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• Fabrico
• “Comete crime de fabricação de moeda falsa, quem é encontrado com cédulas, primitivamen-
te autênticas, despidas de assinaturas por processo químico e destinadas ao fabrico de outras
falsas (TFR – AC – Rel. Cunha Melo – RT 225/564).
• Os crimes contra a fé pública são crimes de perigo, formais, onde se tutela imediatamente a fé
pública e apenas mediatamente o patrimônio particular. O que se exige é a potencialidade lesi-
va do objeto material do falso e não a ocorrência de lesão efetiva. A consumação do crime in-
depende da introdução da moeda falsa em circulação, a mera ação de ‘adquirir’ ou ‘guardar’ a
cédula, tendo ciência de sua inautenticidade, já configura o delito” (TRF 4.ª R. – Ap.
97.04.09631-3 – Rel. Fábio Bittencourt da Rosa – j. 09.03.99 – RT 765/732).
• Insignificância
• No que diz respeito à alegação concernente ao pequeno valor da cédula falsa encontrada com o
réu, tal fato não interfere na tipificação ou na consumação do delito de moeda falsa, previsto no
art. 289 do CP, eis que o objeto jurídico primordialmente tutelado pelo tipo penal é a fé pública”
(TRF 3.ª R. – 5.ª T. – AP 14.029 – Rel. Ramza Tartuce – j. 15.04.2003 – JSTJ-LEX 169/492).
• “O delito de moeda falsa consiste em infração penal cujo bem jurídico atingido é a fé pública,
ou seja, a segurança da sociedade em relação à circulação monetária. O sujeito passivo desse
crime é o Estado e a coletividade. A lesão ao bem protegido não pode ser mensurada pela
quantidade de cédulas introduzidas em circulação pelo sujeito ativo, nem pelo número de lesio-
nados pela conduta criminosa. Portanto, qualquer que seja o montante da falsificação ou o nú-
mero de pessoas atingidas, há ofensa ao bem jurídico, o qual não é quantificado. Assim sendo,
não há falar em aplicação do princípio da insignificância em relação ao crime de circulação de
moeda falsa” (TRF 4.ª R. – 6.ª T. – AP 2001.04.01.037286-0 – Rel. Fábio Bittencourt da Rosa –
DJU 21.05.2002, p. 670).
• Idoneidade
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• “A idoneidade de meios no crime de moeda falsa é relativa. Não é necessário que a falsificação
seja perfeita, mas basta que apresente possibilidade de ser aceita como verdadeira” (TFR – AC
– Rel. Henrique D’Ávila – RF 158/344).
• Imitatio veritatis
• “Em tese, a simples imperfeição da cédula falsificada não desfigura o crime definido no art. 289
do CP, pois, como ensina Magalhães Noronha, no crime de falsificação necessária a imitatio ve-
ritatis, contudo, não se exige perfeição na imitatio veri, sendo tão-só preciso, conforme Manzi-
ni, citado pelo mesmo autor, que a coisa falsificada apresente os caracteres específicos exterio-
res da moeda ou do papel-moeda, tendo assim a idoneidade de induzir a engano um número
indeterminado de pessoas (Direito Penal, 3.ª ed., 1/148). Esse engano, não alcançado em luga-
res mais adiantados do país, pode ser atingido em outros, apesar de grosseira a falsificação, eis
que o público de uma região não é o mesmo de outra, como ressalta Teodolindo Castiglione
(Código Penal Brasileiro, Comentários, 1956, 10.1.89)”
• Atestando o laudo pericial ‘reprodução gráfica a cores de péssima qualidade’, o que significa
falsidade de fácil descoberta se empregados o discernimento e atenção do homem médio, efeti-
vamente não se mostrava a cédula apta a ofender a fé pública” (TRF 3.ª Reg. – Rec.
97.03.036918-9 – Rel. Peixoto Jr. – j. 19.10.1999).
• Súmula 73 STJ
• Prova do dolo
• “Age com dolo aquele que tenta colocar em circulação a moeda falsa, utilizando-se da mesma
como pagamento de coisa de valor econômico irrisório, demonstrando que o objetivo é a obten-
ção de troco da moeda legal e não a aquisição da coisa propriamente dita” (TRF 3.ª R. – 1.ª T.
