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ESCOLA TRADICIONAL/ESCOLA ACTUAL
A Escola Tradicional, como conceito, surge nos finais do sec. XIX, de inspiração militar
e fabril, ainda hoje subsistindo em muitas instituições escolares, sobretudo no que
respeita a prática quotidianas, eco da sua interiorização em métodos, sistemas e
professores...tradicionais. Esta orientação, reactiva à escola nova, negava pedagogias
novas, progressistas, inovadoras e modernas, ao nível das concepções, dos métodos e
das técnicas pedagógicas, das formas organizativas e disciplinares.
Existia uma completa dependência dos alunos em relação aos professores, que se
reflectia logo na organização da sala de aula, preparada para impor uma ordem em que
os alunos ouvem os professores, escrevem e tiram apontamentos. Não havia lugar para a
inquirição, criação ou construção. Aos alunos cabia o papel de absorverem de forma
passiva o ―material‖ que lhes era preparado pela autoridade escolar.
Promovia-se assim a passividade de atitudes, a massificação dos alunos
mediante a uniformização de currículos e métodos. Os programas eram estruturados
logicamente, tomando no entanto, o aspecto de séries de disciplinas autónomas
progressivamente alargadas, confundindo adestramento e educação, numa exaltação do
―esforço pelo esforço‖, mesmo que este pudesse ser inútil.
A cooperação e apoio entre colegas, não eram também estimulados,
incentivando-se a competição desenfreada como sistema para obter resultados em
termos de avalição.
Neste conceito de escola, não cabia a ―vida‖ do aluno, a sua experiência e
vivência resultando como um isolamento social relativamente à escola, esta por seu lado
isolada relativamente às várias instituições, e estas isoladas entre si. Desta posição
resultando um afastamento da escola em relação ao mundo exterior.
No que respeita ao professor, este, encarava a sua turma como um grupo
homogéneo, planificando para o aluno médio, não havendo a noção de que os alunos
tinham capacidades e ritmos de aprendizagem por vezes muito diversificados. Ele,
professor, era a figura centralizadora. A sua autoridade era incontestada e o seu
afastamento afectivo do aluno fazia parte incontestável da condição pedagógica.
Fundamentava a sua acção, no cumprimento de um currículo fechado com objectivos
bem definidos de desenvolvimento moral, cultura geral disciplina e treino profissional,
em que ele se apresentava como modelo.
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Como ―Escola Tradicional‖, entendemos hoje, a escola que segue modelos
pedagógicos que pertencem ao passado, ou que é obsoleta em relação às mudanças e às
inovações exigidas. Por razões psicológicas (métodos de ensino-aprendizagem apoiados
em concepções que estão superadas) ou por razões tecnológicas, apresenta deficiências
pedagógicas, não enquadradas na esperada qualidade do ensino-educação ministrada,
não está adaptada às mudanças sociais, culturais e das novas mentalidades. Orientada
sob o ponto de vista do aluno individual, ou seja, se o aluno não corresponde o
problema reside nele, e não sob o ponto de vista curricular.
O sistema de avaliação baseava-se na avaliação sumativa, incidindo sobre os
conteúdos expostos e a capacidade de retenção e acumulação do aluno. Era um controlo
da aprendizagem apoiado basicamente em chamadas para o lugar, fichas trimestrais e
exames finais, não relevando muitas vezes toda a dedicação e empenho.
Existem assim, ainda, muitas escolas ditas ―tradicionais‖ que efectivam
procedimentos, de concepções teóricas ou de conhecimento, contraditórias, com estilos
de professores tradicionais, em estruturas escolares que pretendem ser inovadoras, ou
vice-versa e que, por vezes o não são.
Teríamos então, uma escola livresca, que confundia memória e inteligência, e se
limitava a um ensino verbal e dogmático.
