos cargos de nível
superior de que trata o inciso IV do art. 2o:
I - para a Segunda Classe, possuir certificação em eventos de capacitação, totalizando,
no mínimo, oitenta horas, e qualificação profissional com experiência mínima de sete
anos e meio, ambas no campo específico de atuação de cada cargo;
II - para a Primeira Classe, possuir certificação em eventos de capacitação, totalizando,
no mínimo, cento e vinte horas, e qualificação profissional com experiência mínima de
dezesseis anos e meio, ambas no campo específico de atuação de cada cargo; e
III - para a Classe Especial, ser detentor de certificado de conclusão de curso de
especialização ou de formação específica equivalente a, no mínimo, cento e oitenta
horas, e qualificação profissional com experiência mínima de vinte e cinco anos e meio,
ambos no campo específico de atuação de cada cargo.
Art. 20. São pré-requisitos mínimos para promoção às classes dos cargos de nível
intermediário de que tratam os incisos II e III do art. 2o:
I - para a Segunda Classe, possuir certificação em eventos de capacitação, totalizando,
no mínimo, cento e vinte horas, ou diploma de conclusão de curso superior e qualificação
profissional com experiência mínima de sete anos e meio, ambas no campo específico de
atuação de cada cargo;
II - para a Primeira Classe, possuir certificação em eventos de capacitação, totalizando,
no mínimo, duzentas horas, ou diploma de conclusão de curso superior e qualificação
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 34
II - mínimo, trinta pontos por servidor, correspondendo cada ponto ao valor estabelecido
no Anexo V, para a GDAIN, e no Anexo VI, para a GDACABIN.
§ 4o Considerando o disposto nos §§ 1o e 2o, a pontuação referente à GDAIN e à
GDACABIN terá a seguinte distribuição:
I - até vinte pontos percentuais de seu limite máximo serão atribuídos em função dos
resultados obtidos na avaliação de desempenho individual; e
II - até oitenta pontos percentuais de seu limite máximo serão atribuídos em função dos
resultados obtidos na avaliação de desempenho institucional.
§ 5o Os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho individual e
institucional e de atribuição da GDAIN e da GDACABIN serão estabelecidos em ato do
Diretor-Geral da ABIN, observada a legislação vigente.
Art. 35. Até que sejam processados os resultados da primeira avaliação individual e
institucional, todos os servidores que a ela fizerem jus perceberão a GDAIN e a
GDACABIN em valor correspondente a oitenta por cento de seu valor máximo, observada
a classe e padrão do servidor, conforme estabelecido nos Anexos V e VI.
§ 1o O resultado da primeira avaliação gera efeitos financeiros a partir do início do
primeiro período de avaliação, devendo ser compensadas eventuais diferenças pagas a
maior ou a menor.
§ 2o A data de publicação do ato de fixação das metas de desempenho institucional,
tendo em vista o pagamento da GDAIN e da GDACABIN, constitui o marco temporal para
o início do período de avaliação.
§ 3o O disposto neste artigo aplica-se aos ocupantes de cargos comissionados que fazem
jus à GDAIN e da GDACABIN.
Art. 36. A GDAIN e a GDACABIN não servirão de base de cálculo para quaisquer outros
benefícios ou vantagens.
Art. 37. O titular de cargo efetivo de que tratam os incisos III e IV do art. 2o, em
exercício nas unidades da ABIN, quando investido em cargo em comissão ou função de
confiança fará jus à GDAIN ou à GDACABIN da seguinte forma:
I - os investidos em função de confiança ou cargos em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, níveis 3, 2, 1, ou equivalentes, perceberão a
respectiva gratificação de desempenho calculada conforme disposto no art. 34; e
II - os investidos em cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento
Superiores - DAS, níveis 6, 5, 4, ou equivalentes, perceberão a respectiva gratificação de
desempenho calculada com base no valor máximo da parcela individual, somado ao
resultado da avaliação institucional do período.
Art. 38. O titular de cargo efetivo de que tratam os incisos III e IV do art. 2o, quando
não se encontrar em exercício nas unidades da ABIN, somente fará jus à GDAIN ou à
GDACABIN, conforme o caso:
I - quando cedidos para a Presidência ou Vice-Presidência da República ou quando
requisitados pela Justiça Eleitoral, situação na qual perceberão a respectiva gratificação
de desempenho calculada com base nas regras aplicáveis como se estivesse em efetivo
exercício na ABIN; e
II - quando cedidos para órgãos ou entidades do Governo Federal distintos dos indicados
no inciso I e investido em cargos de Natureza Especial, de provimento em comissão do
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 6, 5, 4, ou equivalentes,
perceberão a respectiva gratificação de desempenho calculada com base no resultado da
avaliação institucional do período.
Parágrafo único. A avaliação institucional dos servidores referidos neste artigo será a da
ABIN.
Art. 39. O servidor ativo beneficiário da GDAIN ou da GDACABIN que obtiver pontuação
inferior a cinqüenta por cento do seu valor máximo será imediatamente submetido a
processo de capacitação ou de análise da adequação funcional, conforme o caso, sob
responsabilidade da ABIN.
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 39
Lei nº 6.634/79
Presidência da República
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 6.634, DE 2 DE MAIO DE 1979.
Regulamento Dispõe sobre a Faixa de Fronteira, altera o Decreto-lei nº 1.135, de 3 de
dezembro de 1970, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º. - É considerada área indispensável à Segurança Nacional a faixa interna de 150
Km (cento e cinqüenta quilômetros) de largura, paralela à linha divisória terrestre do
território nacional, que será designada como Faixa de Fronteira.
Art. 2º. - Salvo com o assentimento prévio do Conselho de Segurança Nacional, será
vedada, na Faixa de Fronteira, a prática dos atos referentes a:
I - alienação e concessão de terras públicas, abertura de vias de transporte e instalação
de meios de comunicação destinados à exploração de serviços de radiodifusão de sons
ou radiodifusão de sons e imagens;
II - Construção de pontes, estradas internacionais e campos de pouso;
III - estabelecimento ou exploração de indústrias que interessem à Segurança Nacional,
assim relacionadas em decreto do Poder Executivo.
IV - instalação de empresas que se dedicarem às seguintes atividades:
a) pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento de recursos minerais, salvo aqueles de
imediata aplicação na construção civil, assim classificados no Código de Mineração;
b) colonização e loteamento rurais;
V - transações com imóvel rural, que impliquem a obtenção, por estrangeiro, do
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 41
Decreto nº 85.064/80
I - cópia dos atos constitutivos (se ainda em formação) ou cópia do estatuto, contrato
social e respectivas alterações (se empresa já constituída), em que constem as cláusulas
mencionadas no artigo anterior;
II - prova de nacionalidade de todos os administradores ou sócios-cotistas (cópia da
Certidão de Nascimento para os solteiros; cópia da Certidão de Casamento para os
casados; cópia da Certidão de Casamento, com respectiva averbação, para os
desquitados ou separados judicialmente ou divorciados e cópia da Certidão de
Casamento e de Óbito do cônjuge, para os viúvos);
III - prova de estarem em dia com as suas obrigações referentes ao Serviço Militar de
todos os administradores ou sócios-cotistas; e
IV - prova de estarem em dia com as suas obrigações relacionadas com a Justiça
Eleitoral de todos os administradores ou sócios-cotistas.
Parágrafo único - As empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima deverão,
ainda, apresentar relação nominal dos acionistas, com os respectivos números de ações.
Art 12 - O procedimento para a obtenção do assentimento prévio do CSN, pelas
empresas de radiodifusão, será o seguinte:
I - para empresas em formação ou para aqueIas que desejarem, pela primeira vez,
executar o serviço na Faixa de Fronteira - requerimento instruído com os documentos
exigidos pela legislação específica de radiodifusão e os mencionados no artigo anterior,
dirigido ao DENTEL que, após emitir parecer, encaminhará o respectivo processo à
SG/CSN, para apreciação e posterior restituição àquele Departamento; e
II - para empresas que já possuem o assentimento prévio para executar o serviço na
Faixa de Fronteira e que desejem efetuar alteração em seu instrumento social, para
posterior registro, referente a alteração do objeto social; mudança do nome comercial ou
endereço da sede; eleição de novo administrador; admissão de novo sócio-cotista;
transformação, incorporação, fusão e cisão; ou reforma total dos estatutos ou contrato
social - requerimento instruído com os documentos exigidos pela legislação específica de
radiodifusão, a proposta de alteração estatutária ou contratual e as cópias dos
documentos pessoais, mencionados no art. 11, dos novos administradores ou sócios-
cotistas, quando for o caso, dirigido ao DENTEL, seguindo-se o processamento descrito
no item I.
