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Famílias Seminário Mortágua

Cursos de Dia do Homenagem


educação parental património ao único
em Lamego em Guimarães benemérito
Educação Pág. 19 Património Pág. 20 Em Acção Pág. 9

VOZDAS União das Misericórdias


Portuguesas

MISERICÓRDIAS
director: Paulo Moreira | ano: XXVII | maio 2011 | publicação mensal

Informação
Santas Casas na
comunicação
social
Numa altura em que a concentração
dos media parece ser o caminho, a
imprensa regional e local continua
em contra-ciclo, rejeitando esta hege-
monia, que significa, no fundo, uma
redução da liberdade de imprensa. É
neste plano que se inscreve o jornal
‘O Almeirinense’ - actualmente pro-
priedade da Santa Casa de Almeirim.
Mais ao Sul, dificuldades financeiras
obrigaram a Misericórdia de Campo
maior a vender a rádio que durante
alguns anos fez parte da sua estrutu-
ra. Destaque, 4 e 5

Águeda
Canoagem para
aproximar
comunidade

UMP e CEP de acordo


Mais de meia centena de pessoas ade-
riu ao programa que a Misericórdia de
Águeda preparou para a manhã de 17
de Abril. Um desafio aliciante de en-
contro com a natureza: canoagem no
rio Águeda com início na praia fluvial
de Bolfiar. Ao som das rãs que salta-
vam entre a vegetação, de pagaias na
União das Misericórdias Portuguesas O compromisso foi de grande colaboração e diálogo e Lemos, o acordo reforça “a eclesia- mão e canoas em posição, foi dado o
(UMP) e Conferência Episcopal Por- assinado a 4 de Maio, consubstancia-se num decreto inter- lidade das Misericórdias, bem como sinal de partida para duas horas de au-
tuguesa (CEP) chegaram a acordo. O durante a 177.ª pretativo que esclarece as relações a sua natureza e autonomia, num têntica partilha de emoções. A descida
compromisso foi assinado, durante assembleia plenária para os próximos 25 anos entre San- momento de crise social e econó- do rio faz parte de um conjunto de ac-
a assembleia plenária da CEP a 4 da CEP, em Fátima tas Casas e Igreja Católica. Segundo mica que exige trabalho articulado tividades promovido pela instituição.
de Maio em Fátima, em ambiente o presidente da UMP, Manuel de e coeso”. Em Foco, 12 e 13 Em Acção, 6
2 vm maio 2011 www.ump.pt

panorama

A FOTOGRAFIA
espaço sénior

Exposição
de artes
A Academia de Cultura e Cooperação A subir
da UMP realizou, no Hotel Roma, Primeiro mergulho
entre 4 a 8 de Maio, a sua Exposição com trissomia 21
Bienal de Artes. A Sala Veneza, espaço
destinado a este evento, estava repleta Pela primeira vez em
de trabalhos de diversas áreas Portugal, um portador
de trissomia 21 – ou

A
Síndrome de Down -
A Academia realizou, no Hotel pôde fazer mergulho
com garrafa. O baptismo
Roma, entre 4 a 8 de Maio, a
de mergulho aconteceu
sua Exposição Bienal de Artes. recentemente em São
A Sala Veneza, espaço destinado Brás de Alportel.
a este evento, estava repleta de
trabalhos de diversas áreas desde Pintura
nas suas imensas técnicas, assim como as
Artes Decorativas, apresentando materiais,
técnicas e estilos de uma variedade
impressionante, Encadernação, Gobelin,
Restauro e as lindíssimas Iluminuras. Concurso ‘Sem tempo para a despedida’ é vencedora
Também de assinalar uma exposição de A Escola Superior de Enfermagem São Francisco das Misericórdias promoveu um concurso de fotografia
selos da disciplina de Filatelia, muito curiosa no âmbito das celebrações dos seus 60 anos de existência. A fotografia intitulada “Sem tempo para
e onde o mais grato atractivo era a colecção a despedida” foi a vencedora do primeiro prémio na categoria “Enfermagem e morte”. O autor, Daniel Lanzas
de Selos dos Correios com o emblema da Martin, é enfermeiro, tem 32 anos e ganhou também o primeiro prémio na categoria “Enfermagem e Vida”.
nossa Academia. A sala estava tão atraente Os prémios foram entregues durante a cerimónia que marcou o encerramento das comemorações,
que qualquer visitante não podia deixar de em Lisboa a 18 de Maio (ver página 18).
se sentir encantado com o que via. No meio,
as mesas centrais estavam dispostas em
forma de um H, símbolo da HOMENAGEM
O Número
devida a todos os professores e alunos que
A Descer

54%
ali apresentaram os seus trabalhos. Na
Máximo histórico
inauguração, uma cerimónia simples mas
de desempregados
Desempregados sem subsídio
cheia de alegria e entusiasmo de todos, Segundo dados recentes do Instituto Nacional de Estatística, no primeiro
falaram Aurelino Ramalho, representando A taxa de desemprego trimestre de 2011, eram 54 por cento os desempregados que procuram
em Portugal atingiu um
a UMP, que felicitou a Academia pela um novo emprego sem receber qualquer subsídio de desemprego.
novo máximo histórico
qualidade dos trabalhos expostos e o de 12,4 por cento da
presidente do Conselho Directivo (CD), Luís população activa no
primeiro trimestre do
Aires, exprimiu a sua grande satisfação O Caso
ano, revelou o Instituto
pelos bons resultados do ensino das artes Nacional de Estatística.
na Academia, e deu os parabéns a todos
pelo empenho e entusiasmo que dedicaram Portalegre património” é o nome do projecto “É importante frisar que cada Mi-
aos seus trabalhos. A Academia ofereceu e consiste na mobilização de mil sericórdia é autónoma, por isso
A Frase Congresso
aos visitantes um belíssimo programa voluntários seniores para a abertura tivemos que sensibilizar os de-
onde figuram os nomes de todos os alunos sobre turismo regular ao público das igrejas que in- tentores deste mesmo património
e professores, fotos de alguns quadros e e património tegram as 400 Misericórdias do País a abrir as suas portas e a aceitar
palavras de saudação do nosso presidente. e para a realização de acções de ma- que o mesmo possa ser mostrado e
Também os alunos de Iluminuras tiveram nutenção do património edificado. usufruído”, revela, acrescentando
Patrícia Leitão
a gentileza de oferecer aos visitantes um Reconhecendo que a UMP sentiu que “foi ao longo deste processo
diploma, onde figurava o nome de quem Portalegre foi a cidade escolhida desde o início a necessidade que que percebemos que era chegado
o recebia, assinalando a presença na pela Turismo do Alentejo para ser havia de trabalhar a componen- o momento de avançar para a di-
António Barreto
exposição, um lindíssimo trabalho de grupo a anfitriã do primeiro Congresso te patrimonial das Misericórdias, vulgação e dinamização do patri-
sociólogo
orientado pelo seu professor, Luís Aires. O e presidente Internacional “Alentejo: Patrimó- Mariano Cabaço explica que o Ga- mónio das Misericórdias”.
encerramento não podia ter sido melhor: um da Fundação nio do Tempo”. Uma iniciativa que binete do Património tem vindo a E falando numa perspectiva de
espectáculo onde se apresentaram os grupos, Francisco Manuel reuniu os diversos especialistas fazer o levantamento do “vastíssi- futuro, Mariano Cabaço esclarece
dos Santos
Cantares, Coral e Jograis da Academia. A nacionais e internacionais na área mo” património que possuem as que este projecto é uma forma de
finalizar, a voz belíssima da colega Ilda “Quem é devedor da valorização do património e no 400 Misericórdias que estão acti- mostrar “o que de melhor temos
Maria interpretando alguns dos fados do de quantidades decorrer da qual foram debatidas vas, bem como das 81 inactivas. a nível artístico e arquitectónico”,
seu repertório. No final, um significativo astronómicas de as potencialidades turísticas nacio- ao mesmo tempo que “estamos a
momento encerrou este importante dinheiro, como o nais, bem como exemplos do que mostrar a identidade de uma terra
acontecimento na vida da nossa Estado português pode ser feito. A União das Miseri- e a humanizar esta abordagem do
Academia: o presidente do CD e a sociedade córdias Portuguesas (UMP) esteve património”, pelo que afirma que
fez, a todos os professores das portuguesa, fica presente no evento, que reuniu cer- “esta é uma realidade que os turis-
disciplinas ali representadas, obviamente com ca de 500 pessoas a 15 e 16 de Abril. tas devem conhecer”.
a oferta de uma salva com menos liberdade.” Durante o painel “A fruição do Pa- O projecto da UMP mereceu uma
o emblema da Academia trimónio em Portugal: o estado da referência nas conclusões do con-
e algumas palavras de Arte”, o director do Gabinete do gresso enquanto “melhor exem-
agradecimento. Património da UMP, Mariano Caba- plo” no que respeita à “abertura
ço, aproveitou a oportunidade para dos proprietários de património
divulgar o projecto de voluntariado à criação de serviços e produtos
Isabel Rodeia
Academia de Cultura cultural, lançado recentemente e associados a estes recursos como
e Cooperação da UMP que resulta da parceria entre o Mi- forma incontornável de garantir a
academiadecultura@ump.pt
nistério da Cultura e União. “Viver Projecto da UMP mereceu louvor sua preservação”.
www.ump.pt maio 2011 vm 3

RADAR
ON-LINE
Opinião
Diocese
Arcebispo de Évora
Salvar património visita Borba
também é missão O arcebispo de Évora esteve na San-
ta Casa da Misericórdia de Borba no pas-
sado dia 7 de Maio. Acompanhado por
Como João Paulo II disse em Madrid em
diversos membros dos corpos sociais da Iniciativa
1983, que “uma fé que não se faz cultura,
é uma fé não plenamente testemunhada, instituição, D. José Alves visitou a Aldeia Golegã debate
nem totalmente pensada e nem Social da Santa Casa, onde se concen- voluntariado
integralmente vivida” tram diversos equipamentos, e procedeu
à bênção do edifício do Lar de Idosos A Santa Casa da Misericórdia da
Josefina Silveira Fernandes. O prelado Golegã vai promover, a 26 de Maio, um

E
m 2000, através de um protocolo com o Ministério foi ainda brindado com uma actuação workshop subordinado ao tema “Volunta-
da Cultura e no âmbito do Quadro de Referência do grupo coral daquela resposta social. riado: ninguém pode ficar indiferente”. A
Estratégico Nacional (QREN), as Misericórdias presidente do Ano Europeu do Voluntaria-
assumiram através dos quadros de acção, intervenção do (AEV 2011), Fernanda Freitas, já confir-
e serviço identificado com brio pelo Gabinete do mou presença na iniciativa. As inscrições
Património Cultural, o encargo da inventariação do património podem ser feitas através do email geral@
das Santas Casas, que desde então, se tem vindo a processar por misericordiagolega.pt. Recorde-se que
etapas, segundo as candidaturas apresentadas, e a um tempo e a União das Misericórdias Portuguesas,
modo executantes. através do seu Serviço de Voluntariado,
Uma equipa generosa de hábeis técnicos, sabedores da arte, com está a promover diversas actividades no
provas dadas já em outros campos de estudo e trabalho com todo âmbito do AEV 2011 e já está inscrita no
o justo mérito, e do valor patrimonial dos fundos das Santas volunteerbook, uma iniciativa da Bolsa
Casas, até agora já 81 Misericórdias, segundo os critérios da sua de Voluntariado no Facebook.
intervenção e os disponíveis fundos de apoio para cada missão.
Para além de exposições anuais em Fátima, no Centro João Paulo II, Parceria Óbito
sempre que há uma assembleia-geral de Misericórdias, cumpriu-se Vale de Cambra tem Estremoz diz
agora uma generosa jornada, em 6 de Maio de 2011, em Guimarães, apoio camarário adeus a provedor
no já considerado Dia do Património das Misericórdias.
Mais do que mostrar apenas o património teve relevo a A Câmara Municipal de Vale de O provedor da Santa Casa da Mise-
intervenção programática da jornada e da exposição ao Cambra vai apoiar a requalificação do ricórdia de Estremoz faleceu inesperada-
sublinhar-se “Viver Património” banco solidário da Santa Casa da Mise- mente no dia 28 de Abril. Aos 73 anos,
Dada a variedade de imagens reproduzidas como documento ricórdia da localidade. O protocolo de José Dionísio Alves Marçal encontrava-
real da história, arte e devoção religiosa de muitas gerações, financiamento no âmbito do Programa -se em Lisboa quando uma indisposição
cada Misericórdia é um manancial de obras de memória, arte e ON 2 foi assinado no passado dia 14 de repentina o fez cair inanimado. Apesar
benemerência, que contribuíram, só por si, para um movimento Abril. A Misericórdia de Vale de Cam- de ter sido prontamente socorrido pelos
duplamente notável e expressivo: a benemérita acção das gentes em bra é a coordenadora concelhia daquela serviços do INEM, chegou ao hospital já
prol dos pobres, a arte da execução, como retrato documental de um resposta social, inserida no Projecto de sem vida. As cerimónias fúnebres tive-
tempo, e a preservação que se lhe dá, quer num museu, quer num Regeneração Urbana. Esta iniciativa já ram lugar a 30 de Abril. Neste momento,
simples espaço museológico, gérmen de um futuro museu. apoiou formalmente desde Outubro de a Santa Casa de Estremoz prepara-se
E guardado generosa e respeitosamente por uma Misericórdia, todo 2010, altura em que foi criada, cerca de para o acto eleitoral que escolherá o novo
ele é um testemunho de arte e virtudes de fazer bem aos pobres, 90 famílias do concelho. provedor.
pois foi – como é ainda – em favor deles que tudo aconteceu com
vontade e generosidade na história e missão de uma Misericórdia –
bem como no testamento de doação dos cidadãos beneméritos – o SLIDESHOW
museu de uma Misericórdia não pode ser apenas um mausoléu de
memórias mortas, mas uma fonte de história e unidade expressa
na arte de cada século e na generosidade de cada doador.