– AP 1999.03.99.103754-0 – Rel. Roberto Haddad – j. 19.02.2002).
• Consumação
• “O delito descrito no § 1.º do art. 289 do CP é de mera conduta, independendo para sua con-
sumação de dano material à vítima, bastando a potencialidade lesiva para consumar-se. O deli-
to em exame protege a fé pública, e não o patrimônio alheio
• “Considera-se consumado o delito de moeda falsa previsto no art. 289, § 1.º, do CP com a sim-
ples guarda pelo agente de notas de reais inautênticas, sendo desnecessária introduzi-las em
circulação, mormente quando o réu não explica o modo como foram adquiridas” (TRF 3.ª R. –
Ap. 97.03.072261-0 – Rel. Casem Mazloum – j. 17.02.98 – RT 753/724).
• Tentativa - admissibilidade
• “... Saliente-se a propósito, que é possível configurar-se nesse ilícito a tentativa, como leciona
Heleno Cláudio Fragoso, “já que a falsificação permite um desdobramento do processo executi-
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vo” (Lições de Direito Penal, 1959, 3/776). Mas esse é aspecto pertinente a questão de fato,
que só no curso da instrução criminal poderá ficar esclarecido” (TFR – HC – Rel. Décio Miranda
– RTFR 32/328).
• Tentativa - inadmissibilidade
• “No crime de fabrico de moeda falsa não se pune a idéia, nem a exteriorização inacabada. De-
lito formal que é, não se harmoniza, em regra, com a tentativa” (TFR – AC – Rel. Henrique
D’Ávila – RF 138/240
• No delito de falsificação existe uma infração única, qualquer que seja o número de cédulas fal-
sificadas” (TFR – Rev. – Rel. Godoy Ilha – RF 216/293 e 214/265).
• Alterar moeda-papel, com aposição de fragmentos de uma cédula sobre outra, para aparentar
maior valor, é delito punido pelo art. 289 e não pelo art. 290 do CP” (STF – RE – Rel. Victor
Nunes Leal – RTJ 33/506).
• A diferença entre o crime definido no art. 290 e o art. 289 é que, naquele, se cogita de moeda
recolhida ou já inutilizada, e, neste, de fabricação ou adulteração de moeda circulante. Ao falsi-
ficador se equipara, para os efeitos da penalidade, todo aquele que por conta própria ou alheia,
importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação mo-
eda falsa, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 2.º e 3.º do mesmo artigo, que não são de
aplicar-se no caso julgando” (TFR – AC – Rel. Sampaio Costa – RJTFR 1/11).
• Aquele que adquire bens utilizando como meio de pagamento dinheiro falso deve responder
somente pelo crime de moeda falsa, previsto no art. 289, § 1.º, do CP, ficando o estelionato
absorvido naquele pela aplicação do princípio da consunção, uma vez ser incompatível o reco-
nhecimento do concurso formal entre essas duas figuras delitivas” (TRF 4.ª Reg. – Ap.
96.04.65531-0 – Rel. Fábio Bittencourt da Rosa – j. 04.11.1997 – RT 751/702).
• Fazer circular moeda falsa, introduzindo-a no mercado e utilizando-a para aquisição de veículo,
induzindo terceiro de boa-fé em erro, configura o concurso formal dos delitos de introdução de
moeda falsa e estelionato” (TRF 3.ª R. – AC 95.03.062979-9 – Rel. Célio Benevides – RT
728/671).
• O ilustre julgador singular afastou o concurso material apontado na denúncia (guarda de moeda
falsa e introdução de moeda falsa em circulação). Para assim fazê-lo, considerou que o crime
previsto no § 1.º do art. 289 do CP se constitui de ação múltipla, penalizando-se, apenas, uma
das condutas. Considerou, então, a conduta de introdução de moeda falsa em circulação, que
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era o objetivo dos réus ao empreenderem a viagem. Esse posicionamento não merece qualquer
censura, pois não há concurso material entre as condutas tipificadas em um mesmo dispositivo
legal. A intenção do legislador é a de dar maior garantia ao bem jurídico penalmente tutelado.