Parágrafo único - Caberá ao DENTEL o encaminhamento dos atos constitutivos,
instrumentos sociais e respectivas alterações estatutárias e contratuais à empresa
requerente, para posterior registro nas Juntas Comerciais dos Estados e Territórios
Federais.
Art 13 - Às Universidades e Fundações que desejarem executar os serviços de
radiodifusão na Faixa de Fronteira, serão aplicadas, no que couber, as disposições deste
regulamento.
CAPÍTULO IV
DAS ATIVIDADES DE MINERAÇÃO
Art 14 - Para a execução das atividades de pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento
de recursos minerais, salvo aqueles de imediata aplicação na construção civil, na Faixa
de Fronteira, serão obedecidas as prescrições gerais da legislação específica de
mineração e o processo terá início no Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM).
Art 15 - Entende-se por empresa de mineração, para os efeitos deste regulamento, a
firma ou sociedade constituída e domiciliada no País, qualquer que seja a sua forma
jurídica e entre cujos objetivos esteja o de realizar a pesquisa, lavra, exploração e
aproveitamento dos recursos minerais no território nacional.
§ 1º - Os componentes da firma ou sociedade a que se refere o presente artigo podem
ser pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, mas nominalmente,
representadas no ato, constitutivo da empresa.
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 45
I - para empresas em formação ou para aqueIas que desejarem, pela primeira vez,
executar as atividades na Faixa de Fronteira - requerimento instruído com os
documentos exigidos pela legislação específica de mineração e os mencionados nos
artigos 19 ou 20, conforme o caso, dirigido ao DNPM que, após emitir parecer,
encaminhará o respectivo processo à SG/CSN, para apreciação e posterior restituição
àquele Departamento; e
II - para empresas que já possuem o assentimento prévio para executar as atividades na
Faixa de Fronteira e que desejem efetuar alteração em seu instrumento social, para
posterior registro, referente a alteração do objeto social; mudança do nome comercial ou
endereço da sede; eleição ou substituição de diretores na administração ou gerência;
alteração nas atribuições e competências de administradores; modificação na
participação do capital social; aumento de capital social nos casos de emissão e/ou
subscrição pública ou particular de ações; mudança na forma das açães; entrada ou
retirada de novos acionistas; transformação, incorporação, fusão e cisão; retirada e/ou
admissão de sócios-cotistas; ou reforma total dos estatutos ou contrato social -
requerimento instruído com os documentos exigidos pela legislação específica de
mineração a proposta de alteração estatutária ou contratual e as cópias dos documentos
pessoais mencionados no art. 19 dos novos administradores ou sócios-cotistas, quando
for o caso, dirigido ao DNPM, seguindo-se o processamento descrito no Item I.
Parágrafo único - Caberá ao DNPM o encaminhamento dos atos constitutivos,
instrumentos sociais e respectivas alterações estatutárias e contratuais à empresa
requerente, para posterior registro nas Juntas Comerciais dos Estados e Territórios
Federais.
CAPíTULO V
DA COLONIZAÇÃO E LOTEAMENTOS RURAIS
Art 22 - Para a execução das atividades de colonização e loteamentos rurais, na Faixa de
Fronteira, serão observadas as prescrições gerais da legislação agrária específica e o
processo terá início no Instituto Nacional de Colonização e Reforme Agrária (INCRA).
Art 23 - Entende-se por empresa particular de colonização, para os efeitos deste
regulamento, as pessoas físicas ou jurídicas, estas constituídas e domiciliadas no País,
que tiverem por finalidade executar programa de valorização de área ou distribuição, de
terras.
§ 1º - No caso de pessoa física ou empresa individual, só a brasileiro será permitido
executar as atividades previstas neste artigo.
§ 2º - É vedada a delegação de poderes de direção ou gerência a estrangeiro, ainda que
por procuração outorgada pela sociedade ou empresa individual.
Art 24 - O assentimento prévio do CSN para a execução das atividades de colonização e
loteamentos rurais, na Faixa de Fronteira, será necessário:
I - na alienação de terras públicas, para a empresa vencedora de licitação publicada no
Diário Oficial da União; e
II - na alienação de terras particulares, para as empresas que as desejarem adquirir,
quando da apresentação dos respectivos projetos.
Art 25 - Nas hipóteses do artigo anterior, as empresas deverão fazer constar de seus
estatutos ou contratos sociais as cláusulas mencionadas nos artigos 17 ou 18, conforme
o caso.
Art 26 - As empresas enquadradas no art. 24 deverão instruir seus processos com os
documentos discriminados nos artigos 19 ou 20, conforme o caso.
Art 27 - As empresas de colonização e loteamento rurais que já possuem autorização
para operar na Faixa de Fronteira necessitarão do assentimento prévio do CSN para
efetuarem alterações em seu instrumento social, para posterior registro nos casos
previstos no item II do art. 21.
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 47
a) para inscrição dos atos constitutivos, estatutos ou contratos sociais das empresas que
desejarem, pela primeira vez, executar o serviço na Faixa de Fronteira; e
b) para inscrição das alterações nos instrumentos sociais, listadas no Item II do art. 12;
e
II - execução das atividades de mineração, de que trata o Capítulo IV e de colonização e
loteamentos rurais, de que trata o Capítulo V:
a).para inscrição dos atos constitutivos, declarações de firma, estatutos ou contratos
sociais das empresas que desejarem, pela primeira vez, executar as atividades na Faixa
de Fronteira; e
b) para inscrição das alterações nos instrumentos sociais, listadas no item II do art. 21.
Art 43 - A abertura de filiais, agências, sucursais, postos ou quaisquer outros
estabelecimentos com poder de representação ou mandato da matriz, na Faixa de
Fronteira, relacionados com a prática de atos que necessitam do assentimento prévio,
implicará o cumprimento das prescrições deste regulamento.
Art 44 - Será dispensado ato formal da SG/CSN, nos casos de dissolução, liquidação ou
extinção das empresas que obtiveram o assentimento prévio para exercerem atividades
na Faixa de Fronteira, na forma deste regulamento, cabendo ao Departamento Nacional
de Registro do Comércio (DNRC) comunicar tais ocorrências àquela Secretaria-Geral,
para fins de controle.
CAPíTULO X
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art 45 - As entidades da administração indireta, da União, dos Estados e dos Municípios,
aplicam-se, no que couber, as disposições deste regulamento, não lhes sendo exigível,
porém, que adotem para suas ações a forma nominativa.
Art 46 - Os Cartórios de Notas e de Registro de Imóveis exigirão prova do assentimento
prévio do CSN para as transações com imóveis rurais, envolvendo estrangeiros, de que
trata o Capítulo VI e obedecidas as prescrições da legislação que regula a aquisição de
imóvel rural por estrangeiro residente no País ou pessoa jurídica estrangeira autorizada a
funcionar no Brasil.
Art 47 - Trimestralmente, os Cartórios de Registro de Imóveis remeterão à Corregedoria
da Justiça Estadual a que estiverem subordinados ou à Corregedoria da Justiça do
Distrito Federal e dos Territórios, à repartição estadual do INCRA e à SG/CSN, relação
das aquisições de imóveis rurais por pessoas físicas ou jurídicas estrangeiras, situados
na Faixa de Fronteira, do qual constarão os seguintes dados:
I - menção do documento de identidade das partes contratantes ou dos respectivos atos
constitutivos, se pessoas jurídicas;
II - memorial descritivo do imóvel, com área, características, limites e confrontações; e
III - transcrição da autorização do órgão competente.
Art 48 - A SG/CSN solicitará, das autoridades e órgãos competentes, a instauração de
inquérito destinado a apurar as infrações ao disposto neste regulamento.
Art 49 - Os atos previstos neste regulamento, se praticados sem o assentimento prévio
do CSN, serão nulos de pleno direito e sujeitarão os responsáveis à multa de até vinte
por cento (20%) do valor declarado do negócio irregularmente realizado.