A nova realidade educativa, não parece apoiar-se, contrariamente a muitas
outras, em nenhuma corrente ou movimento social ou pedagógico de referência. Parece
apoiar-se em novas práticas pedagógicas que pretender ser inovadoras, renovadoras,
transformadoras, provindas de iniciativas do espaço académico, mas sem a referência a
discursos totalizadores sobre, a escola, a educação e a formação, alicerçados em
investigações e reflexões, de pedagogos e educadores emblemáticos.
Assim, na Escola actual, pretende-se que o ambiente de sala de aula e a postura
do professor, propiciem uma maior participação e intervenção do aluno. Há uma
preocupação de transmissão de conhecimentos, procurando respeitar as capacidades
individuais doa alunos, dando a cada um a medida certa. A escola não assume uma
posição niveladora mas diversificadora, em que cada grupo é entendido segundo a sua
heterogeneidade.
Cultiva-se a cooperação e o apoio entre colegas, sejam eles alunos, professores
ou órgãos de gestão. A escola sai igualmente das suas limitações físicas, no fundo
tentando a envolvência de toda a comunidade educativa. A cooperação, a livre troca de
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ideias, comentários e sugestões consideram-se fundamentais para o desenvolvimento da
criança/jovem.
Não é mais pensável, partir da igualdade de experiências e vivências, cada aluno,
tem de ser reconhecido como portador de conhecimentos muito próprios que lhe advém
da sua vida anterior e envolvimento ambiental e social.
Aposta-se na autoformação, no ecletismo em matéria de conhecimentos, fazendo
apelo aos interesses naturais dos alunos e ao êxito para motivar o esforço.
O isolamento do sistema escolar em relação à sociedade, não tem mais lugar
nesta interpretação escolar, já que faz com que as crianças/jovens não encontrem
aplicação entre o que aprendem na escola e a sua vivência do dia a dia, e por outro lado
não apliquem na sua aprendizagem escolar, a sua aprendizagem não escolar. Neste
domínio, muitas vezes se refere que uma das consequências é o abandono precoce dos
alunos do sistema escolar.
Assiste-se ao aparecimento de várias concepções curriculares com a deslocação
da pedagogia por objectivos e programações.
Assim, temos; o currículo como estrutura escolar ou plano de estudos; o
currículo como contexto normativo de interacção educativa; como experiência
educativa (efectiva e afectiva); e a designação de currículo oculto. As definições de
currículo emergem sempre como a realização de expressões sociais que se projectam em
técnicas educativas, na resposta aos ―porquê‖ e ―para quê‖ das suas concretizaçãoes
apoiada na qualidade da relação educativa.
É notória a aposta nas novas tecnologias, não apenas como utensílios mas como
parte integrante do desenvolvimento.
Em termos de avaliação, também é abandonado o critério da correcção da prova
em função de um nível, julgando o aluno, não pelos progressos que ele pôde fazer, mas
em comparação com os resultados obtidos pelo conjunto dos candidatos sujeitos à
mesma prova, sendo a sua nota comparada à média (Curva de Gauss).
No momento actual, seguem-se orientações suportadas pela Unesco (1976),
segundo as quais: ―A avaliação não é um fim em si próprio, o seu objectivo é
proporcionar maior domínio do processo educacional. O que interessa não é formular
um juízo: é ir para a acção, adaptar o trabalho educacional ao nível de uma turma,
adaptar os meios existentes aos objectivos às condições sociais, económicas ou
institucionais‖, ou ―Un proceso mediante el cual se recoge y usa información com
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objeto de tomar decisiones acerca de un programa de enseñanza-aprendizaje.‖ Cronbach
(1963). Num sentido mais lato:
Tabela I- (https://e-learning.ese.ipcb.pt/C/ese/BV/6344/aula_8_a__oedc_-_avaliacao.pdf)(17/02/2010)
Assim, sintetizando:
MÉTODO
- Livresca, base no manual (livro) - Condena o ―Magister Dixit‖
- Transmissão de conhecimento, informação oral, - Saber fazer, capacidade de criação
na sala de aula, sem intercâmbio externo ou
- Integração com o mundo externo e com o
experimentação activa.
mundo interno do aluno
- Educação = adestramento
- Educação = autoformação
- Silêncio, receptividade, disciplina imposta.
