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PROPOSTA DE PLANO INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO

MUNICÍPIO DE ILHABELA
PRODUTO 4

Maio/2011
SECRETARIA DE SANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

Cliente:

CSAN – SECRETARIA DE SANEAMENTO E RECURSOS HÍDRICOS


DE SÃO PAULO

Codificação: Revisão: Data de Emissão:

0872.RT.13.S.3904 00 Maio/2011

PLANOS INTEGRADOS REGIONAIS DE SANEAMENTO BÁSICO PARA


AS UNIDADES DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS DA
SERRA DA MANTIQUEIRA, PARAÍBA DO SUL e LITORAL NORTE –
UGRHI’s 1, 2 e 3.

PROPOSTA DE PLANO INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO -


MUNICÍPIO DE ILHABELA
PRODUTO 4

Emitido por: Local:

Consórcio PLANSAN 123 São Paulo - SP


SECRETARIA DE SANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

1 SUMÁRIO

2
3 1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 3
4 2. INSTITUCIONALIZAÇÃO DE NORMAS MUNICIPAIS RELATIVAS AO
5 PLANEJAMENTO, REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DE SERVIÇOS ............................ 4
6 3. MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL SOBRE A POLÍTICA DE SANEAMENTO .... 12
7 4. ARTICULAÇÃO E INTEGRAÇÃO DOS AGENTES MUNICIPAIS, ESTADUAIS E
8 FEDERAIS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES PROGRAMADAS .................... 14
9 5. CONJUNTO DAS SOLUÇÕES PROPOSTAS E ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE . 16
10 5.1. OBJETIVOS E METAS DO PLANO ....................................................................... 16
11 5.2. SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO16
12 5.2.1. Sistema de Abastecimento de Água .......................................................... 17
13 OBRAS, INTERVENÇÕES E ESTIMATIVA DE CUSTOS ............................................... 17
14 PROGRAMAS E AÇÕES ................................................................................................ 17
15 5.2.2. Sistema de Esgotamento Sanitário............................................................ 18
16 As obras e intervenções propostas para os sistemas de esgotamento sanitário e os
17 custos estimados são apresentados a seguir: ........................................................ 18
18 5.2.3. Analise de Sustentabilidade Econômica Financeira ................................ 20
19 5.3. RESÍDUOS SÓLIDOS............................................................................................ 29
20 5.3.1 Soluções Propostas e Custos Estimados ................................................ 30
21 5.3.2. Análise de Sustentabilidade Econômica Financeira ................................ 30
22 5.4. DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS ............................... 34
23 5.4.1. Análise de Sustentabilidade Econômica Financeira ................................ 35
24 5.5. ANÁLISE CONJUNTA DE SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA FINANCEIRA ..... 39
25 6. FONTES DE FINANCIAMENTO ..................................................................................... 41
26 6.1. TARIFAS, TAXAS, PREÇOS PÚBLICOS, TRANSFERÊNCIAS E SUBISÍDIOS .... 41
27 6.2. RECURSOS DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO ................. 44
28 6.3. ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO – OGU ............................................................. 47
29 6.4. BNDES – BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL48
30 6.5. FUNDO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS – FEHIDRO.............................. 50
31 6.6. OUTRAS FONTES ................................................................................................. 51
32 7. RECOMENDAÇÕES PARA OS PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO ................ 52
33 8. AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DA EFICÁCIA DAS AÇÕES PROGRAMADAS ............... 55
34 9. PLANO DE AÇÕES DE CONTINGÊNCIA E EMERGÊNCIA .......................................... 68

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35 9.1. OBJETIVO ............................................................................................................. 68


36 9.2. AGENTES ENVOLVIDOS ...................................................................................... 69
37 9.3. AÇÕES PRINCIPAIS DE CONTROLE E DE CARÁTER PREVENTIVO ................ 70
38 9.4. PLANOS DE CONTINGÊNCIAS ............................................................................ 71
39 9.4.1. Serviço de Abastecimento de Água........................................................... 71
40 9.4.2. Serviço de Esgotamento Sanitário ............................................................ 73
41 9.4.3. Serviços de Limpeza Pública e Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos .. 75
42 9.4.4. Sistema De Drenagem e Manejo das Águas Pluviais ............................... 84
43 9.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 87
44

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45 1. APRESENTAÇÃO

46 Este documento constitui o Produto 4 – Proposta do Plano Municipal Integrado de


47 Saneamento Básico do Município de Ilhabela.

48 Foi elaborado no âmbito do contrato CSAN No 001/SSE/2009, firmado entre a


49 SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA - SSE (atual Secretaria de Saneamento
50 e Recursos Hídricos), e o CONSÓRCIO PLANSAN 123, constituído pelas empresas
51 ETEP, JNS e HAGAPLAN, cujo objeto é a elaboração de planos integrados regionais
52 de saneamento básico e para atividades de apoio técnico à elaboração de planos
53 integrados municipais para as UGRHI‟s da Serra da Mantiqueira (1), do Paraíba do Sul
54 (2) e do Litoral Norte (3).

55 As três UGRHI‟s abrangem um total de 41 municípios, para os quais 1, em etapas


56 anteriores foram desenvolvidos os diagnósticos e propostas de soluções, apresentados
57 nos volumes Produtos P2 e P3 respectivamente, abrangendo os serviços públicos
58 municipais relativos ao abastecimento de água, ao esgotamento sanitário, à limpeza
59 pública e à drenagem.

60 Este documento complementa então o Plano Municipal Integrado de Saneamento


61 Básico do município de Ilhabela, agregando os resultados das derradeiras atividades
62 técnicas.

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1
À exceção de São José dos Campos, onde a Prefeitura elaborou o seu próprio plano, sem a necessidade
do apoio técnico da Secretaria de Saneamento do Governo do Estado de São Paulo.
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64 2. INSTITUCIONALIZAÇÃO DE NORMAS MUNICIPAIS RELATIVAS AO


65 PLANEJAMENTO, REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DE SERVIÇOS

66 Observações Gerais

67 De um ponto de vista doutrinário mais moderno, recomenda-se que as funções de


68 planejamento, operação, regulação e fiscalização de serviços de natureza pública
69 sejam exercidas por diferentes organizações. Esta recomendação geral é mais forte
70 para aquelas situações onde a prestação dos serviços reveste-se de maior
71 complexidade, pelas dimensões das áreas a atender, sobretudo as grandes
72 aglomerações urbanas, e pelos recursos tecnológicos que lhe são operacionalmente
73 indispensáveis.

74 Serviços públicos podem ser prestados por organizações do próprio Estado ou por
75 empresas privadas. A proeminência de uma ou outra forma de prestação dos serviços
76 depende de fatores que são variáveis no tempo e da tradição institucional de cada país
77 ou região. Circunscrevendo a observação a boa parte do século XX, é perfeitamente
78 possível afirmar certa predominância de organizações públicas na provisão de serviços
79 de saneamento - água e esgotos, sobretudo -, mesmo naqueles países conhecidos por
80 sua tradição econômica liberal. Neste sentido, um caso clássico é a Inglaterra. Na
81 França, entretanto, onde a tradição da intervenção estatal na economia sempre foi
82 maior, as empresas privadas foram e ainda são dominantes. Já nos Estados Unidos,
83 onde a tradição liberal é sabidamente intensa e arraigada, persistem hoje, embora
84 menos intensamente que no passado, as organizações públicas como prestadoras dos
85 serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário2.

86 Nestes três países, por sua vez, ao longo de várias décadas, a moldura institucional do
87 setor de saneamento se assemelhava. Os serviços, assim como os de drenagem e de
88 resíduos sólidos, eram compreendidos como de interesse local. Antes de tudo, esta
89 característica guardava relação com a relevância do próprio poder local -
90 municipalidades, condados, distritos -, embora esta fosse mais intensa, por exemplo,
91 nos Estados Unidos, de constituição federalista, que na França, onde o Estado é
92 unitário e o poder sempre foi mais centralizado. Mas a proeminência local também se
93 devia à própria característica física dos serviços. Embora em todos estes países um
94 sensível e generalizado processo de urbanização já vigorasse desde o século XIX,
95 ainda era possível, de maneira geral, na primeira metade do século passado, atender
96 as demandas de abastecimento de água ou de destinação final de resíduos sólidos nos
97 limites do perímetro municipal - mesmo naquelas aglomerações que caminhavam para
98 as dimensões de metrópoles. O controle da poluição, durante grande parte deste
99 período, não constituía exatamente uma questão de primeiríssima ordem. Os cursos
100 d‟água que atravessavam as áreas urbanas eram muito poluídos, e a providência

2
A prestação dos serviços relacionados a resíduos sólidos domiciliares também vem sendo efetuada por
organizações públicas ou por empresas privadas. A participação privada tem crescido sensivelmente,
mais ainda no que se refere à instalação e operação de sítios de tratamento e destinação final. A coleta
dos resíduos não constitui, em geral, objeto de concessão, mas de licitação para contratação do serviço.
Quanto aos serviços de drenagem, excetuados aqueles que apresentam impacto regional, têm caráter
local e pertencem à esfera de atuação das administrações municipais.
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101 maior, desde a segunda metade do século XIX - época em que ficaram mais claras as
102 relações de causalidade entre doenças como a cólera e a poluição hídrica - foi o
103 afastamento, dos mananciais ou dos trechos de rios que se apresentavam
104 evidentemente poluídos, das captações de água utilizadas para o abastecimento
105 público.

106 A natureza mais local dos serviços implica, por evidente, uma escala menor. Tome-se o
107 exemplo do setor de energia elétrica que, em todos os lugares, nasceu também como
108 uma atividade local, evoluindo, posteriormente, para empreendimentos cada vez
109 maiores e de alcance regional. A prestação dos serviços tende a se organizar de forma
110 adequada a esta escala: para serviços nacionais ou regionais, organizações de porte
111 grande, capazes de mobilizar recursos financeiros de longa maturação, recursos
112 tecnológicos de ponta e expertise técnica; para serviços circunscritos, organizações
113 menores, com menor densidade tecnológica e pessoal técnico para o qual as
114 exigências de conhecimento especializado são relativamente menores. Registre-se que
115 não se trata de uma regra absoluta, conforme o demonstra novamente o caso francês –
116 mas onde a escala dos empreendedores foi possibilitada pela detenção de um
117 somatório expressivo de concessões de serviços de ordem local -, e sim de uma forte
118 tendência geral.

119 Nos últimos trinta anos, contudo, houve como um novo ciclo da história e as condições
120 e o entendimento relacionados à prestação dos serviços também mudaram.

121 Um primeiro fator de mudança foi a ascensão da agenda ambiental ao primeiro plano
122 das preocupações públicas, pioneiramente nos países de economia mais desenvolvida.
123 Há vários motivos a considerar neste caso. As aglomerações urbanas cresceram muito,
124 ou demasiadamente; a sua expansão levou a que cidades, antes próximas umas das
125 outras, simplesmente se justapusessem, ou se conurbassem. Mas grandes
126 aglomerações trazem consigo uma produção muito maior de dejetos, i.é., para o que
127 nos interessa mais diretamente, esgotos e resíduos sólidos. No caso dos esgotos, a
128 quantidade maior ultrapassou em muito, onde isto já não havia ocorrido de forma clara
129 anteriormente, a capacidade de auto-depuração dos corpos d‟água receptores. Mais,
130 tornou-se um incômodo além do suportável. Lembre-se que as cidades maiores dos
131 países de economia avançada desenvolveram sistemas públicos indispensáveis à sua
132 funcionalidade, quase invariavelmente de boa qualidade e sofisticados: transportes,
133 vias públicas, energia e iluminação pública, lazer, etc. Além disso, a constituição do
134 que se qualificou de estado de bem estar social (“welfare state”) equacionou, pelo
135 menos desde o final da depressão dos anos 1930 até a década de 1970, problemas
136 sociais básicos, como os de emprego/desemprego, saúde e educação, dentre outros.
137 Na outra ponta, mas igualmente parte constitutiva deste processo virtuoso, o
138 crescimento contínuo das rendas familiares resolveu, em larga medida, um problema
139 antes crítico, o da habitação.

140 Na evolução da hierarquia das preocupações públicas - e tomando por empréstimo à


141 área de administração de empresas um conceito conhecido, o da “teoria de Maslow” 3 ,
3
Pela teoria de Maslow, estabelece-se uma hierarquia de necessidades, ou de sua satisfação, que parte
das mais básicas até aquelas mais conspícuas, para explicar o comportamento individual e coletivo.
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142 pode-se dizer, tendo por referência o ano de 1960, que as cidades desenvolvidas
143 tinham equacionado a maior parte de seus problemas estruturais mais graves. Assim,
144 era como se chegasse a „hora‟ - não sem descaminhos, conflitos e tensões anteriores -
145 de enfrentar e controlar a poluição ambiental.

146 Houve outro fator a interferir na organização da prestação dos serviços de saneamento
147 e nas formas de exercer sobre ele algum tipo de controle social. No caso, tratou-se de
148 um fenômeno mais abrangente, vinculado à própria crise do sistema do “welfare state”,
149 cujos primeiros indícios surgiram durante a década de 1970. Sumariamente, isto
150 significava a impressão, ou o fato, de uma sobrecarga das responsabilidades estatais
151 quanto à sociedade e à economia, com conseqüências fiscais que pareciam estar a
152 frente da capacidade de pagamento da própria sociedade. Naquela ocasião, os
153 mercados internacionais de bens de consumo começaram a ser grandemente
154 ampliados, os fluxos de capitais foram rapidamente desregulamentados, mudaram
155 aceleradamente os padrões tecnológicos (em especial com o desenvolvimento da
156 informática) e alargaram-se os níveis de competição por mercados. Mesmo países
157 desenvolvidos tiveram de lidar, simultaneamente, com a sua sobrecarga fiscal e de
158 funções e a busca de maior competitividade econômica em um mercado cada vez mais
159 globalizado. Parte da resposta encontrada foi a onda de privatizações de serviços de
160 concessão pública, que se alastrou da Europa para outros países, incluindo aqueles
161 que se encontravam em níveis de desenvolvimento menos pronunciados. Esta onda
162 teve dimensões tão relevantes que obrigou a um reposicionamento das funções de
163 planejamento, operação e regulamentação (mais modernamente, já com outra
164 roupagem, regulação) da prestação dos serviços. Na doutrina moderna, recomendou-
165 se a separação destas funções, sendo a solução ideal, para aqueles que estavam no
166 comando das idéias das mudanças, o exercício de cada uma delas por um organismo
167 responsável diferente. Assim, o planejamento permaneceria sob o domínio direto do
168 Estado; a operação dos serviços poderia ser, ou preferencialmente deveria ser,
169 concedida mediante contrato específico a uma empresa privada. Esta deteria, também
170 idealmente, duas vantagens sobre a operação conduzida por organismo público. Por
171 um lado, desobrigaria o Estado, em condições fiscais de exaustão, de responsabilidade
172 sobre os investimentos necessários à expansão quantitativa e qualitativa dos serviços;
173 por outro, permitiria a operação em regime de maior eficiência, com menores custos e
174 conseqüentes ganhos para os usuários dos serviços. Finalmente, a regulação, quase
175 um neologismo do período, seria desempenhado, também idealmente, por um
176 organismo de natureza pública, mas dotado de mandato e independente do ponto de
177 vista administrativo e financeiro.

178 Esta virada de ciclo foi acompanhada por um “desencantamento” do próprio Estado.
179 Após décadas de crescimento econômico e de estruturação cada vez mais avançada
180 do “welfare state”, ao soar das trombetas da primeira crise, formou-se uma convicção
181 provavelmente predominante da relativa incompetência do Estado para a gestão de

Resolvidos os problemas básicos de sobrevivência - comer, vestir e morar -, sobe-se para o degrau
seguinte, por exemplo, aquele da educação, da saúde e de um nível mínimo de lazer, e assim por diante.
Em 1960, todo um imenso conjunto de problemas básicos das cidades desenvolvidas parecia ter sido
solucionado.
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182 boa parte das responsabilidades por ele exercidas durante o período anterior. Dito de
183 outra forma, a responsabilidade estatal diretamente exercida sobre um serviço não
184 mais era vista como garantia de que o interesse público estivesse preservado. No
185 mínimo, o Estado passou a ser identificado como um provedor de serviços como outro
186 qualquer. Neste caso, o que importava não era mais quem era o operador, mas quem
187 poderia se encarregar da operação com a melhor eficiência e qualidade. O setor de
188 saneamento não escapou a esta “virada de idéias”; nele, porém, os efeitos da „virada
189 histórica‟ foram algo atenuados. Primeiro, porque a sua institucionalidade apresentava
190 maior poder inercial, uma vez que, de forma diversa quanto a setores como os de
191 telecomunicações e de energia elétrica, a sua vinculação com a saúde pública
192 permaneceu inquestionável; em segundo lugar, porque o setor em muitos países não
193 estava organizado em mercados de escala que atraíssem imediatamente os grandes
194 conglomerados privados.

195 No mundo das economias desenvolvidas - utilizando mais uma vez o exemplo dos três
196 países comentados -, a questão ambiental e o novo liberalismo levaram a efeitos
197 heterogêneos. Na França, a prestação dos serviços de água e esgotos era e continuou
198 sendo de natureza local; os prestadores de serviços, de capital privado, assim
199 permaneceram. Assim, não se pode dizer que ocorreram alterações expressivas nas
200 últimas duas décadas. Nos Estados Unidos, houve ampliação da participação privada,
201 mas sem modificações institucionais relevantes. Em ambos os casos, França e
202 Estados Unidos, os investimentos em grandes estruturas de controle da poluição
203 ambiental contaram com pelo menos dois aspectos impulsionadores: o aporte de
204 recursos de ordem fiscal para apoio às obras (mais especialmente nos Estados Unidos)
205 e o tamanho do próprio mercado. Na França, apesar da miríade de pequenas
206 localidades, e de sistemas de saneamento igualmente locais, as empresas de
207 saneamento privadas tinham a seu favor as rendas médias elevadas e um somatório
208 de localidades pequenas, médias e grandes a operar, compondo um mercado total de
209 grandes dimensões e, caso singular francês, protegido não de direito, mas de fato, da
210 concorrência externa.

211 Já na Inglaterra, as mudanças foram, ao contrário, de grande profundidade. Durante a


212 década de 1980, com uma decisiva intervenção do poder central, as responsabilidades
213 públicas sobre os serviços deixaram de ser locais e passaram a uma amplitude
214 regional. O mercado nacional de água e esgotos foi dividido em vários blocos,
215 colocados em licitação pública para a finalidade de concessão dos serviços de água e
216 esgotos. Os prestadores dos serviços, antes públicos, tornaram-se privados. O governo
217 central criou um organismo de regulação independente para o monitoramento e o
218 controle dos contratos. O leitmotiv da mudança drástica pode ser encontrado,
219 alegadamente, na sobrecarga do Estado inglês com as múltiplas funções acumuladas
220 durante décadas (fato que estaria na raiz de uma economia declinante), na imposição
221 de exigências ambientais e de qualidade das águas pela União Européia (que exigiam
222 investimentos importantes) e na posição ideológica definidamente liberal do governo
223 central.

224 Quanto aos serviços de resíduos sólidos, de maneira geral, tenderam, como tendem
225 ainda, à regionalização para a finalidade de destinação final. A expansão das cidades e

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226 metrópoles, a valorização das propriedades peri-urbanas e o imperativo prático de


227 localização de sítios de tratamento e destinação final a distância considerável das
228 atividades urbanas e econômicas reduziu dramaticamente as possibilidades de
229 soluções locais, ao menos em áreas populacionalmente mais densas. Multiplicaram-se
230 as soluções regionais, com forte participação privada.

231 Observações para o Caso Brasileiro e o Estado de São Paulo

232 O setor de saneamento, no Brasil, apresenta algumas características específicas que


233 seria oportuno destacar:

234 - Até o final da década de 60, o setor de água e esgotos permaneceu


235 predominantemente uma atividade de âmbito local. A exceção mais importante era a
236 política de regionalização do governo de São Paulo, que criara, na Região
237 Metropolitana de São Paulo, a COMASP (responsável pela produção de água,
238 criada em 1967), a SANESP (com sua finalidade voltada ao tratamento de esgotos,
239 em 1970) e o FESB (Fundo Estadual de Saneamento Básico, em 1969)4.

240 - Em 1968, o governo federal criou o Plano Nacional de Saneamento (PLANASA),


241 apoiado em três pilares importantes: (i) um organismo central de financiamento e
242 coordenação dos investimentos, apropriadamente um banco de investimentos pré-
243 existente, o Banco Nacional da Habitação - BNH; (ii) um fundo vinculado de
244 recursos, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; (iii) estímulo à criação
245 de companhias estaduais de saneamento, únicas de acesso habilitado aos recursos
246 do FGTS. A Sabesp foi criada em 1973 (absorveria, dentre outras, a COMASP, a
247 SANESP e a SBS).

248 - As concessões continuaram de responsabilidade dos municípios, isto é, a larga


249 iniciativa de reestruturação institucional e econômica do setor não incluiu uma
250 regionalização da competência sobre os serviços, ao contrário do que se verificaria
251 quase duas décadas depois na Inglaterra. A regionalização ficou circunscrita,
252 verdade que em regime de marcha forçada, à concessão dos serviços às empresas
253 estaduais, mas devidamente facilitada pelo assinalado acesso restritivo aos recursos
254 do sistema. Todavia, em várias capitais onde os serviços de água e esgotos já eram
255 prestados por organismos estaduais, como em São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba,
256 a natureza do poder concedente não ficou claramente definida.

257 - As companhias estaduais, como beneficiárias de concessões municipais em grande


258 quantidade, tiveram a possibilidade de efetuar transferências inter-locais de
259 recursos, ou seja, de áreas mais rentáveis para áreas onde os custos de
260 investimento e de exploração dos serviços ultrapassavam a arrecadação tarifária.

261 - O resultado da engenharia institucional do PLANASA foi a coexistência de empresas


262 estaduais e organizações municipais de prestação de serviços, estas importantes
263 em parte da região Sudeste (São Paulo e Minas Gerais) e na região Sul.

4
Em 1969, o governo do Estado já reunira, na autarquia denominada SBS – Saneamento da Baixada
Santista, os vários serviços de saneamento existentes no litoral.
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264 Observe-se que desde a década de 1950 o Brasil passava por uma grande
265 transformação, com um crescimento exponencial da sua população urbana. Em 1960,
266 quando do primeiro censo demográfico do IBGE onde foram apurados os números de
267 atendimento com serviços de saneamento, as taxas de cobertura observadas eram
268 reduzidas - não mais de 42% da população das cidades brasileiras tinham acesso a
269 sistemas de abastecimento público. Durante os anos 60, mantidas taxas muito
270 elevadas de crescimento populacional, a perspectiva de cobertura dos serviços tendia
271 pelo menos a uma piora absoluta, senão também proporcional, dos contingentes
272 populacionais urbanos sem atendimento com abastecimento de água 5. Este fenômeno
273 urbano esteve na raiz da criação do PLANASA.

274 O novo sistema criado pelo governo federal permitiu uma contínua elevação dos níveis
275 de atendimento a partir da década de 1970. Hoje, o déficit de serviços de água está
276 concentrado, em números absolutos, em cidades de pequeno porte, com dez mil
277 habitantes e menos. A coleta de esgotos, embora ainda deficiente, cresceu muito nas
278 últimas duas décadas e, em período mais recente, têm sido grandes os esforços de
279 investimentos em sistemas de tratamento de esgotos. Embora haja uma série de riscos
280 colocados ao fornecimento e à expansão em regime continuado dos serviços, a
281 preocupação da agenda pública, hoje, está cada vez mais concentrada na
282 universalização da prestação dos serviços e, mais especificamente, na questão
283 ambiental, isto é, na despoluição dos corpos hídricos - represas e cursos d‟água. Trata-
284 se, ao fim e ao cabo, de um período de 50 anos onde as demandas e os esforços de
285 atendimento se concentraram de forma dramática, numa sucessão e superposição de
286 etapas históricas que, em países de economia mais avançada, desenvolveram-se em
287 período mais extenso e com o beneplácito de condições mais favoráveis e estáveis de
288 recursos.

289 Por outro lado, também no Brasil esgotou-se parcialmente a capacidade de


290 crescimento econômico apoiada em recursos largamente públicos, esgotamento
291 notado a partir de 1980; de maneira semelhante a países de economia central,
292 igualmente encontrou-se aqui um esforço, nos meados da década de 1990, para alocar
293 ao capital privado responsabilidades mais importantes sobre os investimentos
294 produtivos em serviços de concessão pública. Foram os casos, sobretudo, da geração
295 e transmissão de energia elétrica, das telecomunicações, das ferrovias e, em São
296 Paulo, da operação das principais auto-estradas.