O agente somente será punido por uma das modalidades do crime de ação múltipla. Nesse sen-
tido o entendimento de Julio Fabbrini Mirabete e Paulo José da Costa Júnior, citados pelo ilustre
julgador” (TRF 4.ª R. – Ap. 96.04.66401-8 – Rel. Jardim de Camargo – j. 26.06.97 – JSTJ e TRF
103/550).
• Guarda
• “Comete o crime de guarda de moeda falsa o agente que tem a posse da moeda falsa, ou a tem
à sua disposição, desde que tenha consciência da sua falsidade (TRF 5.ª R. – 1.ª T. – AP
2003.05.00.023488-9 – Rel. Ubaldo Ataíde Cavalcante – j. 30.06.2005 – RT 845/707)
• Condutas equiparadas
• trazer consigo
• Trazendo a acusada consigo duas cédulas comprovadamente falsas e não produzindo qualquer
prova de que pretendia consultar um entendido para confirmar se eram ou não autênticas, re-
conhece-se como configurado o crime do art. 289, § 1.º, do CP” (TRF 4.ª R. – 7.ª T. – AP
2002.04.01.00449-9 – Rel. Vladimir Freitas – j. 21.04.2002 –
• “Comprovado nos autos que o réu, tendo recebido moeda falsa de boa-fé, ao perceber a inau-
tenticidade, agiu livre e conscientemente com o fim de reintroduzi-la em circulação para evitar
prejuízo, sendo de rigor a manutenção do decreto condenatório. Consumação do tipo previsto
no art. 289, § 2.º, do CP com a recolocação da cédula falsa em circulação, mediante a entrega
da nota inautêntica a terceira pessoa” (TRF 3.ª R. – 1.ª T. – AP 2001.60.000696-0 – Rel. Luiz
Stefanini – j. 30.11.2004 – DJU 24.01.2005, Sec. 2).
• Destinação especial
• Consumação e tentativa
• Moeda falsa – Posse do material adequado à falsificação – “O crime de moeda falsa se integra
pela simples posse de material destinado à falsificação” (TFR – Rel. Macedo Ludolf – RF 1
18/542).
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• Conto da guitarra
• Competência
• Competência. Petrechos para falsificação de moeda. Art. 291 do CP – “Se os petrechos ou ins-
trumentos apreendidos não se prestam apenas para a contrafação de moeda, já que podem ser
utilizados para a prática de outras fraudes, como por exemplo, o ‘conto do paco’, a competência
da ação penal é da Justiça Estadual” (STJ – 3.ª T. – CC 76.820-0 – Rel. Anselmo Santiago –
DJU 05.12.94).
• Súmulas
• Súmula 62: compete a justiça estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira
de trabalho e previdência social, atribuído a empresa privada. (Ex: empresa anota tempo de
trabalho superior ao real para passar impressão de experiência suficiente, sem buscar qualquer
benefício previdenciário – STJ CC 46029).
