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Através da observação artística temos um grande acervo das construções que nos permitem
imaginar como era a vida e a sociedade de dado período, podemos observar qual condição nos
leva a fuga da realidade. Seria a roupa uma fuga? Certamente é a procura de algo que
completa a ação humana, une as sociedades e cria um escapismo em relação à morte pois,
nos leva a vivenciar o cotidiano com mais força.
O desejo humano de exprimir o que pensa é sanado quando a roupa faz seu papel
comunicador. Também este desejo é sanado quando a estética da roupa condiz com os ideais
contemporâneos.
De todos estes fatores: comunicação, estética e desejo alimenta-se o processo criativo.
Desvinculando a roupa de sua comunicação gráfica, partiremos para outra forma de processo
visual: a estrutura. A roupa é formada de um elo entre a idéia da roupa e seu aspecto final, e o
que definirá se esta ligação será feita é a estrutura da roupa. A estrutura fala pelo corpo, cria
sensações e exprime ideais, é capaz de transgredir ou impulsionar uma sociedade, pois,
transmite valores. Para analisar esta estrutura é preciso modificar o olhar. Não mais olhar a
roupa em sua função estética comum, mas olhar sob ótica antropológica, e com concepções
artísticas. O traço é muito importante, é o desenho da estrutura que fundamentará sua idéia,
ombro alto e amplo para os lados, por exemplo, dará atenção à curvatura do corpo, deixando
esguio, altivo, um sinal de ostentação, intelectualidade e altivez.
Ver a roupa sob ótica artística é trazer para a roupa mais sentimento, clareza de detalhes e
assim transformando-a em objeto de puro desejo, um objeto de expressividade e identidade.
Já citado o traço, analisamos a construção como um todo, o equilíbrio da base, a
transfiguração dos volumes em algo que se expresse, a sinalização do corpo.
“Ver precede as palavras. A criança olha e reconhece antes mesmo de poder falar” Nesta frase
Berger, 1999, introdução: trabalha a importância da imagem; entra no contexto deste projeto
para fundamentar importância dos valores empregados quando uma estrutura é criada. Surge
para suprimir um desejo, ou explorá-lo, para comunicar algo muito pessoal ou apenas mostrar
uma opinião de senso comum. A estrutura é envolta por diversos signos, algumas linhas estão
diretamente ligadas a sentidos: a linha do ombro, mais ampla, sugere domínio, isto porque em
momentos históricos estas linha ampla de ombros foi utilizada pela realeza, deixando para a
sociedade a estigma de poder.
A aparência da roupa transmite um significado subliminar, entendido pela mente; são
como falar com imagens, através dos sentidos, assim como alguém usando roupas pretas nos
remete a simbolismos obscuros, devido a relação que esta cor tem em nossa sociedade, nos
trás entendimentos, mesmo que não sejam falados, e poderiam em outros momentos da
história ter um significado diferente do atual. Assim, em cada momento da história, o
pensamento social, a cultura, ao ser transportada para a roupa pode se transformar em
símbolos, nos transmitindo então: mensagens. Trabalhar esta imagem também é de interesse
da estrutura da roupa, do seu projeto
Esta imagem pode transmitir a mensagem com mais força, pois imagens são
informações prontas, trazem num correr de olhos páginas de informação.
2. A estrutura contemporânea
Para este biótipo também surgiram as calças de corte enviesado na perna, que
dão a impressão de pernas mais retas, não no intuito de esconder um defeito, mas
como forma de valorizar uma característica racial. Algumas recebem a inserção de
uma faixa no entre pernas, esta trata de curvar levemente a perna da calça. Outras
ainda recebem pregas nos joelhos.
Febre no Japão, e produto original de lá, esta calça traz a sensação de estar
inserido em um contexto até antes impossível, o contexto da beleza ocidental.
O jeans japonês é feito com muitos processos antigos, como o processo de
coloração, que segue uma receita de antepassados, tudo para garantir a perfeição, o
real índigo, e também os acabamentos seguem padrão manual, para trazer ao jeans,
que é loucura no Japão, um pouco mais de valor, sofisticação, e o que a moda mais
gosta: raridade!