Salvar a arte é salvar História


E história como a nossa, da qual já dizia Alexandre Herculano
que “nunca só poderá escrever-se inteira, genuína e
perfeitamente sem as Misericórdias”; é como garantir futuro
a um passado que não pode esquecer as Misericórdias de um
tempo feito de arte, fé e generosidade e benemerência.
A UMP está de bem merecidos parabéns pelo Gabinete de
Património Cultural, o qual, e em relativamente poucos anos, já
se testemunha generoso, criativo e solícito promotor de acções
e iniciativas a merecerem reconhecidos louvores de muito
sublinhado mérito.
Olhar assim as Misericórdias é um tributo de homenagem à
Arte, ao Tempo e à História, e aos benfeitores.
Mas olhar assim a arte é um feito muito próprio
de se testemunharem as Misericórdias, e de
merecer-se, como João Paulo II disse em Madrid
em 1983, que “uma fé que não se faz cultura, é
uma fé não plenamente testemunhada, nem Sangalhos Tuna anima idosos e crianças
totalmente pensada e nem integralmente O Complexo Social de Apoio à Pessoa Idosa da Misericórdia de Sangalhos recebeu,
vivida”. a 11 de Maio, a visita da Tuna da Universidade Sénior da Curia que, com seus
cânticos, animou miúdos e graúdos. O palco foi decorado com trabalhos manuais
dos idosos, que utilizaram apenas materiais recicláveis. Chegado o grande dia,
Manuel Ferreira da Silva o lar e seus utentes abriram as suas portas aos meninos das salas do Pré-Escolar
jornal@ump.pt
do Centro Bem Estar Infantil/ATL e Casa da Criança, direcção, voluntários e
comunidade em geral, para juntos receber a Tuna.
4 vm maio 2011 www.ump.pt

DESTAQUE

“Fazemos o possível para fazer uma informação com uma


incidência máxima no local e nos concelhos limítrofes”,
Susana Costa, chefe de redacção d’ O Almeirinense

O Almeirinense há
55 anos a dar notícias
O jornal O Filipe Mendes
lhes dá significado. Nas suas páginas
lemos as geografias da população. Tiragem média de 1800 exemplares
Almeirinense, da O direito a informar e a ser informado
é um dos esteios da democracia: está
Numa altura em que a concentra-
ção dos media parece ser o caminho, Fundado em 25 de Outubro de 1955 com a colaboração regular de uma de-
Misericórdia de consagrado na Constituição da Repú- a imprensa regional e local continua pelo Padre Oliveiros de Jesus Reis, no zena de cronistas.

Almeirim, conta blica Portuguesa e é um dos garantes


da construção de identidades neste
em contra-ciclo, rejeitando esta hege-
monia, que significa, no fundo, uma
âmbito da Fábrica da Paróquia de Al-
meirim, o título só mais tarde viria a ser
Com uma tiragem média quinzenal de
1800 exemplares, O Almeirinense não
estórias da terra sistema político, económico e social.
Mas não são só os jornais e revis-
redução daquele direito basilar.
É precisamente neste plano que
tutelado pela Misericórdia que lhe deu
escala e uma outra capacidade organi-
é, contudo, o único projecto no campo
das letras desta Santa Casa: em parale-
há mais de meio tas de grande tiragem, ou os notici- se inscreve o jornal ‘O Almeirinense’ zativa. lo, tem fomentando, também, a edição

século e em breve ários televisivos dos canais abertos


que asseguram este fim. Por todo o
- actualmente propriedade da Santa
Casa da Misericórdia de Almeirim - que
Actualmente, a redacção é composta
por dois jornalistas profissionais e dois
de vários livros - desde a poesia à his-
tória – apoiando, desta forma, o talento
vai celebrar a território, há um sem número de ór-
gãos de comunicação social que sen-
conta estórias da terra há mais de meio
século: seria impossível traçar o perfil
administrativos, para além de contar de muitos escritores da terra.

milésima edição tem o pulsar de uma dada região e desta região sem consultar as milhares
www.ump.pt maio 2011 vm 5

Informação transparente e realista


“Queremos assegurar uma informação transparente e realista”,


afirmou Francisco Lobo Vasconcellos, director do jornal O Almeirinense
e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Almeirim

Dificuldades ditam fim


dades, grupos desportivos e forças
vivas do concelho, e que mantém
uma “equidistância rigorosa” em

da Rádio Campo Maior


termos políticos. “Evitamos ques-
tões políticas controversas, porque
“Temos, dentro da queremos assegurar uma informa-
linha editorial ção transparente e realista”, afirmou
definida pela Santa Francisco Lobo Vasconcellos.
Casa, plena liberdade “Pautamo-nos por uma informa-
ção clara e eticamente correcta”, disse
para realizarmos o responsável, frisando que, apesar A rádio da Santa Casa de
o tratamento noticioso disso, “assuntos de peso encontram, Campo Maior vai continuar
do pulsar da terra obviamente, espaço no jornal”. até Fevereiro de 2012 e
e seguirmos um O Almeirinense é pois um jornal depois se vai passar a chamar
caminho com que se define como “generalista” mas Rádio NFM Alentejo,
que baliza a sua intervenção no estrito avança a provedora
autonomia” “respeito pelo ser humano e pela ética
social”, mantendo-se fiel aos pressu- Patrícia Leitão
Susana Costa postos que estiveram na sua génese.
chefe de redacção d’ O Almeirinense
“No nosso jornal não vale tudo. Criada com o propósito de ser um ór-
Não primamos pelo sensacionalis- gão da Santa Casa da Misericórdia de
“Quem é da região e mo, fazemos o possível para fazer Campo Maior que acolhia pessoas em
vive fora, mesmo no uma informação crua, com uma processo de inserção, a Rádio Campo
incidência máxima no local e nos Maior surge em 2001 através de um
estrangeiro, interessa- concelhos limítrofes”, explicou ao projecto do Instituto do Emprego e da
-se pelo se está a Voz das Misericórdias Susana Costa, Formação Profissional.
passar na sua terra chefe de redacção d’ O Almeirinense. Um projecto que, através de
e segue com muita
atenção aquilo que
tem directamente a
ver consigo e com as
suas raízes”
Francisco Lobo Vasconcellos
director d’ O Almeirinense
“ “Sabemos que entramos nas
casas de muitas das famílias e asso-
ciações e temos a consciência cada
exemplar é lido por várias pessoas;
isto trás uma responsabilidade enor-
me”, diz Susana Costa, que assumiu
o cargo em 2001.
Reconhecendo que “nem sempre é
fácil” fazer jornalismo de proximidade,
uma candidatura, atribuiu verbas
à instituição para a aquisição de
equipamento, apenas com a contra-
partida de que a Misericórdia teria
de acolher durante um determinado
tempo seis pessoas em processo de
inserção.
Sendo esta uma rádio de inspi-
ração católica, e de acordo com a
uma vez que o contacto com fontes e provedora da Misericórdia de Campo
leitores é quase de vizinhança, a res- Maior, Rosa Maria Pinheiro, é uma
ponsável assegura que este facto não resposta que presta apoio de uma
influencia o rigor jornalístico. forma diferente dos habituais equi-
Ao longo destes dez anos, con- pamentos que estas instituições têm
fessa ter tido “alguns dissabores”, a seu cargo.
mas, afirma, “há que os saber encai- “Se considerarmos que há pes-
xar, e retirar das críticas elementos soas a viver sozinhas, ou que por
positivos para prosseguir”. algum motivo têm pouca mobilida-
Apesar de O Almeirinense ser de, percebemos que a Rádio Campo
de páginas impressas deste título. propriedade da Santa Casa de Almei- Maior tem um papel importante, pois Rosa Maria Pinheiro não esconde e recentemente conseguiu chegar a
“Os diários trazem as notícias rim, a redacção sente “uma autono- não só é uma companhia para estas que “este projecto nunca foi prio- acordo com a NFM, uma rádio do
de sensação, as novidades, e falam mia muito grande”, diz Susana Cos- pessoas como também é uma forma ridade da actual Mesa”, mas mes- Norte que estava à procura de fre-
esporadicamente de uma ou outra ta. “Temos, dentro da linha editorial de elas se ligarem ao mundo exte- mo assim não deixa de lamentar o quências nesta região, que adquiriu
situação mais localizada. Mas os definida pela Mesa, plena liberdade rior”, explica a provedora. desfecho que vai ter, pois como nos também o emissor de Ponte de Sor.
residentes gostam de saber, na sua para realizarmos o tratamento noti- Ao longo de cerca de oito anos, confessou, “só fazia sentido manter “A Rádio Campo Maior vai con-
região, o que é que se passa e quais cioso do pulsar da terra e seguirmos a Rádio Campo Maior cumpriu o a Rádio se esta fosse uma resposta tinuar até Fevereiro de 2012, e só
são os planos que os diferentes or- um caminho com autonomia”, frisa. que estava estabelecido no acordo prioritária. Não o sendo, e face aos depois se vai passar a chamar Rádio
ganismos pensam lançar no futuro”, E o rumo, apesar das dificulda- com o IEFP e foi acolhendo pessoas, custos que representa, tivemos que NFM Alentejo”, avança a provedora.
diz Francisco Lobo Vasconcellos, di- des e das contenções, assumidas no entanto ao terminar o prazo do encontrar uma solução”, esclarece. Para Rosa Maria Pinheiro, o que mais
rector d’ O Almeirinense. O também pela coordenadora da instituição, acordo estabelecido, a instituição Nesse sentido, a instituição pro- a entristece é ter que despedir os dois
provedor da Santa Casa de Almeirim Helena Duarte, motivadas, em gran- sentiu necessidade de fazer uma re- curou algum interessado na compra funcionários, mas mostra-se convic-
não tem dúvidas que o jornal – o de medida pela retracção do mercado formulação e actualmente emprega ta de que se trata de um projecto que
único do país que é detido por uma publicitário, passa agora por reforçar dois jornalistas. “não é viável”.
Misericórdia – desempenha um pa- a presença do jornal na internet. No entanto, e apesar do esforço “Nem todas as pessoas de Cam-
pel “unificador do território”. De forma a marcar a edição nº feito no sentido de a manter, a Mi- po Maior compreendem esta nossa
“Quem é da região e vive fora, 1000, editada a 01 de Julho próximo, sericórdia viu-se confrontada com decisão, mas eu acredito que é o me-


mesmo no estrangeiro, interessa-se O Almeirinense prepara-se para re- dificuldades económicas. Embora lhor que temos a fazer. Lamento bas-
pelo se está a passar na sua terra e novar a sua página da internet, ofe- seja uma rádio que está localizada tante pelos funcionários, mas penso
segue com muita atenção aquilo que recendo aos leitores uma panóplia num concelho com algum tecido que eles já o esperavam”, refere.
tem directamente a ver consigo e de serviços interactivos, tais como a empresarial, não foi nada fácil en- Entende Rosa Maria Pinheiro
com as suas raízes”, referiu. capacidade de criação, por parte dos contrar apoios publicitários, como que, sendo a Santa Casa da Miseri-
“Temos também a preocupação utilizadores, de galerias de imagens nos relata a provedora. Uma situação córdia de Campo Maior uma insti-
de ter nas nossas páginas informação ou mesmo de envio de vídeos. que se agravou com a crise e o facto tuição de solidariedade social, que
útil e de fácil acesso dirigida à comu- “Vai funcionar como uma espécie de os empresários investirem cada integra diversas respostas sociais, é
nidade”, disse, dando como exemplos de portal de Almeirim”, explica Susa- vez menos em publicidade. Nem todas as pessoas necessário dar prioridade aos pro-
os horários dos transportes os telefo- na Costa, enquadrando este projecto “A Rádio Campo Maior tem tido de Campo Maior jectos desta área, que no caso desta
nes das farmácias ou mesmo a ca- como uma forma de “criar linhas de praticamente todos os anos prejuízo compreendem esta Mesa são projecto imprescindíveis
lendarização dos serviços religiosos. sustentabilidade” para o jornal. avultados”, lamenta, revelando que nossa decisão, “no apoio às crianças, jovens e ido-
O Almeirinense assume-se, as- O Almeirinense retomou também esse foi o principal motivo que levou mas eu acredito sos”, sublinha, afirmando por fim a
sim, como um jornal de informação as conversas de 60 minutos, de forma a Misericórdia a tomar a decisão de que é o melhor que sua certeza de que “não dá mesmo
próxima que dá ênfase às colectivi- a dinamizar o associativismo local. vender a frequência. temos a fazer para continuar com este projecto”.
6 vm maio 2011 www.ump.pt

em acção
Águeda promove canoagem
para aproximar comunidade
A descida do rio faz parte de um conjunto de actividades do Programa de Desporto
e Bem – Estar de Águeda, promovido pela Misericórdia de Águeda
não é esta, mas este é o doce que
se põe em redor do bolo. O bolo é o
A iniciativa reuniu homem”. Na opinião deste respon-
pessoas de todas sável, que desempenha o primeiro
as idades mandato como provedor, “as cidades
estão cada vez mais esmiuçadas no
seu centro, e crescem na periferia.
A Santa Casa pretende com estas
actividades dignificar o homem,
torná-lo mais pleno no seu desen-
volvimento”. De acesso livre a gra-
tuito, Amorim Figueiredo sublinha
que sai reforçada “a ligação que a
Misericórdia pretende desenvolver
com toda a comunidade envolvente”.
Com início em Maio de 2010, o
programa vai prolongar-se até Maio
de 2012, com actividades semanais,
procurando corresponder aos objec-
tivos traçados, incluindo marchas,