• Súmulas
• Súmula 107: compete a justiça comum estadual processar e julgar crime de estelionato prati-
cado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando
não ocorrente lesão a autarquia federal. (exemplo é a apropriação de valores por administrado-
ra que recebia valores de condomínio para pagar contribuições previdenciárias, falsificando gui-
as de recolhimento para prestar contas (CC 62405)
• Súmulas
• Súmula 104: compete a justiça estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e
uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
• (majoritário)
II. O médico de hospital credenciado pelo SUS que presta atendimento a segurado, por ser
considerado funcionário público para efeitos penais, pode ser sujeito ativo do delito de
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concussão. III. A simples leitura do conceito de funcionário público adotado antes mesmo da
complementação realizada pela Lei n.º 9.983/00, revela que todos aqueles que, embora
transitoriamente e sem remuneração, venham a exercer cargo, emprego ou função pública,
estão incluídos no conceito de funcionário público para fins penais. Precedentes. IV. Recurso
desprovido. (STJ - REsp 762.249 - RS - 5ª T. - Rel. Min. Gilson Dipp - DJU 06.03.2006, p. 436)
• Médico do SUS não é funcionário
• (minoritário)
1. As entidades de fiscalização das profissões têm sido consideradas como autarquias federais
profissionais, estando os seus dirigentes, para fins penais, incluídos no conceito de funcionário
público, conforme preceitua o art. 327, parágrafo único do Código Penal. 2. Denegação da
ordem de habeas corpus. (TRF1ª R. - HC 1998.01.00.084233-6 - BA - 3ª T. - Rel. Juiz Olindo
Menezes - DJU 26.03.1999, p.93)
• Necessário que se valha do cargo
• “Constitui circunstância elementar do tipo penal descrito no art. 312 do CP que o agente se va-
lha da facilidade que sua qualidade de funcionário lhe proporciona. Comprovado que o acusado,
na condição de atendente dos correios, apropriou-se indevidamente de valor referente a reem-
bolso postal, impõe-se a sua condenação.” (TRF 5.ª R. – 4.ª T. – Ap. 2001.83.00.013603-0 –
Rel. Des. Alberto Gurgel de Faria – j. 04.11.2003 – DJU 09.12.2003 e RT 822/738).
“A doutrina tem por assente que o dinheiro público é sagrado. Por uma fictio juris, considera-se
infungível. O funcionário que o recebe não passa de longa manus da Administração, jamais
podendo considerar-se como mutuante ou depositário irregular” (TJSP – AC – Rel. Humberto da
Nova – RJTJSP 18/399-400).
• Bem Jurídico
Consoante pacífica jurisprudência deste Regional, tendo em vista que o objeto jurídico do delito de
peculato é a probidade administrativa, visando a tutela da Administração Pública, tanto do
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ponto de vista patrimonial quanto moral, não se aplica o Princípio da Insignificância nessa
espécie de crime, uma vez que a caracterização da tipicidade independe do montante
apropriado. 3 - Estagiário que desempenha funções em entidade parestatal, para fins penais, é
equiparado à funcionário público, nos termos do art. 327, § 1º, do Código Penal. (TRF4ª R. -
ACrim. 2001.71.00.002428-1 - RS - 8ª T. - Rel. Des. Federal Luiz Fernando Wowk Penteado -
DJU 16.06.2004)
• Impossível falar de adequação da conduta
Configura-se o crime de peculato capitulado no art. 312, caput, do CP, quando o agente se
apropria de numerário pertencente a órgão estatal, no exercício de função pública, não se
podendo falar que a sua conduta é atípica, sob a alegação de que o seu proceder constituía
praxe admitida dentro da repartição pública, uma vez que referida praxe não contém o atributo
da legalidade, mas, pelo contrário, amolda-se perfeitamente ao tipo penal encartado no art.
312, caput, do CP.
• Necessária prova do dolo
Não se configura o delito de peculato-desvio quando o agente público destina verba pública para
outro elemento que o determinado por lei. 2. Verba para o FUNDEF que foi emprestada ao
Estado para resolver déficit de caixa. 3. Ausência de configuração do tipo previsto na parte final
do art. 312 do CP. 4. Denúncia rejeitada. (STJ - APen 391 - MS (200401661228) - C.Esp. - Rel.
Min. José Delgado - DJU 25.09.2006)
• Não há peculato-desvio se segue para a administração
• Peculato. Art. 312 do CP. Verba pública – “Longe fica de configurar crime de peculato o empre-
go de verba pública em obra diversa da programada, fazendo-se ausente quer a apropriação,
quer o desvio em proveito próprio ou alheio” (STF – TP – APO 375-2 – Rel. Marco Aurélio – j.
27.10.2004).
• Ex. Peculato-desvio
Peculato de uso insustentável. V.v. - Crime contra a Administração Pública. Peculato - Definição
legal do tipo fundamental. Caso de peculato-desvio. Motocicleta apreendida em processo-crime.