Art 50 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Brasília, 26 de agosto de 1980; 159º da Independência e 92º da República.
JOÃO FIGUEIREDO
Danilo Venturini
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 27.8.1980.
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 50
Lei nº 7.170/83
III - for praticado nas regiões alcançadas pela decretação do estado de emergência ou
do estado de sítio.
Art. 33 - Durante as investigações, a autoridade de que presidir o inquérito poderá
manter o indiciado preso ou sob custódia, pelo prazo de quinze dias, comunicando
imediatamente o fato ao juízo competente.
§ 1º - Em caso de justificada necessidade, esse prazo poderá ser dilatado por mais
quinze dias, por decisão do juiz, a pedido do encarregado do inquérito, ouvido o
Ministério Público.
§ 2º - A incomunicabilidade do indiciado, no período inicial das investigações, será
permitida pelo prazo improrrogável de, no máximo, cinco dias.
§ 3º - O preso ou custodiado deverá ser recolhido e mantido em lugar diverso do
destinado aos presos por crimes comuns, com estrita observância do disposto nos arts.
237 a 242 do Código de Processo Penal Militar.
§ 4º - Em qualquer fase do inquérito, a requerimento da defesa, do indiciado, de seu
cônjuge, descendente ou ascendente, será realizado exame na pessoa do indiciado para
verificação de sua integridade física e mental; uma via do laudo, elaborado por dois
peritos médicos e instruída com fotografias, será juntada aos autos do inquérito.
§ 5º - Esgotado o prazo de quinze dias de prisão ou custódia ou de sua eventual
prorrogação, o indiciado será imediatamente libertado, salvo se decretadas prisão
preventiva, a requerimento do encarregado do inquérito ou do órgão do Ministério
Público.
§ 6º - O tempo de prisão ou custódia será computado no de execução da pena privativa
de liberdade.
Art. 34 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 35 - Revogam-se a Lei nº 6.620, de 17 de dezembro de 1978, e demais disposições
em contrário.
Brasília, em 14 de dezembro de 1983; 162º da Independência e 95º da República.
JOãO FIGUEIREDO
Ibrahim Abi-Ackel
Danilo Venturini
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 15.12.1983.
Decreto nº 5.484/2005
2. O AMBIENTE INTERNACIONAL
2.1 O mundo vive desafios mais complexos do que os enfrentados durante o período
passado de confrontação ideológica bipolar. O fim da Guerra Fria reduziu o grau de
previsibilidade das relações internacionais vigentes desde a 2ª Guerra Mundial.
Nesse ambiente, é pouco provável um conflito generalizado entre Estados. Entretanto,
renovaram-se no mundo conflitos de caráter étnico e religioso, a exacerbação de
nacionalismos e a fragmentação de Estados, com um vigor que ameaça a ordem
mundial.
Neste século, poderão ser intensificadas disputas por áreas marítimas, pelo domínio
aeroespacial e por fontes de água doce e de energia, cada vez mais escassas. Tais
questões poderão levar a ingerências em assuntos internos, configurando quadros de
conflito.
Com a ocupação dos últimos espaços terrestres, as fronteiras continuarão a ser motivo
de litígios internacionais.
2.2 O fenômeno da globalização, caracterizado pela interdependência crescente dos
países, pela revolução tecnológica e pela expansão do comércio internacional e dos
fluxos de capitais, resultou em avanços para uma parte da humanidade. Paralelamente,
a criação de blocos econômicos tem resultado em arranjos competitivos. Para os países
em desenvolvimento, o desafio é o de uma inserção positiva no mercado mundial.
Nesse processo, as economias nacionais tornaram-se mais vulneráveis às crises
ocasionadas pela instabilidade econômica e financeira em todo o mundo. A crescente
exclusão de parcela significativa da população mundial dos processos de produção,
consumo e acesso à informação constitui fonte potencial de conflitos.
2.3 A configuração da ordem internacional baseada na unipolaridade no campo militar
associada às assimetrias de poder produz tensões e instabilidades indesejáveis para a
paz.
A prevalência do multilateralismo e o fortalecimento dos princípios consagrados pelo
direito internacional como a soberania, a não-intervenção e a igualdade entre os
Estados, são promotores de um mundo mais estável, voltado para o desenvolvimento e
bem estar da humanidade.
2.4 A questão ambiental permanece como uma das preocupações da humanidade. Países
detentores de grande biodiversidade, enormes reservas de recursos naturais e imensas
áreas para serem incorporadas ao sistema produtivo podem tornar-se objeto de
interesse internacional.
2.5 Os avanços da tecnologia da informação, a utilização de satélites, o sensoriamento
eletrônico e inúmeros outros aperfeiçoamentos tecnológicos trouxeram maior eficiência
aos sistemas administrativos e militares, sobretudo nos países que dedicam maiores
recursos financeiros à Defesa. Em conseqüência, criaram-se vulnerabilidades que
poderão ser exploradas, com o objetivo de inviabilizar o uso dos nossos sistemas ou
facilitar a interferência à distância.
2.6 Atualmente, atores não-estatais, novas ameaças e a contraposição entre o
nacionalismo e o transnacionalismo permeiam as relações internacionais e os arranjos de
segurança dos Estados. Os delitos transnacionais de natureza variada e o terrorismo
internacional são ameaças à paz, à segurança e à ordem democrática, normalmente,
enfrentadas com os instrumentos de inteligência e de segurança dos Estados.
3. O AMBIENTE REGIONAL E O ENTORNO ESTRATÉGICO
3.1 O subcontinente da América do Sul é o ambiente regional no qual o Brasil se insere.
Buscando aprofundar seus laços de cooperação, o País visualiza um entorno estratégico
que extrapola a massa do subcontinente e incluiu a projeção pela fronteira do Atlântico
Sul e os países lindeiros da África.
3.2 A América do Sul, distante dos principais focos mundiais de tensão e livre de armas
nucleares, é considerada uma região relativamente pacífica. Além disso, processos de
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 57
A Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar permitiu ao Brasil estender os
limites da sua Plataforma Continental e exercer o direito de jurisdição sobre os recursos
econômicos em uma área de cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados, região de
vital importância para o País, uma verdadeira "Amazônia Azul".
Nessa imensa área estão as maiores reservas de petróleo e gás, fontes de energia
imprescindíveis para o desenvolvimento do País, além da existência de potencial
pesqueiro.
A globalização aumentou a interdependência econômica dos países e,
conseqüentemente, o fluxo de cargas. No Brasil, o transporte marítimo é responsável
por movimentar a quase totalidade do comércio exterior.
4.6 Às vertentes continental e marítima sobrepõe-se dimensão aeroespacial, de suma
importância para a Defesa Nacional. O controle do espaço aéreo e a sua boa articulação
com os países vizinhos, assim como o desenvolvimento de nossa capacitação
aeroespacial, constituem objetivos setoriais prioritários.
4.7 O Brasil propugna uma ordem internacional baseada na democracia, no
multilateralismo, na cooperação, na proscrição das armas químicas, biológicas e
nucleares e na busca da paz entre as nações. Nessa direção, defende a reformulação e a
democratização das instâncias decisórias dos organismos internacionais, como forma de
reforçar a solução pacífica de controvérsias e sua confiança nos princípios e normas do
Direito Internacional. No entanto, não é prudente conceber um país sem capacidade de
defesa compatível com sua estatura e aspirações políticas.
4.8 A Constituição Federal de 1988 tem como um de seus princípios, nas relações
internacionais, o repúdio ao terrorismo.
O Brasil considera que o terrorismo internacional constitui risco à paz e à segurança
mundiais. Condena enfaticamente suas ações e apóia as resoluções emanadas pela ONU,
reconhecendo a necessidade de que as nações trabalhem em conjunto no sentido de
prevenir e combater as ameaças terroristas.
4.9 O Brasil atribui prioridade aos países da América do Sul e da África, em especial aos
da África Austral e aos de língua portuguesa, buscando aprofundar seus laços com esses
países.
4.10 A intensificação da cooperação com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), integrada por oito países distribuídos por quatro continentes e unidos pelos
denominadores comuns da história, da cultura e da língua, constitui outro fator relevante
das nossas relações exteriores.
