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Oficina de Língua Portuguesa: Descritores de Língua Portuguesa

Facilitadora: Prof. Giselma Alves

Tudo depende de mim!!!

Levanto de manhã pensando no que devo fazer antes do relógio marque


meia-noite.
É minha função que tipo de dia eu vou ter hoje.
-Posso reclamar porque está chovendo... ou agradecer ás águas por
lavarem a poluição e por renovar o ciclo das flores, das frutas.
-Posso ficar triste por não ter dinheiro... ou me sentir encorajado para
administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
-Posso reclamar sobre minha saúde... ou dar graças por estar vivo.
-Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria... ou posso ser grato
por ter nascido.
-Posso reclamar por ter que ir trabalhar... ou agradecer por ter trabalho.
-Posso sentir tédio com as tarefas de casa... ou agradecer a Deus por ter teto para morar.
-Posso lamentar decepções com amigos... ou me entusiasmar com a possibilidade de novas
amizades.
-Se as coisas não saírem como planejei, posso ficar feliz por ter o hoje para recomeçar.
-O dia esta na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode
dar forma.
“TUDO DEPENDE SÓ DE MIM”

O Ensino da Língua Portuguesa

As pesquisas e práticas pedagógicas sobre o ensino da leitura e da escrita que tiveram lugar nos
últimos anos indicam a impossibilidade de conceber o ensino de Língua Portuguesa somente como um
processo de apropriação de um código. A escrita é um sistema de representação da linguagem e,
portanto, é preciso compreendê-la na sua multiplicidade de funções e na sua forma de comunicação por
meio dos textos. Mais do que nunca, o desafio da educação continua sendo tornar o estudante
competente para que possa ler e entender aquilo que está registrado no mundo, nas diferentes situações
de comunicação e nas diferentes tarefas de interlocução em que, como cidadãos, estamos inseridos.
Este desafio implica em desenvolver práticas sociais que envolvam a forma escrita da língua e,
também, em colocar o aluno em contato sistemático com o papel de leitor e escritor, compartilhando a
multiplicidade de finalidades que a leitura e a escrita possuem: ler por prazer, para se divertir, para
buscar alguma informação específica, para compartilhar emoções com outros, para

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recomendar; escrever para expressar as ideias, para organizar os pensamentos, para
aprender mais, para registrar e conservar como memória, para informar, para expressar sentimentos,
para se comunicar à distância, para influenciar os outros. Neste sentido, a escola deve organizar o
ensino para formar alunos praticantes da língua no sentido mais amplo, ou seja, formá-los para que
saibam produzir e interpretar textos de uso social: orais e escritos.
A língua escrita deve ser apresentada na escola da mesma forma que é organizada na vida
cotidiana, ou seja, por práticas sociais de leitura e escrita. E, portanto, no âmbito escolar, o ensino deve
se embasar tanto quanto possível em situações reais que contextualizem a leitura e a escrita. Se
quisermos ensinar os alunos a atribuírem sentido aos textos que leem e a escreverem bons e
compreensíveis textos, devemos considerar a cultura que os alunos já trazem de fora da escola, as
práticas sociais da leitura e da escrita e os comportamentos sociais de leitor e escritor. Isto é, conhecer
os problemas reais que um leitor e um escritor enfrentam no dia a dia: o que e como escrever, como
usar os diferentes textos, como oscilar nos movimentos que animam os textos. Muito mais do que uma
técnica, o que se quer ensinar aos alunos é uma atitude social e cultural diante da leitura e da escrita.
Afinal, saber comunicar-se apropriadamente por escrito e dominar as possibilidades de uso dos textos é
condição essencial para uma plena participação no mundo da cultura escrita.
Por isso, faz parte do processo de aquisição da língua a apropriação da leitura e da escrita como
instrumentos fundamentais de crescimento pessoal e inserção social.
Na perspectiva de conhecer, efetivamente, como a escola desempenha esta função precípua,
o MEC propõe a avaliação da Educação Básica como um novo paradigma para oferecer condições de
um conhecimento de como estamos formando nossos alunos, do que nossos estudantes realmente
dominam na área específica de língua.
Há neste aspecto uma diferença fundamental entre o que se avalia neste processo e o
que se ensina na escola. Ou seja, a avaliação verifica uma parte importante do
conhecimento que o estudante deve desenvolver ao longo da escolarização: a competência leitora.
Entretanto, como vimos acima, o domínio da língua pressupõe não só o desenvolvimento da capacidade
de leitura, mas também a proficiência na escrita e o conhecimento das diferentes funções comunicativas
dos textos. Por isso, é preciso que nós, professores, tenhamos consciência do que é avaliado em uma
prova desta natureza e da amplitude que nosso currículo escolar deve ter, o que pode ser percebido ao
se entender as diferenças fundamentais entre os dois diferentes tipos de matrizes que veremos a seguir.
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QUESTÕES PARA ANÁLISE EM GRUPOS (Quinta a oitava)

Questão 1.