297 Não obstante iniciativas semelhantes de reestruturação, especialmente por parte do


298 governo federal, a institucionalidade fragmentada do setor de saneamento representou
299 um componente fortemente inibidor de alterações mais abrangentes - com poucas
300 diferenças em relação a países europeus, exceto a Inglaterra, e os Estados Unidos. Em
301 conseqüência, a irrupção do capital privado neste mercado foi mais tímida e sua área
5
Em 1960, cerca de 42% dos domicílios urbanos brasileiros eram servidos por sistema público de água.
A população era, então, de 31,3 milhões de habitantes. Em 1970, o índice chegou a 53% e a população a
52 milhões. Numa aritmética simples, sem considerar outras variáveis, cerca de 18,15 milhões não
dispunham dos serviços em 1960; 24,4 milhões não tinham o benefício em 1970. O atendimento com
coleta de esgotos era, por certo, menos favorável ainda: atingia 26% dos domicílios em 1960 e cerca de
21% em 1970. Neste caso, houve uma piora absoluta e também proporcional da cobertura.
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302 de atuação é, ainda hoje, relativamente marginal; a maior parte das companhias
303 estaduais, algumas bastante revigoradas, outras em situação menos favorável, seguiu
304 em operação; subsiste um grande número de municípios operando seus próprios
305 serviços.

306 Entretanto, a vaga de mudanças não deixou de trazer impactos ao setor - embora
307 tardios, se tomarmos em conta os setores onde as concessões privadas se firmaram.
308 Inicialmente, é necessário considerar os termos das leis federais n.º 8.987/1995, que
309 estabelece o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, e
310 n.º 11.107/2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios. No
311 primeiro documento legal mencionado, questões contratuais, de regulação e de
312 controle social são abordadas de uma forma que ultrapassa a disposições
313 características do PLANASA, onde os contratos de concessão mostravam-se
314 unilaterais, na forma de uma cessão dos serviços sem a conservação de diretos por
315 parte do poder concedente municipal. Mais recentemente, e após um processo de
316 discussão bastante longo, foi aprovada uma nova legislação incidente sobre o setor,
317 então incluindo as ações relacionadas a resíduos sólidos e drenagem urbana (Lei
318 Federal n.º 11.445/2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
319 básico). A nova lei firma que a concessão prossegue dependendo de celebração de
320 contrato. Todavia, a legitimidade dos contratos requer condições, como a existência de
321 plano de saneamento básico do poder concedente, de estudos confirmando a
322 viabilidade do contrato concedido e de normas de regulação, a aderência dos planos
323 de investimentos e de projetos técnicos ao plano de saneamento, a fixação de metas
324 de atendimento, o regime e os níveis de tarifa a serem praticadas. Trata-se, assim, de
325 um contrato moderno, que busca o equilíbrio entre as partes, concedente e
326 concessionário. A lei também trata com detalhe da função de regulação, em seu artigo
327 12.º e no Capítulo V, onde se afirma a “independência decisória, incluindo autonomia
328 administrativa, orçamentária e financeira da entidade reguladora” (artigo 21.º, inciso I).

329 O Estado de São Paulo acompanhou estas alterações institucionais. A Sabesp,


330 devidamente revitalizada, renovou seus contratos de concessão (ou contratos de
331 programa, conforme a designação legal) com um grande número de municípios. Além
332 disso, assinou contrato, antes inédito, com o município de São Paulo. Mais, apesar da
333 continuidade da prestação dos serviços pela sua própria concessionária estadual, o
334 governo do Estado decidiu assemelhar o ambiente da prestação de serviços com
335 aquele vivido pela empresa privada. Através da Lei Complementar Estadual n.º
336 1.025/2007, criou a ARSESP – Agência Reguladora de Saneamento e Energia do
337 Estado de São Paulo (a agência, sob outra denominação, já fazia a regulação da área
338 de energia, por delegação de funções da Agência Nacional de Energia Elétrica -
339 ANEEL) e vem realizando esforços, bem sucedidos, para que, a cada contrato de
340 programa firmado pela Sabesp a regulação do mesmo seja delegada à ARSESP.

341 Esta modernidade institucional é, entretanto, uma face do universo do setor; há uma
342 série de questões que permanece desafiadora. Um exemplo é a transferência de
343 recursos gerados em áreas rentáveis para a viabilização de empreendimentos em
344 localidades que não oferecem retorno mínimo ao investimento e aos custos da
345 operação. As possibilidades antes oferecidas pelo PLANASA ficaram grandemente

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346 limitadas; cada contrato de concessão firmado acresce responsabilidades de peso à


347 operadora estadual. Outro exemplo reside no financiamento dos investimentos
348 ambientais. A presença de recursos fiscais na viabilização de obras de tratamento de
349 esgotos é ainda residual e, para dizer o mínimo, aleatória6. Ao mesmo tempo em que
350 exigências maiores são feitas quanto aos investimentos, sem o apoio garantido de
351 recursos não-onerosos, o mercado permaneceu fragmentado, o que eleva
352 sensivelmente o seu grau de risco.

353 Outro componente de risco é o ambiente de regulação que envolve o setor, e que se
354 estende além do papel da agência reguladora propriamente dita ou dos organismos
355 ambientais, abrangendo o poder judiciário, que ocasiona demandas próprias, não
356 necessariamente revelando afinidade com a capacidade de investimento das
357 operadoras. Nestas condições, a concessão de máxima prioridade, por estas, à
358 contenção de custos e à operação em regime de eficiência é imperativa, pelo mérito
359 próprio da política e também para maior segurança na travessia de um novo ciclo
360 histórico do setor que, conservando elementos do passado, ou do PLANASA, mostra
361 mudanças inovações e avanços, mas também incertezas.

362 Por outro lado, o setor de resíduos sólidos, apesar da nova lei federal (Lei Federal n.º
363 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos), continua entendido
364 como assunto de interesse local – embora o seja cada vez menos -, sem que disponha
365 de linhas regulares de financiamento. A ação de controle ambiental tem levado, no
366 Estado de São Paulo, a uma situação, quanto à destinação final de resíduos, bastante
367 diversa daquela observada uma década atrás. Com a interdição de sítios de disposição
368 fora de padrões técnicos aceitáveis, municípios de várias regiões do Estado têm
369 transferido, com custos consideráveis, os seus resíduos para aterros sanitários
370 regionais, nos quais a gestão e o investimento privados pontificam. Casos desta
371 natureza também são observados tanto na bacia hidrográfica do Paraíba do Sul quanto
372 nas bacias hidrográficas do Litoral Norte e da Mantiqueira.

373 Quanto ao setor ou sub-setor de drenagem, trata-se daquele que permaneceu mais
374 distante de inovações institucionais. Assim, continua a ser de domínio local,
375 ressalvados os casos de grandes intervenções de ordem mais regional. Para obras de
376 sistemas de microdrenagem, os municípios dispõem de linhas de financiamento menos
377 vultosas e menos accessíveis, não obstante o fato de que, tendo em conta a
378 necessidade de um extenso e longo trabalho para a despoluição dos cursos d‟água
379 urbanos, a interação entre sistemas de coleta de esgotos e de drenagem seja muito
380 mais intensa que a estimada em projetos.

381

6
No entanto, os impactos da poluição ambiental, com o grande crescimento das áreas metropolitanas e
urbanas, se tornaram maiores; ademais, em elevadíssimo número de casos, ultrapassam o estrito limite
local - o tema adquire amplitude regional, adentrando o perímetro das bacias hidrográficas.
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382 3. MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL SOBRE A POLÍTICA DE


383 SANEAMENTO

384 A idéia de “controle social” – como a doutrina de separação da responsabilidade sobre


385 as atividades de planejamento, operação e regulação da prestação de serviços
386 públicos - também tem um aspecto de modernidade. O capítulo 8.º da Lei Federal n.º
387 11.445/2007 trata deste tema. A propósito, a Lei tem uma redação curiosa, não
388 imperativa, no caput do artigo 47.º; ela pressupõe que o controle social existe, sendo
389 que este controle, como se tratasse de um reforço, “poderá incluir a participação de
390 órgãos colegiados de caráter consultivo...”.

391 Ordinariamente, a „regra do jogo‟ democrático pressupõe um equilíbrio institucional,


392 idéia cuja origem está na velha forma setecentista da convivência dos poderes
393 executivo, legislativo e judiciário. Trata-se da “pedra da Roseta” da democracia
394 moderna, e uma espécie de critério pelo qual os regimes políticos são avaliados há
395 quase três séculos.

396 No entanto, nas últimas três ou quatro décadas, uma idéia adjunta à formulação
397 original sobreveio, qual seja o interesse pela adoção de mecanismos adicionais de
398 acompanhamento e controle de questões de interesse público, em especial aquelas
399 cuja responsabilidade é enfeixada pelo poder executivo. O exemplo mais saliente desta
400 idéia é a criação de conselhos, reunindo geralmente representantes do poder a ser
401 monitorado e representantes de organizações sociais, eleitos ou indicados de formas
402 as mais diversas.

403 São várias as razões para esta nova criação democrática. Primeiro, surge novamente o
404 „desencantamento‟ do Estado, mencionado no item anterior. Este desencantamento,
405 por sua vez, guarda alguma relação com as dimensões que o próprio Estado assumiu,
406 após décadas de crescimento de suas funções. Seu agigantamento tornou-o,
407 naturalmente, de controle mais difícil, como se fosse uma enorme e complexa
408 organização cujos tentáculos se estendem longe demais, fora do alcance de
409 instrumentos mais efetivos de monitoramento. Mas há o “desencantamento” puro e
410 simples, originário de uma desconfiança sobre a aplicação dos recursos públicos, que
411 contesta o Estado como depositário incontrastável da razão e do comportamento
412 racional e, eventualmente, mistura suspeitas de baixa competência e qualidade ética.
413 Outro fator é o próprio crescimento urbano, onde a impessoalidade (não a
414 impessoalidade que se relaciona à igualdade perante as leis, aos deveres e aos
415 direitos, que tem aspecto positivo, mas a que se expressa como „coisificação‟, ou
416 aguda desproporção entre o grande poder do Estado ou de uma corporação privada e
417 o indivíduo isolado e desprovido faticamente de meios e de direitos, ainda que a lei os
418 garanta) se afirma como a regra cada vez predominante de relação entre poder público
419 e cidadãos ou entre produtor e usuários

420 Como resultado, por toda parte apareceram conselhos, mais recentemente conselhos
421 institucionalizados, exatamente como sugerido na Lei Federal, reunindo representantes
422 do executivo e da denominada sociedade civil. Os conselhos não substituem os velhos
423 poderes legislativo e judiciário. Não costumam ser deliberativos - raramente o são,
424 aliás. Porém, representam, na prática, um fórum para a prestação de contas e, assim,
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425 um fator de ampliação da transparência das políticas públicas. Controle social, nesta
426 acepção, é isso, este chamado à sociedade, para que avance além do mecanismo do
427 voto e das eleições majoritárias e proporcionais. Assim, poderia ser definido como “o
428 conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade informações,
429 representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de
430 planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos...”7.

431 O governo federal já há longo tempo vem, respeitados os limites da constituição


432 federalista, impulsionando conselhos de acompanhamento de políticas públicas. Talvez
433 o exemplo mais conhecido seja o dos Conselhos de Saúde existentes nas três esferas
434 de governo (município, estados e União), que constituem parte integrante do SUS -
435 Sistema Único de Saúde. Os Conselhos de Saúde são, no caso, deliberativos. Foram
436 criados legalmente em 1990 e respondem diretamente às idéias de controle social. De
437 toda forma, sua existência, ainda mais com o status deliberativo que detêm, deve muito
438 aos recursos do Sistema, provenientes da União e transferidos mediante o
439 cumprimento de condicionalidades – a existência dos Conselhos é uma delas.

440 É certo, porém, que o funcionamento efetivo de conselhos como os de saúde, ou


441 outros, não tão institucionalizados, depende de condições locais e regionais que variam
442 consideravelmente. Em municípios maiores, com maior densidade populacional e
443 econômica, há maior chance de conselhos representarem o seu papel mínimo, qual
444 seja, de fórum de prestação de contas - o que obriga o administrador público a se
445 preparar para o conjunto organizado de informações e esclarecimentos que constitui a
446 devida prestação. Em municípios menores, particularmente naqueles onde o cenário
447 econômico é de estagnação e a composição social de menor heterogeneidade, há
448 maior incerteza sobre a eficácia de conselhos, mesmo que venham a ser criados, seja
449 por impulso externo ou mesmo local. A dificuldade, porém, não impede a tentativa.

450 De toda forma, reconhecida a importância relativa de conselhos ou outros meios


451 hodiernos de controle social sobre os grandes poderes, nunca é demais observar que o
452 setor de saneamento, no Brasil, é crescentemente regulado, e esta regulação
453 ultrapassa a esfera do poder de uma agência reguladora propriamente dita. Trata-se de
454 algo mais geral, de fato um ambiente amplo de regulação, que conta,
455 suplementarmente, com os poderes concedentes municipais revalorizados, o
456 Judiciário, o Ministério Público, os órgãos ambientais, as legislações de proteção do
457 consumidor e os próprios conselhos que abrigam uma participação popular
458 minimamente organizada. É um ambiente que se mostra mais tensionado em regiões
459 mais desenvolvidas, como o estado de São Paulo ou na sua principal região
460 metropolitana, mas que gradativamente, ainda que com menor intensidade, se estende
461 a outros estados e regiões brasileiros.

462

7
Conforme o Inciso XVII, artigo 6.º, da Lei Complementar n.º 357/2008, que instituiu o Plano
Municipal de Saneamento Básico do município de São José dos Campos.
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463 4. ARTICULAÇÃO E INTEGRAÇÃO DOS AGENTES MUNICIPAIS, ESTADUAIS


464 E FEDERAIS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES PROGRAMADAS

465 A fragmentação das titularidades sobre os serviços de saneamento - i.é. a


466 predominância do interesse local - é o elemento básico de dimensionamento das
467 possibilidades de efetiva integração de esforços entre os executivos municipais,
468 estadual e federal para a melhor prestação de serviços. O federalismo brasileiro, de
469 tipo novo, onde o município é um ente federado - diferentemente de outros casos de
470 constituição federalista -, põe em relevo bem mais a política de cooperação que os
471 instrumentos de subordinação e coerção.

472 O elemento de indução forçada não necessariamente está excluído de cogitação, mas
473 sua possibilidade liga-se à existência de recursos financeiros que podem ser
474 repassados mediante o atendimento de algumas condicionalidades. É novamente o
475 exemplo do Sistema Único de Saúde, que tem diretrizes e procedimentos fixados pela
476 União - mais precisamente, por lei federal - que devem ser cumpridos como condição à
477 própria transferência dos recursos. Outro exemplo é o da própria utilização de recursos
478 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS durante a longa fase mais rígida
479 de procedimentos adotados na implementação do Plano Nacional de Saneamento -
480 PLANASA. Na mesma linha, considerando hipoteticamente necessidades atuais do
481 setor de saneamento, o Estado poderia agir pró-ativamente, com recursos, no estímulo
482 a soluções regionais consorciadas para a destinação de resíduos sólidos, com
483 viabilização de aterros ou outras soluções tecnológicas cuja localização permita
484 equilibrar os custos de tratamento e transporte dos volumes coletados.

485 Entretanto, imposições por conta de transferência de recursos devem ser sempre
486 decididas com algum grau de cautela. Casos cujo exame pode ser reveladores das
487 vicissitudes constitucionais são os de municípios que não cobram pela prestação de
488 serviços de abastecimento de água, de coleta de esgotos e/ou de serviços de limpeza
489 urbana. Em tese, se os municípios cumprem razoavelmente bem as suas funções
490 públicas, comparativamente aos demais da mesma região, não há razão imperativa
491 que, em troca de repasse de recursos não onerosos do governo do estado ou da
492 União, esta singular política local tenha de ser alterada. A alteração se justifica se,
493 claramente, a reivindicação destes municípios por recursos assumir aspectos
494 quantitativos maiores por uma evidente incapacidade de alocar contrapartida local,
495 novamente em comparação com os municípios vizinhos ou próximos.

496 Por outro lado, a água é um recurso escasso e a poluição hídrica, um fato relevante.
497 Estes aspectos rompem os limites da circunscrição municipal e assumem contornos
498 regionais. Assim, Planos Regionais de Saneamento e Planos de Bacias Hidrográficas,
499 embora não abriguem metas e procedimentos que possam ser, todos eles,
500 incontrastavelmente qualificados como vinculatórios, constituem instrumentos de
501 interesse público e a garantia de seus objetivos pode se sobrepor a visões
502 excessivamente localistas. A oposição caracterizada, o repasse de recursos pode ser

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503 utilizado como indutor de mudanças da política local e de garantia de diretrizes e metas
504 regionais8. Dificilmente a legitimidade de um ato deste tipo seria contestada.

505 Estas definições e condições implicam que uma política estadual deve, provavelmente,
506 se valer de uma combinação razoável de cooperação e pressão. Vale a observação de
507 que, apesar do quadro institucional complexo e fragmentado, e do aporte de recursos
508 nem sempre em qualidade e em montante adequados, nos últimos dez-quinze anos
509 houve avanços importantes nos serviços de abastecimento de água, esgotamento
510 sanitário e resíduos sólidos no Estado de São Paulo - em drenagem, a evolução é de
511 mais difícil mensuração. Sistemas de abastecimento tiveram a sua abrangência
512 ampliada, os níveis de atendimento com redes coletoras de esgoto se elevaram, foram
513 efetuados grandes investimentos em tratamento de esgotos e, apesar de todas as
514 dificuldades, os municípios mantiveram a boa cobertura com a coleta de lixo e, além
515 disso, desenvolveram enorme esforço para destinar os resíduos coletados a sítios
516 aprovados pelo órgão de controle ambiental, ainda que a longas distâncias de seus
517 territórios urbanos.

518 Avanços na política estadual – por cooperação e por indução - reforçariam a tendência
519 de aproximação cada vez maior da oferta de serviços ao nível da demanda. Assim, os
520 planos regionais de saneamento - pelos diagnósticos, proposições e quantificações dos
521 recursos necessários - fazem parte destas definições em direção a um quadro
522 institucional mais satisfatório, ainda que sempre complexo. Além disso, são mais um
523 passo rumo à expectativa de uma intervenção planejada e mais ativa por parte do
524 Governo do Estado no setor, intervenção indispensável à própria meta de
525 universalização dos serviços. Um aspecto de uma política organizada e encorpada
526 seria a administração de banco de dados - parceiro do SNIS (Sistema Nacional de
527 Informações de Saneamento) -, com a avaliação de desempenho de operadores dos
528 serviços. Embora a análise comparativa de indicadores de atividades como os de água
529 e esgotos não seja uma tarefa trivial - por questões de mercado, de fisiografia, de
530 organização urbana, de rendas familiares médias, de confiabilidade da apuração, etc. -,
531 a publicidade dos dados (“yardstick competition”), revestida dos cuidados técnicos
532 adequados, é essencial à busca de eficiência maior na prestação dos serviços.

533

8
É o caso da utilização de recursos do FEHIDRO e do Programa Água Limpa.
15
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534 5. CONJUNTO DAS SOLUÇÕES PROPOSTAS E ANÁLISE DE


535 SUSTENTABILIDADE

536 5.1. OBJETIVOS E METAS DO PLANO

537 O Plano Integrado Municipal, enfocando os quatro serviços de saneamento básico,


538 objetiva fornecer os instrumentos para que os representantes municipais desenvolvam
539 as providências para o acesso de toda a população aos sistemas e serviços de
540 saneamento, no mais curto prazo possível, garantidos o uso sustentável dos recursos
541 hídricos e preservado o meio ambiente.

542 Este instrumental consiste no conjunto de ações estruturais e não estruturais a serem
543 implementadas, sua cronologia com custos estimados, indicação de possíveis fontes
544 de financiamentos, sugestão de indicadores para avaliação da eficácia das ações
545 sugeridas, orientação para a tomada de decisões em situações de contingências e/ou
546 emergências, indicação das condições a serem consideradas em contratos de
547 programa/ concessões/ atuação de órgãos de regulação e fiscalização da prestação
548 dos serviços.

549 O Plano adotou como meta de ordem geral, o procedimento de se alcançar a


550 universalização dos serviços tão mais breve quanto mais altos os índices atuais de
551 atendimento.

552 Dentro deste contexto é que se apresentam as propostas sugeridas, para cada um dos
553 segmentos do saneamento básico, com a análise da sustentabilidade respectiva.

554 5.2. SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO


555 SANITÁRIO

556 Com base na situação atual e nas características das unidades dos sistemas de
557 abastecimento de água e esgotamento sanitário existentes, e na avaliação da
558 suficiência desses sistemas frente às demandas de água e vazões de esgoto de final
559 de plano, procedeu-se à proposição de alternativas visando assegurar a
560 universalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, com
561 as respectivas estimativas de custos.

562 No presente Relatório R4 são apresentados os quadros resumo das intervenções


563 propostas e os custos estimados para sua implantação.

564 Para a estimativa de custos das proposições utilizou-se preferencialmente o Estudo de


565 Custos de Empreendimentos da SABESP, de Jun/2010. Na impossibilidade de uso
566 desta base, utilizaram-se curvas de custo usuais em trabalhos de planejamento e,
567 eventualmente, utilizou-se custos de mercado obtidos em revistas especializadas ou
568 em consultas a fornecedores.

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569 5.2.1. Sistema de Abastecimento de Água

570 OBRAS, INTERVENÇÕES E ESTIMATIVA DE CUSTOS

571 A seguir é apresentado um quadro resumo com as intervenções propostas para os


572 sistemas de abastecimento de água de Ilhabela e a estimativa de custos:

Sistema de Abastecimento de Água


Município /Sistema Ano/Previsão Valor / Estimativos
Ilhabela
Ampliação do SAA Água Branca para 150l/s 2.016 R$ 15.400.000,00
Ampliação do SAA Água Branca para 200l/s 2.030 R$ 800.000,00
Ampliação do SAA Pombo 2.016 R$ 6.877.000,00

TOTAL R$ 23.077.000,00

573 PROGRAMAS E AÇÕES

574 Neste tópico são conceituados os planos, programas e ações considerados


575 necessários para o alcance e manutenção das metas do Plano de Saneamento.

576 Monitoramento da Qualidade da Água

577 Monitoramento da qualidade da água bruta e da água tratada, principalmente com


578 relação aos parâmetros cor e turbidez, objetivando detectar anomalias e implementar
579 correções nos procedimentos de tratamento, bem como estudar a necessidade de
580 implantar melhorias no processo de tratamento da água bruta dos mananciais
581 superficiais.

582 Estudos e Projeto de Setorização

583 Elaboração de estudos e projeto para a adequada setorização do sistema de


584 distribuição de água, de forma a manter as pressões de trabalho das redes dentro das
585 faixas recomendadas e minimizar os problemas causados pelos extremos das mesmas
586 (falta de água ou rompimentos de tubulações).

587 Prever uma adequada compartimentação de trechos de redes, através de válvulas de


588 fechamento, minimizando a abrangência dos isolamentos para consertos e
589 manutenções.

590 Prever ainda interligações setoriais para situações emergenciais, as quais deverão ser
591 mantidas normalmente fechadas e rigorosamente monitoradas para evitar o
592 desequilíbrio do sistema de distribuição.

593 Programa de Redução de Perdas

594 Implementação de Programa de Redução de Perdas que contemple, minimamente:


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595 i) implementação e manutenção de cadastro técnico atualizado do sistema de


596 distribuição, com registro da localização de macromedidores, de válvulas de
597 fechamento, de válvulas redutoras de pressão e de hidrantes, bem como registro
598 dos materiais e idades das tubulações;

599 ii) implementação e manutenção de cadastro comercial atualizado com registro das
600 ligações e suas características, principalmente no tocante aos hidrômetros
601 instalados (marca, número, capacidade e data de instalação);

602 iii) monitoramento e registro das pressões de trabalho das redes de distribuição
603 através de equipe de pitometria;

604 iv) revisão periódica do estudo de setorização com implantação de válvulas de


605 redução de pressão quando necessário;

606 v) implantação, aferição sistemática e monitoramento de macromedidores setoriais,


607 ao menos em todas as saídas de reservatórios e de estações elevatórias, com
608 registro das leituras no banco de dados;

609 vi) confronto sistemático dos consumos micromedidos e dos volumes registrados
610 pelos macromedidores correspondentes ao mesmo período entre leituras dos
611 hidrômetros, resultando relatório gerencial com apontamento dos setores/áreas
612 mais problemáticos e com maiores índices de perdas;

613 vii) execução de pesquisa de vazamentos não visíveis nas áreas mais problemáticas
614 apontadas;

615 viii) estudo de avaliação das perdas aparentes (fraudes, ligações clandestinas, falha
616 na hidrometração ou na leitura, etc) em função dos resultados das ações
617 anteriores;

618 ix) implementação de ações para detecção de fraudes e ligações clandestinas;

619 x) implementação e manutenção de plano de substituição de hidrômetros com vida


620 útil vencida ou com leitura zero;

621 xi) controle de qualidade dos materiais e da execução dos serviços; e

622 xii) treinamento das equipes operacionais, particularmente das equipes de leitura e
623 de troca e manutenção de hidrômetros.

624 5.2.2. Sistema de Esgotamento Sanitário

625 OBRAS, INTERVENÇÕES E ESTIMATIVA DE CUSTOS

626 As obras e intervenções propostas para os sistemas de esgotamento sanitário e os


627 custos estimados são apresentados a seguir:

628
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629

Sistema de Esgotamento Sanitário


Município /Sistema Ano/Previsão Valor / Estimativos
Ilhabela
SES Itaquanduba - Etapa 3A - Reversão Saco da Capela 2.012 R$ 6.603.124,00
Implantação SES Feiticeira 2.018 R$ 3.500.000,00
Implantação SES Região Norte 2.018 R$ 7.000.000,00
Implantação SES Região Sul 2.018 R$ 7.000.000,00
SES Itaquanduba - 3ª Etapa 2.016 R$ 3.948.999,00
SES Itaquanduba -4ª Etapa 2.016 R$ 8.571.000,00
TOTAL R$ 36.623.123,00

630 PROGRAMAS E AÇÕES

631 Monitoramento da Qualidade dos Esgotos

632 Monitoramento da qualidade dos esgotos lançados nos corpos receptores e da


633 qualidade da água dos corpos receptores. Objetiva verificar o atendimento à legislação
634 e permitir eventuais ajustes de procedimentos no processo de tratamento, bem como
635 avaliar a necessidade de introduzir novos processos no sistema de tratamento.