“Kato Jeans está localizado em Kyoto,
mas poucos concorrentes se preocupam com
seus produtos, pois Kato optou por não
aumentar ou complicar suas operações. Uma
calça Kato Jeans é feita à mão e é
meticulosamente detalhada – até mesmo a
linha dos bolsos é tingida por suas
especificações. Ele busca uma modelagem
que faça com que as pernas dos japoneses
pareçam mais longas e mistura o algodão
para que fiquem mais confortáveis no verão,
já que o calor é muito seco no país oriental.”
(SHOJI, www.guia jeanswear.com.br)
Esta silhueta enviesada das calças é o puro avanço do design têxtil. Descobrir uma
genética totalmente diferente de um padrão de beleza e trazê-la para este, aliando
estudos de ergonomia e modelagem. Estas calças representam o conforto, apontam
uma nova estética, uma vez que mesmo estando dentro de um padrão de beleza,
estão longe da estética antiga, das calças justas de cintura arrumadinha. Para esta
genética oriental, poderia ser muito desconfortável utilizar uma calça que trouxesse
desconforto, por utilizar uma modelagem feita para pernas retas e longas.
Para Caldas (Apud WF VAREJO 2008, ano 6 pág. 22), referente ao quarto
trimestre de 2008, o consumidor atual está em fase de transição, citado como conceito
Complex Multiplex, seria a pessoa contemporânea, nascida numa era de total
informatização e novidades constantes, conceitos importantes para avaliação pois, em
um mundo que já passou pela globalização, passa agora por avanços mais complexos
na comunicação e tem o mundo mais acessível. Para ele este consumidor tem seus
humores, regras próprias, gosta de novidade e inovação.
Em análise aos anos que se passaram, do início da constatação do termo de moda
até a atualidade, o termo consumo é relativamente novo, tratado com mais êxito ao
final dos anos 80 e estudado a fundo na atualidade; durante a idade média, por
exemplo, costumava-se ter o costureiro, comprar o tecido de comerciantes orientais,
no momento atual, compram-se ótimos tecidos ao gosto próprio em qualquer loja de
tecidos, produzidos em todo o mundo, com diferentes tecnologias e fios, este mesmo
estudo cita que “o consumidor atual é um erudito do consumo, é complexo porque
conhece o que deseja consumir, não vive daquela ditadura da mídia”. A ditadura da
mídia criada durante os anos 80 onde o consumo e o consumidor passaram a ser
analisados, mas também a ser previamente rotulados. A ruptura da vestimenta vem
aliada a uma ruptura de conceitos, novamente, do pensamento coletivo, que toma um
rumo pessoal e individual talvez nunca antes visto, porém comparável à busca pelo
único que acontecia nas cortes européias durante toda a idade média e renascença,
como citado capítulos anteriores, sobre as leis suntuárias e a busca de costureiros,
tecidos e ornamentos orientais.
Neste novo momento, é possível analisar com mais detalhamento os
comportamentos, pois, a ciência cognitiva também teve notáveis avanços em relação
a comportamento e pensamento coletivo. Pesquisas concentradas em regiões, idade,
sexo e estética ajudam hoje, a entendermos nossos próprios desejos. Uma pesquisa
realizada pelo Future Concept Lab, com cool hunters (pessoa que pesquisa
comportamento e por fim descobre novos nichos de mercado, novos desejos, que por
vezes ainda aflorarão em um futuro próximo), determinou quatro novos tipos de
pensamento coletivo, que entram em total sintonia com momentos vividos nesta nova
modernidade.
“O bom de toda essa história é que, com liberdade de expressão, não existe
uma única verdade para vestir, mas várias verdades e, vamos nos sentir mais à
vontade em uma maneira própria de ser/estar/vestir.” (BRAGA, 2006 p.19)
Figura 1. Postura.
Extraída do blog
modahistória.com.
Acessado em março de
2009.