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[...] PECULATO DE USO - CRIME DE RESPONSABILIDADE - ART. 1º, INCISO II, DO DECRETO -LEI
N. 201/67 - UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS EM PROVEITO PRÓPRIO - PREFEITO
MUNICIPAL QUE EM CONCURSO COM OS SECRETÁRIOS DO MEIO RURAL E DO PLANEJAMENTO
UTILIZA-SE DE MAQUINÁRIO E SERVIDORES DA PREFEITURA NA CONSERVAÇÃO DE
ESTRADAS DA PROPRIEDADE PARTICULAR DE SEU PAI, SEM AUTORIZAÇÃO LEGAL PARA
TANTO - AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS - DENÚNCIA PROCEDENTE -
CONDENAÇÃO PENA APLICADA NO MÍNIMO LEGAL - ADVENTO DO PRAZO PRESCRICIONAL
ENTRE A DATA DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA E O PRESENTE MOMENTO - EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE QUE SE IMPÕE (TJSC - ProcCr 2004.012406-6 - 2ª C. Crim. - Rel. Des. Torres
Marques - DJSC 09.08.2005)
• Prova do dolo é necessária
Tendo as missões existido e ambos os réus delas participado, sua conduta de não pernoitar,
algumas vezes, no local da missão não se amolda à descrição de peculato, na modalidade furto,
ante a inexistência do dolo da subtração. Portanto, a absolvição é medida que se impõe. III -
Recurso do Ministério Público desprovido. (TRF1ª R. - ACrim 200039010005193 - PA - 3ª T. -
Rel. Des. Fed. Cândido Ribeiro - DJU 14.01.2005, p. 31)
• Peculato-furto - ex
Comete o crime do art. 312, § 1º, do CP, na modalidade peculato-furto, o agente que, embora não
tendo a posse do dinheiro, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio,
benefício previdenciário de segurado falecido, utilizando-se da facilidade que o cargo ocupado à
época dos fatos lhe oferecia. 5. Escorreita a dosimetria da pena. (TRF1ª R. - ACrim
199701000203300 - MG - 4ª T. - Rel. Des. Fed. Hilton Queiroz - DJU 26.10.2004, p. 23)
PECULATO. CONCURSO DE PESSOAS. CP, ART. 312, § 1º C/C ART. 29. A prática, por parte de
gerente da CEF, mediante ação própria, de manobras fraudulentas com a finalidade de subtrair
valores desviados configura, de forma cristalina, crime de peculato-furto, que nada mais é do
que o furto cometido pelo funcionário público, valendo-se de sua qualidade (o núcleo do tipo é
"subtrair") o delito, no caso, consumou-se no momento em que o objeto material foi retirado
da posse e da disponibilidade do ofendido que, a partir daí, não mais pode exercer as
faculdades inerentes à sua propriedade. Apelação improvida. Sentença confirmada. (TRF2ª R. -
ACr 97.02.42161-6 - ES - 4ª T. - Rel. Des. Fed. Frederico Gueiros - DJU 25.02.1999)
• Diferença entre peculato furto e apropriação
Agiu com acerto o MM. Juízo a quo ao abraçar os argumentos apresentados pelo Procurador da
República, em alegações finais, imputando ao ora apelante o tipo de peculato furto, espécie do
gênero crime funcional impróprio, na forma tentada e não peculato tipo fundamental, vez que o
sujeito ativo não tinha posse ou detenção das agulhas em razão do cargo. Portanto, ao ser
supreendido quando tentava se ausentar do nosôcomio, o apelante tinha o dolo de subtrair a
coisa com a intenção de obter proveito. (TRF2ª R. - ACR 3181 - PROC 200202010059718 RJ -
5ª T. - Rel. Juiz Fed.Raldênio Bonifacio Costa - DJU 11.06.2003, pg. 183 e 184)
• Peculato culposo - ex
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Data: 14/12/2008
PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. PECULATO CULPOSO. ART. 312, PARÁG. 2o. DO CPB. NÃO
COMPROVAÇÃO DO DOLO. NEGLIGÊNCIA NA GUARDA DA SENHA. EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE PELO PAGAMENTO DE PARTE DO DANO SOFRIDO PELA CEF. ART. 312, PARÁG.