4.11 O Brasil tem laços de cooperação com países e blocos tradicionalmente aliados que
possibilitam a troca de conhecimento em diversos campos. Concomitantemente, busca
novas parcerias estratégicas com nações desenvolvidas ou emergentes para ampliar
esses intercâmbios.
4.12 O Brasil atua na comunidade internacional respeitando os princípios constitucionais
de autodeterminação, não-intervenção e igualdade entre os Estados. Nessas condições,
sob a égide de organismos multilaterais, participa de operações de paz, visando a
contribuir para a paz e a segurança internacionais.
4.13 A persistência de entraves à paz mundial requer a atualização permanente e o
reaparelhamento progressivo das nossas Forças Armadas, com ênfase no
desenvolvimento da indústria de defesa, visando à redução da dependência tecnológica e
à superação das restrições unilaterais de acesso a tecnologias sensíveis.
4.14 Em consonância com a busca da paz e da segurança internacionais, o País é
signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares e destaca a necessidade
do cumprimento do Artigo VI, que prevê a negociação para a eliminação total das armas
nucleares por parte das potências nucleares, ressalvando o uso da tecnologia nuclear
como bem econômico para fins pacíficos.
4.15 O contínuo desenvolvimento brasileiro traz implicações crescentes para o campo
energético com reflexos em sua segurança. Cabe ao País assegurar matriz energética
diversificada que explore as potencialidades de todos os recursos naturais disponíveis.
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 59
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante
explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos
análogos:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 2º - As pena aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º,
I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do
mesmo parágrafo.
Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena
é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a
um ano.
Uso de gás tóxico ou asfixiante
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás
tóxico ou asfixiante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Modalidade Culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou
asfixiante
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade,
substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua
fabricação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Inundação
Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a
dois anos, no caso de culpa.
Perigo de inundação
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida,
a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir
inundação:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Desabamento ou desmoronamento
Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade
física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Modalidade culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro
desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate
ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Formas qualificadas de crime de perigo comum
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 64
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a
pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro.
No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta
morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Difusão de doença ou praga
Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de
utilidade econômica:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Modalidade culposa
Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis meses, ou multa.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A
SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS
Perigo de desastre ferroviário
Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:
I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material
rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;
II - colocando obstáculo na linha;
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou
embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;
IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Desastre ferroviário
§ 1º - Se do fato resulta desastre:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de
comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo
aéreo.
Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo
Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato
tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou
destruição de aeronave:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Prática do crime com o fim de lucro
§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de obter
vantagem econômica, para si ou para outrem.
Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Atentado contra a segurança de outro meio de transporte
Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o
funcionamento:
Pena - detenção, de um a dois anos.
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 65
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova
perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva
produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido
escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações
da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter
constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do
segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de
prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Falsificação de documento particular
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular
verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a
três anos, e multa, se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena
de sexta parte.
Falso reconhecimento de firma ou letra
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o
não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos,
e multa, se o documento é particular.
Certidão ou atestado ideologicamente falso
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância
que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou
qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Falsidade material de atestado ou certidão
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de
atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo
público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de
liberdade, a de multa.
Falsidade de atestado médico
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 67
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo
quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou
peça:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça
filatélica.
Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts.
297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Supressão de documento
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo
alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a
cinco anos, e multa, se o documento é particular.
CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização
alfandegária, ou para outros fins
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público
no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa
natureza, falsificado por outrem:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para o fim de
fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o
cumprimento de formalidade legal:
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.
Falsa identidade
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime
mais grave.
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer
documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa
natureza, próprio ou de terceiro:
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de
crime mais grave.
Fraude de lei sobre estrangeiro
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não
é o seu:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em
território nacional: (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor
pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse
de tais bens: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996)
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor (Redação dada pela Lei nº
9.426, de 1996)
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 68
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo
automotor, de seu componente ou equipamento: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996))
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é
aumentada de um terço. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou
registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação
oficial. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
(...)
TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio
ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou
alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Peculato mediante erro de outrem
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu
por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou
excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para
causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de
informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou
alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 69
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Excesso de exação
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido,
ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
(Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu
indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho
(art. 334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de
vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação
com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Advocacia administrativa
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 70
Lei nº 6.815/80
CAPÍTULO III
Do Impedimento
Art. 26. O visto concedido pela autoridade consular configura mera expectativa de
direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser obstado ocorrendo
qualquer dos casos do artigo 7º, ou a inconveniência de sua presença no território
nacional, a critério do Ministério da Justiça.
§ 1º O estrangeiro que se tiver retirado do País sem recolher a multa devida em virtude
desta Lei, não poderá reentrar sem efetuar o seu pagamento, acrescido de correção
monetária.
§ 2º O impedimento de qualquer dos integrantes da família poderá estender-se a todo o
grupo familiar.
Art. 27. A empresa transportadora responde, a qualquer tempo, pela saída do
clandestino e do impedido.
Parágrafo único. Na impossibilidade da saída imediata do impedido ou do clandestino, o
Ministério da Justiça poderá permitir a sua entrada condicional, mediante termo de
responsabilidade firmado pelo representante da empresa transportadora, que lhe
assegure a manutenção, fixados o prazo de estada e o local em que deva permanecer o
impedido, ficando o clandestino custodiado pelo prazo máximo de 30 (trinta) dias,
prorrogável por igual período.
TÍTULO III
Da Condição de Asilado
Art. 28. O estrangeiro admitido no território nacional na condição de asilado político
ficará sujeito, além dos deveres que lhe forem impostos pelo Direito Internacional, a
cumprir as disposições da legislação vigente e as que o Governo brasileiro lhe fixar.
Art. 29. O asilado não poderá sair do País sem prévia autorização do Governo brasileiro.
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo importará na renúncia ao asilo
e impedirá o reingresso nessa condição.
TÍTULO IV
Do Registro e suas Alterações
CAPÍTULO I
Do Registro
Art 30. O estrangeiro admitido na condição de permanente, de temporário (art. 13, itens
l, e de IV a VI), ou de asilado, é obrigado a registrar-se no Ministério da Justiça, dentro
dos trinta dias seguintes à entrada ou à concessão do asilo e a identificar-se pelo
sistema datiloscópico, observadas as disposições regulamentares.
Art. 30. O estrangeiro admitido na condição de permanente, de temporário (incisos I e
de IV a VI do art. 13) ou de asilado é obrigado a registrar-se no Ministério da Justiça,
dentro dos trinta dias seguintes à entrada ou à concessão do asilo, e a identificar-se pelo
sistema datiloscópico, observadas as disposições regulamentares. (Redação dada pela Lei
nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 31. O nome e a nacionalidade do estrangeiro, para o efeito de registro, serão os
constantes do documento de viagem.
Art. 32. O titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia, acreditado junto ao Governo
brasileiro ou cujo prazo previsto de estada no País seja superior a 90 (noventa) dias,
deverá providenciar seu registro no Ministério das Relações Exteriores.
Parágrafo único. O estrangeiro titular de passaporte de serviço, oficial ou diplomático,
que haja entrado no Brasil ao amparo de acordo de dispensa de visto, deverá,
igualmente, proceder ao registro mencionado neste artigo sempre que sua estada no
Brasil deva ser superior a 90 (noventa) dias.
Art. 33. Ao estrangeiro registrado será fornecido documento de identidade.
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 75
I - o Estado requerente em cujo território haja sido cometido o crime mais grave,
segundo a lei brasileira;
II - o que em primeiro lugar houver pedido a entrega do extraditando, se a gravidade
dos crimes for idêntica; e
III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar do extraditando, se os pedidos
forem simultâneos.
§ 2º Nos casos não previstos decidirá sobre a preferência o Governo brasileiro.
§ 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados requerentes, prevalecerão
suas normas no que disserem respeito à preferência de que trata este artigo.
§ 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados requerentes, prevalecerão
suas normas no que disserem respeito à preferência de que trata este artigo. (Redação
dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 80. A extradição será requerida por via diplomática ou, na falta de agente
diplomático do Estado que a requerer, diretamente de Governo a Governo, devendo o
pedido ser instruído com a cópia autêntica ou a certidão da sentença condenatória, da de
pronúncia ou da que decretar a prisão preventiva, proferida por Juiz ou autoridade
competente. Esse documento ou qualquer outro que se juntar ao pedido conterá
indicações precisas sobre o local, data, natureza e circunstâncias do fato criminoso,
identidade do extraditando, e, ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a pena e sua
prescrição. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 1º O encaminhamento do pedido por via diplomática confere autenticidade aos
documentos.