636 Programa de Detecção de Lançamento Irregular na Rede Coletora

637 Contempla a estruturação e manutenção de equipe de fiscalização dos lançamentos na


638 rede coletora. Visa coibir e eliminar lançamentos irregulares na rede coletora de
639 esgotos, principalmente de águas pluviais ou de esgotos com parâmetros fora das
640 faixas admissíveis. Necessita suporte de atividades laboratoriais especificamente para
641 verificação dos parâmetros dos lançamentos.

642 Programa de Limpeza das Redes Coletoras

643 Compreende a atividade de limpeza sistemática ou periódica das redes coletoras com
644 vistas a evitar entupimentos e danos ao sistema de coleta. Oferece paralelamente a
645 oportunidade de detecção de eventuais problemas de ruptura da tubulação por
646 enroscamento do equipamento de limpeza ou por vazão a jusante inferior à injetada
647 para a limpeza.

648 Sistema de Gestão

649 Implementação de Base de Dados de Indicadores

650 Implantação, manutenção e alimentação de base de dados informatizada para registro


651 dos parâmetros necessários à determinação de indicadores que avaliem a evolução da
652 situação do sistema de saneamento do município.

653

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RECURSOS HÍDRICOS

654 5.2.3. Analise de Sustentabilidade Econômica Financeira

655 Introdução

656 O objetivo do presente tópico consiste na apresentação da projeção de um Fluxo de


657 Caixa Descontado Líquido, que permita visualizar o grau de sustentabilidade financeira
658 da prestação dos Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário, do
659 Município de Ilha Bela, de forma agregada, pois os dados disponíveis não permitem
660 uma projeção por tipo de serviço.

661 Para a elaboração desta tarefa necessita-se do levantamento de dados atuais, sobre a
662 prestação dos serviços, do ponto de vista físico e financeiro, a fim de definir parâmetros
663 e premissas para as projeções das Despesas de Exploração.

664 A equipe da consultora encontrou dificuldades em obter tais informações, diretamente,


665 da concessionária prestadora dos serviços, por razões diversas.

666 Desse modo a elaboração do estudo basear-se-á em informações indiretas colhidas


667 junto ao SNIS, principalmente para a projeção das Despesas de Exploração, que
668 abrangem as despesas com Pessoal, Produtos Químicos, Energia Elétrica, Serviços de
669 Terceiros e Outras Despesas, bem como dos dados físicos correlatos.

670 Cabe destacar que existe uma razoável defasagem temporal na publicação dos dados
671 aventados de, aproximadamente, dois anos.

672 A estruturação deste tópico obedece à apresentação e descrição dos parâmetros e


673 premissas, a projeção do Fluxo de Caixa Descontado, análise dos resultados obtidos e
674 Conclusão.

675 Premissas e Parâmetros

676 Os valores numéricos dos parâmetros e premissas utilizados para a projeção do Fluxo
677 de Caixa Descontado são apresentados na Tabela a seguir, com uma descrição
678 sucinta para cada item.

679

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RECURSOS HÍDRICOS

680

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO


Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
Parâmetros e Premissas
Município: Ilhabela
Descrição Unidade Valor
1. Taxa de Desconto % ao ano 12%
-Fator de Recuperação do Capital Coeficiente 0,12414
2. Tarifa Média
-Abastecimento de Água R$/m³ 2,49
-Esgotamento Sanitário R$/m³ 2,50
3. Receitas Indiretas % 4,10%
4.Inadimplência % 0,06%
5.Despesas Médias
-Pessoal R$/Empregado 21.010,86
-Produtos Químicos R$/m³ prod_Água 0,1804
-Energia Elétrica - Água R$/m³ prod_Água 0,2087
-Energia Elétrica - Esgoto R$/m³trat.Esgoto 0,4197
-Serviços R$/Lig_A/E 302,47
-Outras R$/Lig_A/E 173,38
6.IPCA (2010/2008) Coeficiente 1,1017
7.Quantidade de Segundos no ano 1000/Segundos 31.536
8.Coeficiente de Faturamento/Consumo
- Água Coeficiente 1,1412
- Esgoto Coeficiente 2,1525
9.Produtividade - Pessoal Lig_A/E_Empreg. 329,9
10.Volume Faturado por Economia
-Água m³/Economia/mês 19,1
-Esgoto m³/Economia/mês 34,4
11.Impostos sobre receitas % Receita 7,0%
12.Imposto de Renda % Receita 10,0%
13.Aumento da Produtividade do
Pessoal % ao ano 0,0%
14.Eficiência Energética % ao ano 0,0%
Fonte dos dados primários: SNIS -2008 e Relatórios da Sabesp

681 Destaca-se, inicialmente, que os dados monetários, do ano de 2008, foram atualizados,
682 para preços médios de 2010, utilizando-se como deflator, para inflacionar os preços, a
683 variação do IPCA do IBGE, cuja variação do período girou em torno de 10,2%.

684 a) Taxa de Desconto

685 A taxa de desconto é utilizada para uniformizar a série de dados monetários e físicos a
686 Valor Presente Líquido. Normalmente se utiliza a taxa que remunera o capital investido,
687 admitido um determinado grau de risco, representando esta, o custo de oportunidade
688 dos recursos financeiros. Para o setor existem evidências que tal taxa varie entre 10 a
689 12%, ao ano. Escolheu-se para este trabalho a taxa de 12%.

21
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690 b) Tarifas Médias

691 As tarifas médias multiplicadas pelos respectivos volumes faturáveis, de abastecimento


692 de água e de esgotamento sanitário, permitem projetar as Receitas Operacionais
693 esperadas. Foram obtidas de dados publicados pelo SNIS, dividindo-se a Receita
694 oriunda da prestação do Serviço pelo respectivo volume faturado.

695 Os volumes faturáveis, utilizados para projetar as receitas, constam do estudo de


696 demanda, cujos critérios encontram-se expostos tópico 4, do Produto 3. Para fins de
697 faturamento de esgotos utilizou-se o mesmo volume faturado por ligação de água.

698 As tarifas são mantidas constantes ao longo do horizonte de projeção, estipulado em


699 30 anos futuros.

700 c) Receitas Indiretas

701 Para a projeção das receitas indiretas, oriundas de serviços prestados pela
702 Concessionária, que não sejam tarifários, utilizou uma relação que mede a participação
703 dessas receitas na receita tarifária direta do fornecimento de água e do esgotamento
704 sanitário. A relação foi mantida constante ao longo do horizonte de projeção.

705 d) Evasão de Receita

706 É obtido dividindo-se a diferença entre a receita operacional faturada e a receita


707 operacional arrecadada pela receita operacional faturada. Como a arrecadação no Snis
708 afigurou-se acima da receita faturada, adotou-se o coeficiente de 5%, para efeito de
709 projeção deste item.

710 e) Despesas Médias

711 a. Despesas médias com pessoal – apuradas por empregado ocupado. O


712 critério de projeção dessas despesas utiliza um parâmetro adicional,
713 representado pela produtividade média do pessoal próprio ocupado
714 (Ligações de água e esgoto por empregado). Este critério visa captar o
715 crescimento das ligações ao longo do período de projeção, bem como a
716 evolução do quadro de pessoal e salários.

717 b. Despesas com Produtos Químicos – foram projetadas a partir do


718 coeficiente de despesas por volume de água produzida e mantida constante
719 ao longo do horizonte de projeção.

720 c. Despesas com Energia Elétrica – foram projetadas a partir do coeficiente


721 de despesas por volume de água produzida volume de esgoto tratado. A
722 distribuição das despesas de energia Elétrica entre os serviços de
723 abastecimento de água e de esgotamento sanitário foi efetuada mediante o
724 consumo de energia elétrica (Kwh) informado, por tipo de serviço. constante
725 das informações contidas no SNIS.

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726 d. Despesas com Serviços de Terceiros e Outras Despesas – foram


727 projetadas a partir do coeficiente de despesas por ligações de Água e
728 Esgoto e mantidas constantes ao longo do horizonte de projeção.

729 f) Coeficiente de Faturamento/Consumo

730 Este coeficiente foi utilizado para transformar os volumes consumidos e coletados em
731 volumes faturáveis, para efeito de projeção das receitas operacionais diretas dos
732 serviços de abastecimento de água. Para o faturamento dos serviços de esgotamento
733 sanitário foi mantido o mesmo consumo de água, projetado.

734 g) Volumes Médios por Economia

735 Indicador de controle que testemunha os dados físicos utilizados, como ponto de
736 partida, em relação aos dados físicos que estão sendo utilizados nas projeções.

737 h) Impostos Incidentes sobre Receitas

738 Este índice é destinado a projetar os impostos incidentes sobre as receitas


739 (PIS/COFINS) e foi obtido dos demonstrativos de resultados publicados no site da
740 Sabesp.

741 i) Imposto de renda

742 O Imposto de renda é obtido após a apuração do lucro oriundo da prestação dos
743 serviços, em cujo processo se inclui, além das despesas de exploração, projetadas
744 conforme critérios explicitados nos itens anteriores, as despesas de juros dos
745 empréstimos e a depreciação do imobilizado em operação, as amortizações de
746 despesas e as provisões para devedores duvidosos.

747 Como os dados disponíveis não permitiram a elaboração de um demonstrativo de


748 resultado e de um balanço patrimonial, completos, pela não disponibilidade dos dados
749 acima explicitados, imputou-se, como Imposto de Renda (IR), o coeficiente obtido pela
750 divisão da provisão de IR pela diferença entre a receita operacional menos as
751 despesas exploração da prestação dos serviços, constantes do demonstrativo de
752 resultados publicado no site da Sabesp. Imputou-se este imposto para os municípios
753 com Geração Interna de Recursos positiva.

754 Fluxo de Caixa Descontado

755 A sustentabilidade financeira será avaliada mediante a projeção do Fluxo de Caixa


756 Descontado (FCD), o qual depende dos parâmetros acima explicitados (tarifas médias
757 e coeficientes de despesas), da projeção da demanda pelos serviços e das ações de
758 investimento (ofertas) necessárias para suprir tal demanda, as quais geram um plano
759 de investimento.

760 A diferença entre as receitas projetadas e as despesas determina a Geração Interna de


761 Recursos Financeiros (GIRF), consistindo na base da sustentabilidade financeira. Se
762 for positiva a prestação dos serviços apresenta sustentabilidade financeira operacional.
23
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RECURSOS HÍDRICOS

763 No entanto a sustentabilidade total estará garantida se este excedente for suficiente
764 para suportar os investimentos necessários, para a universalização dos serviços, o que
765 é verificado quando se deduz da GIRF os valores do plano de investimentos.

766 Projeção da Demanda

767 A demanda e oferta física futura foram projetadas pela equipe de engenharia conforme critérios
768 explicitados no Produto P3, cujo resumo consta da tabela a abaixo.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO


Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
Demanda e Oferta dos Serviços
Município: Ilhabela
População Ligações Volumes - 1000 m³/ano m3 Economia Quadro
Descrição Atendida Produzido Tratado Faturado Faturado de
Urbana Água Esgoto Total
Água Esgoto Água Esgoto Água Esgoto Água Esgoto Pessoal
2011 45.550 39.811 2.098 12.123 3.455 15.578 5.694 1.085 4.312 1.229 29,6 29,6 47
2012 46.459 42.556 12.982 13.027 6.826 19.853 6.064 2.023 4.609 2.415 29,5 29,5 60
2013 47.367 45.378 24.345 13.961 10.638 24.599 6.431 2.992 4.914 3.745 29,3 29,3 75
2014 48.276 48.276 36.094 14.924 14.924 29.848 6.814 3.997 5.229 5.229 29,2 29,2 90
2015 49.184 49.184 48.276 15.275 15.275 30.550 7.204 4.072 5.327 5.327 29,1 29,1 93
2016 50.040 50.040 49.184 15.626 15.626 31.252 7.282 4.143 5.419 5.419 28,9 28,9 95
2017 50.897 50.897 50.040 15.982 15.982 31.964 7.362 4.214 5.512 5.512 28,7 28,7 97
2018 51.752 51.752 50.897 16.337 16.337 32.674 7.431 4.284 5.605 5.605 28,6 28,6 99
2019 52.609 52.609 51.752 16.694 16.694 33.388 7.510 4.354 5.697 5.697 28,4 28,4 101
2020 53.465 53.465 52.609 17.049 17.049 34.098 7.587 4.425 5.790 5.790 28,3 28,3 103
2021 54.297 54.297 53.465 17.405 17.405 34.810 7.653 4.494 5.880 5.880 28,2 28,2 105
2022 55.130 55.130 54.297 17.757 17.757 35.514 7.725 4.563 5.971 5.971 28,0 28,0 107
2023 55.961 55.961 55.130 18.109 18.109 36.218 7.797 4.631 6.061 6.061 27,9 27,9 110
2024 56.794 56.794 55.961 18.461 18.461 36.922 7.856 4.700 6.151 6.151 27,8 27,8 112
2025 57.626 57.626 56.794 18.813 18.813 37.626 7.926 4.769 6.241 6.241 27,6 27,6 114
2026 58.398 58.398 57.626 19.165 19.165 38.330 7.995 4.832 6.324 6.324 27,5 27,5 116
2027 59.171 59.171 58.398 19.505 19.505 39.010 8.043 4.896 6.408 6.408 27,4 27,4 118
2028 59.944 59.944 59.171 19.845 19.845 39.690 8.103 4.960 6.492 6.492 27,3 27,3 120
2029 60.717 60.717 59.944 20.184 20.184 40.368 8.150 5.024 6.576 6.576 27,1 27,1 122
2030 61.489 61.489 60.717 20.524 20.524 41.048 8.208 5.087 6.659 6.659 27,0 27,0 124
2031 62.253 62.253 61.489 20.864 20.864 41.728 8.266 5.150 6.742 6.742 26,9 26,9 126
2032 63.017 63.017 62.253 21.184 21.184 42.368 8.309 5.213 6.825 6.825 26,8 26,8 128
2033 63.780 63.780 63.017 21.504 21.504 43.008 8.364 5.276 6.907 6.907 26,8 26,8 130
2034 64.544 64.544 63.780 21.825 21.825 43.650 8.418 5.339 6.990 6.990 26,7 26,7 132
2035 65.308 65.308 64.544 22.145 22.145 44.290 8.460 5.402 7.073 7.073 26,6 26,6 134
2036 65.894 65.894 65.308 22.465 22.465 44.930 8.513 5.451 7.136 7.136 26,5 26,5 136
2037 66.480 66.480 65.894 22.736 22.736 45.472 8.531 5.499 7.200 7.200 26,4 26,4 137
2038 67.068 67.068 66.480 23.008 23.008 46.016 8.560 5.548 7.264 7.264 26,3 26,3 139
2039 67.654 67.654 67.068 23.278 23.278 46.556 8.590 5.596 7.327 7.327 26,2 26,2 140
2040 68.240 68.240 67.654 23.550 23.550 47.100 8.606 5.644 7.390 7.390 26,2 26,2 142
VPL 58.054 56.712 45.017 144.896 128.042 272.938 64.257 33.653 49.475 43.501 258 258 826
769

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RECURSOS HÍDRICOS

770 Projeção da GIRF


771 A projeção mostra uma GIRFP negativa, em torno de R$ 44,6 milhões, a valor
772 presente, no horizonte de planejamento, de acordo com critérios e premissas adotados.
773 A tabela a seguir mostra os detalhes da geração interna de recursos financeiros.
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO
Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
Projeção da Geração Interna de Recursos Financeiros
Município: Ilhabela R$ mil
Receitas Operacionais Despesas de Exploração Imp. Geração
Descrição
Água Esgoto Ind. Imp. E.Rec. Total Pes P.Quím. E.Elétr. Serv. Outras Totais Renda Interna
2011 10.746 3.067 566 (1.007) (9) 13.363 5.714 1.028 1.644 4.712 2.701 15.798 - (2.435)
2012 11.487 6.027 718 (1.276) (12) 16.944 7.281 1.094 2.114 6.005 3.442 19.937 - (2.993)
2013 12.248 9.346 885 (1.574) (14) 20.892 9.020 1.160 2.598 7.441 4.265 24.483 - (3.592)
2014 13.032 13.049 1.069 (1.900) (17) 25.232 10.942 1.229 3.100 9.028 5.175 29.474 - (4.242)
2015 13.276 13.295 1.089 (1.936) (18) 25.706 11.197 1.300 3.212 9.241 5.297 30.247 - (4.541)
2016 13.507 13.525 1.108 (1.970) (18) 26.153 11.452 1.314 3.258 9.453 5.418 30.896 - (4.743)
2017 13.738 13.757 1.127 (2.004) (18) 26.601 11.711 1.328 3.305 9.668 5.542 31.554 - (4.954)
2018 13.970 13.989 1.146 (2.037) (18) 27.049 11.969 1.341 3.349 9.883 5.665 32.206 - (5.157)
2019 14.200 14.220 1.165 (2.071) (19) 27.495 12.228 1.355 3.395 10.099 5.789 32.865 - (5.370)
2020 14.432 14.452 1.184 (2.105) (19) 27.943 12.485 1.369 3.441 10.314 5.912 33.520 - (5.577)
2021 14.656 14.676 1.202 (2.137) (19) 28.377 12.743 1.381 3.483 10.529 6.035 34.172 - (5.794)
2022 14.881 14.902 1.221 (2.170) (20) 28.813 12.999 1.394 3.527 10.742 6.157 34.819 - (6.005)
2023 15.105 15.126 1.239 (2.203) (20) 29.248 13.254 1.407 3.571 10.955 6.279 35.466 - (6.218)
2024 15.331 15.352 1.258 (2.236) (20) 29.684 13.508 1.418 3.612 11.168 6.401 36.107 - (6.424)
2025 15.555 15.576 1.276 (2.268) (21) 30.118 13.763 1.430 3.655 11.381 6.523 36.753 - (6.636)
2026 15.763 15.784 1.293 (2.299) (21) 30.521 14.018 1.443 3.696 11.594 6.646 37.396 - (6.876)
2027 15.972 15.994 1.310 (2.329) (21) 30.925 14.264 1.451 3.734 11.800 6.763 38.012 - (7.086)
2028 16.181 16.203 1.327 (2.360) (21) 31.330 14.510 1.462 3.773 12.005 6.881 38.631 - (7.301)
2029 16.389 16.411 1.344 (2.390) (22) 31.733 14.754 1.471 3.809 12.210 6.999 39.244 - (7.511)
2030 16.598 16.621 1.361 (2.421) (22) 32.138 15.000 1.481 3.848 12.416 7.117 39.862 - (7.724)
2031 16.804 16.827 1.378 (2.451) (22) 32.537 15.245 1.491 3.887 12.622 7.235 40.480 - (7.943)
2032 17.010 17.033 1.395 (2.481) (23) 32.935 15.476 1.499 3.922 12.815 7.346 41.058 - (8.124)
2033 17.216 17.240 1.412 (2.511) (23) 33.334 15.707 1.509 3.960 13.009 7.457 41.641 - (8.307)
2034 17.422 17.446 1.429 (2.541) (23) 33.734 15.938 1.519 3.998 13.203 7.568 42.226 - (8.492)
2035 17.629 17.653 1.446 (2.571) (23) 34.133 16.168 1.527 4.033 13.397 7.679 42.803 - (8.670)
2036 17.787 17.811 1.459 (2.594) (24) 34.439 16.399 1.536 4.064 13.590 7.790 43.379 - (8.940)
2037 17.945 17.970 1.472 (2.617) (24) 34.746 16.593 1.539 4.088 13.754 7.884 43.859 - (9.113)
2038 18.104 18.129 1.485 (2.640) (24) 35.054 16.788 1.545 4.115 13.919 7.978 44.345 - (9.291)
2039 18.262 18.287 1.498 (2.663) (24) 35.359 16.982 1.550 4.141 14.082 8.072 44.827 - (9.468)
2040 18.420 18.445 1.511 (2.686) (24) 35.665 17.177 1.553 4.165 14.247 8.166 45.308 - (9.642)
V.P.L 123.310 108.569 9.504 (16.897) (153) 224.333 99.940 11.595 27.534 82.557 47.321 268.947 - (44.614)
Obs:- Ind.=Indireta; Imp.=impostos; E.Rec.=Evasão de Receita; Pes.=Pessoal; P.Quim.=Produtos Químicos; E.Eletr.=Energia Elétrica; Serv.=Serviços.

774 Estes resultados, de acordo com as premissas adotadas, demonstram que a prestação
775 dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, no município,
776 analisados isoladamente, não apresenta sustentabilidade financeira operacional própria
777 e, portanto, não gera recursos financeiros adicionais próprios para alavancar, parcial ou

25
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778 totalmente, os investimentos necessários, para a ampliação e/ou melhoria dos sistemas
779 de abastecimento de água e de esgotamento sanitário..
780 Plano de Investimentos
781 Os investimentos, emergencial, de curto, médio e longo prazo, necessários para implementar a
782 expansão e/ou ampliação da oferta/demanda, pelos serviços de abastecimento de água e
783 esgotamento sanitário, foram obtidos junto à Sabesp de forma global. A distribuição no tempo
784 foi elaborada pela equipe técnica de engenharia. O Plano de investimentos consta da tabela
785 abaixo:
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO
Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
Plano de investimentos - R$ mil
Município: Ilhabela
Sistema de Abastecimento de Água Esgotamento Sanitário Bens
Descrição U. Total
Em. Prod. Res. Rede Lig. Per. Out. S. T. Em. Lig. Rede Afast. Trat. Out. S. T. G.
2011 - 54 1.016 160 1.230 1.377 351 - 1.728 59 3.018
2012 - 56 1.064 168 1.288 1.587 366 6.603 4.375 12.931 284 14.503
2013 - 58 1.099 174 1.330 1.794 378 - 2.173 70 3.573
2014 - 59 1.133 179 1.371 2.017 392 4.375 6.785 163 8.319
2015 - 60 1.111 176 1.346 1.745 394 - 2.140 70 3.556
2016 15.400 57 1.111 175 16.742 1.745 372 4.375 6.492 465 23.699
2017 - - - - - - - - - - -
2018 - - - - - - - 4.375 4.375 88 4.463
2019 - - - - - - - - - - -
2020 - - - - - - - - - - -
2021 - - - - - - - - - - -
2022 - - - - - - - - - - -
2023 - - - - - - - - - - -
2024 - - - - - - - - - - -
2025 - - - - - - - - - - -
2026 - - - - - - - - - - -
2027 - - - - - - - - - - -
2028 - - - - - - - - - - -
2029 - - - - - - - - - - -
2030 800 - - - 800 - - - - 16 816
2031 - - - - - - - - - - -
2032 - - - - - - - - - - -
2033 - - - - - - - - - - -
2034 - - - - - - - - - - -
2035 - - - - - - - - - - -
2036 - - - - - - - - - - -
2037 - - - - - - - - - - -
2038 - - - - - - - - - - -
2039 - - - - - - - - - - -
2040 - - - - - - - - - - -
VPL - 8.831 - 263 4.984 787 14.865 - 7.760 1.720 5.896 11.482 - 26.857 834 42.557
Obs:- Em.=Emergencial; Prod.=Produção; Res.=Reservação; Lig.=Ligação;Per.=Perdas; Out.=Outros; S.T.=Sub Total; Afast.=Afastamento;
Trat.=Tratamento; U.G.=Uso Geral

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786 Imputou a título de investimento, em Bens de Uso Geral, 2% dos investimentos anuais
787 em redes e ligações de abastecimento de água e de esgotamento sanitário e para o
788 controle de perdas 15% dos investimentos em redes e ligações de água, a partir de
789 2015, até o ano de saturação em 25%..

790 O plano de investimento no valor de R$ 42,6 milhões, a valor presente, no horizonte de


791 planejamento, evidencia que é prioritário para o município os investimentos em
792 esgotamento sanitário (63%) em relação ao. abastecimento de água (37%)

793 Fluxo de Caixa

794 Obtêm-se o FCD Líquido,deduzindo-se da Geração Interna o Programa de Investimento das


795 ações necessárias para a universalização dos serviços de Abastecimento de Água e de
796 Esgotamento Sanitário.

797 A Tabela a seguir mostra um FCD Líquido negativo, em R$ 87,2 milhões, a valor
798 presente, de acordo com dados utilizados e as premissas adotadas, demonstrando que
799 as ações, para universalizar a prestação dos serviços, no município, não possuem
800 sustentabilidade financeira global.