- Actividade, cultura ―self government‖
ORGANIZAÇÃO -Interdisciplinaridade, grandes áreas
- Programa logicamente estruturado, disciplinas
funcionais,encadeamento dos conhecimentos
autónomas, divididas em pequenas unidades
sistematizadas.
- Ensino individualizado.
- Direcionada ao aluno médio e ao grupo.
- Dificuldades educativas centradas no ponto de
- Dificuldades educativas centradas sob o ponto de vista curricular.
vista do aluno individual. - Alunos solicitados a tomar parte da escolha.
- Lições decididas sem intervenção do aluno.
- Supressão da barreira entre a escola e a vida.
- Distinção rígida entre actividades escolares e
Actividades extra-escolares dentro da escola.
extra-escolares.
- Ensino por meio da coordenação e
- Ensino por meio de exercícios isolados e
generalização.
especializados - Corta-se com as sequências lógicas em proveito
- Domina a sequência lógica das matérias. do interesse. Plano flexível.
MOTIVAÇÃO
- A criança associa-se à decisão da tarefa a
- A criança/jovem é obrigada a fazer o que não
realizar, motivação. Intervem na eleição dos seus
escolheu ou desejou. objectivos. Interesse.
- Esforço pelo esforço.
CONTEÚDOS
- Toda a experiência humana.
- Só matérias académicas.
- Explora a comunidade local; utiliza material
- Ignora a comunidade (contexto).
extra-escolar.
- Utiliza apenas materal escolar. - Há uma constante adaptação.
- Primam os saberes definidos. - Base experimental
- Base filosófica intuitiva.
MATERIAIS DIDÁCTICOS
- Manuais e outros suportes convertidos em
- Contacto com conteúdos nos livros, informativos
projectos curriculares a desenvolver na prática de
e conceptuais, fragmentados de modo a serem mais aula. Adequação a todas as inovações
facilmente memorizados experimentais e tecnológicas.
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ESCOLA TRADICIONAL ESCOLA ACTUAL
Avaliação
- Espera-se que o aluno reproduza aquilo que lhe - Provoca-se o gosto de aprender e a
é transmitido autosuficiência na busca das respostas.
- Os erros recebem punição: - Os erros:
Até há pouco tempo, até física Indicam o estádio em que a criança/jovem se
Notas baixas, reprovação encontra.Denunciam necessidades.
- Emulação, competição. - Auto-emulação, cooperação.
- Testes, chamadas para o lugar, exames finais - Avaliação diagnóstica
- Avaliação sumativa, quantitativa, incidindo - Avaliação formativa
sobre os conteúdos expostos e a capacidade - Avaliação sumativa
retentiva e acumuladora do aluno. - Auto-avaliação
ATITUDES
ALUNO
- Depositário e alvo das informações. - Ser pensante, com existência e
- Exige-se dele: desenvolvimento.
Ordem, silêncio, atenção e obediência.
PROFESSOR
- Figura magistral.
- Desempenha a função de detentor e transmissor - Mediador no processo ensino-aprendizagem.
do conhecimento. - Facilita a aprendizagem criando situações
- Autoritário, distante. estimulantes e motivadoras de respostas.
- relação afectiva com os alunos.
ESCOLA
- Estática, conformista, essencialista.
- Dinâmica, progressista, existencialista.
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Raciocínio matemático
Comunicação matemática
Outro aspecto fundamental, é o desenvolvimento programático em torno de 4
eixos: o trabalho com os números e operações, o desenvolvimento do pensamento
algébrico, o pensamento geométrico e o trabalho com dados.
Em termos comparativos com o programa anterior, no que diz respeito ao 1º
ciclo, de referir a criação de dois blocos constituídos por : 1º e 2º anos, 3º e 4º anos,
abandonando a organização anual tradicional.