§ 2º Não havendo tratado ou convenção que disponha em contrário, os documentos
indicados neste artigo serão acompanhados de versão oficialmente feita para o idioma
português no Estado requerente.
§ 2º Não havendo tratado que disponha em contrário, os documentos indicados neste
artigo serão acompanhados de versão oficialmente feita para o idioma português no
Estado requerente. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 81. O Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao Ministério da Justiça,
que ordenará a prisão do extraditando colocando-o à disposição do Supremo Tribunal
Federal. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 82. Em caso de urgência, poderá ser ordenada a prisão preventiva do extraditando
desde que pedida, em termos hábeis, qualquer que seja o meio de comunicação, por
autoridade competente, agente diplomático ou consular do Estado requerente.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 1º O pedido, que noticiará o crime cometido, deverá fundamentar-se em sentença
condenatória, auto de prisão em flagrante, mandado de prisão, ou, ainda, em fuga do
indiciado.
§ 2º Efetivada a prisão, o Estado requerente deverá formalizar o pedido em noventa
dias, na conformidade do artigo 80.
§ 3º A prisão com base neste artigo não será mantida além do prazo referido no
parágrafo anterior, nem se admitirá novo pedido pelo mesmo fato sem que a extradição
haja sido formalmente requerida.
Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem prévio pronunciamento do Plenário do
Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da
decisão. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo 81), o pedido será encaminhado ao
Supremo Tribunal Federal. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento final do Supremo Tribunal Federal,
não sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão albergue.
Art. 85. Ao receber o pedido, o Relator designará dia e hora para o interrogatório do
extraditando e, conforme o caso, dar-lhe-á curador ou advogado, se não o tiver,
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 82
correndo do interrogatório o prazo de dez dias para a defesa. (Renumerado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)
§ 1º A defesa versará sobre a identidade da pessoa reclamada, defeito de forma dos
documentos apresentados ou ilegalidade da extradição.
§ 2º Não estando o processo devidamente instruído, o Tribunal, a requerimento do
Procurador-Geral da República, poderá converter o julgamento em diligência para suprir
a falta no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias, decorridos os quais o pedido será
julgado independentemente da diligência.
§ 3º O prazo referido no parágrafo anterior correrá da data da notificação que o
Ministério das Relações Exteriores fizer à Missão Diplomática do Estado requerente.
Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comunicado através do Ministério das
Relações Exteriores à Missão Diplomática do Estado requerente que, no prazo de
sessenta dias da comunicação, deverá retirar o extraditando do território nacional.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o extraditando do território nacional no prazo
do artigo anterior, será ele posto em liberdade, sem prejuízo de responder a processo de
expulsão, se o motivo da extradição o recomendar. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo pedido baseado no mesmo fato.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou tiver sido condenado, no
Brasil, por crime punível com pena privativa de liberdade, a extradição será executada
somente depois da conclusão do processo ou do cumprimento da pena, ressalvado,
entretanto, o disposto no artigo 67. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. A entrega do extraditando ficará igualmente adiada se a efetivação da
medida puser em risco a sua vida por causa de enfermidade grave comprovada por
laudo médico oficial.
Art. 90. O Governo poderá entregar o extraditando ainda que responda a processo ou
esteja condenado por contravenção. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado requerente assuma o
compromisso: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos anteriores ao pedido;
II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi imposta por força da extradição;
III - de comutar em pena privativa de liberdade a pena corporal ou de morte,
ressalvados, quanto à última, os casos em que a lei brasileira permitir a sua aplicação;
IV - de não ser o extraditando entregue, sem consentimento do Brasil, a outro Estado
que o reclame; e
V - de não considerar qualquer motivo político, para agravar a pena.
Art. 92. A entrega do extraditando, de acordo com as leis brasileiras e respeitado o
direito de terceiro, será feita com os objetos e instrumentos do crime encontrados em
seu poder. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos neste artigo poderão ser entregues
independentemente da entrega do extraditando.
Art. 93. O extraditando que, depois de entregue ao Estado requerente, escapar à ação
da Justiça e homiziar-se no Brasil, ou por ele transitar, será detido mediante pedido feito
diretamente por via diplomática, e de novo entregue sem outras formalidades.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 94. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser permitido, pelo Ministro da Justiça, o
trânsito, no território nacional, de pessoas extraditadas por Estados estrangeiros, bem
assim o da respectiva guarda, mediante apresentação de documentos comprobatórios de
concessão da medida. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
TÍTULO X
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 83
§ 3º Ao titular de quaisquer dos vistos referidos neste artigo não se aplica o disposto na
legislação trabalhista brasileira.
Art. 105. Ao estrangeiro que tenha entrado no Brasil na condição de turista ou em
trânsito é proibido o engajamento como tripulante em porto brasileiro, salvo em navio de
bandeira de seu país, por viagem não redonda, a requerimento do transportador ou do
seu agente, mediante autorização do Ministério da Justiça. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
de 09/12/81)
Art. 106. É vedado ao estrangeiro: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
I - ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, inclusive nos serviços de
navegação fluvial e lacustre;
II - ser proprietário de empresa jornalística de qualquer espécie, e de empresas de
televisão e de radiodifusão, sócio ou acionista de sociedade proprietária dessas
empresas;
III - ser responsável, orientador intelectual ou administrativo das empresas mencionadas
no item anterior;
IV - obter concessão ou autorização para a pesquisa, prospecção, exploração e
aproveitamento das jazidas, minas e demais recursos minerais e dos potenciais de
energia hidráulica;
V - ser proprietário ou explorador de aeronave brasileira, ressalvado o disposto na
legislação específica;
VI - ser corretor de navios, de fundos públicos, leiloeiro e despachante aduaneiro;
VII - participar da administração ou representação de sindicato ou associação
profissional, bem como de entidade fiscalizadora do exercício de profissão
regulamentada;
VIII - ser prático de barras, portos, rios, lagos e canais;
IX - possuir, manter ou operar, mesmo como amador, aparelho de radiodifusão, de
radiotelegrafia e similar, salvo reciprocidade de tratamento; e
X - prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares, e também aos
estabelecimentos de internação coletiva.
§ 1º O disposto no item I deste artigo não se aplica aos navios nacionais de pesca.
§ 2º Ao português, no gozo dos direitos e obrigações previstos no Estatuto da Igualdade,
apenas lhe é defeso:
a) assumir a responsabilidade e a orientação intelectual e administrativa das empresas
mencionadas no item II deste artigo;
b) ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, inclusive de navegação
fluvial e lacustre, ressalvado o disposto no parágrafo anterior; e
c) prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares.
Art. 107. O estrangeiro admitido no território nacional não pode exercer atividade de
natureza política, nem se imiscuir, direta ou indiretamente, nos negócios públicos do
Brasil, sendo-lhe especialmente vedado: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
I - organizar, criar ou manter sociedade ou quaisquer entidades de caráter político, ainda
que tenham por fim apenas a propaganda ou a difusão, exclusivamente entre
compatriotas, de idéias, programas ou normas de ação de partidos políticos do país de
origem;
II - exercer ação individual, junto a compatriotas ou não, no sentido de obter, mediante
coação ou constrangimento de qualquer natureza, adesão a idéias, programas ou
normas de ação de partidos ou facções políticas de qualquer país;
III - organizar desfiles, passeatas, comícios e reuniões de qualquer natureza, ou deles
participar, com os fins a que se referem os itens I e II deste artigo.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica ao português beneficiário
do Estatuto da Igualdade ao qual tiver sido reconhecido o gozo de direitos políticos.
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 85
Art. 108. É lícito aos estrangeiros associarem-se para fins culturais, religiosos,
recreativos, beneficentes ou de assistência, filiarem-se a clubes sociais e desportivos, e
a quaisquer outras entidades com iguais fins, bem como participarem de reunião
comemorativa de datas nacionais ou acontecimentos de significação patriótica.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. As entidades mencionadas neste artigo, se constituídas de mais da
metade de associados estrangeiros, somente poderão funcionar mediante autorização do
Ministro da Justiça.
