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NA COR-REDE-IRA DA VIDA
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Mestre em Psicologia Clinica e cultura pela Universidade de Brasília- UnB (2008). Graduado e licenciado em Psicologia pela
Universidade Paulista. Professor Adjunto de ética Geral e cultura Religiosa da UniEvangélica (Anápolis e Ceres - GO).
psimackill@hotmail.com
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relacionamentos e das interações humanas. Nas corredeiras da vida urbana noto que
inúmeros problemas são tratados de maneira apressada, isolada e individualista. As
soluções parecem ser únicas, e aplicadas ter um único curso. Desta forma não se pensa
em alternativas. É necessário reconhecer as soluções encontradas até aqui, como
defendeu Pedro Demo (2000) “ é necessário ir atrás das (outras) soluções, não só
empilhar problemas” (p. 50). As outras soluções e alternativas de uma forma ou de
outra passam ou procedem do outro, da solidariedade e da força de um trabalho em
rede. Nada melhor para neutralizar o nosso egoísmo e arrogância.
Numa época em que a família tem sido duramente criticada, sob o argumento de
sua falência, ousamos declarar que apesar de todas as crises, a instituição familiar
continua a ocupar um lugar chave nos processos de mobilização das redes. Ela tem sido
considerada com razão o núcleo fundamental da vida em sociedade (Nalini, p.96, 1999).
No entanto cabe a este grupo social tão importante refletir as mudanças do nosso tempo
considerando o ingresso crescente da mulher no mercado de trabalho. Torna-se portanto
um desafio a cristalização da tendência que oficializa a terceirização da maternidade e
da paternidade. Se o pai já andava ausente, hoje o problema foi amplificado, pois agora
pai e mãe estão ausentes e o treinamento social da prole fica a cargo de substitutos, nem
sempre preparados (Nalini, pp.97-98, 1999). A idéia das escolas de tempo integral vem
sendo confirmadas por vários governos estaduais, mas a proposta pode ser considerada
uma faca de dois gumes, pois se por um lado propiciariam a possibilidade de uma
educação mais abrangente e de maior qualidade, por outro lado podem estar figurando a
consolidação de uma omissão parental sistemática. Nalini (1999) defende a idéia de que
o primeiro dever ético dos pais em relação aos filhos é o da verdade (p.105). E ainda
que é vedado aos pais abdicar da tarefa educativa. Para o autor educar o filho é dever
ético essencial dos pais.
Pensar na prevenção do uso de drogas requer, portanto, uma visão de homem
como sendo um ser mergulhado em uma trama de significados que ele próprio constrói
no convívio e no diálogo com os outros (Grandesso, 2000). Isso implica na necessária
consideração do seu ambiente familiar, de trabalho e da comunidade onde está inserido.
Ramos e Sudbrack (2006) definem a materialização de um bom projeto social na
inclusão do estudo da rede social dos sujeitos. Segundo as autoras, é este estudo que
pode nos mostrar tanto a quantidade quanto a qualidade dos vínculos possíveis,
possibilitando assim um prognóstico das mudanças e transformações necessárias para o
fortalecimento do sentimento de pertença a uma comunidade.
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Referências bibliográficas
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