Feias, sujas e imbatíveis (Fragmento)


As baratas estão na Terra há mais de 200 milhões de anos, sobrevivem tanto no deserto
como nos pólos e podem ficar até 30 dias sem comer. Vai encarar?
Férias, sol e praia são alguns dos bons motivos para comemorar a chegada do verão e achar
que essa é a melhor estação do ano. E realmente seria, se não fosse por um único detalhe: as baratas.
Assim como nós, elas também ficam bem animadas com o calor. Aproveitam a aceleração de seus
processos bioquímicos para se reproduzirem mais rápido e ,claro, para passearem livremente por
todos os cômodos de nossas casas.
Nessa época do ano, as chances de dar de cara com a visitante indesejada, ao acordar durante
a noite para beber água ou ir ao banheiro, são três vezes maiores.
Revista Galileu. RJ : Globo, no. 151.Fev 2004, p.26

No trecho “Vai encarar?”, o ponto de interrogação tem o efeito de:

A) Apresentar C) desafiar
B) Avisar D) questionar

Questão 2

Os cerrados
Essas terras planas do planalto central escondem muitos riachos, rios e cachoeiras. Na
verdade, o cerrado é o berço das águas. Essas águas brotam das nascentes de brejos ou despencam

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de paredões de pedra. Em várias partes do cerrado brasileiro existem canyons com cachoeiras de
mais de cem metros de altura!
SALDANHA, P. Os cerrados. RJ. Ediouro, 2000

Os pantanais
O homem pantaneiro é muito ligado à terra em que vive. Muitos moradores não pretendem
sair da região. E não é pra menos: além das paisagens e do mais lindo pôr-do-sol do Brasil Central,
o Pantanal é um santuário de animais selvagens.. Um morador do Pantanal do rio Cuiabá, olhando
para um bando de aves, voando sobre veados e capivaras, exclamou: “O Pantanal parece com o
mundo no primeiro dia da criação.”
SALDANHA, P. Os pantanais. RJ> Ediouro. 1995
Os dois textos descrevem:
A) belezas naturais do Brasil Central
B) animais que habitam os pantanais
C) problemas que afetam os cerrados
D) rios cachoeiras de duas regiões

Questão 3

O PAVÃO
E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor 0 esplendor de suas cores; é um
luxo imperial. Mas andei lendo livros e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do
pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, com
em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o
mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor, seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor. Oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e
esplende e estremece e delira, em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz do teu olhar.
Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
BRAGA,Rubem. Ai de ti, Copacabana.
RJ.Record,1996, p.120

No segundo parágrafo do texto, a expressão ATINGIR O MÁXIMO DE MATIZES significa o


artista:
A) fazer refletir nas penas do pavão as cores do arco-íris
B) conseguir o maior número de tonalidades
C) fazer com que o pavão ostente suas cores
D) fragmentar a luz nas bolhas d’água

Questão 4

PARÁBOLA
Acredita-se que foram os gregos que usaram pela primeira vez o termo Parábola.
Você já deve ter visto, num jogo de futebol, a cobrança de escanteio, falta ou tiro de meta;
nesses lances, geralmente a bola faz uma curva semelhante a uma parábola.
Também é possível que, numa partida de basquete, você já tenha arremessado a bola ao
cesto e percebido que ela faz uma curva semelhante a uma parábola.
O formato de parábola também aparece quando esguichamos água com uma mangueira
inclinada.

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A parábola surge, então, para descrever muitas situações da vida real. Além disso, permite
inúmeras aplicações, como na Mecânica e na Ótica, sendo exemplos a antena parabólica e os faróis
dos carros.
A seguir, você vai estudar a relação existente entre essa curva especial chamada parábola e a
função polinominal de segundo grau ou função quadrática.

O texto tem por finalidade:


a) Criticar
b) Conscientizar
c)Denunciar
d)Informar

Questão 5.