801

27
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RECURSOS HÍDRICOS

802

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO


Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
Fluxo de Caixa - R$ mil
Município: Ilhabela
Geração Plano de Investimento Fluxo
Descriação Interna Uso Líquido
Agua Esgoto Total
Recursos Geral Caixa
2011 2.435) 1.230 1.728 59 3.018 (5.453)
2012 2.993) 1.288 12.931 284 14.503 (17.496)
2013 3.592) 1.330 2.173 70 3.573 (7.165)
2014 4.242) 1.371 6.785 163 8.319 (12.561)
2015 4.541) 1.346 2.140 70 3.556 (8.097)
2016 4.743) 16.742 6.492 465 23.699 (28.442)
2017 4.954) - - - - (4.954)
2018 5.157) - 4.375 88 4.463 (9.620)
2019 5.370) - - - - (5.370)
2020 5.577) - - - - (5.577)
2021 5.794) - - - - (5.794)
2022 6.005) - - - - (6.005)
2023 6.218) - - - - (6.218)
2024 6.424) - - - - (6.424)
2025 6.636) - - - - (6.636)
2026 6.876) - - - - (6.876)
2027 7.086) - - - - (7.086)
2028 7.301) - - - - (7.301)
2029 7.511) - - - - (7.511)

2030 7.724) 800 - 16 816 (8.540)


2031 7.943) - - - - (7.943)
2032 8.124) - - - - (8.124)
2033 8.307) - - - - (8.307)
2034 8.492) - - - - (8.492)
2035 8.670) - - - - (8.670)
2036 8.940) - - - - (8.940)
2037 9.113) - - - - (9.113)
2038 9.291) - - - - (9.291)
2039 9.468) - - - - (9.468)
2040 9.642) - - - - (9.642)
Valor Presente (44.614) 14.865 26.857 834 42.557 (87.171)
803 Indicadores

804 Para verificar a consistência das projeções e fornecer uma base para o monitoramento
805 das ações futuras elaborou-se um conjunto de indicadores, oriundos das projeções,
806 conforme Tabela, a seguir.

807

28
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RECURSOS HÍDRICOS

808

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO


Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
Indicadores Médios de Longo prazo
Município: Ilhabela
Descrição Unidade Base Projetado
1.Tarifa Média
-Abastecimento de Água R$/m³ 2,49 2,49
-Esgotamento Sanitário R$/m³ 2,50 2,50
2.Custo Médio de Exploração R$/m³ 3,51 2,89
3.Salário Médio R$mil/Empregado 121,01 121,01
4.Custo médio de P.Químicos R$/m³_Produzido - Água 0,1804 0,1804
5.Custo médio de Energia Elétrica R$/m³_Produzido - Água 0,2087 0,2812
6.Investimento Per Capita R$/Habitante 733,06
6.Produtividade Média de Pessoal Ligação_A/E/Empregado 330 330
7.Volume Médio Faturado por Ligação de Água m³/mês/Ligação_A 19,1 28,5
8.Volume Médio Faturado por Ligação de Esgoto m³/mês/Ligação_E 34,4 28,3
9.Ajuste Tarifário % 37,6%

809 Destaca-se o seguinte;

810 Tarifa de esgotamento sanitário idêntica à de abastecimento de água;

811 A produtividade do pessoal pode ser melhorada;

812 Elevação do custo médio de energia elétrica em virtude da ampliação dos


813 serviços de esgotamento sanitário;

814 Ajuste tarifário para zerar o fluxo de caixa em torno de 37,6%.

815 Conclusão

816 Toda projeção deve ser encarada como uma referência orientadora das ações futuras,
817 as quais devem estar apoiadas nas premissas adotadas e nas melhorias propostas aos
818 custos definidos.

819 Dentro deste conjunto imaginado, com base na realidade atual, as evidencias
820 demonstram que a prestação dos serviços, no município de Ilha Bela, em busca a
821 universalização, não apresenta sustentabilidade financeira operacional e global.

822 5.3. RESÍDUOS SÓLIDOS

823 Este item apresenta a síntese das soluções propostas para o Sistema de Limpeza
824 Pública do município de Ilhabela. As soluções foram formuladas e pré-selecionadas a
825 partir de critérios técnicos e econômico-financeiros, conforme apresentado no Produto
826 3.

29
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827 As propostas foram divididas em:

828 - ações estruturais: quando envolvem a necessidade da execução de programas e/ou


829 obras para implantação e/ou adequação de procedimentos e instalações

830 - ações não estruturais: quando se referem a apenas adequações e/ou alterações nas
831 atividades de gestão e planejamento.

832 5.3.1 Soluções Propostas e Custos Estimados

Curto Prazo – Médio Prazo –


Proposição Emergencial
2011-2014 2015-2019
70 unidades
Instalação de cestos em vias e logradouros públicos
R$ 14.000,00

Disponibilização de aterro sanitário regional em 1 unidade


Caraguatatuba R$ 2.325.337,00

Disponibilização de aterro de inertes regional em 1 unidade


Caraguatatuba R$ 15.447,00

Disponibilização de triturador móvel para resíduos 1 unidade


verdes R$ 70.000,00

Disponibilização de PEV‟s para materiais 5 unidades


reaproveitáveis R$ 2.000,00

Disponibilização de central de triagem regional em 1 unidade


Caraguatatuba para materiais recicláveis R$ 142.950,00

Disponibilização de usina de compostagem regional 1 unidade


em Caraguatatuba para matéria orgânica R$ 803.611,00
Disponibilização de veículos e equipamentos 2 unidade
adequados para coleta seletiva domiciliar, inclusive
reserva técnica R$ 90.000,00

Disponibilização de ecopontos e/ou caçambas para 5 unidades


entrega de entulhos R$ 25.000,00

Disponibilização de central de triagem e britagem 1 unidade


regional em Caraguatatuba para RSI R$ 10.748,00
5 unidades
Disponibilização de contêineres para feiras livres
R$ 25.000,00

833 5.3.2. Análise de Sustentabilidade Econômica Financeira

834 Introdução

835 O tema Resíduos Sólidos, em toda sua abrangência, vem assumindo importância
836 crescente dentre as demandas da sociedade brasileira e das comunidades locais já
30
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RECURSOS HÍDRICOS

837 que, quando mal gerenciados, podem provocar efeitos danosos sobre o meio ambiente
838 e a saúde pública, pela contaminação das vias aquáticas e obstrução do caminho das
839 águas, contribuindo para as inundações.

840 Além disso, existe uma parcela razoável da população que vive da coleta de materiais
841 recicláveis, principalmente em lixões das comunidades urbanas brasileiras, servindo de
842 pano de fundo para o aparecimento de problemas sociais graves.

843 Dada a interligação destes problemas com a questão da oferta de água, que vem se
844 tornando escassa face à explosão populacional concentrada em centros urbanos, a
845 legislação recente, consubstanciada na lei 11445/2007, incorpora os resíduos sólidos,
846 bem como a drenagem urbana, no âmbito do Saneamento Básico, juntamente com o
847 abastecimento de água e de esgotamento sanitário, cujas políticas públicas sobre o
848 assunto devem ser desenvolvidas de forma integrada.

849 Esta legislação estabelece as linhas divisórias entre as ações de planejamento,


850 prestação dos serviços e regulação da atuação dos atores participantes das ações.
851 Nesse contexto cabe ao município, o verdadeiro titular dos serviços, o processo de
852 planejamento das ações, mediante a elaboração de um Plano Municipal de
853 Saneamento para orientar as ações que devem ser desenvolvidas para a solução dos
854 problemas inerentes.

855 A lei acima citada indica também as maneiras de cobrar dos munícipes pela prestação
856 dos serviços que, em geral, deve ser na forma de taxas e/ou tributos específicos.

857 Como os Resíduos Sólidos foram sempre um custo assumido pela sociedade na forma
858 de poluição, poucas informações existem para embasar um sistema de planejamento
859 consistente, principalmente pela forma de cobrança mediante a distribuição dos custos
860 entre os munícipes, separando a parte efetivamente de sua responsabilidade, daquela
861 difusa pertencente a todos, e daí extrair os elementos para análise da sustentabilidade
862 financeira da prestação dos serviços.

863 Neste planejamento, para indicar os parâmetros de sustentabilidade financeira, utilizar-


864 se-á a metodologia do Custo Médio Incremental de Longo Prazo (CMILP), para servir
865 de balizamento de cobrança pela prestação dos serviços, subsidiando a administração
866 municipal na definição de uma taxa ou tributo para a recuperação dos custos
867 incorridos.

868 Para efeito de planejamento das ações, o tema Resíduos Sólidos (RS) foi dividido, do
869 ponto de vista técnico, em vários segmentos de acordo com a coleta e respectiva
870 destinação. Desse modo, têm-se os Resíduos Sólidos Domiciliares, Inertes, de Saúde
871 e os oriundos da varrição de ruas e limpeza de jardins e podas de árvores. Cada qual
872 determina uma forma de coleta e uma destinação final em aterros sanitários ou
873 reaproveitamento.
31
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874 Custo Médio Incremental de Longo Prazo (CMILP)

875 Metodologia de Cálculo


876 O CMILP é determinado de acordo com a seguinte expressão matemática:
877 CMILP = [VP(Ct)/VP(Qt)], onde
878 VP = Valor presente, obtido a determinada taxa de desconto. A taxa de desconto é a
879 remuneração na forma de taxa de juros ou de rentabilidade, que a sociedade está
880 disposta a pagar para se livrar dos incômodos da poluição. Pode ser obtida
881 alternativamente pelo valor econômico do resíduo reciclável, valorado pelo mercado.
882 Como se percebe, esta taxa é de difícil obtenção, a não ser para certas categorias de
883 resíduos reutilizáveis.
884 Ct = Custos operacionais e de investimento incorridos na unidade de tempo (t) para
885 coletar, tratar e dar destino final aos Resíduos Sólidos produzidos.
886 Qt = Quantidade de resíduos sólidos produzidos na unidade de tempo. As quantidades
887 podem ser determinadas por categorias de resíduos produzidos. Em última análise Qt
888 pode ser substituída pela população beneficiada. Neste caso, tem-se o custo por
889 habitante que é um indicador que pode orientar a definição de uma taxa e/ou um tributo
890 específico.
891 OBS: A metodologia completa da estimativa de geração de resíduos, bem como os
892 critérios utilizados na composição dos custos são apresentados no relatório Produto 3 –
893 Estudo de Demandas, Diagnóstico Completo, Formulação e Seleção de Alternativas
894 para o Município de Ilhabela.
895
896 Resultados para o Município de Ilhabela
897 Aplicando a metodologia aos dados básicos relativos às quantidades e aos custos
898 operacionais, obtiveram-se os CMILP para as diversas categorias de Resíduos Sólidos
899 - Domésticos, Inertes e de Saúde, bem como para os respectivos reaproveitamentos,
900 através do processo de triagem, compostagem e britagem.
901 Cabe destacar adicionalmente o seguinte:
902 Não foram consideradas nos cálculos as despesas com a varrição e
903 manutenção das vias públicas;
904 As despesas atuais da prefeitura com o descarte dos resíduos sólidos estão
905 sendo consideradas na coluna receita;
906 Estimou-se uma receita para os resíduos sólidos recicláveis, com base nos
907 valores fornecidos pelo CEMPRE;
908 Não se admitiu nenhuma receita pela reutilização dos inertes após a respectiva
909 britagem, pois seu reaproveitamento, em geral, é feito pela própria
910 municipalidade.
911 A tabela a seguir mostra os resultados do CMILP estimado para o município de
912 Ilhabela.

913
32
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914

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO


Resíduos Sólidos
Custo Médio Incremental de Longo Prazo – CMILP
Municipio:- Ilhabela
População Custos - (A) Receita - (B) Total - (B-A)
Descrição Unidade
Beneficiada Operacioanl Investimento Sub-Total
População Beneficiada Hab/Ano (*) 35.091
Disposição de Resíduos Sólidos Domiciliares Não Reaproveitáveis

Resíduos Produzidos Ton/Ano (*) 12.877


Valor Presente dos Custos/Receita R$ 434.721 288.676 723.397 837.027 113.630
CMILP R$ hab/ano 12,39 8,23 20,61 23,85 3,24
CMILP R$ ton 33,76 22,42 56,18 65,00 8,82
Triagem de Resíduos Sólidos Domiciliares
Resíduos Produzidos Ton/Ano (*) 3466
Valor Presente dos Custos R$ 167.904 17.733 185.637 2.122.756 1.937.119
CMILP R$ hab/ano 4,78 0,51 5,29 60,49 55,20
CMILP R$ ton 48,45 5,12 53,57 612,53 558,96
Compostagem de Resíduos Sólidos Domiciliares
Resíduos Produzidos Ton/Ano (*) 8.139
Valor Presente dos Custos/Receita R$ 137.354 99.763 237.117 - (237.117)
CMILP R$ hab/ano 3,91 2,84 6,76 - (6,76)
CMILP R$ ton 16,88 12,26 29,13 - (29,13)
Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde
Resíduos Produzidos Ton/Ano (*) 20
Valor Presente dos Custos/Receita R$ 97.041 27.650 124.691 101.635 (23.056)
CMILP R$ hab/ano 2,77 0,79 3,55 2,90 (0,66)
CMILP R$ ton 4773,99 1360,27 6.134,27 5.00,00 (1.134,27)
Disposição de Resíduos Sólidos Inertes Não Reaproveitáveis
Resíduos Produzidos Ton/Ano (*) 347
Valor Presente dos Custos/Receita R$ 6.107 1.918 8.025 - (8.025)
CMILP R$ hab/ano 0,17 0,05 0,23 - (0,23)
CMILP R$ ton 17,60 5,53 23,13 - (23,13)
Britagem de Resíduos Sólidos Inertes Reaproveitáveis
Resíduos Produzidos Ton/Ano (*) 313
Valor Presente dos Custos/Receita R$ 5.532 1.334 6.866 - (6.866)
CMILP R$ hab/ano 0,16 0,04 0,20 - (0,20)
CMILP R$ ton 17,68 4,26 21,94 - (21,94)
TOTAL
Resíduos Produzidos Ton/Ano (*) 25.162
Valor Presente dos Custos/Receita R$ 848.660 437.074 1.285.734 3.061.418 1.775.684
CMILP R$ hab/ano 24,18 12,46 36,64 87,24 50,60
(*) Média anual em equivalência a Valor Presente
915

916

33
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RECURSOS HÍDRICOS

917 Os Custos Médios foram calculados sob dois conceitos:

918 a) em relação à população beneficiada, que fornece um parâmetro balizador para


919 definir uma taxa e/ou um tributo pela Prefeitura, e

920 b) em relação à quantidade de resíduos sólidos processados que permite estabelecer


921 um preço de referência para venda do produto resultante do processamento.

922 Em cada conceito tem-se a partição dos custos em operacionais e de investimentos, o


923 que permite maior flexibilidade na fixação da possível cobrança e fixação dos graus de
924 subsídios aos serviços. Por exemplo, a Prefeitura pode optar em subsidiar parte ou o
925 total dos investimentos e cobrar apenas as despesas operacionais, assim como pode
926 estabelecer uma tarifa/taxa binária composta de uma parcela fixa para recuperar os
927 custos dos investimentos e uma variável para recuperar os custos operacionais

928 Resultado e conclusão

929 Com base nos parâmetros e premissas adotados, as ações para o equacionamento da
930 sustentabilidade financeira dos resíduos sólidos no município não exigirão, em linhas
931 gerais, uma cobrança adicional por habitante, pois as despesas orçamentárias
932 atualmente incorridas, bem como as possíveis receitas provenientes dos
933 reaproveitamentos, cobrem os custos operacionais e de investimentos futuros.

934 Com relação aos custos de investimento, por ser um desembolso pontual, existe a
935 necessidade, do ponto de vista de fluxo de caixa, de buscar uma antecipação dos
936 referidos através de empréstimos e financiamentos no mercado financeiro nacional
937 e/ou de dotação fiscal.

938 Com relação aos custos médios por tonelada de produto, estes devem ser analisados
939 em cada categoria, com a finalidade de fixar um preço de referência para o mercado.

940 5.4. DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS

941 Relacionam-se a seguir as intervenções propostas no município de Ilhabela, com as


942 respectivas estimativas de custos.
943

34
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RECURSOS HÍDRICOS

944

Indicador Preço Quantidade Custo por


de Custo Unitário Estimada Intervenção

ILHABELA
Gerais e Intervenções Localizadas
Cadastro das Estruturas hectare 3.000,00 757 2.270.161,50
BACIA DO CÓRREGO PAQUERA CEGO - Elaboração de
estudo considerando: vazões com Tr de 50 anos e Maré com
permanência de 98%; vazões com Tr de 100 anos sem o
efeito de maré; base topográfica detalhada (escala 1:2.000 ou
mais precisa); amplitude e freqüência de marés, com nível
referenciado ao local das intervenções; efeitos meteorológicos GLOBAL 800.000,00 1 800.000,00
sobre a maré (ruído meteorológico); estudo de alternativas
que envolvam bacias de detenção, diques para áreas baixas e
o uso de comportas e a possibilidade de desocupação e
criação de áreas de risco de inundação, no caso de glebas
com ocupação irregular
Sub Total R$
= 3.070.161,50
Implantação de estruturas para coleta e transporte das
contribuições pluviais
Projetos de microdrenagem GLOBAL 10.000,00 1 10.000,00
Implantação de estruturas para coleta e transporte das
contribuições pluviais ao longo da parte baixa da Avenida área (ha) 90.000,00 3 270.000,00
Pedro de Paula Moraes (Cenário 1 - baixa declividade)
Aumento da capacidade de escoamento da vala existente no
bairro Barra Velha, bem como a ampliação da travessia sob a GLOBAL 80.000,00 1 80.000,00
Rua Antônio Carlos Aires da Fé
Sub Total R$
= 360.000,00
R$
Total =
3.430.161,50
945

946 5.4.1. Análise de Sustentabilidade Econômica Financeira

947 Introdução

948 Dentro do novo marco institucional definido pela lei 11445/2007, os serviços de drenagem,
949 abrangendo os aspectos micro e macro, juntamente com o Abastecimento de Água, Esgotamento
950 Sanitário e Resíduos Sólidos, fazem parte de um contexto maior caracterizado como Saneamento
951 Básico, cuja titularidade pertence ao município, que deve administrá-los direta e/ou indiretamente por
952 meio de concessões ou permissões.

953 A referida lei define que a prestação dos serviços deve ser sustentável financeiramente, ou seja, deve
954 ser fixada uma cobrança de taxa que cubra todos os custos de implantação, operação e manutenção
955 dos equipamentos de controle de cheias, em regime de eficiência.

35
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RECURSOS HÍDRICOS

956 Considerando que o adequado manejo das águas pluviais urbanas beneficia um conjunto difuso de
957 pessoas, e que não existe um direcionador de benefícios que possa identificá-las e/ou quantificá-las,
958 torna-se difícil particularizar a cobrança por grupo de munícipes.

959 Desse modo, a lei explicita que para o caso dos serviços de drenagem seja estabelecida uma taxa ou
960 tributo que garanta a sustentação financeira da prestação dos serviços, a ser cobrada da
961 municipalidade em geral, sem perder de vista as restrições econômicas e sociais inerentes.

962 Para estabelecer um parâmetro de referência objetivando determinar o impacto dos serviços de
963 drenagem, considerando as medidas estruturais e não estruturais, o presente estudo procura
964 determinar o Custo Médio Incremental de Longo Prazo, a ser imputado a cada pessoa residente no
965 município.

966 Custo Médio Incremental de Longo Prazo (CMILP)

967 Metodologia de Cálculo


968 O CMILP é determinado de acordo com a seguinte expressão matemática:

969 CMILP = [VP(Ct)/VP(Qt)], onde

970 VP = Valor presente, obtido a determinada taxa de desconto. A taxa de desconto é a


971 remuneração, na forma de taxa de juros ou de rentabilidade, que a sociedade está disposta a
972 pagar para se livrar dos incômodos das enchentes.

973 Ct = Custos de investimento incorridos na unidade de tempo (t).

974 Qt = População Urbana beneficiada pelo Plano de Drenagem

975 A seguir é apresentada a tabela com os custos de investimentos, de operação e de


976 manutenção das proposições, ano a ano, a valor presente.

977

36
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RECURSOS HÍDRICOS

978
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO
Sistema de Drenagem
Município: Ilha Bela
Custos - R$

Investimentos
Descrição População
Operacionais Cadastro Microdrenagem Macrodrenagem Total Geral
Total
Estruturas Est/Projetos Obras Sub total Est/Projetos Obras Sub total

2011 45.550 1.702.621 7.500 - 7.500 600.000 - 600.000 2.310.121 2.310.121


2012 46.459 886.432 - - 87.500 87.500 - - - 87.500 973.932
2013 47.367 886.432 - - 87.500 87.500 - - - 87.500 973.932
2014 48.276 886.432 - - 87.500 87.500 - - - 87.500 973.932
2015 49.184 886.432 340.524 1.500 - 1.500 120.000 - 120.000 462.024 1.348.456
2016 50.040 886.432 - - 17.500 17.500 - - - 17.500 903.932
2017 50.897 886.432 - - 17.500 17.500 - - - 17.500 903.932
2018 51.752 886.432 - - 17.500 17.500 - - - 17.500 903.932
2019 52.609 886.432 227.016 1.000 - 1.000 80.000 - 80.000 308.016 1.194.448
2020 53.465 886.432 - - 8.750 8.750 - - - 8.750 895.182
2021 54.297 886.432 - - - - - - - - 886.432
2022 55.130 886.432 - - - - - - - - 886.432
2023 55.961 886.432 - - - - - - - - 886.432
2024 56.794 886.432 - - - - - - - - 886.432
2025 57.626 886.432 - - 8.750 8.750 - - - 8.750 895.182
2026 58.398 886.432 - - - - - - - - 886.432
2027 59.171 886.432 - - - - - - - - 886.432
2028 59.944 886.432 - - - - - - - - 886.432
2029 60.717 886.432 - - - - - - - - 886.432
2030 61.489 886.432 - - 8.750 8.750 - - - 8.750 895.182
2031 62.253 886.432 - - - - - - - - 886.432
2032 63.017 886.432 - - - - - - - - 886.432
2033 63.780 886.432 - - - - - - - - 886.432
2034 64.544 886.432 - - - - - - - - 886.432
2035 65.308 886.432 - - 8.750 8.750 - - - 8.750 895.182
2036 65.894 886.432 - - - - - - - - 886.432
2037 66.480 886.432 - - - - - - - - 886.432
2038 67.068 886.432 - - - - - - - - 886.432
2039 67.654 886.432 - - - - - - - - 886.432
2040 68.240 886.432 - - - - - - - - 886.432
VPL 467.636 7.110.784 2.010.718 8.857 243.411 252.268 708.573 - 708.573 2.971.559 10.082.343
Média anual 58.054 882.759 249.618 1.100 30.218 31.317 87.965 - 87.965 368.900 1.251.659

Tx.Desconto 12%
FRC 0,12414
37
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979 Imputou-se para os custos operacionais 1% da receita corrente do município,


980 observada em 2008 e atualizada aos preços de 2010, conforme variação do IPCA.

981 Para o adequado manejo das águas pluviais urbanas, o município deverá, de acordo
982 como as premissas e parâmetros adotados, mobilizar, nos próximos trinta anos, o valor
983 de R$ 10,1 milhões, a valor presente.

984 Resultados e Conclusão

985 A tabela abaixo mostra o resultado obtido.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO

Custo Médio Incremental de Longo Prazo -CMILP

Município Ilha Bela

Descrição Unidade Indicador

Total R$/Habitante/Ano 21,56

Manutenção e Operação R$/Habitante/Ano 15,21

Investimentos R$/Habitante/Ano 6,35

Cadastro de Estruturas R$/Habitante/Ano 4,30

Microdrenagem R$/Habitante/Ano 0,54

Macrodrenagem R$/Habitante/Ano 1,52

PIB Per capita (*) R$/ano – 2008 11.364,28

Cobrança em relação ao PIB per capita % 0,06%

Fonte: PIB e IPCA (10,2%) IBGE

(*) A preços de 2010 - Deflator IPCA/IBGE

986 Para o município de Ilhabela, de acordo com as premissas e parâmetros adotados, a


987 implantação das ações propostas no sistema de drenagem, considerando as despesas de
988 operação, manutenção e custos de investimentos, deve onerar cada habitante em R$ 21,56,
989 em média por ano, de maneira a possibilitar que o município se sustente financeiramente na
990 prestação destes serviços, representando 0,06%.

991 A viabilidade desta cobrança passa pela capacidade de pagamento dos munícipes e por um
992 arranjo político institucional que estabeleça um sistema de subsídios, definindo qual parcela
993 deve ser imputada diretamente ao munícipe residente, e qual deve ser custeada pela
994 arrecadação geral do município.

38
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995 5.5. ANÁLISE CONJUNTA DE SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA FINANCEIRA

996 A Tabela a seguir mostra um panorama consolidado da sustentabilidade financeira dos


997 serviços de Saneamento Básico no Município de Ilhabela.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO

Resumo das Receitas Custos a Valor Presente - R$ mil

Município Ilhabela

Custos Geração Recursos

Descrição Receita Operacionais Interna Investimentos a

Totais Financeira Equacionar

1.Água e Esgoto 224.333 268.947 (44.614) 42.557 (87.171)

2.Resíduos Sólidos 3.061 849 2.213 437 1.776

3.Drenagem - 7.111 (7.111) 2.972 (10.082)

4.Total 227.394 276.906 (49.512) 45.966 (95.477)

A equacionar

-Sabesp 224.333 268.947 (44.614) 42.557 (87.171)

-Município 3.061 7.959 (4.898) 3.409 (8.307)

Total 227.394 276.906 (49.512) 45.966 (95.477)

Receita municipal corrente - 2008(*) 88.643

Participação dos dispêndios municipais anuais na receita corrente anual 0,012

(*) Fonte IBGE (Cidades) - a preços médios de 2010 pelo IPCA.