Art 108. A entidade que houver obtido registro mediante falsa declaração de seus fins,
ou que passar, depois de registrada, a exercer atividades proibidas, terá sumariamente
cancelado o seu registro pelo Ministro da Justiça, e seu funcionamento será suspenso até
que seja judicialmente dissolvida.
Art. 109. A entidade que houver obtido registro mediante falsa declaração de seus fins
ou que, depois de registrada, passar a exercer atividades proibidas ilícitas, terá
sumariamente cassada a autorização a que se refere o parágrafo único do artigo anterior
e o seu funcionamento será suspenso por ato do Ministro da Justiça, até final julgamento
do processo de dissolução, a ser instaurado imediatamente. (Renumerado e alterado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 110. O Ministro da Justiça poderá, sempre que considerar conveniente aos
interesses nacionais, impedir a realização, por estrangeiros, de conferências, congressos
e exibições artísticas ou folclóricas. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
TÍTULO XI
Da Naturalização
CAPÍTULO I
Das Condições
Art. 111. A concessão da naturalização nos casos previstos no artigo 145, item II, alínea
b, da Constituição, é faculdade exclusiva do Poder Executivo e far-se-á mediante portaria
do Ministro da Justiça. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 112. São condições para a concessão da naturalização: (Renumerado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ser registrado como permanente no Brasil;
III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos,
imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da
família;
VI - bom procedimento;
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por
crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada,
superior a 1 (um) ano; e
VIII - boa saúde.
§ 1º não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum estrangeiro que residir no País há
mais de dois anos. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 1º Verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de quaisquer dos
requisitos exigidos neste artigo ou nos artigos 112 e 113 desta Lei, será declarado nulo o
ato de naturalização sem prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida.
§ 2º verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de qualquer dos
requisitos exigidos neste artigo ou nos arts. 113 e 114 desta Lei, será declarado nulo o
ato de naturalização sem prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida.
(Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 86
TÍTULO XII
Das Infrações, Penalidades e seu Procedimento
CAPÍTULO I
Das Infrações e Penalidades
Art. 125. Constitui infração, sujeitando o infrator às penas aqui cominadas: (Renumerado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
I - entrar no território nacional sem estar autorizado (clandestino):
Pena: deportação.
II - demorar-se no território nacional após esgotado o prazo legal de estada:
Pena: multa de um décimo do Maior Valor de Referência, por dia de excesso, até o
máximo de 10 (dez) vezes o Maior Valor de Referência, e deportação, caso não saia no
prazo fixado.
III - deixar de registrar-se no órgão competente, dentro do prazo estabelecido nesta Lei
(artigo 30):
Pena: multa de um décimo do Maior Valor de Referência, por dia de excesso, até o
máximo de 10 (dez) vezes o Maior Valor de Referência.
IV - deixar de cumprir o disposto nos artigos 96, 102 e 103:
Pena: multa de duas a dez vezes o Maior Valor de Referência.
V - deixar a empresa transportadora de atender à manutenção ou promover a saída do
território nacional do clandestino ou do impedido (artigo 27):
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor de Referência, por estrangeiro.
VI - transportar para o Brasil estrangeiro que esteja sem a documentação em ordem:
Pena: multa de dez vezes o maior valor de referência, por estrangeiro, e sua retirada do
território brasileiro.
Pena: multa de dez vezes o Maior Valor de Referência, por estrangeiro, além da
responsabilidade pelas despesas com a retirada deste do território nacional. (Redação
dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
VII - empregar ou manter a seu serviço estrangeiro em situação irregular ou impedido
de exercer atividade remunerada:
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor de Referência, por estrangeiro.
VIII - infringir o disposto nos artigos 21, § 2º, 24, 98, 104, §§ 1º ou 2º e 105:
Pena: deportação.
IX - infringir o disposto no artigo 25:
Pena: multa de 5 (cinco) vezes o Maior Valor de Referência para o resgatador e
deportação para o estrangeiro.
X - infringir o disposto nos artigos 18, 37, § 2º, ou 99 a 101:
Pena: cancelamento do registro e deportação.
XI - infringir o disposto no artigo 106 ou 107:
Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e expulsão.
XII - introduzir estrangeiro clandestinamente ou ocultar clandestino ou irregular:
Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e, se o infrator for estrangeiro, expulsão.
XIII - fazer declaração falsa em processo de transformação de visto, de registro, de
alteração de assentamentos, de naturalização, ou para a obtenção de passaporte para
estrangeiro, laissez-passer, ou, quando exigido, visto de saída:
Pena: reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos e, se o infrator for estrangeiro, expulsão.
XIV - infringir o disposto nos artigos 45 a 48:
Pena: multa de 5 (cinco) a 10 (dez) vezes o Maior Valor de Referência.
XV - infringir o disposto no artigo 26, § 1º ou 64:
Pena: deportação e na reincidência, expulsão.
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 89
R. S. Guerreiro
Angelo Amaury Stábile
Murilo Macêdo
Waldyr Mendes Arcoverde
Danilo Venturini
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 21.8.1980.
CAPÍTULO VII
DA REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS
Art. 24. Os benefícios resultantes da exploração econômica de produto ou processo
desenvolvido a partir de amostra de componente do patrimônio genético e de
conhecimento tradicional associado, obtidos por instituição nacional ou instituição
sediada no exterior, serão repartidos, de forma justa e eqüitativa, entre as partes
contratantes, conforme dispuser o regulamento e a legislação pertinente.
Parágrafo único. À União, quando não for parte no Contrato de Utilização do Patrimônio
Genético e de Repartição de Benefícios, será assegurada, no que couber, a participação
nos benefícios a que se refere o caput deste artigo, na forma do regulamento.
Art. 25. Os benefícios decorrentes da exploração econômica de produto ou processo,
desenvolvido a partir de amostra do patrimônio genético ou de conhecimento tradicional
associado, poderão constituir-se, dentre outros, de:
I - divisão de lucros;
II - pagamento de royalties;
III - acesso e transferência de tecnologias;
IV - licenciamento, livre de ônus, de produtos e processos; e
V - capacitação de recursos humanos.
Art. 26. A exploração econômica de produto ou processo desenvolvido a partir de
amostra de componente do patrimônio genético ou de conhecimento tradicional
associado, acessada em desacordo com as disposições desta Medida Provisória, sujeitará
o infrator ao pagamento de indenização correspondente a, no mínimo, vinte por cento do
faturamento bruto obtido na comercialização de produto ou de royalties obtidos de
terceiros pelo infrator, em decorrência de licenciamento de produto ou processo ou do
uso da tecnologia, protegidos ou não por propriedade intelectual, sem prejuízo das
sanções administrativas e penais cabíveis.
Art. 27. O Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios
deverá indicar e qualificar com clareza as partes contratantes, sendo, de um lado, o
proprietário da área pública ou privada, ou o representante da comunidade indígena e do
órgão indigenista oficial, ou o representante da comunidade local e, de outro, a
instituição nacional autorizada a efetuar o acesso e a instituição destinatária.
Art. 28. São cláusulas essenciais do Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de
Repartição de Benefícios, na forma do regulamento, sem prejuízo de outras, as que
disponham sobre:
I - objeto, seus elementos, quantificação da amostra e uso pretendido;
II - prazo de duração;
III - forma de repartição justa e eqüitativa de benefícios e, quando for o caso, acesso à
tecnologia e transferência de tecnologia;
IV - direitos e responsabilidades das partes;
V - direito de propriedade intelectual;
VI - rescisão;
VII - penalidades;
VIII - foro no Brasil.
Parágrafo único. Quando a União for parte, o contrato referido no caput deste artigo
reger-se-á pelo regime jurídico de direito público.
Art. 29. Os Contratos de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios
serão submetidos para registro no Conselho de Gestão e só terão eficácia após sua
anuência.
Parágrafo único. Serão nulos, não gerando qualquer efeito jurídico, os Contratos de
Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios firmados em desacordo
com os dispositivos desta Medida Provisória e de seu regulamento.