Depois de um bom jantar: feijão com carne-seca, orelha de porco e couve com angu, arroz-
mole engordurado, carne de vento assada no espeto, torresmo
enxuto de toicinho da barriga, viradinho de milho verde e um prato de caldo de couve, jantar
encerrado por um prato fundo de canjica com torrões de açúcar, Nhô Tomé saboreou o café forte e
se estendeu na rede.
A mão direita sob a cabeça, à guisa de travesseiro, o indefectível cigarro
de palha entre as pontas do indicador e do polegar, envernizados pela fumaça, de unhas encanoadas
e longas, ficou-se de pança para o ar, modorrento, a olhar para as ripas do telhado.
Quem come e não deita, a comida não aproveita, pensava Nhô Tomé... E pôs-se a cochilar.
A sua modorra durou pouco; Tia Policena, ao passar pela sala, bradou assombrada:
— Êêh! Sinhô! Vai drumi agora? Não! Num presta... Dá pisadêra e póde morrê de ataque de
cabeça! Despois do armoço num far-má... mais despois da janta?!”

Cornélio Pires. Conversas ao pé do fogo. São Paulo:


Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1987.

Nesse trecho, extraído de texto publicado originalmente em 1921, o narrador

a. apresenta, sem explicitar juízos de valor, costumes da época, descrevendo os pratos servidos no
jantar e a atitude de Nhô Tomé e de Tia Policena.
b.desvaloriza a norma culta da língua porque incorpora à narrativa usos próprios da linguagem
regional das personagens.
c. condena os hábitos descritos, dando voz a Tia Policena, que tenta impedir Nhô Tomé de deitar-se
após as refeições.
d. utiliza a diversidade sociocultural e lingüística para demonstrar seu desrespeito às populações das
zonas rurais do início do século XX.
e. manifesta preconceito em relação a Tia Policena ao transcrever a fala dela com os erros próprios
da região.

Questão 6

No mundo dos sinais


Sob o sol de fogo, os mandacarus se erguem, cheios de espinhos. Mulungus e aroeiras expõem seus
galhos queimados e retorcidos, sem folhas, sem flores, sem frutos.
Sinais de seca brava, terrível! Clareia o dia. O boiadeiro toca o berrante, chamando os
companheiros e o gado. Toque de saída. Toque de estrada. Lá vão eles, deixando no estradão as
marcas de sua passagem.

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TV Cultura, Jornal do Telecurso.

A opinião do autor em relação ao fato comentado está em


(A) “os mandacarus se erguem” (C)”Sinais de seca brava, terrível!”
(B) “aroeiras expõem seus galhos” (D) “Toque de saída. Toque de entrada.”

Questão 7

Os textos a seguir foram extraídos de duas crônicas publicadas no ano em que a seleção brasileira
conquistou o tricampeonato mundial de futebol.

Os brasileiros portaram-se não apenas como técnicos ou profissionais, mas como brasileiros,
como cidadãos deste grande país, cônscios de seu papel de representantes de seu povo. Foi a própria
afirmação do valor do homem brasileiro, como salientou bem o presidente da República. Que o
chefe do governo aproveite essa pausa, esse minuto de euforia e de efusão patriótica, para meditar
sobre a situação do
país. (...) A realidade do Brasil é a explosão patriótica do povo ante a vitória na Copa.
Danton Jobim. Última Hora, 23/6/1970 (com
adaptações).

O que explodiu mesmo foi a alma, foi a paixão do povo: uma explosão incomparável de
alegria, de entusiasmo, de orgulho. (...) Debruçado em minha varanda de Ipanema, [um velho
amigo] perguntava: — Será que algum terrorista se aproveitou do delírio coletivo para adiantar um
plano seu qualquer, agindo com frieza e precisão? Será que, de outro lado, algum carrasco policial
teve ânimo para voltar a torturar sua vítima logo que o alemão apitou o fim do jogo?
Rubem Braga. Última Hora, 25/6/1970 (com
adaptações)

Avalie as seguintes afirmações a respeito dos dois textos e do período histórico em que
foram escritos.
I Para os dois autores, a conquista do tricampeonato mundial de futebol provocou uma
explosão de alegria popular.
II Os dois textos salientam o momento político que o país atravessava ao mesmo tempo em
que conquistava o tricampeonato.
III À época da conquista do tricampeonato mundial de futebol, o Brasil vivia sob regime
militar, que, embora politicamente autoritário, não chegou a fazer uso de métodos violentos contra
seus opositores.

É correto apenas o que se afirma em


A I. C III. E II e III
B II. D I e II.

Questão 8

Leia o seguinte trecho


“Não se conformou: devia haver engano. (...) Com certeza havia um erro no papel do
branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco,
entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo?
Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria? O patrão zangou-se, repeliu a insolência,
achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e
amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.

