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Apontam-se casos que parecem constituir exceções. Daí o propósito das considerações
deste artigo.
1. Indissolubilidade e Divórcio
Mc 10, 11 s: "Todo aquele que repudiar sua mulher e esposar outra, comete adultério contra a
primeira; e, se essa repudiar o seu ma comete adultério".
Lc 16, 18: "Todo aquele que repudiar a sua mulher e esposar outra, comete adultério, e
quem esposar uma repudiada por seu marido comete adultério”.
1 Cor 7, 10s: "Quanto àqueles que estão casados, ordeno não mas o Senhor: a mulher não
se separe do marido; se, porém, se separar, não se case de novo, ou reconcilie-se com o marido; e o
marido não repudie a esposa".
Mt 5, 31s: "Eu vos digo: todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por motivo de
pornéia, faz que ela adultere, e aquele que se casa com a repudiada, comete adultério". O mesmo
ocorre em Mt 19, 9.
Como se vê, em Mc, Lc e 1 Cor a recusa de segundas núpcias é peremptória; não se admite
exceção nem mesmo em favor da parte repudiada, que pode ser vítima inocente; as razões pessoais,
subjetivas E sentimentais não vêm ao caso. Trata-se de impossibilidade objetiva, derivada da ordem
dos valores, independente de culpa ou não culpa do: contraentes. Com outras palavras: essa
indissolubilidade não está ligada ao comportamento de esposo e esposa, comportamento para o qual
Se poderia pleitear misericórdia e perdão. O matrimônio, por sua índole mesma, é indissolúvel;
quem o contrai, deve sabê-lo de antemão; Jesus mesmo diz: "O que Deus uniu, o homem não o deve
separar" (Mt 19,6)
Acontece, porém, que no texto de Mt 5,32s e Mt 19,9 Jesus parece admitir urna exceção, a
saber:..- no caso em que haja pornéia. Como entender esta palavra?
Notemos que os textos de Mc, Lc e 1 Cor são peremptórios e, além disto, são anteriores ao
de Mateus (Mateus grego que hoje temos deve datar de 80 aproximadamente, o que é posterior a
Mc, Lc e 1 Cor), disto se segue que é pouco provável que os três tenham eliminado uma cláusula
restritiva de Jesus; é mais verossímil que o tradutor do Evangelho de Mateus aramaico para o grego
tenha acrescentado a cláusula.. Ele o terá feito em vista de uma problemática oriunda em
comunidades de maioria judeo-cristã (como eram as comunidades às quais se destina o Evangelho
segundo Mateus). Qual terá sido essa problemática? Deve-se depreender do sentido da palavra
grega pornéia.
2) Mais acertado é dizer que pornéia corresponde ao aramaico zenut, que tinha
o sentido de prostituição ou união ilegítima. Os rabinos chamavam zenut todo tipo de
união incestuosa devida a um grau de parentesco tornado ilícito pela Lei de Moisés. Com
efeito, o capítulo 18 do Levítico enumera, entre outros, os seguintes impedimentos
matrimoniais: "Não descobrirás a nudez da mulher do teu irmão, pois é a própria nudez de
teu irmão" (Lv 18, 16). Isto é: o viúvo não se case com uma cunhada solteira. "Não
descobrirás a nudez de uma mulher e de sua filha, não tomarás a filha do seu filho, nem a
filha de sua filha, para lhes descobrir a nudez- Elas são a tua própria carne; isto seria um
incesto" (Lv 18, 17).
Uniões desse tipo e outras enumeradas em Lv 18 podiam ser legalmente contraídas entre
pagãos anteriormente à sua conversão ao Cristianismo- Uma vez feitos cristãos, tais fiéis de origem
grega deviam suscitar dificuldades aos judeo-cristãos legalistas de suas comunidades cristãs- Daí a
cláusula de Mt 5, 32s e 19, 9, que permitia dissolver tais uniões que a Lei de Moisés considerava
ilegítimas. Essa cláusula terá correspondido a uma decisão de comunidades compostas, em maioria,
por judeo-cristãos, a fim de preservar a boa paz entre eles e os cristãos provenientes do paganismo-
Deve ter tido vigência geográfica e cronologicamente limitada (enquanto houvesse tais judeo-
cristãos legalistas na Igreja); assemelha-se às cláusulas de Tiago adotadas em caráter provisório
pelo Concílio de Jerusalém em 49; cf. At 15, 23-29-
Esta explicação de Mt 5, 32s e 19, 9, como se vê, não afeta o caráter indissolúvel do matrimônio tal
como proposto por Jesus em Mc, Lc e 1 Cor.