Santa Casa elaborou um


conjunto de actividades
relacionadas com tempo livre,
desporto, indispensáveis ao
bem-estar físico e psíquico

ginástica, peddypaper, caminhadas,


cicloturismo, city-challenge, cano-
agem e bike tour, são algumas das
propostas apresentadas.
Ainda segundo Amorim Figuei-
redo, a Misericórdia de Águeda está
atenta ao ritmo desenfreado em que
a sociedade vive, relegando cada vez
mais para segundo plano actividades
que tem como objectivo a Regenera- fundamentais a uma vida saudável,
Vera Campos
ção Urbana de uma área considerada Combater solidão Valorizar bem- que promovam o bem-estar indivi-
Mais de meia centena de pessoas ade- “estruturante” da cidade. com voluntariado -estar dos utentes dual e social. Por isso, continuou,
riu ao programa que a Santa Casa da Através do Desporto e Bem-Estar, a Santa Casa aceitou o desafio de
Misericórdia de Águeda preparou para a Santa Casa local pretende “promo- Instituído no último mandato, o servi- A Santa Casa de Águeda tem um Có- elaborar um conjunto de activida-
a manhã de 17 de Abril. Um desafio ver a coesão e a inclusão sociais, a ço de voluntariado da Misericórdia de digo de Ética. A novidade faz parte des relacionadas com tempo livre,
aliciante, ao mesmo tempo, de encon- integração e a igualdade de oportu- Águeda pretende apelar à solidariedade das alterações que o actual provedor desporto e outras indispensáveis ao
tro com a natureza: uma manhã de nidades das diferentes comunidades para com o idoso. “A acção passa pelo pretende implementar na instituição. necessário bem-estar físico, psíqui-
canoagem no rio Águeda com início que constituem a cidade, promover os voluntário se abeirar do idoso, e fazer Segundo Amorim Figueiredo, através co e social, procurando envolver a
na praia fluvial de Bolfiar. Ao som das factores de igualdade de género, esti- com que ele em vez de olhar para o do novo código “pretende-se valorizar população idosa e infantil que be-
rãs que saltavam entre a vegetação, de mular a revitalização socioeconómica chão, possa falar com o outro. É fun- a dignidade e autonomia dos nossos neficia dos seus serviços, bem como
pagaias na mão e canoas em posição, dos espaços urbanos degradados, qua- damental que se movimente”. O pro- utentes, no respeito à sua fragilidade, a comunidade aguedense em geral.
foi dado o sinal de partida para duas lificar o ambiente urbano e os factores vedor Amorim Figueiredo entende que solidariedade, confidencialidade, com a “A Misericórdia é tudo isso. É
horas de autêntica partilha de emoções. determinantes da qualidade de vida este é o caminho para que se combata enumeração dos direitos e deveres dos colaborar no desenvolvimento do
A descida do rio faz parte de um da população, reforçar a atractividade a solidão do idoso. “Estamos a desen- colaboradores, voluntários e dos uten- Homem bebé até ao Homem no
conjunto de actividades do Progra- da cidade através da preservação e volver acções de voluntariado com a tes”. A Misericórdia prepara-se ainda seu último sopro de vida”, concluiu
ma de Desporto e Bem – Estar de valorização de espaços de excelência comunidade e inclusive com jovens da para abrir um serviço de fisioterapia na aquele dirigente, destacando ainda
Águeda, promovido pela Santa Casa urbana e reforçar a participação dos Conferência S. Vicente de Paulo, Escola localidade. De acordo com o vice-pro- a importância do voluntariado para
da Misericórdia no âmbito do PRU- cidadãos e de Águeda nas formas de Secundária Marques de Castilho e da vedor, António Mota Rodrigues, dentro com os idosos. “A acção passa pelo
Parcerias para a Regeneração Urbana governação urbana através da coope- Escola Superior de Tecnologia e Gestão de 12 meses a instituição e a comunida- voluntário se abeirar do idoso, e fazer
de Águeda. Desenvolvido pela autar- ração dos diversos actores urbanos”. de Águeda, sublinhou ao enaltecer a im- de em geral, poderão usufruir da nova com que ele em vez de olhar para
quia local, o projecto é co-financiado Amorim Figueiredo, provedor da portância do contacto intergeraccional. resposta, que ficará instalado no pólo o chão, possa falar com o outro. É
pelo QREN através do Fundo Euro- Misericórdia de Águeda, lembra que “A comunicação do idoso com o jovem de Águeda, complementado com um fundamental que se movimente”,
peu de Desenvolvimento Regional, e “a função primária da Santa Casa é fundamental”. parque geriátrico. concluiu (ver caixa).
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em acção Menos interessados em adopção


O número de candidatos à adopção baixou 28 por cento de 2008 para 2010:
de 876 para 628 candidaturas. Este ano, até meados de Maio,
entraram nos serviços da Segurança Social 242 pedidos.

Receitas nas misericórdias

Legado de uma vida


para ajudar outros Rancho de Porto de Mós
melhorar as condições de transporte “Ainda usufruiu durante algum
Amadeu Gouveia é o único e segurança das pessoas”. tempo do miniautocarro, mas como
benemérito na história da Amadeu Gouveia nunca casou, a sua retaguarda familiar era apenas
Santa Casa da Misericórdia nem teve filhos. O dinheiro que ame- o sobrinho que estava em Coimbra,
de Mortágua e por isso foi alhou ao longo de uma vida dedi- portanto longe dele, devido à sua idade
homenageado pelos corpos cada ao trabalho tem servido, nos e condição de saúde não seria muito in-
sociais da instituição últimos anos, para “ajudar quem pre- dicado ele continuar a morar sozinho e,
cisa”. Foi assim que, em 2009 e 2010, portanto, veio para a instituição, onde
José Alberto Lopes resolveu oferecer duas ambulâncias está até hoje”, recorda José Júlio Norte.
aos Bombeiros Voluntários de Mor- Para o provedor, um gesto de so-
“A Misericórdia não está habitua- tágua. O valor dos equipamentos lidariedade como este não encontra
da, neste concelho, a acções desta distribuídos pelo concelho, em ac- paralelo na história da instituição.
natureza, e como foi um gesto tão ções beneméritas que têm contado “Parece-me que nesta região as pes-
puro e solidário, eu propus, primei- sempre com o apoio e colaboração soas só se lembram da Misericórdia
ro à Mesa e depois em Assembleia, do seu sobrinho, Manuel Gouveia, no dia em que precisam dela. E isto é
atribuir o estatuto de irmão bene- ascende aos 158 mil euros. dramático porque é preciso fazer uma
mérito ao Sr. Amadeu Gouveia, o gestão muito apertada para manter os
único na história desta instituição”. padrões de qualidade, com todos os
As palavras são do provedor da Gestos que problemas inerentes à gestão de uma
Santa Casa de Mortágua, José Júlio dão estímulo casa destas, porque não podemos au-
Norte, e fazem alusão ao acto bene- mentar as mensalidades indiscrimi-
mérito de Amadeu Gouveia, hoje O provedor da Santa Casa de Mortágua, nadamente aos utentes. Para poder-
com 89 anos de idade, que em 2005 José Júlio Norte, confessou que seria mos manter, e isso é ponto de honra
decidiu oferecer um miniautocarro gratificante para a instituição poder desta Mesa, os padrões de qualidade
àquela instituição, no valor de 68 contar com mais gestos de solidarieda- na prestação de serviços, temos que
mil euros, depois de se aperceber, de idênticos aos de Amadeu Gouveia, fazer um esforço titânico”.
enquanto utente do centro de dia, porque, no seu entender, “são gestos A Misericórdia de Mortágua pos-
dos problemas de transporte com desta natureza que nos dão mais es- sui respostas de lar da terceira idade,
que esta se debatia. “As nossas via- tímulo para continuar e a ter cada vez apoio domiciliário, centro de dia,
turas eram relativamente pequenas e mais força para lutar por causas, por- ATL, serviço de apoio às famílias e Ingredientes (6 Pess0as) MODO DE PREPARAção:
estavam a fazer um grande esforço. que no espírito de voluntariado que aqui a unidade de cuidados continuados,
O Sr. Amadeu entendeu que para a temos, o que recebemos é o reconhe- uma das experiências piloto do país. 1 Kg Entrecosto Num tacho coloque a cebola, os alhos
instituição era muito importante ter cimento por parte das pessoas e sentir Existem projectos para, num futuro 240 gr Chispe picados, o azeite e a folha de louro.
uma viatura de maiores dimensões. que estamos a resolver os problemas da muito próximo, ampliar o centro de 60 gr Chouriço de carne de porco Junte os pedaços de entrecosto e o
Um dia chamou-me e disse-me que comunidade”. “Parece-me que as pes- dia, “porque não é possível, com as 450 gr Grão chispe. Acrescente depois o tomate, o
gostaria de doar à instituição um soas só se lembram da Misericórdia no instalações actuais, continuar a dar 200 gr Batata chouriço de carne cortado às rodelas, o
miniautocarro para que pudéssemos dia em que precisam dela”, desabafou. resposta”, disse o provedor. 360 gr Massa (cotovelo) vinho branco e deixe cozer. Acrescente
120gr Tomate (polpa e tomate pelado) a massa, o grão, a cenoura e a batata
60 gr Cebola cortada aos cubinhos e deixe cozer.
18 gr Alho Rectifique os temperos e polvilhe com

Almeirim recupera praça 30 ml Azeite


3gr Sal
3 Louro
salsa. Está pronto a servir. Bom Apetite!

60 ml Vinho branco
O plano passa pela instalação tas e os serviços que são prestados 60 gr Cenoura
Requalificação da praça de 18 espaços comerciais, “todos às pessoas”.
de touros da Misericórdia com dimensão idêntica”, ao redor Fundada em 1959, a Santa Casa informação nutricional:
de Almeirim está localizada da praça, que serão posteriormente da Misericórdia de Almeirim presta
é uma das apostas alugados a interessados. actualmente apoio directo a mais de 650 Kcal
no sentido de assegurar A ideia surgiu na sequência da 460 famílias do concelho e emprega 42 g Proteínas
a sustentabilidade procura de “linhas de sustentabilida- 139 pessoas. 47 g Hidratos de carbono
de” para a instituição, e segue uma A direcção da Santa Casa tem 38 g Gordura
Filipe Mendes lógica de “valorização e aproveita- ainda o projecto de recuperar um
mento” daquela infra-estrutura que edifício contíguo à sede da Santa Preço:
A direcção da Santa Casa da Miseri- habitualmente só tem uso durante a Casa, em frente ao Mercado Mu-
córdia de Almeirim vai avançar com época das corridas de toiros. nicipal, de modo a centralizar as €€€€€
a requalificação da Praça de Touros “Aos fins-de-semana, passam respostas na área de infância, que
da cidade, localizada na zona onde pelos restaurantes daquela zona funcionam actualmente num edi- DIFICUDADE:
se concentram alguns dos princi- mais de cinco mil pessoas”, afirma fício cedido graciosamente por um
pais restaurantes da ‘Sopa da Pedra’, Helena Duarte, acreditando que este benemérito da cidade. ,,,,,
prato que integra a ‘short list’ das 7 projecto da Misericórdia poderá, a Recorde-se que muitas Santas
Maravilhas da Gastronomia. curto prazo, representar uma im- Casas de Misericórdia são detentoras
Helena Duarte, coordenadora da portante forma de financiamento da de praças de touros. Santarém, Cal- Nota da redacção
instituição, adianta que o projecto instituição. das da Rainha, Angra do Heroísmo,
está já concluído, faltando apenas “Os apoios do Estado estão a ser Alter do Chão, Crato e Messejana Na edição de Abril, publicamos a notícia de que em Porto de Mós a Mi-
“reunir a documentação” necessária reduzidos de forma drástica”, afir- são alguns exemplos. As praças de sericórdia está a promover o acesso ao Novas Oportunidades junto dos
para o avanço das obras, prevendo o mou a responsável, acrescentando touro, entre outros edifícios, fazem seus colaboradores, entre eles, a cozinheira que já está na universidade
seu início ainda durante o decorrer que, nesse sentido, “há que encon- parte do extenso património imóvel a estudar gestão. Este mês publicamos uma receita desta “cozinheira
deste ano. trar meios para assegurar as respos- das Santas Casas. gestora”, Umbelina Jorge.
www.ump.pt maio 2011 vm 11
em acção Inauguração em Figueiró dos Vinhos
A secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Serrão,
inaugurou o lar residencial da Misericórdia de Figueiró dos Vinhos,
que alberga, há um ano, 16 cidadãos portadores de deficiência.

