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II Executive
20 a 22 de outubro de 2006
Belém-Pará
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO
CURSO DE SECRETARIADO TRILINGÜE
PROFª Ms. Jessiléia Guimarães Eiró
Minicurso: Oratória, a arte de falar ao público
1. INTRODUÇÃO
Em geral, as situações que requerem a exposição oral em público são situações formais, tais
como, conferências, apresentações de trabalhos acadêmicos, defesas de teses, etc. São
muitas as profissões que exigem de seus profissionais tal exercício: professor, advogado,
conferencista profissional, jornalista, assessor de comunicação, só para citar alguns. Que
postura e que habilidades são esperadas de tais profissionais? Quais são as dificuldades
enfrentadas? E o público alvo?
a) Postura e Habilidades:
• Domínio do tema: O tema a ser abordado precisa ser bem conhecido o que
pressupõe preparação anterior adequada. Estudar não quer dizer decorar. Ainda que
se saiba qual o público e as circunstâncias, muito do que vai acontecer só vai se
revelar no momento mesmo da entrega, portanto, decorar pode ser um caminho
certo para o fracasso. O melhor, então, a fazer é conhecer bem o tema e nos
momentos de ‘falha’, utilizar artifícios como encarar o público numa breve pausa, ou
ainda em pausa, voltar os olhos para as anotações.
• Simpatia e vivacidade: Ser simpático e vivaz não significa ser palhaço, mas mostrar
ao público que o que se tem a dizer vale ser ouvido. Significa lançar mão de artifícios
de contato com o público que os cative, que chame a atenção de forma positiva.
• Objetividade: Tem a ver com a necessidade de expor as idéias com clareza, indo ao
ponto a que se propôs. Há momentos em que os devaneios ou divagações são
necessários para esclarecer pontos obscuros, mas é preciso saber para onde voltar.
Hoje em dia, há tantos recursos disponíveis, tantas mídias, mas não se deve
desprestigiar uma ‘mídia’ bem antiga e simplória: as anotações objetivas e claras a
que se pode recorrer quando necessário.
• Outras
b) Dificuldades
• Timidez: A não ser nos casos patológicos, a timidez é algo que se pode superar com
alguns recursos bem simples. Por exemplo: se há dificuldade em encarar o auditório,
basta demarcar um ponto ligeiramente acima da cabeça das pessoas e a partir dele
traçar uma linha imaginária por onde o olhar vai se mover. As pessoas terão a
impressão de estarem sendo olhadas nos olhos.
• Outros
c) Público alvo
• Para quem falar: Todo discurso se constrói com base no outro a quem ele se destina,
daí a importância de se Ter um conhecimento do público alvo.
• Outros
a) Os tipos de discurso:
• Formal: É aquele que se dá em situações que permitem muito pouco da participação
do outro ou que exigem uma linguagem mais formal. Em geral, quando há diferenças
hierárquicas, por exemplo.
• Informal: Dá-se no contato mais intimista, entre pares iguais.
• Preparado: O discurso escrito que vai ser transmitido via leitura: textos individuais,
transparências, data-show, posters, etc.
• Espontâneo: diz respeito à fala oral, à negociação.
b) Os pares
• Com os superiores
• Entre pares iguais
• Com os clientes
c) As habilidades
• Interesse: É preciso deixar claro ao outro o interesse que o mesmo desperta: olhando
nos olhos, dando-lhe oportunidade para expor suas idéias, respondendo
respeitosamente suas objeções, etc.
• Capacidade de ouvir: Talvez mais importante do que saber falar seja a arte de saber
ouvir e considerar seriamente o que o outro está dizendo. Dependendo do tipo de
relação verbal, as trocas de turno são mais ou menos tranqüilas e automáticas.
• Auto-controle; Lidar com o público, com um chefe autoritário e não simpático, com
colegas intransigentes ou irresponsáveis, não é tarefa fácil. Mas, nas relações
humanas uma habilidade a ser desenvolvida é a do auto-controle, e cada pessoa
precisa descobrir seus limites e saber como lidar com eles e, mais ainda, saber o que
fazer quando perdê-lo.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo da Oratória remonta ao tempo dos gregos, que entendiam que a arte de falar em
público precisava ser bem desenvolvida, uma vez que prestavam imensa importância ao
discurso de convencimento e exposição de idéias. Mas, em todas as sociedades humanas a
arte de falar em público sempre teve um lugar privilegiado, principalmente quando essas
sociedades eram iminentemente orais. Mas é com os gregos que a Oratória se constitui uma
disciplina.
Ainda hoje, na pós-modernidade, com todas as mídias disponíveis, a ‘arte de falar em
público’ e ‘arte de falar ao público’ precisam ser consideradas porque ‘falar com o outro’ e
‘falar para o outro’, sejam quais forem as circunstâncias, são ações essenciais à condição
humana, quer nas relações familiares, quer nas relações de trabalho. Participar do jogo
verbal faz parte do próprio jogo da vida.
Nas relações instauradas no ambiente de trabalho, bem como na vida em geral, o que se faz
necessário é a ‘arte de saber falar e ouvir’ em e com o público.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAIT, Beth (org.). Bakhtin, dialogismo e construção do sentido. 2 ed. Campinas: Editora
Unicamp, 2005.
CARNEGIE, Dale. Como Falar em Público e Influenciar Pessoas no Mundo dos Negócios. 11 ed.
Rio de Janeiro: Record.
ORLANDI, E. P. Língua e Conhecimento Lingüístico, para uma História das Idéias no Brasil. São
Paulo: Cortez Editora, 2002.