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Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91.ª ed. Rio de Janeiro:
Record, 2003.
No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de
regionalismo e de coloquialismo no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da
linguagem o seguinte trecho:
A “Não se conformou: devia haver engano” (ℓ.1).
B “e Fabiano perdeu os estribos” (ℓ.3).
C “Passar a vida inteira assim no toco” (ℓ.4).
D “entregando o que era dele de mão beijada!” (ℓ.4-5).
E “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou” (ℓ.11)

Questão9
Mente quieta, corpo saudável

A meditação ajuda a controlar a ansiedade e a aliviar a dor? Ao que tudo indica, sim. Nessas duas
áreas os cientistas encontraram as maiores evidências da ação terapêutica da meditação, medida em
dezenas de pesquisas. Nos últimos 24 anos, só a clínica de redução do estresse da Universidade de
Massachusetts monitorou 14 mil portadores de câncer, aids, dor crônica e complicações gástricas.
Os técnicos descobriram que, submetidos a sessões de meditação que alteraram o foco da sua
atenção, os pacientes reduziram o nível de ansiedade e diminuíram ou abandonaram o uso de
analgésicos.
Revista Superinteressante, outubro de 2003

O texto tem por finalidade


(A) criticar. (C) denunciar.
(B) conscientizar. (D) informar.

Questão 10
Sonho Impossível Não me importa saber
Se é terrível demais
Sonhar Quantas guerras terei que vencer
Mais um sonho impossível Por um pouco de paz
Lutar E amanhã se esse chão que eu beijei
Quando é fácil ceder For meu leito e perdão
Vencer o inimigo invencível Vou saber que valeu delirar
Negar quando a regra é vender E morrer de paixão
Sofrer a tortura implacável E assim, seja lá como for
Romper a incabível prisão Vai ter fim a infinita aflição
Voar num limite improvável E o mundo vai ver uma flor
Tocar o inacessível chão Brotar do impossível chão.
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo (J. Darione – M. Leigh – Versão de
Cravar esse chão Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra,
1972.)
A canção apresentam uma reflexão sobre o futuro da humanidade. É correto concluir que
(A) afirma que o homem é capaz de alcançar a paz.
(B) concorda que o desarmamento é inatingível.
(C) julga que o sonho é um desafio invencível.
(D) transmitem uma mensagem de otimismo sobre a paz.

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TEXTOS PARA SEGUNDA PARTE DO TRABALHO EM GRUPO

TEXTO 1.

Macacos ou humanos ?

TRÊS MACACOS SENTADOS NUM COQUEIRO DISCUTINDO SOBRE COISAS DE


QUE OUVIRAM DIZER ...
DISSE UM DELES PARA OS OUTROS :“ HÁ UM RUMOR DE QUE PODE SER
VERDADE QUE OS SERES HUMANOS DESCENDEM DA NOSSA RAÇA.
BEM, ESSA IDÉIA É UMA DESGRAÇA ! NENHUM MACACO JAMAIS
DESPROTEGEU SUA FÊMEA OU DEIXOU SEUS BEBÊS FAMINTOS OU ARRUINOU A
VIDA DELES.
E NUNCA SE OUVIU DIZER QUE ALGUMA MÃE MACACA TIVESSE DADO SEUS
FILHOS PARA OUTRA OU QUE ALGUMA DELAS TIVESSE PASSADO OS FILHOS DE
UMA PARA OUTRA MÃE, ATÉ QUE ELES IGNORASSEM DE QUEM REALMENTE ERAM
FILHOS.
HÁ TAMBÉM UMA OUTRA COISA QUE NUNCA FOI VISTA: MACACOS
CERCANDO UM COQUEIRO E DEIXANDO OS COCOS APODRECEREM, PROIBINDO
OUTROS MACACOS DE SE ALIMENTAREM, JÁ QUE SE A ÁRVORE FOSSE CERCADA A
FOME FARIA OUTROS MACACOS NOS ROUBAREM.
HÁ AINDA UMA OUTRA COISA QUE MACACOS JAMAIS FIZERAM: SAIR À
NOITE PARA ROUBAR, USANDO ARMA DE FOGO, PORRETES OU FACAS PARA TIRAR
A VIDA DE OUTOS MACACOS.
SIM, OS HUMANOS DESCENDEM DE UMA ESPÉCIE RUDE.
MAS, HUMANOS... COM CERTEZA ELES NÃO DESCENDEM DE NÓS...