Dar para receber na Medalha


para as
loja social de Mirandela Santas Casas
de Aveiro
No interior da loja encontram-se
A Santa Casa da Misericórdia peças de roupa, calçado, brinquedos, Ministra do Trabalho e
de Mirandela criou uma material didáctico, equipamentos da Solidariedade Social
loja social através da qual domésticos e electrodomésticos. presidiu à cerimónia de
procura dar resposta Matilde Machado é a coordenadora condecoração das Santas
às necessidades de famílias do projecto e encara-o como pedra Casas de Aveiro com mais
carenciadas da localidade fundamental na estrutura da Santa de um século de existência
Casa. “É um espaço muito importan-
Daniel Faiões te, onde as pessoas se podem dirigir
e onde sabem que têm um rosto que A ministra do Trabalho e da Solida-
Foi pela vontade comum de várias as recebe e ouve os seus problemas.” riedade Social, Helena André, pre-
entidades mirandelenses que sur- Na óptica da coordenadora, a sidiu, a 5 de Maio, à cerimónia de
giu a possibilidade de erguer a Loja loja tem funcionado em pleno por- condecoração das Santas Casas da
Social “Sorriso Solidário”, localizada que “conta principalmente com a Misericórdia do distrito com mais
em pleno Mercado Municipal de Mi- boa vontade das pessoas que doam de um século de existência, com a
randela. O espaço, que existe desde aquilo que têm por casa”. Medalha de Mérito Distrital.
meados de Março, está decorado Algumas das peças expostas nos Na cerimónia – que contou tam-
com balões de múltiplas cores e ser- cabides são novas e vêm de lojas bém com as presenças do governador
ve de ponto de encontro para quem que quiseram doar alguns dos seus civil de Aveiro, José Mota, do presiden-
quer dar e para quem tem necessi- produtos. As restantes peças, sempre te da União das Misericórdias, Manuel
dade de receber um apoio. “Já há em perfeito estado, foram oferecidas de Lemos, do presidente da Câmara de
muito tempo que tínhamos sentido a por particulares. Depois são ali co- Aveiro, Élio Maia, e de representante
necessidade de criar uma loja social locadas a preços simbólicos. “Estas do bispo de Aveiro, monsenhor João
que fizesse a articulação entre quem vendas permitem-nos ter um fundo Gaspar – foram condecoradas as Santas
dá e quem vai receber”, confessou o de maneio para pagar outras situa- Casas de Aveiro, Mealhada, Murtosa,
provedor da Santa Casa da Misericór- ções a que acorremos”, revelou. Oliveira de Azeméis e Santa Maria da
dia de Mirandela, Manuel Araújo. Os potenciais compradores na Feira, relata o jornal Região Bairradina.
O espaço, que já conta com 300 loja social são pessoas já inscritas Durante a cerimónia, Helena An-
visitantes, procura satisfazer as ne- no Banco Solidário. “Vamos fazer dré lembrou a “presença constante
cessidades mais prementes, identi- limpezas às casas de pessoas de mais das Misericórdias ao longo dos sécu-
ficadas anteriormente pela própria idade. Aqui, todos ajudam todos, los”, ao mesmo tempo que destacou
Santa Casa ou pelos voluntários que seja ao nível da alimentação, do a importância e o sucesso da “parce-
se uniram a este projecto. Para que pagamento de medicamentos, de ria” e da “partilha de responsabilida-
esta dinâmica de partilha tivesse facturas ou do vestuário. Nota-se des” que tem existido entre o Estado
base de sustentação foi necessária que as pessoas têm cada vez mais e as IPSS. “Este é um exemplo que
a conjugação de esforços. Segundo dificuldade em fazer a manutenção deve servir para outros sectores da
o provedor, foi de máxima impor- das suas despesas mensais”, escla- sociedade”, referiu.
tância a colaboração da autarquia, receu Matilde Machado. A ministra terminou com uma re-
na cedência do espaço, da Junta de O sentimento de partilha que ferência a outro facto que considera
Freguesia e do envolvimento das três Loja social já recebeu encontram na sociedade civil que “de grande importância”: “as IPSS,
paróquias da cidade. “À Misericórdia 300 pessoas os rodeia é um dos factores que os são, em muitos municípios do país,
coube depois a missão de liderar o motiva e faz acreditar que o futuro as maiores empregadoras”, gerando
projecto e de o dinamizar.” será risonho. também “desenvolvimento econó-
mico”, paralelamente aos serviços
de assistência que prestam.
Por sua vez, o presidente da

Orientação de Autarquia cede União das Misericórdias referiu a “de-


dicação” do governador civil, agra-

precisão no Porto autocarro para Lagos decendo o “modo como olha para as
Misericórdias e para as instituições do
distrito de Aveiro”. Manuel de Lemos
 A prova, que encerra o I Circuito e documentação do autocarro de 37 disse ainda que, “para o trabalho de
I Open Orientação de de Orientação de Precisão “Todos Di- O município de Lagos lugares, dando corpo ao objectivo do cooperação e de parceria com o Es-
Precisão destina-se aos ferentes, Todos Iguais”, foi apresenta- entregou, a 10 de Maio, acordo assinado em Abril.   tado, em prol das causas sociais”,
utentes do Hospital da da no dia 18 de Maio à comunicação um dos seus autocarros de O documento prevê que o veículo as Misericórdias portuguesas estarão
Prelada e seus familiares, social através de conferência de im- serviço à Misericórdia, no agora cedido seja destinado ao uso “sempre disponíveis”.
mas também à comunidade prensa, presidida pelo vice-provedor âmbito de um protocolo de por parte dos utentes da Misericórdia, Com esta cerimónia completou-se
reabilitadora do país da Misericórdia do Porto, José Caiano. cooperação que passa a ter a propriedade e a res- o lote de instituições do distrito con-
 O I Open Orientação de Precisão ponsabilidade pela gestão do veículo, templadas com a Medalha de Mérito
destina-se não só aos utentes do hos- podendo cedê-lo a outras instituições Distrital, na sequência da decisão do
“Abrir as portas à comunidade”. Este pital e seus familiares, mas também O município de Lagos entregou, a 10 de locais de cariz humanitário e social. governador civil de Aveiro de conde-
é o grande objectivo do I Open Orien- a toda a comunidade reabilitadora Maio, um dos seus autocarros de ser- A cerimónia contou com a pre- corar as colectividades do distrito que
tação de Precisão Hospital da Prelada, do país. “Queremos que esta inicia- viço à Santa Casa da Misericórdia, no sença de vários elementos do execu- tenham já completado 100 anos de
que se realiza no próximo dia 4 de Ju- tiva se torne regular, celebrando dias âmbito de um protocolo de cooperação tivo municipal, da direcção da Santa existência – e que se mantêm em acti-
nho. Entre as 10h00 e as 11h30, os jar- especiais como o Dia Internacional que visava a cedência desta viatura.   Casa, de funcionários e utentes da- vidade –, como reconhecimento pela
dins interiores e exteriores do hospital das Pessoas com Deficiência e o Dia O presidente da Câmara Munici- quela instituição.   actividade centenária e pelos relevan-
vão acolher centenas de atletas com e Mundial do Doente”, anunciou Rúben pal de Lagos, Júlio Barroso, entregou O autocarro cedido foi excluído tes serviços prestados ao distrito e ao
sem deficiência motora, que vão com- Almeida, director do serviço de Medi- ao provedor da Santa Casa da Miseri- da frota municipal no âmbito da me- país. Recorde-se que a Misericórdia
petir em igualdade de circunstâncias. cina Física e Reabilitação do hospital. córdia, Eduardo Andrade, as chaves dida de redução da mesma. da Anadia também foi homenageada.
12 vm maio 2011 www.ump.pt

EM FOCO

Acordo foi assinado


em Fátima

UMP e CEP
“Progrediu-se no diálogo e tanto a
Bethania Pagin
Igreja Católica como as Misericórdias,
União das Misericórdias Portuguesas individualmente e no seu conjunto,
(UMP) e Conferência Episcopal Por- entendem que a ligação à Igreja não
tuguesa (CEP) chegaram a acordo. O lhes retira a liberdade”, afirmou.

de acordo
compromisso entre as duas partes foi Durante a sua intervenção junto dos
assinado durante a 177.ª assembleia bispos em Fátima, Manuel de Lemos
plenária da CEP, a 4 de Maio em Fátima. destacou ainda o contributo do padre
O acordo agora firmado, em am- Lino Maia, presidente da Confederação
biente de grande colaboração e diá- Nacional das Instituições de Solidarie-
logo, consubstancia-se num decreto dade (CNIS), que desde a primeira hora
interpretativo que vem esclarecer as acompanhou este processo, tendo sido

celebram
relações para os próximos 25 anos decisivo na mediação entre UMP e CEP.
entre Santas Casas e Igreja Católica. O presidente da UMP salientou
Segundo o presidente do Secre- ainda o papel de dois canonistas
tariado Nacional da UMP, Manuel para este processo: Vítor Melícias,
de Lemos, o compromisso assinado provincial da Ordem Franciscana em
reforça “a eclesialidade das Miseri- Portugal e presidente honorário da

compromisso
córdias, bem como a sua natureza e União, e João Maria Mendes, presi-
autonomia, num momento de gran- dente da Assembleia-geral (AG) da
de crise social e económica que exige Santa Casa de Angra do Heroísmo e
trabalho articulado e coeso” secretário da AG da UMP.
“Estou muito satisfeito”, disse Naquele compromisso, lê-se que
aos jornalistas durante a assembleia “a situação de grave crise social e de
plenária em Fátima, lembrando que valores em que se encontra a socie-
a posição das Misericórdias foi “mui- dade portuguesa recomenda que se
to reflectida e participada”, tendo reforce mais a articulação entre a Con-
sido debatida em duas assembleias- ferência Episcopal Portuguesa (CEP) e
-gerais, assim como em inúmeras a União das Misericórdias Portuguesas
reuniões de Conselho Nacional e (UMP), de forma que o vínculo de
outras reuniões distritais. comunhão entre os Bispos Diocesa-
“É importante saudar o acordo nos e as Irmandades das Santas Casas
em si mesmo, que dá público teste- da Misericórdia da respectiva diocese
munho da capacidade de diálogo das seja favorecido para que, em clima

UMP e Conferência Episcopal Portuguesa chegaram partes”, concluiu aquele responsável.


A este respeito, o secretário da
de grande colaboração, todos possam
desenvolver a respectiva actividade
a acordo sobre a posição das Misericórdias em relação CEP, padre Manuel Morujão, disse
em conferência de imprensa que hou-
pastoral e social em espírito de união”.