998 Destaca-se, inicialmente, que os serviços de Abastecimento de Água e de


999 Esgotamento Sanitário são prestados pela concessionária Sabesp, mediante a
1000 celebração de contrato de programa com o município e convênio de cooperação com o
1001 Governo do Estado. Desse modo o equacionamento de recursos para prestação destes
1002 serviços está sob a responsabilidade desta concessionária, por meios próprios.

1003 De acordo com as premissas e parâmetros adotados a concessionária deve equacionar


1004 para os próximos trinta anos, a fim de universalizar os serviços, em torno de R$ 87,2
1005 milhões adicionais, a valor presente, sob a hipótese de auto sustentação financeira.

39
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1006 Para prestar os serviços de Manejo dos Resíduos Sólidos e implementação das
1007 estruturas de Drenagem, o município deve equacionar, nos próximos trinta anos, em
1008 torno de R$ 8,3 milhões adicionais, a valor presente, o que significa incrementar as
1009 receitas atuais em 0,012 %, via criação de uma taxa, tributo ou transferências de outras
1010 esferas governamentais, no contexto de um sistema de subsídios.

1011

40
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1012 6. FONTES DE FINANCIAMENTO

1013 Os recursos de terceiros destinados ao Saneamento Básico, no âmbito do mercado


1014 interno de recursos financeiros, provem em sua maior parte, dos recursos do FGTS,
1015 aportes do BNDES e outras fontes de recursos, como os obtidos pela cobrança pelo
1016 uso da água.

1017 Existem, também, outras fontes externas de recursos de terceiros, representadas pelas
1018 agências multilaterais de crédito, tais como: o BIRD (Banco Mundial), BID e JBIC
1019 (Banco Japonês), os mais importantes, de acesso mais restrito aos agentes
1020 prestadores dos serviços.

1021 Porém, a fonte primária de recursos para o setor se constitui nas tarifas, taxas e preços
1022 públicos. Estes se constituem na principal fonte de canalização de recursos financeiros
1023 para a exploração dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário,
1024 que, além de recuperar as despesas de exploração dos serviços, podem gerar um
1025 excedente que fornece a base de sustentação para alavancar investimentos, quer
1026 sejam com recursos próprios e/ou de terceiros.

1027 Nas demais vertentes do saneamento básico, representadas pelos resíduos sólidos e
1028 drenagem, que ainda funciona de forma incipiente no estado em termos de uma
1029 organização mais efetiva visando a melhoria do meio ambiente, deve predominar as
1030 taxas, impostos específicos ou gerais.

1031 Sobre a parcela dos serviços com possibilidades de individualização, coleta doméstica,
1032 hospitalar, industrial e inerte de resíduos, pode ser definido preço público/taxa/tarifa
1033 específico.

1034 Para a parcela difusa, como, por exemplo, a varrição, poda de árvores, limpeza de
1035 jardins e a drenagem, cuja particularização para um determinado munícipe é de difícil
1036 identificação, deve predominar o financiamento da prestação dos serviços mediante a
1037 cobrança de um tributo especifico e/ou geral.

1038 A seguir apresenta-se um resumo das principais fontes de captação de recursos


1039 financeiros para as ações necessárias no âmbito do Saneamento Básico nos
1040 municípios.

1041 6.1. TARIFAS, TAXAS, PREÇOS PÚBLICOS, TRANSFERÊNCIAS E SUBISÍDIOS

1042 “De qual couro deve sair a correia?”

1043 O sistema de tarifas, taxas e preços públicos são as fontes primárias para o
1044 financiamento das ações do Saneamento Básico. As tarifas, taxas e preços públicos
1045 devem, além de recuperar os custos operacionais, gerar um excedente para alavancar
1046 investimentos, quer sejam diretos (recursos próprios) e/ou com financiamentos, para
1047 compor a contrapartida de empréstimos e o posterior pagamento do serviço da dívida.

41
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1048 O sistema de tarifas, taxas e preços públicos tem sempre uma restrição básica na
1049 capacidade de pagamento da população e, além disso, por se tratar de um serviço
1050 essencial a ser estendido a todos os munícipes, deve-se contemplar algum nível de
1051 subsídio, os quais assumem três modalidades.

1052 Subsídios à oferta, no qual o poder público transfere recursos do orçamento fiscal para
1053 financiar a implantação, expansão ou ampliação dos sistemas de Saneamento Básico,
1054 indo até o financiamento de parte ou do total da operação e manutenção dos sistemas,
1055 onde existir baixa sustentabilidade financeira, o que ocorre, em geral, nos municípios
1056 de pequeno porte.

1057 Subsídios à demanda, através do qual o poder público transfere diretamente ao usuário
1058 parte ou toda a cobrança pelos serviços dirigidos a ele, de acordo com critérios de
1059 necessidade estabelecidos a priori. Este é pouco difundido no sistema brasileiro de
1060 financiamento do Saneamento Básico.

1061 Estas duas modalidades de subsídios provem do orçamento fiscal das unidades
1062 federadas e, portanto o financiamento do sistema depende de toda a sociedade que
1063 paga impostos.

1064 A outra modalidade são os subsídios cruzados onde os custos dos serviços são
1065 rateados entre os usuários do sistema de Saneamento Básico, em proporções
1066 diferentes, mediante critérios que reproduzam a diferenciação de renda da comunidade
1067 beneficiada. Esta modalidade é bastante utilizada no sistema tarifário dos serviços de
1068 abastecimento de água e de esgotamento sanitário, mediante a classificação dos
1069 usuários em categorias e faixas de consumo.

1070 As diretrizes para a cobrança pelos serviços de Saneamento Básico estão definidas na
1071 lei 11445/07, cujos principais artigos estão listados a seguir:

1072 Art. 29 - Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade


1073 econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração pela
1074 cobrança dos serviços

1075 I - de abastecimento de água e esgotamento sanitário: preferencialmente na forma de


1076 tarifas e outros preços públicos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos
1077 serviços ou para ambos conjuntamente;

1078 II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros
1079 preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas
1080 atividades;

1081 III - de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em
1082 conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades.

1083 § 1º Observado o disposto nos incisos I a III do caput deste artigo, a instituição das
1084 tarifas, preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico observará as
1085 seguintes diretrizes:
42
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1086 I -prioridade para atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde pública;

1087 II - ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços;

1088 III - geração dos recursos necessários para realização dos investimentos, objetivando o
1089 cumprimento das metas e objetivos do serviço;

1090 IV - inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;

1091 V - recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de


1092 eficiência;

1093 VI - remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços;

1094 VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis
1095 exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços;

1096 VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.

1097 § 2o Poderão ser adotados subsídios tarifários (cruzados) e não tarifários


1098 (tributos) para os usuários e localidades que não tenham capacidade de pagamento
1099 ou escala econômica suficiente para cobrir o custo integral dos serviços.

1100 Art. 30. Observado o disposto no art. 29 desta Lei, a estrutura de remuneração e
1101 cobrança dos serviços públicos de saneamento básico poderá levar em consideração
1102 os seguintes fatores:

1103 I - categorias de usuários, distribuídas por faixas ou quantidades crescentes de


1104 utilização ou de consumo;

1105 II - padrões de uso ou de qualidade requeridos;

1106 III - quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço, visando à garantia de


1107 objetivos sociais, como a preservação da saúde pública, o adequado atendimento dos
1108 usuários de menor renda e a proteção do meio ambiente;

1109 IV - custo mínimo necessário para disponibilidade do serviço em quantidade e


1110 qualidade adequadas;

1111 V - ciclos significativos de aumento da demanda dos serviços, em períodos distintos; e

1112 VI - capacidade de pagamento dos consumidores.

1113 Art. 31. Os subsídios necessários ao atendimento de usuários e localidades de baixa


1114 renda serão, dependendo das características dos beneficiários e da origem dos
1115 recursos:

43
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1116 I - diretos, quando destinados a usuários determinados, ou indiretos, quando


1117 destinados ao prestador dos serviços;

1118 II - tarifários, quando integrarem a estrutura tarifária, ou fiscais, quando decorrerem da


1119 alocação de recursos orçamentários, inclusive por meio de subvenções;

1120 III - internos a cada titular ou entre localidades, nas hipóteses de gestão associada e de
1121 prestação regional.

1122 Art. 35. As taxas ou tarifas decorrentes da prestação de serviço público de limpeza
1123 urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos devem levar em conta a adequada
1124 destinação dos resíduos coletados e poderão considerar:

1125 I - o nível de renda da população da área atendida;

1126 II - as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas;

1127 III - o peso ou o volume médio coletado por habitante ou por domicílio.

1128 Art. 36. A cobrança pela prestação do serviço público de drenagem e manejo de águas
1129 pluviais urbanas deve levar em conta, em cada lote urbano, os percentuais de
1130 impermeabilização e a existência de dispositivos de amortecimento ou de retenção de
1131 água de chuva, bem como poderá considerar:

1132 I - o nível de renda da população da área atendida;

1133 II - as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas.

1134 A sustentabilidade financeira dos empreendimentos em Saneamento Básico está


1135 fortemente correlacionada com os conceitos e diretrizes expostos, onde deve estar
1136 sempre presente os aspectos de eficiência, alocativa e técnica, na prestação dos serviços
1137 consubstanciados em bases econômicas de custo de oportunidade, escolhendo-se a
1138 tecnologia mais adequada às possibilidades financeiras da comunidade, cuja finalidade
1139 mor consiste na melhoria ambiental com reflexos sobre a qualidade de vida e de saúde da
1140 população beneficiada.

1141 6.2. RECURSOS DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO

1142 (SANEAMENTO PARA TODOS)

1143 a) Projetos Financiáveis

1144 O Programa Saneamento para Todos financia os projetos abaixo relacionados,


1145 divididos em grupos de acordo com as distintas taxas de juros e prazos de
1146 amortização:

1147

44
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1148

1149 GRUPO 1

1150 Abastecimento de Água

1151 Esgotamento Sanitário

1152 Manejo de Águas Pluviais

1153 Tratamento Industrial de Água e Efluentes Líquidos e Reuso de Água

1154 GRUPO 2

1155 Saneamento Integrado

1156 GRUPO 3

1157 Desenvolvimento Institucional

1158 Preservação de Recuperação de Mananciais

1159 Redução e Controle de Perdas

1160 GRUPO 4

1161 Manejo de Resíduos Sólidos

1162 GRUPO 5

1163 Estudos e Projetos

1164 Plano de Saneamento

1165 b) Fonte de Recursos

1166 Os recursos são provenientes do Orçamento do Fundo de Garantia por Tempo de


1167 Serviço (FTGS) e de recursos de contrapartida aos empréstimos obtidos.

1168 c) Participantes

1169 Gestor da Operação – Ministério das Cidades

1170 Agente Operador – Caixa Econômica Federal (CEF)

1171 Agente Financeiro – Instituições Financeiras delegadas da CEF

1172 Agente Promotor e Mutuário – Estados, Municípios e Distrito Federal, Entidades


1173 da Administração Indireta, inclusive Empresas Públicas e de Economia Mista.
45
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RECURSOS HÍDRICOS

1174 Agente Garantidor – União, Estados e Municípios e Sociedades de Economia Mista

1175 d) Contrapartida

1176 A contrapartida consiste em recursos e outras fontes próprias do mutuário, financeiros


1177 ou não, destinados a compor o valor dos investimentos.

1178 O valor da contrapartida mínima é de 5% do valor do investimento, exceto para a


1179 modalidade Abastecimento de Água que é de 10%.

1180 Ao critério do Agente Financeiro poderá ser aceito como contrapartida recursos
1181 oriundos das seguintes fontes:

1182 Cobrança pelo uso da água;

1183 Comitês e Agências de Bacias Hidrográficas;

1184 Fundos destinados ao Saneamento;

1185 Entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos


1186 Hídricos.

1187 Restrições:

1188 Não serão aceitos como contrapartida os recursos oriundos do Orçamento Geral da
1189 União (OGU) e de Organismos Multilaterais de Crédito, Nacionais e Internacionais.

1190 e) Condições Financeiras

Prazo de Prazo de
Tx.juros
Modalidades de Financiamentos Amortização Carência
% a. a.
(anos) (meses)

1. Abastecimento de Água, Esgotamento


Sanitário, Manejo de Águas Pluviais e
6,0 20 48
Tratamento Industrial de Água e Efluentes
Líquidos e Reuso de Água.

2. Saneamento Integrado 5,0 20 48

3. Desenvolvimento Institucional, Preservação e


Recuperação de Mananciais, Redução e 6,0 10 48
Controle de Perdas

4. Manejo de Resíduos Sólidos 6,0 15 48

5. Estudos e Projetos e Plano de Saneamento


6,0 5 48
Básico

46
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RECURSOS HÍDRICOS

1191 O prazo de carência é contado a partir da assinatura do contrato e poderá ser


1192 prorrogado por até a metade do prazo pactuado originalmente, porém a prorrogação,
1193 eventualmente concedida, será deduzida do prazo de amortização pactuado com
1194 mesmo número de meses.

1195 A fonte das informações é a Instrução Normativa n 20 de 10/05/2010, que


1196 regulamentou a Resolução n 476 de 31/05/2005.

1197 f) Encaminhamento

1198 Os encaminhamentos dos pedidos de financiamento são efetuados através da


1199 Secretaria de Saneamento do Ministério das Cidades – Brasília –DF.

1200 6.3. ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO – OGU

1201 Os recursos destinados ao setor de saneamento contidos no OGU são mobilizados


1202 através das diretrizes contidas no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC2.

1203 a) Participantes

1204 Ministério das Cidades – planejar, regular e normatizar a aplicação dos recursos

1205 Caixa Econômica Federal – Operacionalizar o programa

1206 Entes Federados – Municípios, Estados, Distrito Federal e Consórcios Públicos

1207 Para efeito de aplicação dos recursos do PAC2 o país foi dividido em grupos de acordo
1208 com a concentração da população em regiões metropolitanas e tamanho dos
1209 municípios em termos populacionais.

1210 Grupo 1 – Regiões Metropolitanas e municípios com população superior a 70 mil


1211 habitantes nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste e superior a 100 mil
1212 habitantes nas regiões Sul e Sudeste.

1213 Grupo 2 – Municípios com população entre 50 a 70 mil habitantes, nas regiões:
1214 Norte, Nordeste e Centro Oeste e Municípios com população entre 50 e 100 mil
1215 habitantes nas regiões Sul e Sudeste.

1216 Grupo 3 – Municípios com população inferior a 50 mil habitantes, em qualquer


1217 região.

1218 b) Contrapartida

1219 A contrapartida, como percentagem dos investimentos, é definida para recursos


1220 destinados a Municípios, Estados e ao Distrito Federal em função do IDH – Índice de
1221 Desenvolvimento Humano, de acordo com a tabela a seguir.

1222

47
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RECURSOS HÍDRICOS

1223

Descrição % do Investimento IDH

Municípios 2 =0,5

3 > 0,5 e <= 0,6

4 > 0,6 e <= 0,7

8 > 0,7 e <= 0,8

20 > 0,8

Estado e Distrito Federal 10 <= 0,7

15 > 0,7 e <= 0,8

20 > 0,8

1224 c) Encaminhamento

1225 Os pedidos devem ser encaminhados através da Secretaria Nacional de Saneamento


1226 do Ministério das Cidades apoiados na portaria 40 de 31/01/2011, que aprovou o
1227 Manual de Instruções para contratação e execução das ações do Ministério das
1228 Cidades inseridas na segunda fase do PAC2.

1229 6.4. BNDES – BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E


1230 SOCIAL

1231 O BNDES atua no financiamento de projetos e programas do Saneamento Básico


1232 atendendo entidades de direito público e direito privado. A seguir mostra-se uma
1233 descrição dos projetos que são financiáveis, quem pode participar e condições gerais
1234 dos financiamentos.

1235 a) Projetos Financiáveis

1236 abastecimento de água;

1237 esgotamento sanitário;

1238 efluentes e resíduos industriais;

1239 resíduos sólidos;

1240 gestão de recursos hídricos (tecnologias e processos, bacias hidrográficas);

1241 recuperação de áreas ambientalmente degradadas;

48
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RECURSOS HÍDRICOS

1242 desenvolvimento institucional;

1243 despoluição de bacias, em regiões onde já estejam constituídos Comitês; e

1244 macrodrenagem.

1245 b) Participantes

1246 Sociedades com sede e administração no país, de controle nacional ou estrangeiro,


1247 empresários individuais, associações, fundações e pessoas jurídicas de direito público.

1248 c) Contrapartida

1249 A participação máxima do BNDES nos itens financiáveis dos projetos é de 80%,
1250 podendo ser ampliada para 100% nos seguintes casos:

1251 o cliente que tenha arcado com os custos referentes à aquisição do terreno
1252 destinado ao referido projeto, 180 dias anteriores à data de protocolo da Consulta
1253 Prévia no BNDES; e

1254 esteja contemplada uma solução de tratamentos dos resíduos, como compostagem,
1255 "mass burning", aproveitamento energético, plantas de blendagem de resíduos,
1256 transformação de resíduos em matéria-prima, dentre outros.

1257 d) Condições Financeiras

Custos Financeiros Apoio Direto (*) Apoio Indireto (**)

a) Custo Financeiro (***) TJLP TJLP

b) Remuneração Básica do BNDES 0,9% a.a. 0,9 % a.a.

c) Taxa de Intermediação Financeira (****) - 0,5 %

d) Taxa da Instituição Financeira Credenciada - (*****)

e) Taxa de Riso de Crédito (******) Até 3,57 % a.a.


1258 (*) Operação feita diretamente com o BNDES;
1259 (**) Operação feita por meio de instituição financeira credenciada;
1260 (***) Calculada com base na meta de inflação para o ano seguinte e mais um prêmio de risco;
1261 (****) Somente para grandes empresas. As MPEMs estão isentas;
1262 (*****) Negociada pelo cliente junto à instituição financeira credenciada; e
1263 (*****) Varia de acordo com o risco de crédito do cliente. É de 1% a. a. para Administração Pública
1264 Direta dos Estados e Municípios.

1265 e) Encaminhamento

1266 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES


1267 Área de Planejamento – AP
49
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1268 Departamento de Prioridades – DEPRI


1269 Av. República do Chile, 100 - Protocolo – Térreo
1270 20031-917 - Rio de Janeiro – RJ

1271 6.5. FUNDO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS – FEHIDRO

1272 Constitui-se numa fonte de recursos financeiros para o Saneamento Básico,


1273 principalmente objetivando recuperação, conservação e proteção dos recursos
1274 hídricos.

1275 a) Projetos financiáveis

1276 São passiveis de financiamento pelo FEHIDRO os projetos abaixo:

1277 Racionalização do uso da água para abastecimento público;

1278 Recuperação de conservação do solo (erosão, assoreamento, degradação,


1279 drenagem, controle de inundações, etc.);

1280 Reflorestamento e reposição vegetal (cabeceiras de mananciais, matas ciliares,


1281 etc.);

1282 Educação ambiental; e

1283 Estudos e pesquisas de planejamento e gestão de Recursos Hídricos.

1284 b) Contrapartida

1285 Os recursos podem ser reembolsáveis e não reembolsáveis. Podem pleitear recursos
1286 reembolsáveis – Empresas de direito privado com fins lucrativos e usuários de recursos
1287 hídricos. Podem pleitear recursos não reembolsáveis – entidades de direito público,
1288 universidades e entidades privadas sem fins lucrativos.

Entidades/população Contrapartida (% do empreendimento)

Municípios

<= 50 mil hab 2%

> 50 mil e<= 200 mil hab 5%

> 200 mil hab 10 %

Estados/Entidade privadas com fins lucrativos 10%

1289 c) Condições Financeiras

1290 As taxas de juros cobradas sobre os empréstimos são as seguintes:


50
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1291 TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) fixada pelo BACEN, acrescida de 1% a. a.
1292 para Pessoas Jurídicas de Direito Público da Administração Direta e Indireta

1293 TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) fixada pelo BACEN, acrescida de 2% a. a.
1294 para Concessionárias de Serviços Públicos e Pessoas Jurídicas de Direito Privado.

1295 Existem, ainda, as seguintes remunerações:

1296 Agente Técnico - até 500 mil UFESP‟s: 0,2% sobre o valor total e acima de 500 mil
1297 UFESP‟s, o valor de 1000 UFESP‟s. Após a contratação 1% sobre cada parcela
1298 liberada;

1299 Agente Financeiro - Taxa de administração do Fundo – 2% sobre o patrimônio do


1300 Fundo; Taxa de contratação e liberação de contratações não reembolsáveis – 1%
1301 sobre cada liberação; Taxa de contratação e liberação de contratações
1302 reembolsáveis – 1,5% sobre cada liberação.

1303 d) Encaminhamento

1304 O pleiteante de recursos financeiros do FEHIDRO deve iniciar o processo através do


1305 Comitê de Bacias.

1306 6.6. OUTRAS FONTES

1307 Além das fontes acima, tarifas, recursos do tesouro das entidades federadas e
1308 financiamentos nacionais, que são as mais visíveis, existem outras com maior
1309 dificuldade de acesso que são as seguintes:

1310 Mercado de Capitais através da venda de títulos da divida pública (debêntures) das
1311 empresas de direito privado, conversíveis ou não em ações e venda de ações no
1312 mercado. No caso a empresa deve ser uma S.A. e abrir o respectivo capital;

1313 Financiamentos Internacionais através de empréstimos oriundos de entidades


1314 multilaterais de crédito – BIRD (Banco Mundial), BID (Banco Interamericano), JBIC
1315 (Banco Japonês), os que mais operam com o Brasil na área de Saneamento Básico.
1316 Em geral as condições financeiras, em termos de taxa de juros, são mais favoráveis
1317 se comparados aos empréstimos do mercado nacional, porém o acesso é limitado a
1318 grandes empreendimentos e sujeitos a riscos cambiais.

1319

51
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RECURSOS HÍDRICOS

1320 7. RECOMENDAÇÕES PARA OS PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO

1321 A UGRHI do Litoral Norte apresenta grande presença de população flutuante, com
1322 impactos relevantes na infra-estrutura de serviços públicos, que necessita ser
1323 dimensionada, tanto quanto possível, para as demandas de pico, substantivamente
1324 superiores às demandas da população efetivamente residente. Esta situação se agrava
1325 tanto pelo impacto absoluto maior da população flutuante quanto pela sua distribuição
1326 por uma faixa litorânea muito extensa, ocasionando custos ainda maiores de infra-
1327 estrutura pública (numerosos sistemas isolados de tratamento de água e de esgotos,
1328 grandes extensões percorridas para a coleta e a destinação final do lixo domiciliar).

1329 A Sabesp está presente na prestação dos serviços de todos os municípios do Litoral
1330 Norte Somadas as populações dos 4 (quatro) municípios, tem-se 282 mil habitantes,
1331 podendo atingir, em períodos de pico sazonal, 1,5 milhão de pessoas.

1332 De maneira geral, o atendimento nesta região com abastecimento de água é bastante
1333 abrangente. Os índices decaem quanto se trata da coleta de esgotos e, sobretudo, no
1334 caso do tratamento de esgotos.

1335 A destinação final dos resíduos sólidos domiciliares apresenta custos expressivos de
1336 transporte, pela utilização de sítios regionais, e aguarda solução regional para os 4
1337 (quatro) municípios. O setor de drenagem é aquele onde as formas institucionalizadas
1338 de planejamento e operação são as menos consistentes do ponto de vista institucional
1339 e técnico.

1340 Observações Gerais

1341 Muito embora a doutrina moderna estabeleça, idealmente, que as funções de


1342 planejamento, operação e regulação (abrangendo também a fiscalização) devam ser
1343 exercidas, cada uma delas, por organizações diversas – trata-se, aqui, dos setores de
1344 águas e esgotos -, é razoável que a doutrina se adapte às circunstâncias, sobretudo à
1345 maior ou à menor complexidade urbana. Neste sentido, naqueles municípios que
1346 mantiveram a administração direta sobre seus serviços, parece pouco provável que
1347 haja separação nítida entre as funções de planejamento, operação e regulação ou
1348 fiscalização. Para tais casos, pode-se recomendar, no plano municipal de saneamento,
1349 que algumas medidas sejam tomadas no sentido de criar certo grau de monitoramento
1350 e controle sobre a prestação dos serviços. Da mesma forma, deve-se por em relevo a
1351 necessidade de adaptação aos planos de bacias - por exemplo, ao enquadramento dos
1352 corpos d‟água em classes de uso e aos seus demais termos.

1353 Nos municípios onde a operação encontra-se sob a responsabilidade da Sabesp, a


1354 separação proposta pela doutrina é mais facilmente aplicável. O planejamento dos
1355 serviços - expresso fundamentalmente no plano municipal de saneamento - pertence
1356 de fato e de direito ao poder local. Além disso, este poder é ratificado pela própria
1357 natureza dos contratos de programa, de características bilaterais, como observado
1358 anteriormente. Quanto à regulação, usualmente está delegada à ARSESP, à qual o
1359 município deve, sempre que julgar necessário, recorrer, e à qual pode e deve subsidiar
52
SECRETARIA DE SANEAMENTO E
RECURSOS HÍDRICOS

1360 com informações ou críticas, inclusive aquelas relacionadas à qualidade de serviços


1361 rotineiros que afetam a responsabilidade municipal (procedimentos de execução de
1362 obras, reposição de pavimento, atendimento comercial, etc.).