Em 1Cor 7, 15 São Paulo considera o caso de dois pagãos unidos pelo vínculo natural; se
um deles se converte à fé católica e o(a) consorte pagã(o) lhe torna difícil a vida conjugal, o
Apóstolo autoriza a parte católica a separar-se para contrair novas núpcias, contanto que o faça com
um irmão ou uma irmã na fé. Antes, porém, da separação; é necessário interpelar aparte não
batizada, perguntando-lhe se quer receber o Batismo ou se, pelo menos, aceita coabitar
pacificamente com a parte batizada, sem ofensas ao Criador. Isto se explica pelo fato de que; para o
fiel católico, o matrimônio sacramental é obrigatório; ou ele o contrai com o cônjuge pagão ou, se
este não o propicia, contrai-o com uma pessoa católica. Cf. cânones 1143-47.
O privilégio da fé é como que uma extensão do anterior. Como dito, a Igreja não pode
dissolver um casamento sacramental validamente contraído e consumado. Há, porém, uniões
matrimoniais não sacramentais entre pessoas não batizadas- Suponhamos que alguma dessas uniões
fracasse: em conseqüência, uma das duas partes (convertida ao Catolicismo ou não) quer contrair
novas núpcias com uma pessoa católica, habilitada a receber o sacramento do matrimônio- Esta
pessoa católica pode então recorrer à Santa Sé e pedir a dissolução do vínculo natural do(a) seu(sua)
pretendente, assim como' a eventual dispensa do impedimento de disparidade de culto (caso se trate
de um judeu, um muçulmano, um budista...); realiza-se então a cerimônia do casamento católico.
Está claro; porém, que os cônjuges que se separam, deverão prover à subsistência e à educação
(católica, se possível) dos respectivos filhos.
O privilégio petrino ou da fé tem especial aplicação nos países em que vigora a poligamia.
Se o homem não batizado que tenha simultaneamente várias esposas não batizadas, receber o
Batismo na Igreja Católica -poderá escolher a mulher que preferir, e deverá casar-se com ela na
Igreja (observadas as prescrições relativas a matrimônio de disparidade de culto, se for o caso). O
mesmo vale para a mulher não batizada que tenha simultaneamente vários maridos não batizados. É
evidente, porém, que o homem que se converte, tem que prover às necessidades das esposas
afastadas, segundo as normas da justiça e da caridade; cf. cânon 1148.
Este caso pode ocorrer; todavia não é fácil comprovar que não houve consumação carnal
do matrimônio. O cânon n° 1061 observa que a consumação do matrimônio deve ser praticada
humano modo, isto é, de modo livre e normal; na hipótese contrária, não se pode falar de
consumação. A exigência de modo humano é muito oportuna, pois exclui os casos de inseminação
artificial (mesmo que desta nasça uma criança); exclui também os casos em que a esposa é
constrangida ou colhida num momento de transtorno mental provisório. Outrora julgava-se que o
matrimônio estaria consumado e feito indissolúvel mesmo que a esposa, recusando por medo iniciar
a vida sexual, fosse violentada.
Tem-se colocado com insistência a questão: um casal de divorciados unidos apenas por um
contrato civil não poderia receber os sacramentos, especialmente a Comunhão Eucarística?
Multiplicam-se tais casos, as núpcias civis parecem levar dois interessados à harmonia de um
autêntico casal vinculado por amor sincero. Por que lhes negar o acesso aos sacramentos?
Tal questionamento toca um ponto delicado da Moral Católica. Com efeito; o sacramento
do matrimônio é indissolúvel; por isto qualquer nova união contraída por um dos cônjuges enquanto
o outro ainda vive é tida como violação ilícita do vínculo sacramental, violação que gera um estado
de vida contrário à Lei de Deus e, por isto, não habilitado para receber a Eucaristia.
Esta norma não tem, de forma alguma, um caráter punitivo ou discriminatório para com os
divorciados novamente casados, mas exprime antes uma situação objetiva que, por si, torna
impossível o acesso à Comunhão Eucarística. Não podem ser admitidos, já que o seu estado e
condições de vida contradizem objetivamente àquela união de amor entre Cristo e a Igreja,
significada e atuada na Eucaristia. Há, além disso, um outro peculiar motivo pastoral. se se
admitissem estas pessoas à Eucaristia; os fiéis seriam induzidos em erro e confusão acerca da
doutrina; da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio.
Com outras palavras: os divorciados que vivem nova união não sacramental, podem ter
acesso aos sacramentos, inclusive à Eucaristia, caso se disponham a viver sob o mesmo teto como
irmão e irmã ou abstendo-se de relações sexuais. Desde que cumpram esta condição, procurem os
sacramentos numa igreja em que não são conhecidos a fim de evitar mal-entendidos e escândalos
por parte dos fiéis.
Em sua Exortação Apostólica Familiaris Consortio n° 84, o Papa João Paulo li, em tom
muito pastoral, refere-se à problemática: "Juntamente com o Sínodo exorto vivamente os pastores e
a inteira comunidade dos fiéis a ajudar os divorciados, promovendo com caridade solícita que eles
não se considerem separados da Igreja, podendo, e melhor devendo, enquanto batizados, participar
na sua vida. Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a freqüentar o Sacrifício da Missa, a
perseverar na oração, a incrementaras obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor de
justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim
implorarem, dia a dia, a graça de Deus. Reze por eles a Igreja, encoraje-os, mostre-se mãe
misericordiosa e sustente-os na fé e na esperança".