à Igreja. O compromisso foi assinado a 4 de Maio ve “boa vontade” das duas partes. Ver artigo de opinião na página 23
www.ump.pt maio 2011 vm 13

Entrevista D. Jorge Ortiga Arcebispo de Braga

Obras de misericórdia são reflexo


do que deve ser acção da Igreja
No momento em que deixa a pre- Como encara o aumento do mais carenciados?
sidência da Conferência Episcopal turismo religioso? É constante o apelo do S. Padre para
Portuguesa, D. Jorge Ortiga, fala em O mundo é para o ser humano uma o exercício da caridade segundo o
entrevista ao Voz das Misericórdias. “aldeia global”. O desenvolvimen- “coração que vê”. As 14 obras de
Para o arcebispo de Braga, as Santas to tecnológico aproximou nações e misericórdia são o reflexo daquilo
Casas devem ser o rosto da miseri- culturas até então desconhecidas. que deve ser acção da Igreja no âm-
córdia de Deus que a todos dá saú- É neste contexto de conhecimento bito sócio-caritativo. Sem este “co-
de e sentido para a vida. e de contacto com a beleza da fé ração que vê e perante o muito já
que se insere o “turismo religioso”. realizado, corremos o risco de ficar
Que tipo de trabalho gostaria A Igreja aceita-o e promove-o não tranquilizados e de proceder a um
de ver realizado no que refere à apenas em função da preservação mero assistencialismo. A preocupa-
actividade pastoral das Santas do seu interesse artístico e cultural, ção da Igreja é a pessoa no seu todo,
Casas? mas essencialmente como meio para as suas condições sociais e habita-
Os cristãos tornam-se discípulos e celebrar e anunciar Boa Nova do Rei- cionais, o seu bem-estar espiritual
apóstolos no interior da comunida- no. Muito desse património artístico e mental. As Misericórdias devem
de eclesial cuja unidade é garantida é uma bíblia aberta que revela a his- procurar alargar sempre a sua rede
pelo sucessor de Pedro. Esta uni- tória da revelação de Deus. Toda a de acção indo ao encontro daqueles
dade e corresponsabilidade faz-se promoção do património religioso que não têm capacidade para pedir
mediante uma consciência participa- deverá estar primordialmente ao ser- ajuda mas necessitam dela. Isto está
tiva no seio das comunidades locais viço da evangelização (catedrais, ba- a exigir a atenção de todos nós para
e associações de fiéis cristãs sob a sílicas, pinturas) proporcionando na os problemas reais das pessoas. Se
responsabilidade do bispo titular. mesma medida a oração com Deus por um lado agir é importante por
O objectivo é único e comum ainda (mosteiros, santuários, peregrina- outro é preciso reforçar a formação
que percorrido de diferentes modos ções, romarias). humana e espiritual de todos aqueles
de acordo com o carisma de cada que trabalham nas Misericórdias.
comunidade ou associação: fazer da As 14 obras de misericórdia são Para tal é imprescindível que todos
vida humana um lugar de beleza e as linhas orientadoras da acção os Irmãos se sintam co-responsáveis
de dignidade segundo os valores da das Santas Casas, que procuram por testemunhar com o seu exemplo
Boa-Nova de Jesus Cristo. adequá-las às necessidades de de vida a presença do amor de Deus
A missão das Misericórdias é um cada tempo. Numa altura em no seio da humanidade. É com essa
desses modos de servir a humanida- que a situação sócio-económica diferença qualitativa da fé cristã que
de. Elas devem ser o rosto da miseri- em Portugal é preocupante, anunciamos no dia-a-dia a presença
córdia de Deus que a todos dá saúde que caminhos, em sua opinião, de Deus no mundo e a beleza da fra-
e sentido para a vida. A grande mis- deverão percorrer as Misericór- ternidade cristã ao serviço gratuito
são das Misericórdias está portanto dias para continuar a ajudar os D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga ao próximo.
em mergulhar na humanidade com
um coração capaz de “ver” e de ter
“compaixão”. É de particular impor-
tância e necessidade neste tempo a
articulação das respostas às solici-
tações, fazendo-o no contexto das
redes eclesiais ou em parceria com
as instituições cívicas e públicas da
sociedade portuguesa.

Os bispos diocesanos podem


ter um papel ainda mais activo
nessa matéria?
De acordo com Concílio Vaticano
II, a Igreja torna-se luz na medida
em que é instrumento da união dos
homens com Deus e destes entre si.
Para atingir este objectivo, Cristo ins-
tituiu diversos ministérios entre os
quais o ministério episcopal. Com-
pete, por isso, ao bispo servir, unir e
estimular todos os cristãos para que
a fé seja vivida entre todos os fiéis e
se expanda ao mundo inteiro como
dom oferecido a todos os homens.
Capaz de escutar e de atender com
paternal bondade todos os fiéis, co-
munidades, movimentos e associa-
ções cristãs, o bispo deve também
exercer a sua missão profética de
propor sempre, e em diálogo frater-
no, os caminhos da fé, da esperança
e da caridade, na Igreja local.
www.ump.pt maio 2011 vm 15

Terceira idade
VOLTAAPORTUGAL

Cavaco Silva inaugura


lar de Vila de Frades Caldas da Rainha
em peregrinação
Duas estagiárias do serviço social
promoveram recentemente uma
peregrinação a Fátima com diver-
sos idosos da Santa Casa da Mise-
ricórdia das Caldas da Rainha. So-
bre a iniciativa, o provedor Lalanda
O novo lar “Entardecer Solidário – Apoio Social a Idosos” foi promovido pela Ribeiro declarou que “é louvável e
importante incentivar a realização
Misericórdia de Vila de Frades, num terreno cedido pelo município da Vidigueira destes passeios e actividades de
estagiários, porque demonstra que
gostam daquilo que se propuseram
realizar”.

Cavaco Silva esteve


na Misericórdia Bispo visita
de Vila de Frades
Oliveira do Bairro
O bispo de Aveiro, D. Antonio Fran-
cisco, esteve na Santa Casa da Mi-
sericórdia de Oliveira do Bairro,
no dia paroquial do irmão doente
e idoso. Além de celebrar uma
eucaristia, o prelado procedeu à
bênção da nova creche e visitou às
futuras instalações da unidade de
cuidados continuados integrados.
Dirigentes, colaboradores e uten-
tes fizeram questão de receber o
representante da diocese.

32%
Com mais de 65 anos
Segundo dados da OCDE, daqui
a quatro décadas, 32 por cento
da população portuguesa terá
mais de 65 anos.

Dia do voluntário
em Sangalhos
Os idosos de Sangalhos aproveita-
ram as efemérides de Maio - mês
Presidência da República

de Maria, da mãe e do coração –


para celebrar o dia do voluntaria-


do. No início da tarde do dia 13,
os voluntários foram recebidos
na Oficina do Idoso, onde foram
presenteados com um alfinete em
O Presidente da República conside- coesão. Coesão nacional, que inclui O provedor da Santa Casa da Mi- forma de flor, uma flor natural e
rou que nos tempos que correm em a coesão social, mas também a coe- sericórdia, António Carapeto, consi- um cartão com o poema Ser Vo-
Portugal tem de se fazer um “profun- são territorial”, sublinhou, antes de derou que Portugal precisa de mais luntário. A tarde terminou com um
do apelo à força solidária de todos se referir ao interior do país. “Não equipamentos destes, destinados aos lanche-convívio.
os portugueses”. A mensagem foi podemos esquecer as zonas despo- O novo lar, cujo pedido mais carenciados, onde se incluem
deixada durante a inauguração do voadas e envelhecidas do interior. de alvará ainda vai ser os “idosos que têm reformas baixas
lar de idosos da Santa Casa da Mise- Portugal ficaria muito mais pobre se “submetido à Segurança e não têm condições para pagar lares Portugal investe
ricórdia de Vila de Frades, no distrito nós esquecêssemos o nosso mundo Social “, deverá abrir privados”. pouco em idosos
de Beja, a 8 de Maio. rural”, disse, destacando a “impor- portas em Junho O novo lar, cujo pedido de alvará Em 2050, Portugal será um país
“É urgente juntarmo-nos todos tância do mundo rural no Portugal ainda vai ser “submetido à Segu- envelhecido. Mas apesar das previ-
para concretizar o desígnio de cons- mais justo e mais solidário”. rança Social “, deverá abrir portas sões o investimento português em
truir um Portugal mais solidário, um O novo lar de idosos “Entardecer “em Junho”, mas a lista de espera serviços sociais e de saúde dirigi-
Portugal com menos injustiças, com Solidário – Apoio Social a Idosos” já é extensa. dos aos idosos é o mais baixo dos
redução da pobreza e da exclusão so- foi promovido pela Santa Casa da Dos quase três milhões de euros 25 países da OCDE (apenas 0,1%
cial. Aquilo que nós chamamos um Misericórdia de Vila de Frades, num investidos, perto de 1,1 milhões de do PIB). Os dados fazem parte de
Portugal justo para todos”, afirmou terreno cedido pelo município da euros foram financiados pelo Progra- um estudo recente da OCDE, que
Cavaco Silva. Vidigueira. Com capacidade para 51 ma Operacional Potencial Humano refere ainda que Portugal está no
 “Nunca precisámos tanto de es- utentes, o equipamento resultou de (POPH), sendo metade através de fundo da tabela no que diz respeito
tar unidos, nunca precisámos tanto um investimento próximo dos três fundos comunitários e o restante pela às despesas com cuidados conti-
de demonstrar na prática a nossa milhões de euros. Câmara Municipal de Vidigueira. nuados.
www.ump.pt maio 2011 vm 17

saúde
‘Temos de agradecer
muito às Misericórdias’
A ministra da
Saúde, Ana
Jorge, inaugurou
quatro unidades
de cuidados
integrados
continuados
no último mês
Bethania Pagin

As Misericórdias continuam a apos-


tar na Rede Nacional de Cuidados
Continuados Integrados. No último
mês, foram quatro as Santas Casas
– Guimarães, Vizela, Aldeia Gale-
ga da Merceana e Seia - a receber
a visita da ministra da Saúde, Ana
Jorge, para inaugurações. Mas em
2011, também as unidades de Vila
Verde, Marinha Grande e Marco de Unidades apoiam
Canavezes abriram portas. pessoas em situação de
A unidade de cuidados continu- grande dependência
ados de Guimarães está a funcionar
no antigo hospital da Santa Casa,
que tem sido alvo de uma série de
obras de requalificação, inclusive
na igreja através da recuperação do
órgão. A funcionar há dois meses, o
equipamento tem capacidade para
35 doentes. A empreitada custou cer-
ca de dois milhões de euros, tendo
sido financiada em 750 mil no âm-
bito do programa Modela, criado ex- espera que o próximo executivo cum- No mesmo dia, Ana Jorge inaugu- paredes, mas antes de pessoas. Por dia 20 de Maio, a cerimónia de inau-
clusivamente para apoiar as institui- pra “a obrigação de continuar este rou a unidade da Santa Casa de Vizela, isso, continuou Domingos Vaz Pinhei- guração contou ainda com uma missa
ções na recuperação e construção de trabalho, porque isto é de facto muito que tem capacidade para 60 pessoas. ro, a equipa técnica, composta por celebrada pelo bispo da Guarda, D.
unidades de cuidados continuados. melhor, e tem que ser continuado, Durante a cerimónia, o provedor des- cerca de 60 pessoas, terá um papel Manuel Felício, que também procedeu
Para Ana Jorge, este “projecto dentro daquilo que for o crescimento tacou o facto de que um projecto desta fundamental na prestação de cuidados à bênção das novas instalações. Para
conjunto do Ministério da Saúde e da sustentável de unidades como esta”. natureza não se possa fazer apenas de de saúde de excelência. encerrar o momento, a Misericórdia de
Segurança Social” veio dar respostas Uma semana depois da inaugura- Seia contou com o Grupo de Metais e
às “pessoas com situações de gran- ção, a unidade de Vizela apresentava a Orquestra de Cordas do Conservató-
de dependência, pela idade ou pela uma taxa de ocupação na ordem dos
doença, não necessitam de hospital, UCC abertas em 2011 25 por cento, com 12 pessoas em lon- A Rede Nacional de Cuidados
mas não podem estar em casa”. ga duração e outras três em média. Continuados conta com 4755
A ministra destacou ainda a me- Aldeia Galega da Merceana camas, média duração e reabilitação com Uma realidade que o provedor espera camas, das quais 2557 estão
lhoria na qualidade de vida das pes- Longa duração e manutenção com 30 30 camas em breve ver alterada, com a ocupa- sob a responsabilidade das
soas, uma vez que “todas as unida- camas ção total das 60 camas. A obra da Santas Casas
des têm um espaço de fisioterapia ou Marco de Canaveses Misericórdia de Vizela custou cerca
de terapia operacional” que apoiam Marinha Grande Longa duração e manutenção com 20 de quatro milhões de euros e contou rio de Música da localidade. Em Seia,
os utentes a “manter as actividades Longa duração e manutenção com 31 camas com apoios no âmbito do Programa a unidade tem 30 camas em médias
e exercitar os pequenos movimentos camas Modelar, 750 mil, e da autarquia que duração e reabilitação e outras 12 em
necessários para a vida diária, como Guimarães contribuiu com outros 850 mil. longa duração e manutenção.
comer ou abotoar a roupa”. Vizela Longa duração e manutenção com 35 No dia 16 de Maio, a ministra Neste momento, segundo dados
Por isso, continuou a governante, Longa duração e manutenção com 30 camas esteve na unidade da Santa Casa da do Grupo Misericórdias Saúde, a
“temos de agradecer muito às Miseri- camas, média duração e reabilitação com Misericórdia de Aldeia Galega da Rede Nacional de Cuidados Conti-
córdias e instituições que, connosco, 30 camas Vila Verde Merceana, no distrito de Lisboa, onde nuados Integrados conta com 4755
conseguiram construir esta rede”. Longa duração e manutenção com 25 inaugurou uma unidade de longa du- camas, das quais 2557 estão sob a
Com um novo governo em pers- Seia camas ração e manutenção com 30 camas. responsabilidade das Santas Casas
pectiva para 5 de Junho, Ana Jorge Longa duração e manutenção com 12 Em Seia, onde Ana Jorge esteve no de Misericórdia.
18 vm maio 2011 www.ump.pt
SAÚDE

Escola de
enfermagem
celebra
60 anos
-quedistas – as primeiras do País –
A Escola Superior de para o Ultramar. “O maior valor desta
Enfermagem São Francisco casa são as pessoas e os primeiros
das Misericórdias encerrou de todos os irmãos são os idosos e
as comemorações dos seus os enfermos”, concluiu o provincial,
60 anos de existência. destacando a importância do trabalho
Foi no dia 18 de Maio realizado pela ESESFM.
Além de Vítor Melícias, a cerimó-
Bethania Pagin nia contou com a presença de uma
antiga aluna que hoje é professora
A Escola Superior de Enfermagem São na escola, Helena Cadete, e da irmã
Francisco das Misericórdias (ESESFM) provincial das Franciscanas Missioná-
encerrou as comemorações dos seus rias de Maria, Maria de Lurdes Alves.
60 anos de existência com um encon- O tesoureiro da UMP, Jorge Nunes,
tro entre alunos, professores, dirigen- também se associou à iniciativa que
tes e amigos. “O nosso maior valor foi animada pela Tuna da escola.
são as pessoas”, disse Vítor Melícias, No mesmo dia, foram entregues os
provincial dos franciscanos, durante prémios do concurso de fotografia reali-
a cerimónia em que também foram zado pela ESESFM. O grande vencedor
entregues os prémios do concurso de foi Daniel Lanzas Martin, que arreca-
fotografia “Enfermagem e Cultura”. Foi dou três em nove prémios: primeiro e
a 18 de Maio, na Casa Provincial das segundo lugar na categoria “Enferma-
Irmãs Franciscanas Missionárias de gem e Morte” (ver página 2) e primeiro
Maria, onde nasceu a escola. prémio na categoria “Enfermagem e
Foi durante a presidência de Vítor Vida”. No que respeita ao tema “Enfer-
Melícias que a escola das Francisca- magem e cuidar”, foi Dário Santos a
nas Missionárias de Maria passou ficar em primeiro lugar. Recorde-se que
a integrar a estrutura da União das o concurso era exclusivo a enfermeiros,
Misericórdias Portuguesas (UMP). que receberam prémios monetários
Daí que durante a cerimónia, o presi- patrocinados pelo Banco Espírito San-
dente honorário da União tenha des- to e com cursos de pós-graduação – à
tacado os valores do universalismo, escolha - na ESESFM.
lembrando os primórdios da escola, Para encerrar, Vítor Melícias ce-
quando a acção missionária das irmãs lebrou uma eucaristia comemorativa
passava por enviar enfermeiras pára- dos 60 anos da escola.