1363 Também os mecanismos de controle social devem ser adaptados às dimensões do


1364 município objeto do plano de saneamento. Mecanismos desta ordem terão
1365 provavelmente maior efetividade em municípios de maior densidade econômica e
1366 populacional.

1367 Recomendações

1368 Assim, para a institucionalização de (i) normas relativas ao planejamento, operação,


1369 regulação e fiscalização de serviços, de (ii) procedimentos de controle social e de (iii)
1370 articulação e integração de organizações municipais, estaduais e federais, recomenda-
1371 se9:

1372 - A clara designação (e manutenção) do órgão da administração municipal


1373 responsável pelo acompanhamento de contratos da prestação de serviços de
1374 saneamento.

1375 - A divulgação e possibilidade permanente de consulta do Plano Municipal de


1376 Saneamento através do sítio mantido pela Prefeitura na Internet.

1377 - A delegação do serviço de regulação de serviços de abastecimento de água e


1378 esgotos sanitários à ARSESP.

1379 - O contacto regular com a ARSESP, buscando esclarecimentos e conhecimento


1380 técnico para o melhor acompanhamento do contrato de concessão e fornecendo
1381 informações, inclusive sobre serviços operacionais e de manutenção cotidianos que
1382 tenham relação próxima com as funções da administração local.

1383 - A criação de um Conselho Municipal de Saneamento ou, alternativamente, de um


1384 Conselho de Desenvolvimento Urbano, sugerindo-se que a sua composição abranja
1385 representantes da administração municipal, da concessionária estadual de água e
1386 esgotos, operadora de serviços vinculados a resíduos sólidos (se pertinente)10 e de
1387 organizações não-governamentais.

1388 - O acompanhamento da experiência de outros municípios da bacia hidrográfica e/ou


1389 geograficamente próximos com o planejamento, a prestação e a regulação de
1390 serviços de saneamento, e também com o exercício de formas de controle social
1391 pertinentes.

9
Estas recomendações são aplicáveis sem restrições aos casos de municípios que deliberaram por
conceder à concessionária estadual a prestação dos serviços de saneamento. São também aplicáveis a
casos de concessão dos serviços a empresas privadas. Nem todos os itens são exatamente pertinentes a
serviços desempenhados pelas próprias administrações municipais.
10
O que incluiria as ações relacionadas à limpeza urbana.
53
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RECURSOS HÍDRICOS

1392 - A elaboração de um Relatório Anual de Situação sobre a evolução do Plano


1393 Municipal de Saneamento, abrangendo os serviços de água e esgotos, delegados
1394 ou não, e os serviços de resíduos sólidos e de drenagem. O relatório deveria ser
1395 divulgado ao público por meios compatíveis com a dimensão urbana e populacional
1396 do município. Necessariamente, o relatório estará disponível para consulta no sítio
1397 mantido pela Prefeitura na Internet. Sugere-se que inclua as informações e
1398 avaliações provenientes da ARSESP e, seguramente, a demonstração de
1399 desempenho dos serviços através dos indicadores selecionados.

1400 - A realização de uma audiência publica anual para a apresentação e discussão do


1401 Relatório Anual de Situação.

1402 - A articulação da política municipal de saneamento com as políticas de


1403 desenvolvimento urbano (sobretudo o Plano Diretor, quando existente), de
1404 habitação, de ação social, de proteção ambiental, de saúde e de educação.

1405 - A integração das ações de saneamento com o planejamento e a gestão regional de


1406 recursos hídricos e de proteção do meio ambiente.

1407 - A busca de coerência e compatibilidade do Plano Municipal de Saneamento com o


1408 Plano da Bacia Hidrográfica e o Plano Regional de Saneamento.

1409 - A divulgação do Plano da Bacia Hidrográfica e do Plano Regional de Saneamento


1410 no sítio da Prefeitura na Internet.

1411 - A participação ativa do município nas atividades do Comitê da Bacia Hidrográfica e,


1412 quando pertinente, nas suas Câmaras Técnicas.

1413 - Revisão periódica (a cada 4 anos) do Plano Municipal de Saneamento objetivando


1414 realinhamento das projeções efetuadas e, por via de consequência, das proposições
1415 planejadas.

1416 No caso dos municípios que operam seus próprios serviços de saneamento, a
1417 recomendação de que haja uma regulação por parte da ARSESP naturalmente não é
1418 cabível, até porque não existe a figura do contrato de concessão e, portanto, da
1419 separação entre poder concedente e organização operadora. As demais sugestões
1420 são, entretanto, pertinentes para esta situação.

1421 Adicionalmente, no que se relaciona especificamente a serviços de resíduos sólidos,


1422 além das recomendações relacionadas acima, sugere-se uma política municipal de
1423 incentivo de ações direcionadas à coleta seletiva e, se pertinente, à criação de
1424 mercados locais para materiais recicláveis e reciclados.

1425

54
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RECURSOS HÍDRICOS

1426 8. AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DA EFICÁCIA DAS AÇÕES PROGRAMADAS

1427 A Lei Federal de Saneamento Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, estabelece em seu


1428 Artigo 19.º que os diagnósticos da situação dos serviços públicos de saneamento
1429 básico deverão utilizar sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e
1430 socioeconômicos, como forma de avaliar a evolução da eficiência das ações
1431 programadas pelos planos municipais de saneamento básico.

1432 Certamente, os indicadores são ferramentas valiosas na formulação de uma base de


1433 referência para o exame da evolução da qualidade dos serviços de saneamento.
1434 Entretanto, é indispensável observar que não há ainda, na grande maioria dos
1435 municípios, uma rotina consolidada de levantamento dos parâmetros necessários para
1436 determinação de indicadores11. Assim, neste trabalho propõe-se a adoção de
1437 indicadores, conquanto de relevância indiscutível, que apresentam facilidade de
1438 procedimentos para a sua apuração e rápida utilização.

1439 Proposição de Indicadores de Abastecimento de Água

1440 Os indicadores propostos para os serviços de abastecimento de água e de esgotos


1441 sanitários são:

1442 Indicador de Cobertura do Serviço de Água

1443 Tem a finalidade de quantificar o percentual de economias com disponibilidade de


1444 acesso ao sistema de abastecimento de água. O período desejável para sua apuração
1445 é o anual.

1446 Ica=[(Era+Dda)*100/Dt*(100-Pdfa+Pdda)]*100, onde:

1447 Ica: Indicador de Cobertura do Serviço de Água (%)

1448 Era: economias residenciais ativas (ligadas ao sistema) (un.)

1449 Dda: domicílios com disponibilidade de rede de água, mas não ativos (un.)

1450 Dt: domicílios totais na área de atendimento (un.)

1451 Pdfa: percentual de domicílios urbanos fora da área de atendimento (%)

1452 Pdda: percentual de domicílios rurais dentro da área de atendimento (%)

1453

11
As dificuldades do SNIS – Sistema Nacional de Informações de Saneamento em obter os dados dos
operadores e as dificuldades adicionais de checagem da sua confiabilidade são um bom exemplo dos
desafios que envolvem a própria disseminação das práticas de cálculo dos indicadores.
55
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RECURSOS HÍDRICOS

1454

1455 Indicador de Qualidade de Água Distribuída

1456 Este indicador permite avaliar o atendimento da qualidade da água distribuída


1457 conforme a Portaria n.º 518/2004, do Ministério da Saúde12. A frequência de apuração
1458 sugerida é mensal.

1459 Iqa=100*(%Aad-49)/51, onde:

1460 Iqa: Indicador de Qualidade de Água Distribuída

1461 %Aad: porcentagem de amostras consideradas adequadas no mês crítico do período


1462 de atualização.

1463 Indicador de Controle de Perdas

1464 Avalia valores de perda de água por ramal de distribuição, expressa em L/Ramal*Dia.
1465 O período sugerido para apuração é mensal.

1466 Icp=[(Ve-Vs)-Vc)/Laa]*100, em que:

1467 Icp: Indicador de Controle de Perdas (L/ramal*dia)

1468 Ve: volume de água entregue (L/dia)

1469 Vs: volume de água de uso social e operacional (L/dia)

1470 Vc: volume de água de consumo (L/dia)

1471 Laa: ligações ativas de água (un.)

1472 Indicador de Utilização da Infraestrutura de Produção de Água

1473 Tem por objetivo mensurar a capacidade ociosa da Estação de Tratamento de Água, a
1474 ser avaliada anualmente.

1475 Iua=Qp*100/CapETA, onde:

1476 Iua: Indicador da Utilização da Infraestrutura de Produção de Água (%)

1477 Qp: vazão produzida (L/s)

1478 CapETA: capacidade da ETA (L/s)

1479

12
Esta portaria estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

56
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RECURSOS HÍDRICOS

1480

1481 Proposição de Indicadores de Esgotos Sanitários

1482 Indicador de Cobertura do Serviço de Esgotos Sanitários

1483 Visa a quantificar o percentual de economias com disponibilidade de acesso ao sistema


1484 de esgotos sanitários. O período desejável para sua apuração é o anual.

1485 Ice=[(Ere+Dde)*100/Dt*(100-Pdfe+Pdde)]*100, sendo que:

1486 Ice: Indicador da Cobertura do Serviço de Esgoto (%)

1487 Ere: economias residenciais ativas (ligadas) no sistema de esgoto (un.)

1488 Dde: domicílios com disponibilidade do sistema, mas não ligados (un.)

1489 Dt: domicílios totais na área de atendimento (un.)

1490 Pdfe: percentual de domicílios urbanos fora da área de atendimento (%)

1491 Pdde: percentual de domicílios rurais dentro da área de atendimento (%)

1492 Indicador de Tratamento de Esgotos

1493 Este indicador permite quantificar, percentualmente, as economias residenciais ligadas


1494 à coleta cujos esgotos recebem tratamento. Seu período de apuração sugerido é anual.

1495 Ite=EaETE*100/Eae, em que:

1496 Ite: Indicador de Tratamento de Esgotos

1497 EaETE: economias residenciais ativas à ETE, ou seja, cujos esgotos recebem
1498 tratamento (un.)

1499 Eae: economias residenciais ativas à rede de esgotos (un.)

1500 Indicador da Utilização da Infraestrutura de Tratamento

1501 O indicador avalia, percentualmente, a capacidade ociosa da Estação de Tratamento


1502 de Esgotos. O período de apuração sugerido é anual.

1503 Iue=Qt*100/CapETE, onde:

1504 Iue: Indicador da Utilização da Infraestrutura de Tratamento de Esgotos (%)

1505 Qt: vazão tratada (L/s)

1506 CapETE: capacidade da ETE (L/s)

1507 57
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RECURSOS HÍDRICOS

1508

1509 Proposição de Indicadores de Resíduos Sólidos

1510 A proposição dos indicadores de resíduos sólidos procurou levar em conta a


1511 diversidade de aspectos e de tipos de resíduos que envolvem os serviços de limpeza
1512 pública e de manejo de resíduos sólidos.

1513 Além disso, propõe-se que, ao invés de se usar média aritmética para o cálculo do Irs -
1514 Indicador de Resíduos Sólidos, seja promovida uma média ponderada dos indicadores,
1515 por meio de pesos atribuídos de acordo com a sua importância para a comunidade, a
1516 saúde pública e o meio ambiente.

1517 Para a ponderação, sugere-se que sejam levados em conta os seguintes pesos
1518 relativos a cada um dos indicadores que, através de seu somatório, totalizam 10.

1519 Ivm - Indicador do Serviço de Varrição das Vias: p=1,0;

1520 Icr - Indicador do Serviço de Coleta Regular: p=1,5;

1521 Ics - Indicador do Serviço de Coleta Seletiva: p=1,0;

1522 Irr - Indicador do Reaproveitamento dos RSD: p=1,0;

1523 Iqr - Indicador da Destinação Final dos RSD: p=2,0;

1524 Isr - Indicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos RSD: p=1,0;

1525 Iri - Indicador do Reaproveitamento dos RSI: p=0,5;

1526 Idi - Indicador da Destinação Final dos RSI: p=0,5;

1527 Ids - Indicador do Manejo e Destinação dos RSS: p=1,5;

1528 Irs=(1,0*Ivm+1,5*Icr+1,0*Ics+1,0*Irr+2,0*Iqr+1,0*Isr+0,5*Iri+0,5*Idi+1,5*Ids)/10

1529 Caso, para este município, as informações necessárias para geração de quaisquer
1530 indicadores não estejam disponíveis, seu peso deve ser deduzido do total para efeito
1531 do cálculo do Irs.

1532 A conceituação dos indicadores e a metodologia para a estimativa de seus valores


1533 encontram-se apresentadas a seguir.

1534 Ivm - Indicador do Serviço de Varrição das Vias

1535 Este indicador quantifica as vias urbanas atendidas pelo serviço de varrição, tanto
1536 manual quanto mecanizada, onde houver, sendo calculado com base no seguinte
1537 critério:

58
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1538

1539 Em que:

1540 Ivm: Indicador do Serviço de Varrição das Vias

1541 %Vm mín: % da km de varrição mínimo = 10% das vias urbanas pavimentadas

1542 %Vm max: % de km de varrição máximo = 100% das vias urbanas


1543 pavimentadas

1544 %Vm atual: % de km de varrição praticado em relação ao total das vias urbanas
1545 pavimentadas

1546 Icr – Indicador do Serviço de Coleta Regular

1547 Este indicador quantifica os domicílios atendidos por coleta de resíduos sólidos
1548 domiciliares, sendo calculado com base no seguinte critério:

1549

1550 sendo:

1551 %Dcr = Porcentagem de domicílios atendidos

1552 Duc = Total dos domicílios urbanos atendidos por coleta de lixo

1553 Dut = Total dos domicílios urbanos

1554 Ics- Indicador do Serviço de Coleta Seletiva

1555 Este indicador quantifica os domicílios atendidos por coleta seletiva de resíduos sólidos
1556 recicláveis, também denominada lixo seco, sendo calculado com base no seguinte
1557 critério:

1558

1559 Em que:

1560 Ics: Indicador do Serviço de Coleta Seletiva

1561 %CS mín: % dos domicílios coletados mínimo = 0% dos domicílios municipais

1562 %CS Max: % dos domicílios coletados máximo = 100% dos domicílios municipais

59
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1563 %CS atual: % dos domicílios municipais coletados em relação ao total dos domicílios
1564 municipais

1565 Irr - Indicador do Reaproveitamento dos RSD

1566 Este indicador traduz o grau de reaproveitamento dos materiais reaproveitáveis


1567 presentes nos resíduos sólidos domiciliares e deve sua importância à obrigatoriedade
1568 ditada pela nova legislação federal referente à Política Nacional dos Resíduos Sólidos,
1569 sendo calculado com base no seguinte critério:

1570

1571 Em que:

1572 Irr: Indicador de Reaproveitamento de Resíduos Sólidos

1573 %rr mín: % dos resíduos reaproveitados mínimo = 0% do total de resíduos sólidos
1574 gerados no município

1575 %rr máx: % dos resíduos reaproveitados máximo = 60% do total de resíduos
1576 sólidos gerados no município

1577 %rr atual: % dos resíduos reaproveitados em relação ao total dos resíduos sólidos
1578 gerados no município

1579 Iqr – Indicador da Destinação Final dos RSD

1580 Este indicador, denominado de IQR - Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos, é


1581 normalmente utilizado pela CETESB para avaliar as condições dos sistemas de
1582 disposição de resíduos sólidos domiciliares. O índice IQR é apurado com base em
1583 informações coletadas nas inspeções de cada unidade de disposição final e
1584 processadas a partir da aplicação de questionário padronizado. Em função de seus
1585 respectivos IQRs, as instalações são enquadradas como inadequadas, controladas ou
1586 adequadas, conforme o quadro a seguir:

IQR Enquadramento
0,0 a 6,0 Condições Inadequadas (I)
6,1 a 8,0 Condições Controladas (C)
8,1 a 10,0 Condições Adequadas (A)

1587 Importa, no caso, a pontuação do sítio de destinação final utilizado pelo município.
1588 Observe-se que a Política Nacional dos Resíduos Sólidos através da Lei Federal nº
1589 12.305, de 02 de agosto de 2010, que passou a exigir que os rejeitos não
1590 reaproveitáveis dos resíduos sólidos urbanos sejam destinados unicamente a aterros
1591 sanitários.

1592
60
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1593

1594 Isr – Indicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos RSD

1595 Este indicador demonstra a capacidade restante dos locais de disposição e a


1596 necessidade de implantação de novas unidades de disposição de resíduos, sendo
1597 calculado com base nos seguintes critérios:

1598

1599 Em que:

1600 n = tempo em que o sistema ficará saturado (anos)

1601 O nmín e o nmáx são fixados conforme quadro a seguir:

Faixa da População nmín Isr nmáx Isr

Até 20.000 hab. n≥1

20.001 a 50.000 hab. n≥2


≤0 0 100
De 50.001 a 200.000 hab n≥3

Maior que 200.000 hab n≥5

1602 Iri - Indicador do Reaproveitamento dos RSI

1603 Este indicador traduz o grau de reaproveitamento dos materiais reaproveitáveis


1604 presentes na composição dos resíduos sólidos inertes e, embora também esteja
1605 vinculado de certa forma à obrigatoriedade ditada pela nova legislação federal referente
1606 à Política Nacional dos Resíduos Sólidos, não tem a mesma importância do
1607 reaproveitamento dos RSD, sendo calculado com base no seguinte critério:

1608

1609 Sendo que:

1610 Iri Indicador de Reaproveitamento de Resíduos Sólidos Inertes

1611 %Ri mín: % dos resíduos reaproveitados mínimo = 0% do total de resíduos sólidos
1612 inertes gerados no município

1613 %Ri máx: % dos resíduos reaproveitados máximo = 60% do total de resíduos
1614 sólidos inertes gerados no município

61
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1615 %Ri atual: % dos resíduos inertes reaproveitados em relação ao total dos resíduos
1616 sólidos inertes gerados no município

1617 Idi - Indicador da Destinação Final dos RSI

1618 Este indicador possibilita avaliar as condições dos sistemas de disposição de resíduos
1619 sólidos inertes que, embora ofereça menores riscos do que os relativos à destinação
1620 dos RSD, se não forem bem operados podem gerar o assoreamento de drenagens e
1621 acabarem sendo, em muitos casos, responsáveis por inundações localizadas, sendo
1622 calculado com base no seguinte critério:

1623

1624 Em que:

1625 Idi: Indicador de Disposição Final de Resíduos Sólidos Inertes

1626 IQI: Índice de qualidade de destinação de inertes, atribuído à forma/unidade de


1627 destinação final utilizada pelo município para dispor seus resíduos sólidos inertes e
1628 estimado de acordo com os seguintes critérios:

Operação da Unidade Condições IQI

Sem triagem prévia / sem configuração topográfica / sem drenagem inadequadas 0,00
superficial

Com triagem prévia / sem configuração topográfica / sem drenagem inadequadas 2,00
superficial

Com triagem prévia / com configuração topográfica / sem drenagem Controladas 4,00
superficial

Com triagem prévia / com configuração topográfica / com drenagem Controladas 6,00
superficial

Com triagem prévia / sem britagem / com reaproveitamento Adequadas 8,00

Com triagem prévia / com britagem / com reaproveitamento Adequadas 10,00

1629 Caso o município troque de unidade e/ou procedimento ao longo do ano, seu IQI final
1630 será a média dos IQI‟s das unidades e/ou procedimentos utilizados, ponderada pelo
1631 número de meses em que ocorreu a efetiva destinação em cada um deles.

Operação da Unidade Condições IQI

Sem triagem prévia / sem configuração topográfica / sem drenagem inadequadas 0,00
superficial

1632 Ids - Indicador do Manejo e Destinação dos RSS


62
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1633 Este indicador traduz as condições do manejo dos resíduos dos serviços de saúde,
1634 desde sua forma de estocagem para conviver com baixas frequências de coleta até o
1635 transporte, tratamento e disposição final dos rejeitos, sendo calculado com base no
1636 seguinte critério:

1637

1638 Em que:

1639 Ids: Indicador de Manejo de Resíduos de Serviços de Saúde

1640 IQS: Índice de Qualidade de Manejo de Resíduos de Serviços de Saúde, estimado


1641 de acordo com os seguintes critérios:

Operação da Unidade Condições IQS

Com baixa frequência e sem estocagem refrigerada / sem transporte Inadequadas 0,00
adequado / sem tratamento licenciado / sem disposição final adequada
dos rejeitos tratados
Com baixa frequência e com estocagem refrigerada / sem transporte Inadequadas 2,00
adequado / sem tratamento licenciado / sem disposição final adequada
dos rejeitos tratados
Com frequência adequada / sem transporte adequado / sem tratamento Controladas 4,00
licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados
Com frequência adequada / com transporte adequado / sem tratamento Controladas 6,00
licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados
Com frequência adequada / com transporte adequado / com tratamento Adequadas 8,00
licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados
Com frequência adequada / com transporte adequado / com tratamento Adequadas 10,00
licenciado / com disposição final adequada dos rejeitos tratados

1642 Caso o município troque de procedimento/unidade ao longo do ano, o seu IQS final
1643 será a média dos IQS‟s dos procedimentos/unidades utilizados, ponderada pelo
1644 número de meses em que ocorreu o efetivo manejo em cada um deles.

1645 Proposição de Indicadores de Drenagem

1646 Conceitos

1647 Tomando-se como referência que o indicador deve englobar parâmetros mensuráveis,
1648 de fácil aquisição e disponibilidade, e ser aderente aos conceitos de drenagem, o
1649 primeiro aspecto será o da avaliação em separado dos subsistemas de micro e
1650 macrodrenagem, lembrando que o primeiro refere-se à drenagem de pavimentos que
1651 recebem as águas da chuva precipitada diretamente sobre ele e dos lotes adjacentes,
1652 e o segundo considera os sistemas naturais e artificiais que concentram os anteriores.
1653 Assim, pode-se dizer que a microdrenagem é uma estrutura direta e obrigatoriamente
1654 agregada ao serviço de pavimentação e deve sempre ser implantada em conjunto com

63
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1655 o mesmo, de forma a garantir seu desempenho em termos de segurança e de


1656 condições de tráfego (trafegabilidade da via) e ainda sua conservação e durabilidade
1657 (erosões, infiltrações etc.).

1658 Tal divisão é importante porque na microdrenagem utilizam-se elementos estruturais


1659 (guias, sarjetas, bocas-de-lobo, tubos de ligação, galerias e dissipadores), cujos
1660 critérios de projeto são distintamente diferentes dos elementos utilizados na
1661 macrodrenagem (galerias, canais, reservatórios de detenção, elevatórias e barragens),
1662 notadamente quanto ao desempenho. Enquanto na microdrenagem admitem-se, como
1663 critério de projeto, as vazões decorrentes de eventos com período de retorno dois,
1664 cinco, dez e até 25 anos, na macrodrenagem projeta-se tendo como referência os
1665 eventos de 50 ou cem anos e até mesmo valores superiores. Da mesma forma, as
1666 necessidades de operação e manutenção dos sistemas são distintas, no que se refere
1667 à frequência de inspeções, capacidade dos equipamentos e especialidade do pessoal
1668 para execução das tarefas de limpeza, desobstrução, desassoreamento etc.

1669 Quanto aos critérios de avaliação dos serviços devem ser consideradas os aspectos:
1670 institucionalização, porte/cobertura do serviço, eficiência técnica e gestão. A seguir,
1671 explica-se cada uma delas:

1672 Institucionalização (I)

1673 A gestão da drenagem urbana é uma atividade da competência municipal e tende a


1674 compor o rol de serviços obrigatórios que o Executivo é obrigado a prestar, com
1675 importância ainda maior nos grandes aglomerados urbanos. Sua institucionalização
1676 como serviço dentro da estrutura administrativa e orçamentária indicará o grau de
1677 desenvolvimento da administração municipal com relação ao setor. Assim, deve-se
1678 considerar os seguintes aspectos indicadores do grau de envolvimento da estrutura do
1679 Município com a implantação e gestão dos sistemas de micro e macrodrenagem:

MICRODRENAGEM MACRODRENAGEM
Existência de padronização para projeto Existência de plano diretor urbanístico com tópicos
viário e drenagem pluvial relativos à drenagem
Serviço de verificação e análise de projetos
Existência de plano diretor de drenagem urbana
de pavimentação e/ou loteamentos
Legislação específica de uso e ocupação do solo que
Estrutura de inspeção e manutenção da
trata de impermeabilização, medidas mitigadoras e
drenagem
compensatórias
Monitoramento de chuva Monitoramento de cursos d‟água (nível e vazão)
Registro de incidentes envolvendo
Registro de incidentes envolvendo a macrodrenagem
microdrenagem

1680 Este indicador pode, a princípio, ser admitido como „seco‟, isto é, a existência ou
1681 prática do quesito analisado implica na valoração do mesmo. Posteriormente, na
1682 medida em que o índice for aperfeiçoado, o mesmo pode ser transformado em métrico
1683 para considerar a qualidade do instrumento institucional adotado.