TEXTO 2

O ouro da biotecnologia
Até os bebês sabem que o patrimônio natural do Brasil é imenso. Regiões como a
Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica – ou o que restou dela – são invejadas no mundo todo por
sua biodiversidade. Até mesmo ecossistemas como o do cerrado e o da caatinga têm mais riqueza
de fauna e flora do que se costuma pensar.
A quantidade de água doce, madeira, minérios e outros bens naturais é amplamente citada
nas escolas, nos jornais e nas conversas. O problema é que tal exaltação ufanista ("Abençoado por
Deus e bonito por natureza”) é diretamente proporcional à desatenção e ao desconhecimento que
ainda vigoram sobre essas riquezas.
Estamos entrando numa era em que, muito mais do que nos tempos coloniais (quando pau-
brasil, ouro, borracha etc. eram levados em estado bruto para a Europa), a exploração comercial da
natureza deu um salto de intensidade e refinamento. Essa revolução tem um nome: biotecnologia.
Com ela, a Amazônia, por exemplo, deixará em breve de ser uma enorme fonte “potencial" de
alimentos, cosméticos, remédios e outros subprodutos: ela o será de fato–e de forma sustentável.
Outro exemplo: os créditos de carbono, que terão de ser comprados do Brasil por países que poluem
mais do que podem, poderão significar forte entrada de divisas.
Com sua pesquisa científica carente, indefinição quanto à legislação e dificuldades nas
questões de patenteamento, o Brasil não consegue transformar essa riqueza natural em riqueza
financeira. Diversos produtos autóctones, como o cupuaçu, já foram registrados por estrangeiros –
que nos obrigarão a pagar pelo uso de um bem original daqui, caso queiramos(e saibamos) produzir
algo em escala com ele. Além disso, a biopirataria segue crescente.

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Até mesmo os índios deixam que plantas e animais sejam levados ilegalmente para o
exterior,onde provavelmente serão vendidos a peso de ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acorda
onde provavelmente serão vendidos a peso de ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acorda para a
nova realidade econômica global, ou continuará perdendo dinheiro como fruta no chão.
Daniel Piza. O Estado de S. Paulo.

TEXTO 3

O IMPÉRIO DA VAIDADE
Você sabe por que a televisão, a publicidade, o cinema e os jornais defendem os músculos
torneados, as vitaminas milagrosas, as modelos longilíneas e as academias de ginástica?
Porque tudo isso dá dinheiro. Sabe por que ninguém fala do afeto e do respeito entre duas
pessoas comuns, mesmo meio gordas, um pouco feias, que fazem piquenique na praia?
Porque isso não dá dinheiro para os negociantes, mas dá prazer para os participantes. O
prazer é físico, independentemente do físico que se tenha: namorar, tomar milk-shake, sentir o sol
na pele, carregar o filho no colo, andar descalço, ficar em casa sem fazer nada. Os melhores
prazeres são de graça - a conversa com o amigo, o cheiro do jasmim, a rua vazia de madrugada - , e
a humanidade sempre gostou de conviver com eles. Comer uma feijoada com os amigos, tomar uma
caipirinha no sábado também é uma grande pedida. Ter um momento de prazer é compensar muitos
momentos de desprazer. Relaxar, descansar, despreocupar-se, desligar-se da competição, da áspera
luta pela vida - isso é prazer.
Mas vivemos num mundo onde relaxar e desligar-se se tornou um problema. O prazer
gratuito, espontâneo, está cada vez mais difícil. O que importa, o que vale, é o prazer que se compra
e se exibe, o que não deixa de ser um aspecto da competição.
Estamos submetidos a uma cultura atroz, que quer fazer-nos infelizes, ansiosos, neuróticos.
As filhas precisam ser Xuxas, as namoradas precisam ser modelos que desfilam em Paris, os
homens não podem assumir sua idade.
Não vivemos a ditadura do corpo, mas seu contrário: um massacre da indústria e do
comércio. Querem que sintamos culpa quando nossa silhueta fica um pouco mais gorda, não porque
querem que sejamos mais saudáveis - mas porque, se não ficarmos angustiados, não faremos mais
regimes, não compraremos mais produtos dietéticos, nem produtos de beleza,
nem roupas e mais roupas. Precisam da nossa impotência, da nossa insegurança, da nossa angústia.
O único valor coerente que essa cultura apresenta é o narcisismo.
LEITE, Paulo Moreira. O império da vaidade. Veja, 23 ago. 1995. p. 79.

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