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O obstáculo com que se defrontou, inicialmente, o núcleo anarquista foi o da organização para o

trabalho. Os componentes da imigração vinham precedidos de vocações profissionais, afirmadas


em tradições seculares. Giovanni Rossi pressentia naquele instante que até mesmo lavradores
sentiriam dificuldades, acostumados a outro tipo de solo. O caso dos artes ãos se tornava ainda
mais complicado, sendo que a solução encontrada foi justamente dar-lhes tarefas
aproximadamente similares às suas profissões. Concluídas as habitações individuais e coletivas,
dividido racionalmente o trabalho, entre o contingente de mais de 150 pessoas, os anarquistas se
depararam com um fato real: o milho, produto ideal para o cultivo naquelas circunstâncias, não
nasce da noite para o dia. No começo, tiveram condições de subsistirem e laborarem a terra
graças ao dinheiro que trouxeram, aos instrumentos de trabalho que adquiriram e à compra de
sementes e mantimentos. No entanto, viram-se obrigados, mais tarde, a procurar tarefas que lhes
proporcionassem o sustento até que pudessem viver tão somente das atividades do núcleo. Os
anarquistas concentrados, uns na lavoura, outros em empreitadas contratadas junto ao governo
para a construção da estrada de rodagem Serrinha-Santa Bárbara, recebiam salários semanais
que auxiliavam os companheiros da Colônia. No suor de cada dia, os anarquistas plantaram mais
de oitenta alqueires de chão, na área em que lhe foi cedida, mais dez quilômetros de estrada
construíram, em época onde inexistiam possantes máquinas, nem tratores, muito menos
guindastes de transporte de terras para ajudar. Um barracão coletivo, vinte barracões individuais,
celeiros, casa da escola, moinho de fubá, tanque de peixes, pavilhão coletivo, que também servia
de consultório médico, viveiro de mudas, poços, valos, pomar de pêras, estábulos, grande lavoura
de milho, tudo denunciava dinamismo. Proporcionalmente ao suor do trabalho cresceu o respeito
recíproco e puderam as famílias, na colônia e fora dela, assentar profundas raízes de solidariedade
humana.

Fim da colônia

Giovanni Rossi chegou a atribuir o fim da Colônia à existência da família como unidade
social. Em suas palavras: "(...) o pior é a família. (...) No seio do parentesco,
ordinariamente, os defeitos são tolerados, os quais, ao contrário, se condenam
acerbamente nos outros". Para ele, enquanto o núcleo familiar não fosse dissolvido,
não seria possível constituir uma sociedade verdadeiramente livre. No relatório que
elaborou antes de sua saída, ele reforçou esse pensamento: "Estamos convencidos de
que só quando a molécula doméstica - a família - estiver decomposta nos seus átomos
constituintes a propriedade dos meios de produção voltará ao clã, mas o clã será o
gênero humano. Sem oposições (...) à completa autonomia individual, só então
corresponderá necessariamente a solidariedade econômica e a liberdade política, o que
para nós é como dizer: comunismo e anarquia".

Independentemente das razões que levaram ao fim da Colônia, Rossi registrou


também a questão mais relevante sobre os quatro anos da experiência: "As nossas
fadigas, as privações, os tormentos morais causados pelo temor do insucesso,
serviram para alguma coisa?" Ele próprio respondeu à questão, revelando total
convicção: "[Os preceitos anarquistas] são hoje praticáveis por toda a velha sociedade
burguesa. A humanidade de hoje, apesar de todos os defeitos congênitos que possui e
que desenvolveu na vida social, pode viver em comunismo e anarquia

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