Alhandra precisa
de elevador para lar
camas que dentro de pouco tempo
Misericórdia de Alhandra vão deixar de ser utilizadas porque
precisa de instalar no os idosos não têm condições motoras
edifício um elevador com e mentais para subir as escadas”, ex-
capacidade para colocar plicou o provedor reeleito, José Neto.
uma cadeira de rodas e A presidente da autarquia de Vila
uma maca Franca de Xira, Maria da Luz Rosi-
nha, esteve na cerimónia e disse que
irá estudar o problema. A Misericór-
A Misericórdia de Alhandra, no con- dia de Alhandra apoia 124 utentes
celho de Vila Franca de Xira, precisa em lar, 34 em apoio domiciliário e
de instalar no edifício um elevador perto de 50 em centro de dia.
com capacidade para colocar uma “Neste momento, são muitas
cadeira de rodas e uma maca. as famílias que já não conseguem
De acordo com o Mirante, o apelo pagar as mensalidades porque es-
foi feito durante a cerimónia de toma- tão desempregadas”, confessou a
da de posse dos novos órgãos sociais, vice-provedora daquela instituição,
a 12 de Abril. “Temos num espaço 12 Anabella Vilar.
www.ump.pt maio 2011 vm 19

EDUCAÇÃO

Primeiro programa de educação


parental contempla 12 famílias
do concelho

Parentalidade positiva para


superar conflitos em Lamego
Santa Casa de Lamego ensina a ultrapassar o conflito de gerações, impulsionando
a parentalidade positiva no seio de 12 famílias do concelho
Patrícia Posse duração de doze semanas. “As pri- questão da atenção positiva, isto é, supervisionam as crianças que se situações”. “A minha filha está a ficar
meiras mães que considerámos prio- como é que estas mães devem lidar entretêm com actividades lúdicas adolescente e há certas perguntas
O vínculo entre mãe e filho tem tanto ritárias foram as que tinham crianças com as birras das crianças, o elogio, a ou com a realização dos trabalhos que não posso responder. Enquanto
de incondicional como de sublime. sinalizadas na Comissão de Protecção forma como é dada uma ordem, entre escolares. E das 18h às 21h, as mães o meu filho, de 8 anos, põe-me em
Contudo, na caminhada do cresci- de Crianças e Jovens em Perigo de La- outras temáticas”. esforçam-se por compreender as vi- situações que ela não me pôs.” O
mento, muitos dos passos são desa- mego, que tem já 140 processos”, Com idades entre os 5 e os 12 cissitudes de cada etapa do desen- desejo desta progenitora era que a
certados. Para que andem de mãos refere. O objectivo é que o maior anos, os filhos são também envolvi- volvimento infantil e juvenil. descendente mais velha a “respei-
dadas, a Misericórdia de Lamego número de famílias possa usufruir dos, já que há todo um trabalho que “Venho comer e brincar. A mãe tasse mais” e, garante, que os re-
está a levar a cabo um programa de das sessões de educação parental até é feito em casa. Se for atingido o com- vai escrever para uma sala”, elucida sultados estão a ser positivos. “Ela
educação parental, sustentado nos 2012, data de término do projecto. portamento esperado, há uma recom- Luana, num intervalo das corridas sabe que se se portar bem e não me
fundamentos da psicologia positiva. A maioria destas famílias aufe- pensa à qual tem de estar associado “o responder, tem uma recompensa ao
Uma vez por semana, doze fa- re o rendimento social de inserção, afecto, o carinho, a atenção, o abraço”. Na próxima fase deste domingo. Pode dormir em casa de
mílias do concelho beneficiam desta tem um baixo nível de escolaridade, “Estamos a chegar a uma fase em projecto, que deverá iniciar uma colega, ir ao cinema ou passear
iniciativa que tem como fim último graves carências sociais e, no míni- que vamos fazer a desabituação. O em Setembro, espera-se com as amigas.”
cimentar os laços entre pais e filhos. mo, duas crianças a seu cargo. “Há comportamento já está a acontecer, uma adesão maior por parte Aos 36 anos, Eugénia Almeida
“Trabalhando com base na parenta- alguma falta de competências por não porque a criança é recompensa- dos pais das crianças sabe bem o quão “complicado” é
lidade positiva, percebemos que po- parte das progenitoras em encontrar da, mas porque já o assumiu como o lidar com os filhos quando se é mãe
deríamos ajudar estas famílias, pro- estratégias para melhor lidar com as adequado”, adianta a coordenadora. energéticas que os seus 5 anos lhe pela primeira vez. “Pensamos que
movendo algumas competências ao crianças. Outras têm processos asso- Conseguir que os filhos se deitassem permitem. Aos 25 anos, Fernanda berrar ou pôr de castigo ajuda na
nível dos progenitores e trabalhando ciados de violência doméstica ou de a horas ou que fossem para a mesa Rocha, a mãe, assegura que o pro- educação e não. É através de regras.
também algumas dificuldades das divórcio, o que dificulta o saber lidar quando chamados eram alguns dos grama é “uma ajuda” porque “ensina E se eles obedecerem, nós recom-
crianças”, explica a coordenadora com algumas problemáticas”, afirma. anseios maternais. como devemos educar as crianças”. pensamos.” A relação com a filha
técnica, Cláudia Fonseca. Na ambição de aproximar as gera- Antes da sessão de educação “É um bocadinho teimosa e faz bir- de 7 anos está a reforçar-se, porque
Integrado no projecto “Escolhas ções, esta iniciativa procura fomentar parental, mães e filhos têm direito a ras, mas agora já mudou”, frisa. “tudo o que é dado no programa tem
D’Ouro”, o programa de educação um conhecimento mais alargado do um jantar, onde convivem e trocam Também Mara Ribeiro, 30 anos, funcionado às mil maravilhas”. “Está
parental arrancou em Março e tem processo educativo. “Trabalhamos a experiências. Depois, duas técnicas tem aprendido a lidar com “certas a ajudar-me muito”, confessa.
20 vm maio 2011 www.ump.pt

património

Espólio artístico ARTE NAS MISERICÓRDIAS

é de carácter civil

Crucifixo de encostar
SCMMZ 0009
Séc. XVIII
Custódia Misericórdia de Monsaraz
SCMPF 0088
Séc. XVIII Crucifixo de encostar em madeira,
Misericórdia de Penafiel constituído por cruz e imagem de Cris-
Património foi alvo to em madeira entalhada e polícroma.
de debate em Guimarães Custódia em prata parcialmente dou- Compõe-se de cruz latina assente em
rada. Base de planta rombóide, desen- base alteada, de formato triangular
volvida em largura, assente em quatro curvilíneo, decorada por moldura re-
Outro dado interessante está rela- dente da CCDR Norte e membro da pés cantonais encimados por cabeças levada que termina em enrolamentos
O espólio artístico das cionado com equipamento hospitalar. Comissão Directiva do programa O aladas de querubins relevadas. Apre- laterais. Apresenta haste e braços de
Misericórdias portuguesas No Norte, ao fim do inventário de Novo Norte, e João Neto,presidente senta as extremidades laterais encur- secção rectangular, cujas extremida-
é maioritariamente civil. 28 Santas Casas, foram encontradas da Associação Portuguesa de Mu- vadas para cima, as faces côncavas e des rematam em elementos de metal
Apenas 35 por cento apenas 21 peças. No Alentejo, onde seologia, entre outros. Além disso, decoradas com painéis e a frente de- recortados, decorados com conche-
das peças são de as Misericórdias começaram recen- as Misericórdias de Viseu, Aveiro corada com cartela recortada ladeada ados e pequenos elementos florais,
carácter religioso temente a ser inventariadas, já há e Óbidos também apresentaram o de festões de flores em relevo. Um em fundo de gradinha. Sob o remate
conhecimento de mais de mil. trabalho que têm realizado. segundo registo da base, de formato da haste está uma filactera de metal
Bethania Pagin O objectivo do Dia do Patrimó- Recorde-se que em 2010, o Dia do aproximadamente cupuliforme e de- em forma de coração alado, onde se
nio é promover a reflexão sobre o Património das Misericórdias foi ce- corado por painéis, antecede a haste. inscrevem as letras “INRI”, sobreposta
O espólio artístico das Misericórdias trabalho realizado no último ano, lebrado em Lisboa, na sede da UMP. Esta é balaustriforme, com nó urnifor- por uma cabeça de anjo. A imagem de
portuguesas é maioritariamente ci- mas também dar a conhecer as boas A escolha de Guimarães, segundo me contornado por volutas, decorado Cristo encontra-se crucificada na cruz
vil. A conclusão surge no âmbito do práticas das Santas Casas em matéria responsáveis do GPC, prende-se com na zona central por pequeno festão de com três cravos do mesmo material. Os
inventário realizado pela União das de património. Daí que a iniciativa dois aspectos. Por um lado, o facto flores e apresentando a zona bojuda seus braços estão dispostos em “V” e a
Misericórdias Portuguesas (UMP). tenha contado com diversos con- de Guimarães ser, em 2012, a Capital ladeada de cabeças aladas de queru- cabeça inclina-se ligeiramente sobre o
Apenas 35 por cento das peças são vidados, como Carlos Lage, presi- Europeia da Cultura (ver caixa). Por bins. Nos elementos inferior e superior ombro direito, com coroa de espinhos,
de carácter religioso, afirmou um outro, a necessidade de descentra- encontram-se pequenas vieiras de longos cabelos e barba, tendo os olhos
dos responsáveis pelo Gabinete do lizar os eventos para mobilizar as cariz rococó. A zona em que encaixa fechados. A cabeça está envolvida por
Património Cultural da UMP, Miguel várias Misericórdias para a temática o hostiário é decorada com uma ca- grande resplendor, cujos raios formam
Loureiro. Este e outros números fo- da defesa e divulgação do seu patri- beça alada de querubim. O hostiário um triângulo curvilíneo, decorado inte-
ram apresentados em Guimarães, na Garantia de mónio. Para o ano, já se sabe que a é em prata dourada. Apresenta forma riormente por uma sucessão de rosas.
segunda edição do Dia do Patrimó- longevidade iniciativa vai ser no Sul, no Algarve circular, faces envidraçadas e é deco- O corpo, magro e esguio, revela as
nio das Misericórdias, a 6 de Maio. ou no Alentejo. rado por cercadura de vidros brancos costelas salientes e o sangue a escor-
Até ao momento, afirmou Miguel “A Santa Casa de Guimarães tem con- Durante a cerimónia, foi dis- montados sobre fundo vermelho, a rer de várias feridas, estando envolvido
Loureiro, cerca de 25 por cento das solidada a ideia de que o seu patrimó- tribuída aos presentes a edição “O que se segue registo relevado onde por um cendal de pregueado ondulan-
Misericórdias já foram inventaria- nio cultural é a história da sua vida, é Património Móvel das Misericórdias figuram cabeças aladas de querubins te, preso sobre a anca direita, caindo
das, mas o objectivo é levar o pro- o passado do seu futuro e, por isso, é do Norte”, que constitui como o cul- - nos pontos cardeais - e volutas e flo- em pontas igualmente ondulantes. As
jecto a todas. Contudo, destacou, “o uma espécie de garantia de longevi- minar do projecto de inventariação res - entre os pontos cardeais. Possui pernas estão ligeiramente flectidas e
inventário não é algo que se esgota dade que temos a obrigação de tratar de 21 Santas Casas, o qual decorreu trinta e dois raios em forma de cauda o pé direito cruza sobre o esquerdo,
em si mesmo”. Sendo “uma medida com carinho, desvelo, profissionalismo, ao longo de dois anos com o apoio de flecha, sendo oito destes de maior sendo ambos unidos por cravo. Mais
fundamental”, não é suficiente, visto arte e saber”. As palavras são de No- financeiro do programa comunitário comprimento e decorados com vidro abaixo, presa à haste, encontra-se
que o património cultural deve ser émia Carneiro, provedora anfitriã da O Novo Norte (ver página ao lado). vermelho simulando pedra engastada. representada a Rainha D. Leonor, em
divulgado, estudado e potenciado. segunda edição do Dia do Património A sessão contou com a partici- Dentro do hostiário encontra-se uma metal, coroada e trajando longas ves-
E em jeito de estudo, os números das Misericórdias, que coincide com as pação de dezenas de Misericórdias, lúnula amovível, em forma de crescen- tes e manto de pregueado ondeante.
do inventário até agora realizado per- comemorações dos 500 anos da Santa assim como de altos dirigentes da te, com configuração de cabeça alada Assenta em crescente e em posição
mitem vislumbrar as principais carac- Casa. Para o ano, quando a cidade for UMP. Além do responsável pela área de querubim. frontal, apresentando as mãos postas
terísticas do espólio das Santas Casas. Capital Europeia da Cultura, a institui- do património, Bernardo Reis, es- em atitude de oração.
Apenas 35 por cento das peças têm ção já tem uma série de eventos orga- tiveram presentes o presidente do
a ver com arte sacra, relata aquele nizados (ver artigo de opinião na página Secretariado Nacional, Manuel de
responsável, realçando também que 22). Sobre os preparativos para 2012, Lemos, o presidente do Conselho
pintura, mobiliário e escultura são os o evento da União contou com a par- Nacional, Fernando Cardoso Ferrei-
registos mais frequentes, cerca de 56 ticipação de João Serra, da Fundação ra, e Infância Pamplona, também do Apontamentos do inventário promovido pela UMP,
por cento do total de peças. Cidade de Guimarães. Secretariado Nacional. Ver mais em http://matriz.softlimits.com/ump/
www.ump.pt maio 2011 vm 21