CAPÍTULO VIII
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 101
Art. 33. A parcela dos lucros e dos royalties devidos à União, resultantes da exploração
econômica de processo ou produto desenvolvido a partir de amostra de componente do
patrimônio genético, bem como o valor das multas e indenizações de que trata esta
Medida Provisória serão destinados ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei
no 7.797, de 10 de julho de 1989, ao Fundo Naval, criado pelo Decreto n o 20.923, de 8 de
janeiro de 1932, e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico,
criado pelo Decreto-Lei no 719, de 31 de julho de 1969, e restabelecido pela Lei no 8.172, de
18 de janeiro de 1991, na forma do regulamento.
Parágrafo único. Os recursos de que trata este artigo serão utilizados exclusivamente na
conservação da diversidade biológica, incluindo a recuperação, criação e manutenção de
bancos depositários, no fomento à pesquisa científica, no desenvolvimento tecnológico
associado ao patrimônio genético e na capacitação de recursos humanos associados ao
desenvolvimento das atividades relacionadas ao uso e à conservação do patrimônio
genético.
Art. 34. A pessoa que utiliza ou explora economicamente componentes do patrimônio
genético e conhecimento tradicional associado deverá adequar suas atividades às
normas desta Medida Provisória e do seu regulamento.
Art. 35. O Poder Executivo regulamentará esta Medida Provisória até 30 de dezembro de
2001.
Art. 36. As disposições desta Medida Provisória não se aplicam à matéria regulada pela
Art. 37. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória no 2.186-15,
de 26 de julho de 2001.
Art. 38. Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 23 de agosto de 2001; 180o da Independência e 113o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
José Gregori
José Serra
Ronaldo Mota Sardenberg
José Sarney Filho
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 24.8.2001.
Lei nº 8.159/1991
Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular ou de interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de arquivos, que
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
cujos sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem como à
inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas.
Art. 5º A Administração Pública franqueará a consulta aos documentos públicos na forma
desta lei.
Art. 6º Fica resguardado o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente
da violação do sigilo, sem prejuízo das ações penal, civil e administrativa.
CAPÍTULO II
Dos Arquivos Públicos
Art. 7º Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no
exercício de suas atividades, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito
Federal e municipal em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e
judiciárias.
§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por
instituições de caráter público, por entidades privadas encarregadas da gestão de
serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o
recolhimento de sua documentação à instituição arquivística pública ou a sua
transferência à instituição sucessora.
Art. 8º Os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários e
permanentes.
§ 1º Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, mesmo sem
movimentação, constituam de consultas freqüentes.
§ 2º Consideram-se documentos intermediários aqueles que, não sendo de uso corrente
nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua
eliminação ou recolhimento para guarda permanente.
§ 3º Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico,
probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados.
Art. 9º A eliminação de documentos produzidos por instituições públicas e de caráter
público será realizada mediante autorização da instituição arquivística pública, na sua
específica esfera de competência.
Art. 10º Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis.
CAPÍTULO III
Dos Arquivos Privados
Art. 11. Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou
recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.
Art. 12. Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Público como de
interesse público e social, desde que sejam considerados como conjuntos de fontes
relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional.
Art. 13. Os arquivos privados identificados como de interesse público e social não
poderão ser alienados com dispersão ou perda da unidade documental, nem transferidos
para o exterior.
Parágrafo único. Na alienação desses arquivos o Poder Público exercerá preferência na
aquisição.
Art. 14. O acesso aos documentos de arquivos privados identificados como de interesse
público e social poderá ser franqueado mediante autorização de seu proprietário ou
possuidor.
Art. 15. Os arquivos privados identificados como de interesse público e social poderão
ser depositados a título revogável, ou doados a instituições arquivísticas públicas.
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 104
Disposições Finais
Art. 25. Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma da
legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor permanente
ou considerado como de interesse público e social.
Art. 26. Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), órgão vinculado ao
Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, como órgão central de um
Sistema Nacional de Arquivos (Sinar).
§ 1º O Conselho Nacional de Arquivos será presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo
Nacional e integrado por representantes de instituições arquivísticas e acadêmicas,
públicas e privadas.
§ 2º A estrutura e funcionamento do conselho criado neste artigo serão estabelecidos
em regulamento.
Art. 27. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 28. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 8 de janeiro de 1991; 170º da Independência e 103º da República.
FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 9.1.1991.
Decreto nº 3.505/2000
Decreto nº 4.553/2002
III - lavratura anual de termo de inventário, pelo órgão ou entidade expedidores e pelo
órgão ou entidade receptores; e
IV - lavratura de termo de transferência, sempre que se proceder à transferência de sua
custódia ou guarda.
Parágrafo único. O termo de inventário e o termo de transferência serão elaborados de
acordo com os modelos constantes dos Anexos I e II deste Decreto e ficarão sob a
guarda de um órgão de controle.
Art. 19. O documento ultra-secreto é, por sua natureza, considerado DSC, desde sua
classificação ou reclassificação.
Parágrafo único. A critério da autoridade classificadora ou autoridade hierarquicamente
superior competente para dispor sobre o assunto, o disposto no caput pode-se aplicar
aos demais graus de sigilo.
Seção III
Da Marcação
Art. 20. A marcação, ou indicação do grau de sigilo, deverá ser feita em todas as páginas
do documento e nas capas, se houver.
§ 1º As páginas serão numeradas seguidamente, devendo cada uma conter, também,
indicação do total de páginas que compõem o documento.
§ 2º O DSC também expressará, nas capas, se houver, e em todas as suas páginas, a
expressão "Documento Sigiloso Controlado (DSC)" e o respectivo número de controle.
Art. 21. A marcação em extratos de documentos, rascunhos, esboços e desenhos
sigilosos obedecerá ao prescrito no art. 20.
Art. 22. A indicação do grau de sigilo em mapas, fotocartas, cartas, fotografias, ou em
quaisquer outras imagens sigilosas obedecerá às normas complementares adotadas
pelos órgãos e entidades da Administração Pública.
Art. 23. Os meios de armazenamento de dados ou informações sigilosos serão marcados
com a classificação devida em local adequado.
Parágrafo único. Consideram-se meios de armazenamento documentos tradicionais,
discos e fitas sonoros, magnéticos ou ópticos e qualquer outro meio capaz de armazenar
dados e informações.
Seção IV
Da Expedição e da Comunicação de Documentos Sigilosos
Art. 24. Os documentos sigilosos em suas expedição e tramitação obedecerão às
seguintes prescrições:
I - serão acondicionados em envelopes duplos;
II - no envelope externo não constará qualquer indicação do grau de sigilo ou do teor do
documento;
III - no envelope interno serão apostos o destinatário e o grau de sigilo do documento,
de modo a serem identificados logo que removido o envelope externo;
IV - o envelope interno será fechado, lacrado e expedido mediante recibo, que indicará,
necessariamente, remetente, destinatário e número ou outro indicativo que identifique o
documento; e
V - sempre que o assunto for considerado de interesse exclusivo do destinatário, será
inscrita a palavra pessoal no envelope contendo o documento sigiloso.
Art. 25. A expedição, condução e entrega de documento ultra-secreto, em princípio, será
efetuada pessoalmente, por agente público autorizado, sendo vedada a sua postagem.
Parágrafo único. A comunicação de assunto ultra-secreto de outra forma que não a
prescrita no caput só será permitida excepcionalmente e em casos extremos, que
requeiram tramitação e solução imediatas, em atendimento ao princípio da oportunidade
e considerados os interesses da segurança da sociedade e do Estado.
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 113
Art. 26. A expedição de documento secreto, confidencial ou reservado poderá ser feita
mediante serviço postal, com opção de registro, mensageiro oficialmente designado,
sistema de encomendas ou, se for o caso, mala diplomática.
Parágrafo único. A comunicação dos assuntos de que trata este artigo poderá ser feita
por outros meios, desde que sejam usados recursos de criptografia compatíveis com o
grau de sigilo do documento, conforme previsto no art. 42.
Seção V
Do Registro, da Tramitação e da Guarda
Art. 27. Cabe aos responsáveis pelo recebimento de documentos sigilosos:
I - verificar a integridade e registrar, se for o caso, indícios de violação ou de qualquer
irregularidade na correspondência recebida, dando ciência do fato ao seu superior
hierárquico e ao destinatário, o qual informará imediatamente ao remetente; e
II - proceder ao registro do documento e ao controle de sua tramitação.