1684 64
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1685

1686 Porte/Cobertura do Serviço (C)

1687 Este critério considera o grau de abrangência relativo dos serviços de micro e
1688 macrodrenagem no município, de forma a indicar se o mesmo é universalizado. Para o
1689 caso da microdrenagem, representa a extensão de ruas que têm o serviço de
1690 condução de águas pluviais lançados sobre as mesmas de forma apropriada, através
1691 de guias, sarjetas, estruturas de captação e galerias, em relação à extensão total de
1692 ruas na área urbana.

1693 No subsistema de macrodrenagem, o porte do serviço pode ser determinado por meio
1694 da extensão dos elementos de macrodrenagem nos quais foram feitas intervenções em
1695 relação à malha hídrica do município (até terceira ordem). Por intervenções, entendem-
1696 se as galerias-tronco, que reúnem vários subsistemas de microdrenagem, e também os
1697 elementos de drenagem naturais, como os rios e córregos, nos quais foram feitos
1698 trabalhos de canalização, desassoreamento ou dragagem, retificação, revestimento
1699 das margens, regularização, delimitação das áreas de APP, remoção de ocupações
1700 irregulares nas várzeas etc.

1701 Eficiência do Sistema (S)

1702 Este critério pretende captar o grau de atendimento técnico, isto é, se o serviço atende
1703 às expectativas quanto ao seu desempenho hidráulico em cada subsistema. A forma
1704 de avaliação deve considerar o número de incidentes ocorridos com os sistemas em
1705 relação ao número de dias chuvosos e à extensão dos mesmos.

1706 A consideração de um critério de área inundada também pode ser feita, em uma
1707 segunda etapa, quando estiverem disponíveis de forma ampla os cadastros eletrônicos
1708 municipais e os sistemas de informatização de dados.

1709 Eficiência da Gestão (G)

1710 A gestão do serviço de drenagem urbana, tanto para micro como para macro, deve ser
1711 mensurada em função da relação entre as atividades de operação e manutenção dos
1712 componentes e o porte do serviço.

MICRODRENAGEM MACRODRENAGEM

Número de bocas-de-lobo limpas em relação ao Extensão de córregos limpos/desassoreados em


total de bocas-de-lobo relação ao total

Extensão de galerias limpas em relação ao total Total de recursos gastos com macrodrenagem em
de bocas-de-lobo relação ao total alocado.

Total de recursos gastos com microdrenagem


em relação ao alocado no orçamento anual para
microdrenagem
1713
65
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RECURSOS HÍDRICOS

1714

1715 Cálculo do Indicador

1716 O indicador deverá ser calculado anualmente, a partir de informações das atividades
1717 realizadas no ano anterior. Os dados deverão ser tabulados em planilha apropriada, de
1718 forma a permitir a auditoria externa, conforme o exemplo a seguir. O cálculo final do
1719 indicador será a média aritmética dos indicadores de micro e macrodrenagem, com
1720 resultado final entre [0-10].

C MICRODRENAGEM Valor

Existência de padronização para projeto viário e


I1 0,5 0,5
drenagem pluvial
Institucionalização

Serviço de verificação e análise de projetos de


I2 0,5 0,5
pavimentação e/ou loteamentos

I3 Estrutura de inspeção e manutenção da drenagem 0,5 0,5

I4 Existência de monitoramento de chuva 0,5 0,5

I5 Registro de incidentes envolvendo microdrenagem 0,5 0,5

Extensão total de ruas com serviço de


Cobertura

C1 microdrenagem, em km (guias, sarjetas e bocas-


de-lobo)

C2 Extensão total de ruas do Município (km)


Eficiência

Numero de dias com incidentes na microdrenagem


S1 (alagamento de via até 30 cm, refluxo pelos PVs e
Bls)

1721

66
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1722

MACRODRENAGEM Valor
C

S2 Numero de dias com chuva no ano

G1 Número de bocas-de-lobo limpas

G2 Total de bocas-de-lobo
Gestão

G3 Total de recursos gastos com microdrenagem

Total alocado no orçamento anual para


G4
microdrenagem

Existência de plano diretor urbanístico com tópicos 0,5


I1 0,5
relativos à drenagem
Institucionalização

I2 Existência de plano diretor de drenagem urbana 0,5 0,5

Legislação específica de uso e ocupação do solo 0,5


I3 que trata de impermeabilização, medidas 0,5
mitigadoras e compensatórias

I4 Monitoramento de cursos d‟água (nível e vazão) 0,5 0,5

Registro de Incidentes envolvendo a 0,5


I5 0,5
macrodrenagem

Extensão de intervenções na rede hídrica do


Cobertura

C1
município

C2 Extensão da rede hídrica do município

Número de dias com incidentes na de


macrodrenagem (transbordamento de córregos,
Eficiência

S1
derrubada de pontes, solapamento de margem etc
.Bls)

S2 Número de dias com chuva no ano


Gestão

Total aplicado na limpeza de córregos / estruturas de


G1
macrodrenagem em geral

1723

67
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1724 9. PLANO DE AÇÕES DE CONTINGÊNCIA E EMERGÊNCIA

1725 O denominado Plano de Contingência e Emergência, doravante referido como plano de


1726 contingência, busca caracterizar as estruturas disponíveis e estabelecer as formas de
1727 atuação da operadora em exercício, tanto em caráter preventivo como corretivo,
1728 procurando elevar o grau de segurança e a continuidade operacional das instalações
1729 relacionadas aos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza
1730 urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

1731 Quanto à operação e manutenção dos sistemas efetuados pela operadora em exercício
1732 serão utilizados mecanismos locais e corporativos de gestão no sentido de prevenir
1733 ocorrências indesejadas através de controles e monitoramentos das condições físicas
1734 das instalações e dos equipamentos, visando minimizar ocorrências de sinistros e
1735 interrupções na prestação de tais serviços.

1736 Em caso de ocorrências atípicas, que extrapolem a capacidade de atendimento local, a


1737 operadora em exercício deverá dispor de todas as estruturas de apoio com mão de
1738 obra, materiais, equipamentos, das áreas de manutenção, gestão, controle de
1739 qualidade e de todas as áreas que se fizerem necessárias, visando a correção dessas
1740 ocorrências, para que os sistemas de abastecimento de água e de esgotamento
1741 sanitário do município não tenham a segurança e a continuidade operacional
1742 diminuídas ou paralisadas.

1743 9.1. OBJETIVO

1744 O principal objetivo de um plano de contingência é assegurar a continuidade dos


1745 procedimentos originais, de modo a não expor a comunidade a impactos relacionados
1746 ao meio ambiente e, principalmente, à saúde pública.

1747 Normalmente, a descontinuidade dos procedimentos se origina a partir de eventos que


1748 podem ser evitados através de negociações prévias, como greves de pequena duração
1749 e paralisações por tempo indeterminado das prestadoras de serviços ou dos próprios
1750 trabalhadores.

1751 Porém, tal descontinuidade também pode ser gerada a partir de outros tipos de
1752 ocorrência de maior gravidade e, portanto, de maior dificuldade de solução, como
1753 explosões, incêndios, desmoronamentos, tempestades, inundações e outros.

1754 Assim, para que um plano de contingência seja realmente aplicável é necessário,
1755 primeiramente, identificarem-se os agentes envolvidos sem o que não é possível
1756 definirem-se as responsabilidades pelas ações a serem promovidas.

1757 Além dos agentes, também é recomendável que o plano de contingência seja focado
1758 para os procedimentos cuja paralisação pode causar os maiores impactos, relegando
1759 os demais para serem atendidos após o controle total sobre os primeiros.

1760
68
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1761

1762 9.2. AGENTES ENVOLVIDOS

1763 Tendo em vista a estrutura operacional proposta para o equacionamento dos serviços
1764 urbanos nos municípios compreendidos pelas UGRHI‟s 1, 2 e 3, podem-se definir como
1765 principais agentes envolvidos:

1766 Prefeitura Municipal

1767 As municipalidades se constituem agentes envolvidos no Plano de Contingência


1768 quando seus próprios funcionários públicos são os responsáveis diretos pela execução
1769 dos procedimentos. Evidentemente que, no caso das Prefeituras Municipais, o agente
1770 nem sempre é a própria municipalidade e sim secretarias, departamentos ou até
1771 mesmo empresas autônomas que respondem pelos serviços envolvidos.

1772 Consórcio Intermunicipal

1773 Os consórcios intermunicipais, resultantes de um contrato formal assinado por um


1774 grupo de municípios interessados em usufruir de uma mesma unidade operacional,
1775 também são entendidos como agentes, desde que tenham funcionários diretamente
1776 envolvidos na execução dos procedimentos.

1777 Prestadora de Serviços em Regime Normal

1778 As empresas prestadoras de serviços são consideradas agentes envolvidos quando,


1779 mediante contrato decorrente de licitação pública, seus funcionários assumem a
1780 responsabilidade pela execução dos procedimentos.

1781 Concessionária de Serviços

1782 As empresas executantes dos procedimentos, mediante contrato formal de concessão


1783 ou de participação público-privada – PPP, são igualmente consideradas agentes uma
1784 vez que seus funcionários estão diretamente envolvidos na execução dos
1785 procedimentos.

1786 Prestadora de Serviços em Regime de Emergência

1787 As empresas prestadoras de serviços também podem ser consideradas agentes


1788 envolvidos quando, justificada legalmente a necessidade, seus funcionários são
1789 mobilizados através de contrato de emergência sem tempo para a realização de
1790 licitação pública, geralmente por prazos de curta duração.

1791 Órgãos Públicos

1792 Alguns órgãos públicos também são considerados agentes passam a se constituir
1793 agentes quando, em função do tipo de ocorrência, são mobilizados para controlar ou
1794 atenuar eventuais impactos decorrentes das ocorrências, como é o caso da CETESB,
1795 do DEPRN, da Polícia Ambiental, da SABESP e outros.
1796 69
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RECURSOS HÍDRICOS

1797

1798 Entidades Públicas

1799 Algumas entidades públicas também passam a se constituir agentes do plano a partir
1800 do momento em que, como reforço adicional aos recursos já mobilizados, são
1801 acionadas para minimizar os impactos decorrentes das ocorrências, como é o caso da
1802 Defesa Civil, dos Bombeiros e outros.

1803 Portanto, o presente Plano de Contingência deve ser devidamente adaptado às


1804 estruturas funcionais com que opera o município em questão.

1805 9.3. AÇÕES PRINCIPAIS DE CONTROLE E DE CARÁTER PREVENTIVO

1806 As ações para o Plano de Contingências constituem-se basicamente em três períodos:

1807 a. Preventiva: Desenvolvida no período de normalidade, consistindo na elaboração


1808 de planos e aperfeiçoamento dos sistemas e, também, no levantamento de ações
1809 necessárias para a minimização de acidentes.

1810 b. Atendimento Emergencial: As ações são concentradas no período da


1811 ocorrência, por meio do emprego de profissionais e equipamentos necessários
1812 para o reparo dos danos objetivando a volta da normalidade, nesta fase, os
1813 trabalhos são desenvolvidos em parceria com órgãos municipais e estaduais,
1814 além de empresas especializadas.

1815 c. Readequação: Ações concentradas no período, e após o evento, com o objetivo


1816 de se adequar à nova situação, aperfeiçoando o sistema e tornando tal ação
1817 como preventiva.

1818 O Plano define uma metodologia para atender aos diversos tipos de ocorrência,
1819 viabilizando o acionamento de pessoal capacitado para o acompanhamento e solução
1820 dos problemas, e, além disto, desenvolvendo ações preventivas que evitam o
1821 agravamento de situações de risco. É recomendável identificar os locais com
1822 instalações sujeitas a acidentes, eliminando os problemas com alteração de
1823 caminhamento e desenvolvimento e realizando o acompanhamento de trabalhos
1824 preventivos nas áreas impossibilitadas de adequação.

1825 A seguir são apresentados os principais instrumentos que poderão ser utilizados pela
1826 operadora em exercício para a adequada operação e manutenção dos sistemas
1827 existentes, de maneira generalizada, no município em questão.

1828 Formulação de leis e outros instrumentos jurídicos para permitir a adoção das ações
1829 em situações de não-conformidade;

1830 Legislação específica, definindo atribuições, aspectos e punições para infratores;

1831 Formação de equipes de resposta a situações de emergência;


70
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1832 Planos de divulgação na mídia;

1833 Mobilização social: envolvimento de associações de moradores e outros grupos


1834 representativos constituídos;

1835 Reservas financeiras para: contratação emergencial de empresas para manutenção


1836 em operações emergenciais ou críticas; contratação de serviços especializados em
1837 casos de emergências ambientais; contratação de serviços de fornecimento e
1838 transporte de água tratada para situações emergenciais;

1839 Decretação de estado de atenção, de emergência ou de calamidade pública,


1840 conforme previsão na legislação específica;

1841 Elaboração de Plano de Emergência para cenários de não-conformidade:

1842 o Interrupção total ou parcial dos serviços;

1843 o Suspensão total ou parcial dos serviços;

1844 o Comprometimento operacional das unidades componentes dos sistemas de


1845 abastecimento de água e esgotamento sanitário.

1846 Mobilização dos agentes e esforços

1847 Avaliação e adaptação de procedimentos com base em resultados de eventos


1848 registrados;

1849 Desenvolvimento de medidas de avaliação de eficiência e eficácia;

1850 Proposição de simulações.

1851 9.4. PLANOS DE CONTINGÊNCIAS

1852 Considerando os diversos níveis dos agentes envolvidos e as suas respectivas


1853 competências e dando prioridade aos procedimentos cuja paralisação pode causar os
1854 maiores impactos à saúde pública e ao meio ambiente, apresentam-se a seguir os
1855 planos de contingência para cada tipo de serviço:

1856 9.4.1. Serviço de Abastecimento de Água

1857 Especificamente para o sistema de abastecimento de água, são apresentadas as


1858 seguintes ações preventivas:

1859 Acompanhamento da produção de água através da realização de medições na


1860 entrada da estação de tratamento de água;

1861 Controle de parâmetros dos equipamentos em operação: horas trabalhadas,


1862 corrente elétrica, tensão, consumo de energia, vibração e temperatura;
71
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RECURSOS HÍDRICOS

1863 Controle de equipamentos de reserva e em manutenção;

1864 Sistema de gerenciamento da manutenção: cadastro dos equipamentos e


1865 instalações; programação de manutenções preventivas; geração e controle de
1866 ordens de serviços de manutenções preventivas e corretivas; registros e históricos
1867 das manutenções; realização de manutenções em equipamentos de alta criticidade;

1868 Manutenção preventiva das bombas do sistema de produção de água em oficina


1869 especializada;

1870 Plano de inspeções periódicas e adequações das adutoras de água bruta;

1871 Acompanhamento das vazões encaminhadas aos setores de distribuição, dos níveis
1872 de reservação, da situação de operação dos conjuntos moto-bomba e das vazões
1873 mínimas noturnas para gerenciamento das perdas, com registros históricos;

1874 Acompanhamento da regularidade no abastecimento por setor de distribuição;

1875 Pesquisa planejada de vazamentos não visíveis na rede de distribuição e ramais de


1876 água;

1877 Acompanhamento geral do estado da hidrometria instalada e manutenção


1878 preventiva;

1879 Controle da qualidade da água dos mananciais e captações;

1880 Manutenção de base de dados e acompanhamento de gestão de riscos ambientais


1881 através dos órgãos competentes;

1882 Controle da qualidade da água produzida com análises de diversos parâmetros nos
1883 sistemas de tratamento de água;

1884 Plano de Ação de Emergência para atuação nos casos de vazamentos de cloro na
1885 estação de tratamento de água;

1886 Plano de Ação para contenção de vazamentos de produtos químicos;

1887 Plano de Ação para atuação em casos de incêndio;

1888 Plano de limpeza e desinfecção dos reservatórios de distribuição de água;

1889 Controle da qualidade da água distribuída, realizado por laboratório especializado,


1890 conforme previsto na Portaria 518 do Ministério da Saúde, através de coletas em
1891 diversos pontos da rede de distribuição e na saída do processo de tratamento;

1892 Plano de vistoria e acompanhamento dos sistemas de distribuição de água com


1893 equipes volantes 24 horas por dia.

72
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RECURSOS HÍDRICOS

1894 Foram identificados na tabela a seguir os principais tipos de ocorrências, as possíveis


1895 origens e as ações a serem desencadeadas para o sistema de abastecimento de água:

Ocorrência Origem Plano de Contingências


Inundação das captações de água com Verificação e adequação de plano de
danificação de equipamentos ação às características da ocorrência
eletromecânicos / estruturas Comunicação à população / instituições /
Deslizamento de encostas/ autoridades / Defesa Civil
movimentação do solo/ solapamento de Comunicação à Polícia
apoios de estruturas com
arrebentamento da adução de água Comunicação à operadora em exercício
bruta de energia elétrica
Falta d´água Interrupção prolongada no Deslocamento de frota grande de
generalizada fornecimento de energia elétrica nas caminhões tanque
instalações de produção de água Controle da água disponível em
Vazamento de cloro nas instalações de reservatórios
tratamento de água Reparo das instalações danificadas
Qualidade inadequada da água dos Implementação do Plano de Ação de
mananciais Emergência ao Cloro
Ações de vandalismo Implementação de rodízio de
abastecimento
Deficiências de água nos mananciais Verificação e adequação de plano de
em períodos de estiagem ação às características da ocorrência
Interrupção temporária no Comunicação à população / instituições /
fornecimento de energia elétrica nas autoridades
instalações de produção de água Comunicação à Polícia
Interrupção no fornecimento de energia Comunicação à operadora em exercício
Falta d´água elétrica em setores de distribuição de energia elétrica
parcial ou Danificação de equipamentos de Deslocamento de frota de caminhões
localizada estações elevatórias de água tratada tanque
Danificação de estruturas de Reparo das instalações danificadas
reservatórios e elevatórias de água
tratada Transferência de água entre setores de
abastecimento
Rompimento de redes e linhas
adutoras de água tratada
Ações de vandalismo

1896 9.4.2. Serviço de Esgotamento Sanitário

1897 Já para o sistema de esgotamento sanitário, são apresentadas as seguintes ações:

1898 Acompanhamento da vazão de esgotos tratados;

1899 Controle de parâmetros dos equipamentos em operação, como horas trabalhadas,


1900 corrente, tensão e consumo de energia;

1901 Controle de equipamentos de reserva e em manutenção;

73
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RECURSOS HÍDRICOS

1902 Sistema de gerenciamento da manutenção: cadastro dos equipamentos e


1903 instalações; programação de manutenções preventivas; geração e controle de
1904 ordens de serviços de manutenções preventivas e corretivas; registros e históricos
1905 das manutenções;

1906 Acompanhamento das variáveis de processo da estação de tratamento de esgotos,


1907 com registros históricos;

1908 Inspeção periódica nos sistemas de tratamento de esgotos;

1909 Manutenção preventiva das bombas do sistema de esgotos em oficina


1910 especializada;

1911 Manutenção com limpeza preventiva programada das estações elevatórias de


1912 esgoto;

1913 Manutenção preventiva e corretiva de coletores e ramais de esgoto com


1914 equipamentos apropriados;

1915 Acompanhamento sistemático das estações elevatórias de esgoto;

1916 Controle da qualidade dos efluentes: controle periódico da qualidade dos esgotos
1917 tratados na estação de tratamento de esgoto, realizado por laboratório específico e
1918 de acordo com a legislação vigente;

1919 Plano de ação para contenção de vazamentos de produtos químicos;

1920 Plano de vistoria e acompanhamento dos sistemas de esgotamento sanitário


1921 existentes com equipes volantes 24 horas por dia.

1922 Foram identificados na tabela a seguir os principais tipos de ocorrências, as possíveis


1923 origens e as ações a serem desencadeadas para o sistema de esgotamento sanitário:

1924

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1925

Ocorrência Origem Plano de Contingências


Interrupção no fornecimento de Comunicação à Operadora em
energia elétrica nas instalações de exercício de energia elétrica
tratamento Comunicação aos órgãos de
Danificação de equipamentos controle ambiental
Paralisação da estação eletromecânicos / estruturas Comunicação à Polícia
de tratamento de esgotos
Ações de vandalismo Instalação de equipamentos
reserva
Reparo das instalações
danificadas
Interrupção no fornecimento de Comunicação à Operadora em
energia elétrica nas instalações de exercício de energia
bombeamento elétrica
Danificação de equipamentos Comunicação aos órgãos de
Extravasamentos de eletromecânicos / estruturas controle ambiental
esgotos em estações Ações de vandalismo
elevatórias Comunicação à Polícia
Instalação de equipamentos
reserva
Reparo das instalações
danificadas

Rompimento de linhas de Desmoronamentos de taludes / Comunicação aos órgãos de


recalque, coletores paredes de canais controle ambiental
tronco, interceptores e Erosões de fundos de vale Reparo das instalações
emissários Rompimento de travessias danificadas

Lançamento indevido de águas Comunicação à vigilância sanitária


pluviais em redes coletoras de Execução dos trabalhos de
Ocorrência de retorno de esgoto limpeza
esgotos em imóveis
Obstruções em coletores de Reparo das instalações
esgoto danificadas

1926 9.4.3. Serviços de Limpeza Pública e Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos

1927 Serviços de Limpeza Pública

1928 Varrição Manual

1929 Justificativas

1930 A paralisação do serviço de varrição manual costuma ocorrer devido a greves de


1931 pequena duração ou paralisações por tempo indeterminado das prestadoras de
1932 serviços ou dos próprios trabalhadores.

1933 O principal impacto decorrente da paralisação dos serviços de varrição manual, além
1934 da deterioração do estado de limpeza dos passeios, vias e logradouros públicos, é a
1935 intensificação dos detritos descartados nos pisos que, em decorrência de chuvas,
75
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1936 tendem a ser levados pelo escoamento das águas pluviais para os dispositivos de
1937 drenagem superficial.

1938 Essa é, quase sempre, a razão do entupimento das bocas de lobo e galerias e, por
1939 consequência, a principal responsável pelas inundações das áreas urbanas.

1940 Plano de Contingência

1941 Como primeira medida recomendada, caso não surta efeito a negociação, é a
1942 identificação dos pontos mais críticos e o escalonamento de funcionários municipais
1943 que possam efetuar o serviço através de mutirões.

1944 Caso a paralisação se limite apenas à secretaria ou departamento responsável pelo


1945 serviço, estes funcionários poderão ser de outra secretaria ou departamento e, caso, se
1946 estenda por toda a municipalidade e não se vislumbre um acordo a curto prazo, a
1947 medida a ser tomada é a contratação de empresa especializada prestadora de serviço
1948 em regime emergencial.

1949 Neste caso, o contrato de emergência deverá perdurar apenas enquanto o impasse
1950 não estiver resolvido, cessando à medida em que a situação voltar à normalidade e,
1951 para agilizar esta providência, é recomendável que a municipalidade mantenha um
1952 cadastro de empresas com este perfil para acionamento imediato.

1953 Esta mesma medida deve ser tomada pela municipalidade no caso de prestadora de
1954 serviço em regime normal e/ou de concessionária.

1955 Manutenção de Vias e Logradouros

1956 Justificativas

1957 Similarmente à varrição manual, a paralisação do serviço de manutenção de vias e


1958 logradouros também costuma ocorrer devido a greves de pequena duração ou
1959 paralisações por tempo indeterminado das prestadoras de serviços ou dos próprios
1960 trabalhadores.

1961 Porém, ao contrário da varrição manual, uma eventual interrupção da manutenção de


1962 vias e logradouros, que engloba as atividades de capina, roçada e pinturas de meio-fios
1963 não chega a ser tão preocupante.

1964 Isto se deve principalmente pelo fato destas atividades ocorrerem em pontos isolados e
1965 se acentuarem de forma sazonal, onde a proliferação dos matos e a sedimentação de
1966 areias e poeiras nos baixios estão estritamente relacionadas à época da maior
1967 ocorrência de chuvas.

1968 Plano de Contingência

1969 Embora também possam provocar incômodos à população e entupimento dos


1970 dispositivos de drenagem, os procedimentos de manutenção de vias e logradouros não

76
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1971 são necessariamente contínuos, permitindo que seu Plano de Contingência se limite à
1972 uma defasagem na programação sem maiores prejuízos.

1973 Manutenção de Áreas Verdes

1974 Justificativas

1975 De uma forma ainda mais acentuada do que a manutenção de vias e logradouros, uma
1976 paralisação temporária no serviço de manutenção de áreas verdes por motivo de
1977 greves de pequena duração ou paralisações por tempo indeterminado das prestadoras
1978 de serviços ou dos próprios trabalhadores não chega a trazer maiores consequências
1979 para a comunidade.

1980 Além disso, este serviço também costuma ser executado de forma sazonal, pois leva
1981 em conta os períodos recomendáveis para a poda de árvores, permitindo que sua
1982 programação também sofra defasagens sem maiores prejuízos.

1983 Plano de Contingência

1984 O Plano de Contingência para este tipo de procedimento não se concentra, portanto,
1985 nos serviços programados, mas sim nos esporádicos, decorrentes da queda de
1986 árvores, seja devido a acidentes, às condições fitossanitárias dos espécimes ou a
1987 tempestades e/ou ventanias atípicas.

1988 No caso de tombamento por acidente de trânsito, além do acionamento de uma equipe
1989 de plantão para a remoção e liberação da via, também costumam ser acionados os
1990 órgãos e entidades que cuidam do tráfego, da energia elétrica e, conforme a gravidade,
1991 o sistema de resgate dos Bombeiros.