estante

A biografia Lista de livros

de Karol Wojtyla
São João Paulo II Património das Misericórdias
Alain Vircondelet Vários autores
Europa América, Maio 2011 UMP, Maio 2011

Estávamos a 8 de Abril de 2005, dia A União das Misericórdias Portuguesas


das exéquias fúnebres de João Paulo II, tem vindo a desenvolver, desde o ano
acontecimento à escala planetária. No 2000, um programa de inventariação
meio da maré humana que inundava a intensiva de todo o património móvel
praça de S. Pedro, e enquanto o car- e integrado que se encontra na posse
deal Ratzinger realizava a sua homilia, das Santas Casas, tendo como principal
elevavam-se inúmeros cartazes. Nes- objectivo a sua salvaguarda e o reco-
tes cartazes estavam escritas as pala- nhecimento do seu real valor, através
vras: «Santo Subito». Tal como um dia de conservação, estudo e divulgação.
fizeram as multidões da Idade Média, o A obra “O Património Móvel das Mise-
povo cristão voltaria agora, em pleno ricórdias do Norte” constitui como que
século XXI, a reclamar prontamente a o culminar do projecto de inventaria-
beatificação do falecido papa. E a Igreja, ção de vinte e uma Santas Casas da
cena mundial. Ao serviço da Igreja obedecendo a esta injunção, deu início Misericórdia do Norte, o qual decorreu
A obra de Andrea Riccardi católica, acreditou na mudança do ao processo. ao longo de dois anos com o apoio fi-
é a primeira verdadeira mundo: por toda a parte, comuni- É esta história incrível e apaixonante de nanceiro do programa comunitário O
biografia escrita em base cou o Evangelho, favoreceu a união um homem que se tornou santo que Novo Norte. Neste trabalho editorial é
científica e testemunhada entre os cristãos, a amizade com o Alain Vircondelet nos narra. possível conhecer algumas das mais
de um Papa. Uma edição judaísmo, o diálogo entre as religiões A história de um processo burocrático importantes e significativas peças en-
Paulinas e trabalhou pela paz. que se veio a tornar uma história ma- contradas pela equipe que levou a cabo
Além do protagonismo histórico ravilhosa. Alain Vircondelet é mestre todo este processo.
como Pontífice, ele manteve, a partir conferencista no Instituto Católico de A publicação vem no seguimento de
Andrea Riccardi, professor catedráti- de uma resistência nas perseguições Paris. Escritor e autor de numerosas outras edições dedicadas ao patrimó-
co de História e fundador da Comuni- nazistas e comunistas, a força aními- obras dedicadas à vida espiritual cris- nio, cumprindo-se desta forma mais
dade de Santo Egídio apresenta-nos, ca de “esperar”, acreditando sempre tã, consagrou sete livros a João Pau- um passo no objectivo maior que é
neste livro das Edições Paulinas, a na mudança do mundo. lo II, traduzidos por todo o mundo. O promover e permitir a fruição, a um
mais completa biografia de Karol No fim da sua vida, consumido presente título tornou-o reconhecido público cada vez mais vasto, de todo
Wojtyla, o saudoso Papa João Paulo pela doença, comoveu a humanidade como um dos mais fiéis intérpretes da este rico e singular conjunto de peças
II. A obra de Andrea Riccardi, que inteira com seu sofrimento. Fê-lo não vida e obra de João Paulo II. de valor histórico‑artístico.
conheceu de perto o Pontífice, é a pri- de uma forma passiva, mas em acção
meira verdadeira biografia escrita em interventiva contínua, através do seu
base científica e testemunhada de um testemunho de vida, pela palavra e
Papa, que ainda vive na recordação seus escritos e pelas inúmeras viagens
dos crentes e de muitos homens e que que realizou pelo mundo, dialogando
no dia 2 de Maio foi beatificado pelo com os poderosos, ouvindo os opri-
seu sucessor, Bento XVI. João Paulo II: a biografia midos e animando na fé e na atitude
João Paulo II, Papa de 1978 a Andrea Riccardi cívica as multidões que sempre o cer-
2005, foi um grande protagonista na Paulinas, Maio de 2011 cavam aonde quer que chegava.
22 vm maio 2011 www.ump.pt

voz activa

Editorial VM Opinião
Voz das
Misericórdias
O aforismo “Não há uma Comuni- ticas num percurso museológico.
Órgão noticioso dade sem a Misericórdia, nem uma Para que a recuperação do órgão,
das Misericórdias
em Portugal Misericórdia sem a Comunidade” feita mediante exigentes cânones
e no mundo assenta bem no que foi e deve artísticos, perdurasse no tempo e
Propriedade: continuar a ser a relação entre as ganhasse vida para a comunidade,
Paulo Moreira União das Misericórdias Noémia Carneiro Pacheco comunidades locais e as suas Mi- foi contratado um reputado Director
paulo.moreira@ump.pt Provedora da Misericórdia de Guimarães
Portuguesas sericórdias. Conhecem-se as acções Musical, assegurada a manutenção
Contribuinte: de protecção social e de cuidados de periódica do instrumento e estabe-
501 295 097
Acreditar Redacção
e Administração:
Guimarães, saúde, mas é menos vulgar que haja
divulgação e fruição pública dos
lecida uma programação de concer-
tos de elevada valia internacional.
no diálogo Rua de Entrecampos, 9,
1000-151 Lisboa
capital bens culturais das Misericórdias,
ainda que este assunto esteja na or-
Entretanto, prepara-se em Gui-
marães o ano 2012, no qual se en-
Tels:
218 110 540
europeia dem do dia da União das Misericór- cadeia uma impressionante série de
É bom que nos detenhamos neste exemplo, dias e de muitas das suas filiadas. eventos para responder à nomeação
sobretudo, quando somos diariamente
218 103 016
Fax: da cultura No âmbito da vantajosa política da cidade como Capital Europeia
confrontados com intolerância, crispação de reciprocidade Misericórdia-Co- da Cultura (CEC). A Misericórdia
e confronto violento, em que a razão
218 110 545
e-mail: 2012, e a munidade, têm-se replicado exem- demonstrou logo vontade de dispo-
da força se sobrepõe arrogantemente jornal@ump.pt
à força da razão e do bom senso Tiragem Misericórdia plos de boas práticas de intervenção
ao nível da recuperação, estudo e
nibilizar os seus activos culturais e
de pronto preparou uma proposta
do n.º anterior:
vivência de valiosíssimos espólios, para o “cluster Música”, baseada

A
13.550 ex.
União das Misericórdias Registo: o que tem dado origem a teses no seu Festival Internacional de Ór-
e a Conferência Episcopal 110636 académicas, núcleos expositivos, gão Ibérico. Neste momento foi já
assinaram um Compromisso, Depósito legal n.º: percursos museológicos, concertos acordado realizar o programa “Cada
55200/92
pondo assim termo a uma musicais, publicações, conferên- Mês, Cada Concerto” convidando
Assinatura Anual:
longa divergência de opiniões. Normal - €20 cias, seminários, ainda com um sem um conjunto de organistas de repu-
Para que tal fosse possível, foi necessário Benemérita – €30 número de possibilidades em aberto tação mundial. A colaboração com
que acreditassem na via do diálogo, que Fundador: para o aprofundamento deste rela- a CEC 2012 está ainda a estender-se
foram exercitando com perseverança e Dr. Manuel Ferreira cionamento. ao “cluster Cidade”, na medida em
da Silva
tenacidade, o que lhes permitiu chegar Vem esta introdução a propósito que a Misericórdia de Guimarães
Director:
a uma posição consensual em que todos Paulo Moreira de apresentar o caso da Misericór- já deu o seu acordo para colaborar
acabaram por ganhar. Editor: dia de Guimarães que se abalançou num projecto de revitalização de
É justo reconhecer o esforço e mérito Bethania Pagin num projecto de recuperação do seu espaços urbanos, através da promo-
do presidente da União, Dr. Manuel de Design e Composição: património, alavancado pela pers- ção de ocupações criativas e tem-
Mário Henriques
Lemos, e do presidente da Conferência pectiva de o poder partilhar com a porárias em espaços desocupados.
Publicidade:
Episcopal, D. Jorge Ortiga, na obtenção Paulo Lemos Prepara-se em comunidade vimaranense. Há três Como a Misericórdia tem dois belos
deste acordo, que corresponde aos Colaboradores: Guimarães o ano 2012, anos, foi aproveitada a oportuni- edifícios nestas condições não hesi-
superiores interesses de ambas as Daniel Faiões no qual se encadeia dade dada por um financiamento tou em aderir a este desafio, com a
instituições, tendo sido de facto os Filipe Mendes uma impressionante público para recuperar uma sacris- possibilidade de valorizar patrimó-
José Alberto Lopes
grandes obreiros deste empenhado
Patrícia Leitão
série de eventos para tia do século XVIII no convento de nio e ao mesmo tempo participar
e nobre diálogo, que prosseguiram Patrícia Posse responder à nomeação Santo António dos Capuchos, asso- activamente na concretização de
esforçada e francamente até à obtenção Vera Campos da cidade como Capital ciando a recuperação do órgão de mudanças positivas na cidade de
do almejado Compromisso. Assinantes: Europeia da Cultura tubos, das pinturas seiscentistas da Guimarães.
É bom que nos detenhamos neste Sofia Oliveira e a Misericórdia vai Igreja, do coro-alto e ainda a cria-
Impressão:
exemplo e nos seus resultados,
Diário do Minho
participar activamente ção de condições para visitas turís-
sobretudo, quando somos diariamente – Rua de Santa
confrontados com intolerância, Margarida, 4 A
crispação e confronto violento, em 4710-306 Braga
que a razão da força se sobrepõe Tel.: 253 609 460
arrogantemente à força da razão e do
bom senso.
Opinião
A União das Misericórdias e as Santas
Casas são por excelência espaços de
diálogo e disso se dá diariamente
pública prova. Seja na troca franca de O marketing está presente nas nos- viço, causa, evento, marca, etc.)
opiniões e ideias entre as Misericórdias sas vidas (como consumidores, junto dos diversos públicos a que a
e a União, seja no diálogo de como profissionais, como gestores organização se dirige.
gerações, que será o tema central do ou como empresários) há muito. Em algumas pessoas ou orga-
congresso a realizar em Coimbra, ou O marketing social é um conceito nizações existiu (existirá ainda...)
no relacionamento com os órgãos do J. A. NUNES CARNEIRO mais recente que se tem afirmado alguma relutância em utilizar as
Professor no IPAM - Instituto Português
poder local e central. de Administração de Marketing de forma mais forte e activa nos ferramentas de marketing por pre-
Permitam que considere que o aulas@janunescarneiro.net últimos anos. conceito. Consideram que o marke-
VM, dando a palavra a inúmeros Hoje o marketing é usado em ting se destina a “enganar as pes-
provedores, convidando técnicos a
expressar-se sobre matérias várias,
MARKETING organizações com âmbitos de ac-
tuação muito amplos. Apesar da
soas”, a “criar necessidades que os
consumidores não têm”, a “vender
procurando dar voz e visibilidade a SOCIAL: diversidade, há em todas elas um gato por lebre”. Permitam-me que
todas as Misericórdias e levando a triplo denominador comum: (1) discorde. No marketing (como em
todas as opiniões e as orientações do PARA QUE SERVE? pesquisar o mercado e compreender todas as actividades humanas e or-
Secretariado Nacional, cumpre também as necessidades dos consumidores; ganizacionais) há formas de actuar
a sua função de espaço de diálogo. (2) desenhar, projectar e gerir toda com ética e absoluto respeito pela
Bom fora que no futuro próximo do a organização para atrair, satisfazer verdade.
nosso País, os exemplos atrás referidos e fidelizar os seus clientes; (3) co- O que aqui proponho é o uso
União das Misericórdias
fossem replicados pelos responsáveis e Portuguesas municar num sentido amplo para regular e intenso do marketing de
decisores políticos. promover e valorizar o produto (ser- maneira que as organizações sem
www.ump.pt maio 2011 vm 23