3o. DO CPB. O RESTANTE DO PREJUÍZO NÃO PAGO NÃO AUTORIZA A EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE. APELAÇÃO IMPROVIDA. 1.Apesar da existência de fortes indícios contra o
acusado, não há nos autos prova irrefutável que justifique a sua condenação, sobrepondose-
lhe o princípio in dubio pro reo. 2.A negligência na guarda de senha autoriza a condenação pelo
crime de peculato culposo, previsto art. 312, parág. 2o. do CPB, por facilitar a conduta
criminosa de terceiro. 3.O pagamento de parte do dano sofrido pela CEF extingue a punibilidade
somente dos fatos que deram causa à dívida paga; o restante da dívida, que não foi paga, não
autoriza a extinção da punibilidade (art. 312, parág. 3o. do CPB). 4.Apelação improvida. Vistos,
relatados e discutidos estes autos de ACR 4.068-PE, em que são partes as acima mencionadas.
(TRF5ª R. - ACR 4068 - PE - 200283000090459 - 2ª T. - Rel. Des. Fed. Napoleão Nunes Maia
Filho - DJU 13.12.2005)
• Peculato-estelionato
• “A funcionária pública que, induzindo a erro caixa de agência bancária, obtém vantagem eco-
nômica ilícita com desconto de cheque que havia subtraído da entidade em que era vinculada,
pratica o delito de estelionato qualificado previsto no art. 171, § 3.º, do CP e não de peculato-
estelionato previsto no art. 313, também do CP” (TRF 5.ª Reg. – 3.ª T. – AC 95.05.31954-1 –
Rel. Geraldo Apoliano – j. 27.08.1998 – RT 760/757).
“Se o recebimento do dinheiro apropriado não cabia ao agente, a tipificação é no art. 313 e não no
art. 312 do CP” (TFR – AC – RTFR 71/143).
• “Recebimento de valores, no exercício do cargo, ocorrido por erro de terceiro. Configurado o
delito pela apropriação do dinheiro destinado a vales postais, cujo recebimento, porém, não
cumpria ao acusado, o tipo a considerar é o do art. 313 do CP, e não o do art. 312 do mesmo
diploma. Desclassificação, consentânea com o disposto no art. 383 do CPP” (TFR – AC – Rel.
José Dantas – DJU 7.5.80, p. 3.166).
• Consumação
• O núcleo é apropriar, e não receber (Noronha) Momento em que pratica ato de proprietário,
como disposição ou negativa de restituição:
Inexistência de justa causa. Peculato mediante erro de outrem. Professora que recebeu mais do
que o devido. Reposição da diferença aos cofres públicos tão logo apurado o fato no inquérito
administrativo. Constrangimento ilegal caracterizado. o momento consumativo do delito se
verifica quando, chamado a dar conta do alcance, cai em mora e não o entrega” (TJSP – HC –
Rel. Ítalo Galli – RT 521/355).
• Corrupção passiva. Caracterização. Advogado conveniado com o Poder Público. Equiparação a
funcionário público para efeitos penais. Ordem denegada (TJSP – 5.ª C. Crim. – HC 278.097-3
– Rel. Dante Busana – j. 13.05.99 – JTJ-LEX 220/344).
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• “A corrupção passiva somente se perfaz quando fica demonstrado, mesmo através de indícios,
que o funcionário procurou alienar ato de ofício” (TFR – AC – Rel. Jesus Costa Lima – DJU
16.12.82, p. 13.063).
• • “A simples solicitação de quantia em dinheiro feita por fiscais da Fazenda, para regularizar
escrita de contribuinte, configura o crime de corrupção passiva (art. 317, CP)” (TFR – AC – Rel.
William Patterson – EJTFR 76/
• “Se a recompensa não foi exigida mas solicitada pelo funcionário para deixar de cumprir ato de
ofício, o delito cometido é o de corrupção passiva e não o de concussão” (TJSP – AC – Rel. Pau-
la Bueno – RT 388/200).