1992 Com relação ao tombamento esporádico devido ao envelhecimento e/ou ao


1993 desenvolvimento de patologias que comprometam sua integridade, recomenda-se
1994 como caráter preventivo uma vistoria e o respectivo cadastramento dos espécimes,
1995 acompanhados de um plano de supressão e reposição. Este procedimento poderá
1996 evitar maiores consequências decorrentes do tombamento natural.

1997 O maior problema a ser equacionado pelo Plano de Contingência está, portanto, no
1998 tombamento de árvores causado por tempestades e/ou ventanias atípicas, que atingem
1999 inclusive espécimes saudáveis, impedindo precauções antecipadas para que isso não
2000 venha a ocorrer.

2001 Neste caso, os prejuízos podem atingir perdas incalculáveis, não só diretamente pela
2002 perda de vidas humanas, veículos e edificações, mas também indiretamente pela
2003 interrupção dos sistemas de energia, telefonia e tráfego em regiões inteiras.

2004 Em função da amplitude do cenário de devastação, além de todos os órgãos e


2005 entidades anteriormente mencionadas, ainda podem ser acionados recursos das
2006 regiões vizinhas e, numa última instância, a Defesa Civil.

2007
77
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RECURSOS HÍDRICOS

2008

2009 Limpeza Pós Feiras Livres

2010 Justificativas

2011 O impacto decorrente da paralisação dos serviços de limpeza pós feiras livres é
2012 idêntico ao da interrupção da varrição manual, ou seja, além da deterioração do estado
2013 de limpeza das vias, também a intensificação dos detritos descartados nos pisos que,
2014 em decorrência de chuvas, tendem a ser levados pelo escoamento das águas pluviais
2015 para os dispositivos de drenagem superficial, provocam o entupimento das bocas de
2016 lobo e galerias.

2017 Plano de Contingência

2018 Pelo fato das feiras livres se limitarem a apenas uma pequena parte da malha de vias
2019 urbanas, além deste impacto ser muito pouco representativo, a equipe responsável por
2020 este serviço costuma ser a mesma da varrição manual, o que recomenda que seu
2021 Plano de Contingência também seja abrangido pelo próprio Plano de Contingência
2022 deste serviço.

2023 Limpeza de Bocas de Lobo e Galerias

2024 Justificativas

2025 A paralisação do serviço de limpeza dos dispositivos de drenagem também costuma


2026 ocorrer devido a greves de pequena duração ou paralisações por tempo indeterminado
2027 das prestadoras de serviços ou dos próprios trabalhadores.

2028 O impacto decorrente desta paralisação, embora não incida sobre a deterioração do
2029 estado de limpeza dos passeios, vias e logradouros públicos, pois acaba não sendo
2030 visível para os cidadãos, também é o assoreamento e entupimento dos dispositivos de
2031 drenagem superficial.

2032 Assim da mesma forma como já mencionado para a varrição manual, a dificuldade ou
2033 até impossibilidade de escoamento das águas pluviais pelas bocas de lobo e galerias
2034 acaba se tornando uma das principais responsáveis pelas inundações das áreas
2035 urbanas.

2036 Plano de Contingência

2037 Neste caso, por melhor que seja o Plano de Contingência, depois da região inundada
2038 pouco se tem a fazer do que aguardar as águas escoarem para se processar a limpeza
2039 dos dispositivos, o que torna ainda mais importante a prevenção, ou seja, a
2040 manutenção da limpeza dos mesmos.

2041

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RECURSOS HÍDRICOS

2042 Serviços Relacionados a Resíduos Sólidos Domiciliares

2043 Coleta Domiciliar dos Resíduos Sólidos Domiciliares

2044 Justificativas

2045 A paralisação do serviço de coleta domiciliar regular, normalmente associada à da


2046 coleta seletiva, costuma ocorrer devido a greves de pequena duração ou paralisações
2047 por tempo indeterminado das prestadoras de serviços ou dos próprios trabalhadores.

2048 O principal impacto decorrente da paralisação da coleta de resíduos sólidos


2049 domiciliares, além da exposição dos sacos de lixo por um tempo não recomendável,
2050 que acaba gerando chorume e maus odores, além de atrair catadores e animais que
2051 destroem as embalagens em busca de materiais e restos de comida, é a possibilidade
2052 de serem levados pelas águas pluviais para os dispositivos de drenagem superficial,
2053 drenagens e/ou corpos d‟água adjacentes.

2054 Colaborando com o entupimento das bocas de lobo e galerias e o assoreamento dos
2055 recursos hídricos, juntamente com a paralisação da varrição manual, também pode ser
2056 considerada uma das principais responsáveis pelas inundações das áreas urbanas.

2057 Plano de Contingência

2058 Caso não surta efeito a negociação, a primeira medida recomendada pelo Plano de
2059 Contingência deste procedimento é a contratação de empresa especializada
2060 prestadora de serviço em regime emergencial, pois, como este serviço envolve
2061 veículos e equipamentos específicos, dificilmente poderá ser atendido pelos simples
2062 escalonamento dos recursos municipais.

2063 Para agilizar esta providência, é recomendável que a municipalidade ou consórcio


2064 intermunicipal mantenha um cadastro de empresas com este perfil para acionamento
2065 imediato e, neste caso, o contrato de emergência deverá perdurar apenas enquanto o
2066 impasse não estiver resolvido, cessando à medida que a situação retome a
2067 normalidade.

2068 No caso de paralisação apenas da coleta seletiva de materiais recicláveis, pelo fato do
2069 “lixo seco” não conter matéria orgânica sujeita à deterioração, os materiais recicláveis
2070 podem aguardar por um tempo maior nos próprios domicílios geradores.

2071 Na hipótese da paralisação se manter por um tempo maior que o previsto,


2072 impossibilitando a estocagem dos materiais nos domicílios e a prestadora de serviço
2073 em regime emergencial ainda não estiver em operação, os materiais devem ser
2074 recolhidos pela equipe de coleta regular e conduzidos para a unidade de disposição
2075 final dos rejeitos dos resíduos sólidos domiciliares.

2076 Porém, é da maior importância a comunicação através de panfletos distribuídos pela


2077 própria equipe de coleta domiciliar regular, informando sobre a situação e solicitando
2078 colaboração da população.

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RECURSOS HÍDRICOS

2079 Pré-Beneficiamento e/ou Tratamento dos RSD

2080 Justificativas

2081 A paralisação do serviço de triagem e o pré-beneficiamento de materiais recicláveis


2082 costumam estar associados à desvalorização do preço de venda desses materiais no
2083 mercado consumidor, sempre que houver uma previsão de queda da produção
2084 industrial.

2085 Para evitar que isto ocorra, é importante que a cessão das instalações e equipamentos
2086 para uso das cooperativas de catadores tenha em contrapartida a assunção do
2087 compromisso por parte deles de receber e processar os materiais independentemente
2088 desse preço de mercado.

2089 Pelo fato de, em geral, serem operadas sob forma de cooperativa, raramente ocorrem
2090 greves ou paralisações, pois além de não receberem salários fixos da municipalidade
2091 ou de empresas privadas, os catadores têm consciência de que são donos do seu
2092 próprio negócio e a remuneração está relacionada à sua produtividade.

2093 O mesmo não costuma acontecer com o serviço de compostagem da matéria orgânica,
2094 já que seu mercado ainda é muito instável e o reaproveitamento está mais ligado à
2095 minimização de resíduos a serem aterrados do que a receitas operacionais.

2096 Isto faz com que as usinas de compostagem sejam operadas pelas próprias
2097 municipalidades ou se houver economia de escala, por consórcios intermunicipais.

2098 Plano de Contingência

2099 No caso da compostagem da matéria orgânica, o Plano de Contingência recomenda os


2100 mesmos procedimentos aplicados à prestação de serviços públicos, ou seja, a
2101 mobilização de equipes de outros setores da municipalidade ou, no caso de consórcio
2102 intermunicipal, das municipalidades consorciadas e, se a paralisação persistir, a
2103 contratação de empresa especializada prestadora de serviço em regime emergencial.

2104 Disposição Final de Rejeitos dos RSD

2105 Justificativas

2106 A paralisação do serviço de operação de um aterro sanitário pode ocorrer por diversos
2107 fatores, desde greves de pequena duração ou paralisações por tempo indeterminado
2108 até ocorrências que requerem maiores cuidados e até mesmo por demora na obtenção
2109 das licenças necessárias para a sobre elevação e/ou a ampliação do aterro.

2110 Embora esta unidade tenha sido até o momento a mais importante para a gestão dos
2111 resíduos sólidos domiciliares, com a diretriz da nova legislação federal de somente
2112 permitir a disposição final dos rejeitos não reaproveitáveis, a tendência é que venha
2113 ocupar uma posição de menor relevância.

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RECURSOS HÍDRICOS

2114 Com essas novas exigências, tais rejeitos não somente deixarão de ser
2115 ambientalmente tão agressivos devido à redução da matéria orgânica, como também
2116 terão suas quantidades progressivamente diminuídas na medida em que os mercados
2117 consumidores de materiais recicláveis e de composto orgânico forem se consolidando.

2118 Mesmo com todos estes atenuantes, não poder contar com o aterro sanitário bem
2119 operado e com seus efluentes líquidos e gasosos, por menores que sejam, bem
2120 controlados, é um problema preocupante que, sem dúvida nenhuma, exige um Plano
2121 de Contingência bem consistente.

2122 Plano de Contingência

2123 Considerando a ocorrência de greves de pequena duração, pelo fato desta unidade
2124 utilizar uma equipe e uma quantidade de veículos e máquinas relativamente pequenas
2125 para a pesagem e a operação da frente de descarga, é possível deslocar equipes de
2126 outros setores da própria municipalidade ou, no caso de consórcios, das
2127 municipalidades consorciadas.

2128 Para o caso da paralisação persistir por tempo indeterminado, é recomendável trocar a
2129 solução doméstica pela contratação de empresa prestadora de serviço em regime
2130 emergencial, pois ela poderá também dar conta dos serviços mais especializados de
2131 manutenção e monitoramento ambiental.

2132 Enquanto isto não acontece, os resíduos poderão ser enviados para disposição final
2133 em outra unidade similar existente na região. Esta mesma providência poderá ser
2134 usada no caso de demora na obtenção do licenciamento ambiental para sobre
2135 elevação e/ou ampliação do aterro existente.

2136 Porém, devido às características específicas dos resíduos recebidos pelos aterros
2137 sanitários, os motivos de paralisação podem exceder a simples greves, tomando
2138 dimensões mais preocupantes, como rupturas no maciço, explosões provocadas pelo
2139 biogás, vazamentos de chorume e outros.

2140 As rupturas dos taludes e bermas ocorrem normalmente devido à deficiência na


2141 compactação da massa de resíduos com consistência bastante heterogênea e no
2142 recobrimento com solo e gramíneas, iniciando por fendas causadas por erosões
2143 localizadas, que podem ser facilmente visualizadas através de vistorias periódicas.

2144 O Plano de Contingência relacionado à ruptura dos taludes e bermas engloba medidas
2145 de reparos para recomposição da configuração topográfica, recolocação dos
2146 dispositivos de drenagem superficial e reposição da cobertura de solo e gramíneas, de
2147 modo a assegurar a perfeita estabilidade do maciço, após a devida comunicação da
2148 não conformidade à CETESB.

2149 Explosões decorrentes do biogás são eventos mais raros, que também podem ser
2150 evitados por um sistema de drenagem bem planejado e um monitoramento direcionado
2151 para detectar com antecipação a formação de eventuais bolsões no interior do maciço.

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RECURSOS HÍDRICOS

2152 Com relação à explosão ou mesmo incêndio, o Plano de Contingência prevê a


2153 evacuação imediata da área e a adoção dos procedimentos de segurança,
2154 simultaneamente ao acionamento da CETESB e dos Bombeiros.

2155 Os vazamentos de chorume também não são comuns, já que o aterro sanitário é
2156 dotado de uma base impermeável, que evita o contato direto dos efluentes com o solo
2157 e as águas subterrâneas. Portanto, os vazamentos têm mais chance de ocorrer nos
2158 tanques e/ou lagoas seja por problemas operacionais ou mesmo por excesso de
2159 chuvas de grandes proporções.

2160 A primeira medida do Plano de Contingência diz respeito à contenção do vazamento


2161 e/ou transbordamento, para estancar a origem do problema e, em seguida, a
2162 transferência do chorume estocado para uma ETE mais próxima através de caminhão
2163 limpa fossa.

2164 Caso a ocorrência resulte na contaminação do solo e/ou das águas subterrâneas, o
2165 passivo ambiental será equacionado através das orientações prescritas no Manual de
2166 Gerenciamento de Áreas Contaminadas, emitido pela CETESB.

2167 Serviços Relacionados a Resíduos Sólidos Inertes

2168 Coleta, Transporte, Pré-Beneficiamento e Disposição Final dos RSI

2169 Justificativas

2170 Cabe à municipalidade apenas o gerenciamento dos resíduos sólidos inertes


2171 descartados irregularmente nas vias e logradouros públicos. Porém, para evitar essa
2172 prática, é comum a municipalidade colocar dispositivos à disposição da comunidade,
2173 em locais adequados, para o recebimento desse tipo de resíduos, comumente
2174 chamados de “ecopontos”.

2175 Compreendem os serviços de coleta de resíduos sólidos inertes a retirada dos


2176 materiais descartados irregularmente e o recolhimento e translado dos entulhos
2177 entregues pelos munícipes nos “ecopontos”.

2178 Portanto, a paralisação do serviço de coleta deste tipo de resíduo engloba ambos os
2179 recolhimentos, bem como a operação dos “ecopontos”.

2180 No que se refere aos serviços de triagem e pré-beneficiamento de entulhos


2181 reaproveitáveis e de operação de aterro de inertes, as interrupções costumam estar
2182 associadas a greves de pequena duração ou paralisações por tempo indeterminado
2183 dos funcionários envolvidos na prestação desses serviços.

2184 No caso dos aterros de inertes, a paralisação do serviço também pode ocorrer devido à
2185 demora na obtenção das licenças necessárias para a sobre elevação e/ou a ampliação
2186 do aterro já que, pelas características desse tipo de resíduos, não existem ocorrências
2187 com efluentes líquidos e gasosos.

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2188 Além disso, com a diretriz da nova legislação federal de somente permitir a disposição
2189 final dos rejeitos não reaproveitáveis, tais materiais que já não são ambientalmente
2190 agressivos ainda terão suas quantidades progressivamente reduzidas na medida em
2191 que o mercado consumidor de agregado reciclado for se consolidando.

2192 Apesar desses atenuantes, justifica-se a necessidade de se dispor este tipo de


2193 materiais de forma organizada num aterro de inertes, para evitar que eles sejam
2194 carreados pelas águas de chuva e acabem se sedimentando nos baixios, assoreando
2195 as drenagens e corpos d‟água.

2196 Estes serviços por serem geralmente operados pelas municipalidades suas
2197 paralisações estão normalmente associadas a greves de pequena duração ou
2198 paralisações por tempo indeterminado dos funcionários públicos envolvidos.

2199 Plano de Contingência

2200 Por se tratarem de atividades bastante simples, que não requerem especialização, o
2201 Plano de Contingência a ser acionado em momentos de paralisação está baseado no
2202 deslocamento de equipes de outros setores da própria municipalidade ou, no caso de
2203 consórcios, das municipalidades consorciadas.

2204 Caso não isto não seja possível, embora tais atividades não exijam maior
2205 especialização, a segunda medida recomendada pelo Plano de Contingência é a
2206 contratação de empresa prestadora de serviço em regime emergencial.

2207 Para agilizar esta providência, é recomendável que a municipalidade ou consórcio


2208 intermunicipal mantenha um cadastro de empresas com este perfil para acionamento
2209 imediato e, neste caso, o contrato de emergência deverá perdurar apenas enquanto o
2210 impasse não estiver resolvido, cessando na medida em que a situação retome a
2211 normalidade.

2212 Caso esta providência se retarde ou se constate demora na obtenção do licenciamento


2213 ambiental para sobre elevação e/ou ampliação do aterro existente, os rejeitos dos
2214 resíduos sólidos inertes poderão ser enviados para disposição final em outra unidade
2215 similar existente na região.

2216 Do ponto de vista técnico, a única ocorrência que pode exigir uma maior atenção do
2217 Plano de Contingência é uma eventual ruptura dos taludes e bermas, resultante da
2218 deficiência de projeto e/ou de execução da configuração do aterro, mesmo tendo a
2219 massa uma consistência altamente homogênea ou no recobrimento com gramíneas.

2220 Este tipo de ocorrência não costuma ocorrer com frequência uma vez que é precedida
2221 pelo aparecimento de fendas causadas por erosões localizadas, que podem ser
2222 facilmente constatadas através de vistorias periódicas.

2223 Assim, o Plano de Contingência destinado à ruptura dos taludes e bermas, além dos
2224 procedimentos preventivos, recomenda medidas de reparos para recomposição da
2225 configuração topográfica, recolocação dos dispositivos de drenagem superficial para

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2226 organizar o caminhamento das águas e reposição da cobertura de gramíneas de modo


2227 a assegurar a perfeita estabilidade do maciço.

2228 Serviços Relacionados a Resíduos de Serviços de Saúde

2229 Coleta, Transporte e Tratamento dos RSS

2230 Justificativas

2231 Com relação aos resíduos de serviços de saúde, constitui dever da municipalidade
2232 apenas a gestão da parcela gerada em estabelecimentos públicos, cabendo aos
2233 geradores privados o equacionamento do restante dos resíduos.

2234 Principalmente nas pequenas comunidades, para evitar que esses resíduos
2235 patogênicos sejam destinados inadequadamente, as municipalidades devem assumir
2236 seu gerenciamento por completo, cobrando ou não tarifas por isso.

2237 Porém, devido à alta periculosidade no manuseio desse tipo de resíduos, sua coleta,
2238 transporte e tratamento são sempre realizados por equipes treinadas e devidamente
2239 equipadas com os EPI‟s necessários e dotadas de veículos e equipamentos
2240 especialmente adequados para essas funções.

2241 Logo, a tarefa da municipalidade limita-se ao gerenciamento administrativo do contrato


2242 com essas empresas e o risco de descontinuidade se resume a greves de pequena
2243 duração ou paralisações por tempo indeterminado das prestadoras de serviços.

2244 Plano de Contingência

2245 Por tratar-se de atividades altamente especializadas, que requerem recursos materiais
2246 e humanos especiais, não é recomendável que se desloquem equipes da própria
2247 municipalidade ou, no caso de consórcios, das municipalidades consorciadas para
2248 cobrir qualquer deficiência de atendimento.

2249 Portanto o Plano de Contingência recomenda a contratação de empresa prestadora


2250 deste tipo de serviço em regime contínuo e se necessário em situação emergencial.
2251 Para resolver esta última situação, a municipalidade local ou o consórcio intermunicipal
2252 deve manter um cadastro de empresas com este perfil para acionamento imediato.
2253 Neste caso, o contrato de emergência deverá perdurar apenas enquanto o impasse
2254 não estiver resolvido, cessando à medida que a situação retome a normalidade.

2255 9.4.4. Sistema De Drenagem e Manejo das Águas Pluviais

2256 Nos termos da Lei nº 11.445 de 05 de Janeiro de 2007, em seu Artigo 2º, item IV, deve
2257 ser disponibilizado em todas as áreas urbanas, os serviços de drenagem e de manejo
2258 das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio
2259 público e privado. Em seu Artigo 3º, item I, inciso d), essa mesma Lei estabelece que
2260 drenagem e manejo de águas pluviais é o conjunto de atividades, infra-estruturas e
2261 instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte,

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2262 detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e


2263 disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.

2264 Os sistemas de drenagem urbana e manejo de águas pluviais são projetados e


2265 implantados para permitir o recolhimento e o transporte de uma determinada vazão
2266 proveniente de precipitações atmosféricas que se transformam em chuvas e atingem o
2267 solo, escoando sobre o mesmo até atingirem as entradas dos sistemas de drenagem
2268 ou atingirem diretamente as coleções hídricas. Assim, para o dimensionamento dos
2269 sistemas de drenagem e manejo de águas pluviais, é necessário que se calcule, a
2270 partir dos valores das quantidades de chuvas, a vazão que deva ser escoada pelos
2271 mesmos. Por outro lado, as quantidades de chuvas são variáveis, sendo mais intensas
2272 a medida que se considere um maior Período de Retorno. Este Período de Retorno já
2273 foi, anteriormente, considerado como 5, 10, 20 e 50 anos dependendo do tipo de obra a
2274 ser projetado. Desse modo, há muitos sistemas de drenagem urbana que foram
2275 projetados e construídos para esses números de anos.

2276 Atualmente, os sistemas de drenagem devem ser dimensionados para um período de


2277 100 anos, pois a experiência acumulada ao longo do tempo mostrou essa necessidade.

2278 Os sistemas de drenagem urbana, incluindo as estruturas de captação e transporte das


2279 águas pluviais e mais os cursos d‟água canalizados ou não, que recebem as descargas
2280 das referidas estruturas, podem apresentar deficiência no seu funcionamento nas
2281 situações que podem ser resumidas da seguinte maneira:

2282 - vazões a serem escoadas que ultrapassem os valores utilizados no


2283 dimensionamento das estruturas. Isto pode ocorrer especialmente nos casos de
2284 obras mais antigas que foram dimensionadas considerando menores períodos de
2285 retorno;

2286 - ocorrência de um colapso em alguma parte das estruturas, que impeça o


2287 escoamento das águas pluviais;

2288 - existência de alguma seção reduzida nas estruturas ou nos cursos d‟água (vão
2289 inadequado de uma ponte ou um bueiro antigo subdimensionado), que impeça o
2290 escoamento das vazões de projeto;

2291 - entupimento completo ou redução de alguma seção nas estruturas ou nos cursos
2292 d‟água provocados por acúmulo de lixo ou de entulho, trazidos e acumulados aí pelo
2293 próprio escoamento das águas pluviais ou por lançamentos clandestinos.

2294 As situações acima representam o que se define como contingências, isto é, podem ou
2295 não acontecer. Infelizmente, em se tratando de sistemas de drenagem e manejo de
2296 águas pluviais no Brasil, as mesmas podem ser esperadas na grande maioria dos
2297 casos, devendo ser aliviadas com a utilização de “Planos de Contingências” elaborados
2298 com a finalidade de, em algumas situações, eliminar a causa da contingência e em
2299 algumas outras, reduzir os seus efeitos. Estas situações geram como consequência,
2300 ocorrências que devem ser abrangidas em um Plano de Contingência envolvendo
2301 ações estruturais e não estruturais conforme apresentado a seguir.
2302 85
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RECURSOS HÍDRICOS

2303

Ocorrência Origem Plano de Contingências


Boca de Lobo e Ramal Comunicação à Defesa Civil para verificação dos
assoreado/ entupido danos e riscos à população
Subdimensionamento da Comunicação à secretaria de serviços municipais
rede existente para limpeza da área afetada e desobstrução de
Deficiência nas redes e ramais
Alagamento
Localizado declividades da via pública Estudo e verificação do sistema de drenagem
Deficiência no engolimento existente para corrigir o problema existente
das bocas de lobo Sensibilização e participação da comunidade
através de iniciativas de educação evitando o
lançamento de lixo nas vias públicas e nas
captações
Deficiência no Comunicação a Defesa Civil
dimensionamento da calha Comunicação a Secretaria de Desenvolvimento
do córrego Social
Assoreamento Estudo para controle das cheias nas bacias
Inundação,
enchente Estrangulamento do Medidas para proteger pessoas e bens situados
provocada córrego por estruturas de nas zonas críticas de inundação
por travessias existentes
Limpeza e desassoreamento dos córregos com
transbordam Impermeabilização utilização de equipamento mecanizado
ento de descontrolada da bacia
córrego Estudo para controle de ocupação urbana
Sensibilização e participação da comunidade
através de iniciativas de educação evitando o
lançamento de lixo nas vias públicas e nas
captações
Interligação clandestina de Comunicação à prestadora de serviço para
esgoto nas galerias detecção do ponto de lançamento e regularização da
Mau cheiro Lixo orgânico lançados nas ocorrência
exalado bocas de lobo Limpeza da boca de lobo
pelas bocas Sensibilização e participação da comunidade
de lobo através de iniciativas de educação evitando o
lançamento de lixo nas vias públicas e esgoto nas
captações
2304

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2305 9.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

2306 As atividades descritas acima são essenciais para propiciar a operação permanente
2307 dos sistemas existentes deste município. As ações de caráter preventivo, em sua
2308 maioria, buscam conferir segurança aos processos e instalações operacionais evitando
2309 descontinuidades.

2310 Como em qualquer atividade, no entanto, sempre existe a possibilidade de ocorrência


2311 de situações imprevistas. As obras e os serviços de engenharia em geral, e os de
2312 saneamento em particular, são planejados respeitando determinados níveis de
2313 segurança em decorrência de experiências anteriores e expressos na legislação ou em
2314 normas técnicas vigentes.

2315 Para o atendimento das situações contingenciais foram criados estes instrumentos,
2316 mas para os novos tipos de ocorrências, que porventura venham a surgir, a operadora
2317 deve promover a elaboração de novos planos de atuação, em caráter de urgência.

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