A Igreja tem consciência de que a sua legislação relativa ao matrimonio e exigente; mas ela
também sabe que, assim procedendo, ela está guardando fidelidade a Cristo e contribuindo para o
bem da humanidade, já que a Ética não se decide pelo comportamento da maioria, mas tem
princípios perenes, que garantem a dignidade e o verdadeiro bem-estar da humanidade.
Há determinadas condições que tornam o ato da celebração sem efeito. Ou seja, alguns
casamentos são nulos ou inválidos apesar de terem sido celebrados. Os cânones 1083-1094 do Código de
Direito Canônico são dedicados a essa matéria.
O homem que não tenha ainda 16 anos completos e a mulher antes que tenha 14 anos completos não
podem contrair matrimônio válido.
É a impossibilidade física ou psíquica de se ter uma relação completa com o próprio cônjugue. Para que
se torne nulo, é necessário que a impotência sexual seja antecedente ao matrimônio e perpétua. A
esterilidade não impede que o matrimônio seja válido.
Obs: Só a impotência anormal é impedimento que invalida o matrimônio. Ao dizer "anormal" quer
indicar-se que a impotência devido à idade (que é algo normal) não configura um impedimento. Portanto,
o casamento de idosos é válido.
Tenta invalidamente contrair matrimônio quem está ligado pelo vínculo de matrimônio anterior, mesmo
que esse matrimônio não tenha sido consumado.
É inválido o matrimônio entre 2 pessoas, uma das quais católicas, e outra não batizada, que tenha sido
celebrado sem a devida dispensa do impedimento.
Obs: Não se recomenda, mas um católico pode casar validamente com um não católico batizado, pedindo
a dispensa do impedimento. Se não pede a dispensa, o matrimônio é válido mas ilícito, ou seja, comete
uma infração. E se é consciente disso, comete um pecado. Porém, se o cônjugue não é batizado e não se
pede a dispensa, o matrimônio é ilícito e inválido (nulo).
É nulo o matrimônio de sacerdote, diácono celibatário e diácono permanente e de religiosos ligados por
voto público perpétuo de castidade, que seja realizado sem a devida dispensa da Igreja.
Se um dos dois é sequestrado a fim de realizar o casamento, não pode existir matrimônio válido
enquanto permanecer a situação de rapto.
É inválido o casamento de quem, com o intuito de contrair matrimônio com determinada pessoa, matar o
cônjugue dessa pessoa ou o próprio cônjugue.
É nulo o matrimônio entre pais e filhos, avós e netos e irmãos e irmãs. Sem a dispensa da Igreja, é nulo
também o matrimônio entre tios e sobrinhos e entre primeiros primos (de primeiro grau).
É inválido o matrimônio entre um dos dois e os ascendentes e descendentes do outro. Ou seja, é inválido
o casamento do viúvo com sogro, sogra, enteado, enteada.
É nulo o casamento entre o adotante e o adotado, ou entre um destes e os parentes próximos do outro.
São incapazes de contrair matrimônio: 1- os que não têm suficiente uso da razão; 2- os que têm grave
falta de discrição de juízo a respeito dos direitos e obrigações essenciais do matrimônio, que se devem
mutuamente dar e receber; 3- os que são incapazes de assumir as obrigações essenciais do matrimônio,
por causa de natureza psíquica.
Obs: Não tem uso da razão: os débeis mentais, os que sofrem algum transtorno mental quando vão
prestar o consentimento matrimonial (Ex: bebedeira), etc. Incapazes de assumir as obrigações
matrimoniais: Como pode acontecer em casos de alcoolismo, toxicomania, homossexualismo crônico e
outras anomalias análogas.
Ocorre quando alguém pensa que está casado com uma pessoa, quando na realidade se trata de outra.
Ocorre quando alguém é enganado por dolo perpetrado por outro, a fim de obter o consentimento
matrimonial, a respeito de alguma qualidade pessoal que não existe, cuja falta, possa pertubar
gravemente o consórcio da vida conjugal.
Obs: Por exemplo: ocultar a esterilidade, o matrimônio civil ou a gravidez anterior ao casamento.
A exclusão voluntária e consciente de filhos ou a firme vontade de não viver até a morte o matrimônio, o
torna inválido.
Obs: Em outras palavras: Quando, pelo menos, um dos cônjugues finge que assume todas as obrigações
do matrimônio, mas se determina a não cumprir uma delas. Por exemplo: se casa já com a intenção de
não ter filhos, ou com a intenção de realizar um futuro divórcio.
É inválido o matrimônio contraído por violência ou por medo grave proveniente de causa externa, ainda
que não dirigido para extorquir o consentimento, quando, para dele se livrar, alguém se veja obrigado a
contrair matrimônio.