• “Em se tratando de hipótese de crime bilateral (os corruptores passivos teriam recebido indevi-
da vantagem, dada pelos corruptores ativos), não é possível a condenação dos corruptores
passivos, quando os ativos foram absolvidos por decisão com trânsito em julgado” (STF – Rec.
– Rel. Barros Monteiro – DJU 26.11.71, p. 6.690).
• Competência
• “A concussão ou a corrupção passiva praticadas por funcionário estadual são graves violações
do dever fundamental de probidade, cujo sujeito passivo primário é a entidade estatal à qual a
relação funcional vincula o agente, no caso, o Estado-membro; não o converte em delito contra
a administração pública da União a circunstância de ser o sujeito passivo secundário da ação
delituosa um condenado pela Justiça Federal, que, por força de delegação legal, cumpre pena
em estabelecimento penitenciário estadual” (STF – 1.ª T. – RE 211.941-5 – Rel. Sepúlveda Per-
tence – j. 09.06.98 – RT 758/486).
• De acordo com o § 1.º do art. 317 do CP, se o corrupto pratica o ato com infração do dever
funcional, constitua ou não esse ato, por si só, um outro delito ou não, terá sua pena agravada
de um terço, operando o fato como qualificador do crime de corrupção passiva que, repita-se,
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se exaure com o simples fato de o funcionário público solicitar, receber ou aceitar vantagem in-
devida” (TJSP – EI – Rel. Cavalcanti Silva – RJTJSP 12/398).
• “Não comete crime contra a administração pública, previsto no art. 321, parágrafo único, do
CP, pela atipicidade da conduta, os vereadores que, por força de seus mandatos, agem em no-
me próprio com o intuito de resolver problemas sociais, oriundos da desapropriação de imóvel
pelo Poder Público” (TJSP – HC – Rel. Marcial Hollanda – RT 740/605).
• “Para que se configure o crime do art. 321 do CP, não basta que o agente ostente a condição
de funcionário público, mas é necessário e indispensável que ele pratique a ação aproveitando-
se das facilidades que a sua condição de funcionário lhe proporciona” (TACRIM-SP – Rev. – Rel.
Cunha Camargo – RT 400/316).
• “Para que se verifique o crime de prevaricação, é necessário que o funcionário seja responsável
pela função relacionada ao fato ou pelo fato relacionado à função” (TAPR – AC – Rel. João Cid
Portugal – RT 486/357).
• “Não pratica o delito de prevaricação o funcionário público que, ao deixar de praticar ato de ofí-
cio, não se encontra no exercício de suas atividades” (TACRIM-SP – AC – Rel. Rocha Lima – JU-
TACRIM 71/90).
• “Já tendo sido reconhecida a legalidade da determinação judicial, com a observação de que o
recolhimento em cela especial, uma vez impedida a convivência com outros presos, satisfaz
plenamente a finalidade da prisão especial, comete, em tese, o delito de prevaricação, o dele-
gado de polícia que deixa de cumpri-la, permitindo que o investigador a ela submetido tivesse
livre trânsito pelas dependências de delegacia, facilitando-lhe com isso a fuga, em satisfação de
sentimento pessoal” (TJSP – RHC – Rel. Goulart Sobrinho – RT 445/348).
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• “O sentimento pessoal do agente, por mais nobre e respeitável que seja, não elide a configura-
ção do delito previsto no art. 319 do CP, pois não afasta o dolo genérico exigível para o mesmo,
representado pela consciência da antijuridicidade da ação” (TACRIM-SP – AC – Rel. Abreu Sam-
paio – RT 369/207).
• “Omite ato de ofício, incidindo nas cominações do art. 319 do CP, o funcionário que, movido a
princípio por comodismo e depois pelo prazer do mandonismo e da prepotência, se recusa a a-
tender, durante o horário normal de expediente, os contribuintes que desejavam recolher, tem-
pestivamente, seus débitos fiscais” (TACRIM-SP – AC – Rel. Lauro Malheiros – RT 397/286).