Art. 28. O envelope interno só será aberto pelo destinatário, seu representante
autorizado ou autoridade competente hierarquicamente superior.
Parágrafo único. Envelopes contendo a marca pessoal só poderão ser abertos pelo
próprio destinatário.
Art. 29. O destinatário de documento sigiloso comunicará imediatamente ao remetente
qualquer indício de violação ou adulteração do documento.
Art. 30. Os documentos sigilosos serão mantidos ou guardados em condições especiais
de segurança, conforme regulamento.
§ 1º Para a guarda de documentos ultra-secretos e secretos é obrigatório o uso de cofre
forte ou estrutura que ofereça segurança equivalente ou superior.
§ 2º Na impossibilidade de se adotar o disposto no § 1º, os documentos ultra-secretos
deverão ser mantidos sob guarda armada.
Art. 31. Os agentes responsáveis pela guarda ou custódia de documentos sigilosos os
transmitirão a seus substitutos, devidamente conferidos, quando da passagem ou
transferência de responsabilidade.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo aos responsáveis pela guarda ou
custódia de material sigiloso.
Seção VI
Da Reprodução
Art. 32. A reprodução do todo ou de parte de documento sigiloso terá o mesmo grau de
sigilo do documento original.
§ 1º A reprodução total ou parcial de documentos sigilosos controlados condiciona-se à
autorização expressa da autoridade classificadora ou autoridade hierarquicamente
superior competente para dispor sobre o assunto.
§ 2º Eventuais cópias decorrentes de documentos sigilosos serão autenticadas pelo
chefe da Comissão a que se refere o art. 35 deste Decreto, no âmbito dos órgãos e
entidades públicas ou instituições de caráter público.
§ 3º Serão fornecidas certidões de documentos sigilosos que não puderem ser
reproduzidos devido a seu estado de conservação, desde que necessário como prova em
juízo.
Art. 33. O responsável pela produção ou reprodução de documentos sigilosos deverá
providenciar a eliminação de notas manuscritas, tipos, clichês, carbonos, provas ou
qualquer outro recurso, que possam dar origem a cópia não-autorizada do todo ou parte.
Art. 34. Sempre que a preparação, impressão ou, se for o caso, reprodução de
documento sigiloso for efetuada em tipografias, impressoras, oficinas gráficas ou similar,
essa operação deverá ser acompanhada por pessoa oficialmente designada, que será
responsável pela garantia do sigilo durante a confecção do documento, observado o
disposto no art. 33.
Seção VII
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 114
Art. 43. Entende-se como oficial o uso de código, cifra ou sistema de criptografia no
âmbito de órgãos e entidades públicos e instituições de caráter público.
Parágrafo único. É vedada a utilização para outro fim que não seja em razão do serviço.
Art. 44. Aplicam-se aos programas, aplicativos, sistemas e equipamentos de criptografia
todas as medidas de segurança previstas neste Decreto para os documentos sigilosos
controlados e os seguintes procedimentos:
I - realização de vistorias periódicas, com a finalidade de assegurar uma perfeita
execução das operações criptográficas;
II - manutenção de inventários completos e atualizados do material de criptografia
existente;
III - designação de sistemas criptográficos adequados a cada destinatário;
IV - comunicação, ao superior hierárquico ou à autoridade competente, de qualquer
anormalidade relativa ao sigilo, à inviolabilidade, à integridade, à autenticidade, à
legitimidade e à disponibilidade de dados ou informações criptografados; e
V - identificação de indícios de violação ou interceptação ou de irregularidades na
transmissão ou recebimento de dados e informações criptografados.
Parágrafo único. Os dados e informações sigilosos, constantes de documento produzido
em meio eletrônico, serão assinados e criptografados mediante o uso de certificados
digitais emitidos pela Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
Art. 45. Os equipamentos e sistemas utilizados para a produção de documentos com
grau de sigilo ultra-secreto só poderão estar ligados a redes de computadores seguras, e
que sejam física e logicamente isoladas de qualquer outra.
Art. 46. A destruição de dados sigilosos deve ser feita por método que sobrescreva as
informações armazenadas. Se não estiver ao alcance do órgão a destruição lógica,
deverá ser providenciada a destruição física por incineração dos dispositivos de
armazenamento.
Art. 47. Os equipamentos e sistemas utilizados para a produção de documentos com
grau de sigilo secreto, confidencial e reservado só poderão integrar redes de
computadores que possuam sistemas de criptografia e segurança adequados a proteção
dos documentos.
Art. 48. O armazenamento de documentos sigilosos, sempre que possível, deve ser feito
em mídias removíveis que podem ser guardadas com maior facilidade.
CAPÍTULO VI
DAS ÁREAS E INSTALAÇÕES SIGILOSAS
Art. 49. A classificação de áreas e instalações será feita em razão dos dados ou
informações sigilosos que contenham ou que no seu interior sejam produzidos ou
tratados, em conformidade com o art. 5º.
Art. 50. Aos titulares dos órgãos e entidades públicos e das instituições de caráter
público caberá a adoção de medidas que visem à definição, demarcação, sinalização,
segurança e autorização de acesso às áreas sigilosas sob sua responsabilidade.
Art. 51. O acesso de visitas a áreas e instalações sigilosas será disciplinado por meio de
instruções especiais dos órgãos, entidades ou instituições interessados.
Parágrafo único. Para efeito deste artigo, não é considerado visita o agente público ou o
particular que oficialmente execute atividade pública diretamente vinculada à elaboração
de estudo ou trabalho considerado sigiloso no interesse da segurança da sociedade e do
Estado.
CAPÍTULO VII
DO MATERIAL SIGILOSO
Seção I
Das Generalidades
Art. 52. O titular de órgão ou entidade pública, responsável por projeto ou programa de
pesquisa, que julgar conveniente manter sigilo sobre determinado material ou suas
Curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência 116
Art. 60. Aos órgãos e entidades públicos, bem como às instituições de caráter público, a
que os contratantes estejam vinculados, cabe providenciar para que seus fiscais ou
representantes adotem as medidas necessárias para a segurança dos documentos ou
materiais sigilosos em poder dos contratados ou subcontratados, ou em curso de
fabricação em suas instalações.
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 61. O disposto neste Decreto aplica-se a material, área, instalação e sistema de
informação cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Art. 62. Os órgãos e entidades públicos e instituições de caráter público exigirão termo
de compromisso de manutenção de sigilo dos seus servidores, funcionários e
empregados que direta ou indiretamente tenham acesso a dados ou informações
sigilosos.
Parágrafo único. Os agentes de que trata o caput deste artigo comprometem-se a, após
o desligamento, não revelar ou divulgar dados ou informações sigilosos dos quais
tiverem conhecimento no exercício de cargo, função ou emprego público.
Art. 63. Os agentes responsáveis pela custódia de documentos e materiais e pela
segurança de áreas, instalações ou sistemas de informação de natureza sigilosa
sujeitam-se às normas referentes ao sigilo profissional, em razão do ofício, e ao seu
código de ética específico, sem prejuízo de sanções penais.
Art. 64. Os órgãos e entidades públicos e instituições de caráter público promoverão o
treinamento, a capacitação, a reciclagem e o aperfeiçoamento de pessoal que
desempenhe atividades inerentes à salvaguarda de documentos, materiais, áreas,
instalações e sistemas de informação de natureza sigilosa.
Art. 65. Toda e qualquer pessoa que tome conhecimento de documento sigiloso, nos
termos deste Decreto fica, automaticamente, responsável pela preservação do seu sigilo.
Art. 66. Na classificação dos documentos será utilizado, sempre que possível, o critério
menos restritivo possível.
Art. 67. A critério dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal serão expedidas
instruções complementares, que detalharão os procedimentos necessários à plena
execução deste Decreto.
Art. 68. Este Decreto entra em vigor após quarenta e cinco dias da data de sua
publicação.
Art. 69. Ficam revogados os Decretos nºs 2.134, de 24 de janeiro de 1997, 2.910, de 29 de
dezembro de 1998, e 4.497, de 4 de dezembro de 2002.
Brasília, 27 de dezembro de 2002; 181º da Independência e 114º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Pedro Parente
Alberto Mendes Cardoso
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 30.12.2002.
Decreto nº 5.301/2004
Lei nº 11.111/2005