Também a estrutura do programa, abandona a anterior, em 3 blocos:
Números e operações
Forma e espaço (iniciação à geometria)
Grandezas e medida
para operacionalizar 4 Temas:
Números e operações
Geometria e medida
Organização e tratamento de dados
Capacidades transversais Resolução de problemas
Raciocínio matemático
Comunicação matemática
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A introdução do tema ―Capacidades Transversais‖ é fundamental em termos
metodológicos para o seu desenvolvimento matemático, bem como, as representações,
exploração de conexões, valorização do cálculo mental.
No que concerne à avaliação, no anterior programa ela é abordada de modo
significativamente construtivo e formativo, centrando-se na evolução dos percursos
escolares e tendo como finalidade a gestão mais adequada do estado das aprendizagens
e realizações do aluno, com vista ao seu sucesso. Contudo no novo programa este
aspecto é mais abrangente e explorado. Acentua-se a necessidade de uma avaliação
continuada posta ao serviço da gestão curricular e de carácter formativo e regulador,
dinâmico e em muitos casos informal. Prevê a utilização de formas e instrumentos
diversificados, não priveligiando apenas o insucesso, mas realçando o que sabem e são
capazes de fazer. Acentua igualmente a necessidade de transparência e clareza de
informação. Realça a informação que o professor obtém e que lhe permite determinar
actividades a realizar com toda a turma e individualmente.
1º E 2º ANO
ORGANIZAÇÃO E CAPACIDADES
NÚMEROS E OPERAÇÕES GEOMETRIA E MEDIDA
TRATAMENTO DE DADOS TRANSVERSAIS
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NÚMEROS E OPERAÇÕES GEOMETRIA E MEDIDA ORGANIZAÇÃO E CAPACIDADES
TRATAMENTO DE DADOS TRANSVERSAIS
Comprimento, massa,
capacidade e área
• Medida e unidade de
medida
• Comparação e
ordenação
• Medição
• Perímetro
• Estimação
Tempo
• Sequências de
acontecimentos
• Unidades de tempo e
medida do tempo
A gestão curricular deve ter em conta: A avaliação deve apreciar o progresso dos alunos
as características dos seus alunos na disciplina e diagnosticar problemas e
os recursos existentes insuficiências na sua aprendizagem e no seu
as condições da sua escola
trabalho.
o contexto social e escolar
Especificamente, a avaliação deve:
Os temas matemáticos e os objectivos de
- ser congruente com o programa
aprendizagem (gerais e específicos) definidos no
programa para o ciclo, devem ser distribuídos - constituir uma parte integrante do processo de
pelos anos, períodos lectivos, unidades curriculares ensino e aprendizagem
e aulas.
- usar uma diversidade de formas e instrumentos
A planificação detalhada do professor deve prever de avaliação
vários momentos de trabalho e a utilização de
- ter predominantemente um propósito formativo
diferentes tipos de tarefas.
- decorrer num clima de confiança
As tarefas no seu conjunto devem proporcionar
um percurso de aprendizagem coerente. - ser transparente para os alunos e para as suas
famílias
O percurso de aprendizagem definido pelo
manual escolar nem sempre se adapta às
características dos alunos, pelo que os professores
têm de definir percursos alternativos,
estabelecendo uma ordem diferente na abordagem
dos assuntos.
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QUESTÕES EM SALA DE AULA
ASPECTOS A ATENDER:
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CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA
TYLER, Ralph (s/d), Princípios básicos de currículo e ensino, 10ª ed., Rio de Janeiro:
Globo.
opombo@fc.ul.pt
http://home.dpe.uevora.pt/~casimiro/CPPC-Semana2.pdf
http://www.cf-francisco-holanda.rcts.pt/public/elo8/elo8_14.htm
(https://e-learning.ese.ipcb.pt/C/ese/BV/6344/aula_8_a__oedc_-_avaliacao.pdf)
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ANEXOS
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