reflexão

Durante alguns meses fui escrevendo Por isso disse e mantenho, que pena e muita confusão por evidente so e do Decreto Interpretativo são o
sob este título aquela que a meu ver é neste diálogo não há vencedores maioria de razão, ver algumas Mise- maior testemunho de que o movi-
a posição correcta das Misericórdias nem vencidos. Julgo aliás que não ricórdias terem medo dos serviços do mento das Misericórdias está bem
na sua relação com a Igreja em geral podia haver vencedores nem venci- Estado e da arrogância de técnicos vivo e actuante junto das comunida-
e com a hierarquia em particular. dos, uma vez que o que estava em e dirigentes públicos, que acabam des que as fundaram e à sombra da
Manuel de Lemos No momento em que ambas as causa era algo de muito mais sério e por colocar em causa, boas práticas qual cresceram e que servem. Essa é
Presidente da UMP
partes chegaram a um Compromis- profundo, do que uma mera conten- e, cada vez mais, a sustentabilidade seguramente uma boa notícia sobre-
so que se materializa num Decreto da. E por isso mesmo sei também, das Misericórdias. Mas a este tema tudo nos tempos conturbados que
O DEVER DA Interpretativo que a CEP enviará que este Compromisso não só, não voltarei já no próximo artigo! vivemos e nos que se aproximam.
a Roma e depois será publicado e agradou aos nossos tradicionais ad- Mas não posso nem devo tam-
VERDADE 4 promulgado, importa acentuar dois versários, mas também não agradou bém deixar de realçar o papel que
ou três aspectos que me parecem aos radicais de um lado e do outro. o Presidente cessante da CEP, D.
relevantes. Se acentuo este aspecto é que Jorge Ortiga e do Dr. Lino Maia que
Assim é importante começar por porque quero ressaltar de uma forma comigo viveram intensamente e
saudar o acordo em si mesmo, que muito significativa que o nosso tra- quase quotidianamente ao longo de
dá público testemunho da capacida- balho, o trabalho dos que pugnaram vários meses o processo de diálogo
de de diálogo das partes, o que numa pelo acordo não acaba aqui; pelo que culminou no Compromisso e no
sociedade como a portuguesa, que contrário, recomeça aqui, porque é Decreto Interpretativo. A sua dispo-
tem privilegiado o desencontro e o no cumprimento dos princípios do nibilidade, bondade e conhecimento
conflito, em detrimento da concórdia Compromisso que podemos fazer das Misericórdias foram essenciais
e da vontade de afirmar o que une, em conjunto triunfar o reforço da para que o caminho difícil que per-
constitui por si só, um exemplo. eclesialidade das Misericórdias e da corremos chegasse a bom termo.
Aliás quando alguns me pergun- sua autonomia e natureza. Bem hajam!
tam porque é que o Compromisso Assim, permitam-me que lhes Importa ainda referir que este
não teve relevância nos “media” res- manifeste a total disponibilidade e processo constituiu sobretudo um
pondo sempre: “precisamente por- interesse da União em acompanhar grande momento de afirmação da
que se trata de um acordo; se fosse de perto todas as questões que se União; que numa matéria tão deli-
desacordo veriam logo o tratamento coloquem nesta matéria. Disponibi- cada foi capaz de se manter coesa e
que a matéria tinha!”. lidade que aliás também manifestei firme como o atestam as decisões da
Depois, ainda e sempre neste pla- aos Bispos Diocesanos na ocasião Assembleia Geral, as recomendações
no, ressaltar que este acordo não foi da assinatura do Compromisso em do Conselho Nacional e as inúmeras
um acordo fácil, mas que consubs- Fátima. É na firmeza que demons- moções aprovadas nos Conselhos
tancia uma excelente base de enten- trarmos em cumprir o espírito e a Regionais; tudo a par do apoio cons-
dimento. O que permitirá no futuro letra do acordo, que lhe daremos tante que tive do Secretariado Nacio-
facilitar, sem prejuízo da autonomia, a eficácia pretendida. E sobretudo nal. E de muitas Misericórdias, da
da natureza própria e da especifi- abrirmos oportunidades para irmos mais pequenina à maior, que tiveram
É importante começar cidade das Misericórdias, o reforço longe, muito mais longe, no refor- sempre a gentileza e frontalidade de
por saudar o acordo da sua eclesialidade e demonstrar ço da articulação necessária, em me reconfortarem e me manterem
em si mesmo, que dá a capacidade destas seculares Insti- nome e no interesse dos objectivos informado, numa enorme corrente
público testemunho da tuições de leigos, em ajudar os mais comuns. de solidariedade que merece uma
capacidade de diálogo desfavorecidos, os mais pobres e os Penso aliás que essa firmeza, larga reflexão; das Misericórdias e
das partes, o que mais necessitados na linha do que tem que ser assumida por todos e dos Senhores Bispos.
constitui, por si só, um nos é proposto por Bento XVI na sua nomeadamente também na nossa A alegria e alívio com que foi
exemplo recente encíclica “Deus caritas est”. relação com o Estado; faz-me muita recebida a notícia do Compromis-

fins lucrativos possam gerir eficaz- e donativos de potenciais doadores. Estou a sugerir, por exemplo: por favor, digam-me em que área
mente os seus recursos e alcançar os Em organizações com recursos -Cooperação através da contra- de gestão é que a vida de uma orga-
nobres objectivos que ambicionam. limitados, poderá parecer difícil ou tação de um técnico de marketing e nização sem fins lucrativos é fácil?
Infelizmente, numa sociedade mesmo impossível estabelecer a comunicação cujos serviços especia- Digam-me o que conseguiram nas
como a nossa, mesmo uma boa cau- introdução regular de práticas de lizados possam ser partilhados por vossas organizações sem esforço e
sa ou uma boa instituição podem marketing num sentido lato. No mais do que uma organização; sem dedicação?
passar despercebidas apesar de es- entanto, com imaginação e criativi- -Participação em acções de for-
tarem sempre presentes. A poluição dade, há algumas soluções que me mação-acção em que com o apoio Uma coisa é certa: com marke-
comunicacional do dia-a-dia impede parecem possíveis. de consultores especializados seja ting e comunicação, os objectivos e
os cidadãos de as verem e reconhe- Importa que os responsáveis pe- possível introduzir novas e melhores as causas em que tanto trabalham
cerem a sua plenitude. las organizações sem fins lucrativos práticas de gestão na área de marke- diariamente podem ser concretiza-
Temos de ter consciência de que, considerem o marketing e a comuni- ting e comunicação; dos com mais eficácia, com mais
com a ausência de marketing e de cação como essenciais para a gestão Temos de ter -Apoio de profissionais de ma- eficiência e com mais rapidez. Com
comunicação, boas causas podem da sua entidade. Importa também consciência de que, rketing ou agências de comunica- mais sucesso e maior impacto na
ser desconhecidos da comunidade angariar recursos que possam permi- com a ausência ção que, em regime de voluntariado, comunidade.
local. E, se o forem, não serão valo- tir à entidade dispor de competências de marketing e possam colaborar pontual ou regu-
rizados. Assim, torna-se muito mais nesta área. E não estou a falar obriga- comunicação, boas larmente.
difícil vender serviços/produtos, toriamente de colaboradores a tempo causas podem
atrair voluntários, cativar a atenção inteiro (até porque, em muitos casos, ser desconhecidos da Podemos argumentar que ne-
de entidades oficiais, recolher apoios pode nem se justificar). comunidade nhuma destas soluções é fácil. Mas,
Marketing Mirandela Vila de Frades
O poder Loja social Lar foi
da comunicação já apoiou inaugurado por
no sector social 300 pessoas Cavaco Silva
Opinião Pág. 23 Em Acção Pág. 11 Terceira Idade Pág. 15

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05 11
Entrevista Bernardo Reis Provedor da Misericórdia de Braga e membro do Secretariado Nacional da UMP

Gerações necessitam de enquadramento solidário


O tema que marca este congres- orientação prematura para o volun- do inovador e construtivo, sendo os
so é a intergeracionalidade. Por tariado. É fundamental as Misericór- pilares futuros de um mundo inter-
quê? dias incutirem práticas afectivas de geracional, mais sólido e humano.
As Misericórdias são instituições interculturalidade, inter-etnicidade, Diversas personalidades já con-
promotoras da igualdade e da solida- inter-religiosidade e intergeracio- firmaram presença no congres-
riedade entre gerações e que devem nalidade, estabelecendo parcerias so. Em que medida esta adesão
ser responsáveis, justas e afectivas. autárquicas, interinstitucionais e poderá reflectir o reconheci-
Considerando o envelhecimento da intergeracionais, promovendo o mento do trabalho das Miseri-
população, caminhando-se a nível apoio aos mais necessitados, mas córdias?
europeu e em Portugal para um não esquecendo a sustentabilidade A adesão de diversas personalidades
aumento da idade de aposentação, dos equipamentos sociais, adequa- marcantes da sociedade portuguesa
torna-se cada vez mais evidente que dos e planeados à demografia da constitui a força de expressão e im-
é fundamental e necessário, alargar área de cobertura. Assim evitar-se- plantação valorativa das Misericórdias
no tempo a actividade profissional -ão investimentos desnecessários, portuguesas. Somos uma força, viva e
e ao fazê-lo é obrigatório um enqua- financeiramente comprometedores inquestionável, testemunho da nossa
dramento na intergeracionalidade. para o país e a sua sustentabilidade. capacidade criadora e capaz de resis-
É estruturante e fundamental haver tir, apesar de todas as vicissitudes, às
uma aproximação na forma de ser Em que medida a intergeracio- maiores dificuldades alheias à nossa
e estar entre as comunidades, tendo nalidade pode ser transversal vontade e a crises cíclicas, mantendo
em atenção a intergeracionalidade, a diversos aspectos da nossa sempre o espírito solidário e de pro-
pois todos somos parte integrante sociedade? ximidade, com sentido de servir sem
de uma sociedade em permanente A intergeracionalidade tem que ser fins lucrativos e mantendo optimismo
evolução e repleta de desafios alician- analisada e direccionada para diver- moderado. As Misericórdias nunca de-
tes, mas promissores de abrangência sos vectores da sociedade. Quanto sanimaram, nem se deixaram abater e
cultural e condutores de projectos mais presente estiver, maior aber- nos tempos de crise, estamos presen-
sócio-económicos intergeracionais. Bernardo Reis tura e intercooperação existirá entre tes para criar ou reintroduzir respostas
Hoje caminha-se, e rapidamente, para diversas áreas do conhecimento, da sociais, inovadoras e com qualidade,
novas formas, novos procedimentos, de através deste tema? local e regional, sem nunca terem cultura, da saúde, partindo para uma marcando a diferença para uma eco-
em que as gerações necessitam de um As Misericórdias devem ser assertó- perdido a sua identidade e objec- evolução pragmática, mas afectiva, nomia social sem fins lucrativos. Aqui
enquadramento cooperador, solidário rias da sua implantação geográfica e tivo fundacional. O convívio entre da longevidade humana. Os jovens, reside o paradigma da nossa distinção,
e afectivo. O X Congresso Nacional re- afirmação na sociedade portuguesa, gerações deve ser promovido cultu- hoje em dia, são motores criativos e reconhecida pelas comunidades, pois
presenta a oportunidade para reflectir. pois ao longo dos 511 anos de vida, ralmente dentro do espírito das boas fundamentais para a interligação na somos um elo mais forte a enquadrar
demonstraram inquestionavelmente práticas, mediante a adequação de evolução das gerações, são capazes um todo, onde os mais frágeis e desfa-
Que ideia gostariam as Miseri- o seu entrosamento sócio-económico projectos concretos que integrem os de horizontalmente, serem portado- vorecidos são o lema da nossa missão
córdias de transmitir à socieda- como motores de desenvolvimento jovens, não perdendo de vista já uma res de ideias e projectos, com senti- de servir em voluntariado.

VOZDAS
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