• Preguiça não
• Prevaricação. Delito não caracterizado. Oficial do Registro Civil que, por preguiça, realiza vários
casamentos sem o prévio processo de habilitação. Mera negligência. Procedimento, portanto,
apenas culposo. Infração punível, entretanto, somente a título de dolo. Absolvição mantida. In-
teligência do art. 319 do CP – “Não se pode reconhecer o crime de prevaricação na conduta de
quem omite os próprios deveres por preguiça e sem que este seja ou pareça ser a finalidade úl-
tima do agente” (TACRIM-SP – AC – Rel. Azevedo Júnior – RT 422/302).
• Preguiça sim
• • “Considera-se configurado o delito de prevaricação, capitulado no art. 319 do CP, pelo fato
de ter o agente, no exercício da função de oficial de Justiça, emitido certidões de citação e inti-
mação não condizentes com a verdade, por comodismo, para satisfazer interesse ou sentimen-
to pessoal, deixando, pois, de praticar diligências ordenadas pelo juízo” (TJMG – 2.ª C. – Ap.
223.598-4/00 – Rel. Reynaldo Ximenes Carneiro – j. 21.06.2001 – DOE 06.02.2002).
• “Ninguém tem a obrigação, mesmo o policial, de comunicar à autoridade competente fato típico
a que tenha dado causa, porque nosso ordenamento jurídico garante ao imputado o silêncio e
até mesmo a negativa da autoria” (TACRIM-SP – AC – Rel. Renato Talli – RT 526/395).
• Questões Processuais
• “No crime de prevaricação, inepta a denúncia que não especifica o sentimento pessoal que a-
nima a atitude do autor” (STF – RHC – Rel. Décio Miranda – RTJ 111/288).
• Prevaricação imprópria
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar
ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
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• “Se o acusado supunha ser injusta a agressão que o irmão sofria por parte de terceiro e o auxi-
liou, ignorando que este era policial e executava prisão legal, resistida por aquele, não pode ser
considerado partícipe do delito de resistência, em face da legítima defesa putativa” (TJSP – AC
– Rel. Cunha Bueno – RT 536/309).
• Ato ilegal
• “Quem procura desvencilhar-se de uma prisão injusta não resiste, porque o elemento caracteri-
zador do crime de resistência é a legalidade do ato contra o qual se opõe o acusado” (TACRIM-
SP – Rec. – Rel. Hoeppner Dutra – RT 439/376).
• Funcionário incompetente
• “A guarda civil municipal, nos termos do art. 144, § 8.º, da CF, tem competência para a pro-
teção dos bens, serviços e instalações do Município, ficando a segurança pública a cargo das
polícias elencadas nos vários incisos do citado artigo, razão pela qual não comete o crime de
resistência o agente que, após receber voz de prisão de guarda municipal, sem a concorrência
de um funcionário competente para tanto, atira contra servidor municipal a fim de evitar sua
detenção” (TJSP – 1.ª C. – RSE 263.033-3/0 – Rel. Cerqueira Leite – j. 31.05.2000 – RT
783/608).
• Funcionário competente
• “O guarda municipal detém a autoridade para efetuar prisões, consistindo a oposição, exercida
mediante violência ou grave ameaça, à sua atuação legítima, o crime de resistência” (TACRIM-
SP – AC – Rel. Ricardo Andreucci – JUTACRIM 82/427). Idem: RT 611/381.
• Resistência passiva
• A ação passiva de não obedecer, de não atender, não se identifica com a violência ou ameaça
indispensável à configuração do crime de resistência” (TACRIM-SP – AC – Rel. Adalberto Spag-
nuolo – RT 562/357). No mesmo sentido: RT 516/366, 522/441, 532/329, 548/323, 523/461 e
525/442.
• Ausência de violência
• “O elemento ‘violência’ exigido pelo crime de resistência se refere tão-somente à vis compulsi-
va, ou seja, à força empregada contra a pessoa. Assim, inexiste o delito quando alguém, notifi-
cado por oficial de justiça, a sua frente, amassa a contra-fé oferecida” (TACRIM-SP – AC – Rel.
Prestes Barra – JUTACRIM-SP 20/59).
• “As lesões corporais leves, provocadas nos policiais que executavam o ato legal, são absorvidas
pelo delito de resistência, porque representam crime-meio para a consecução do objetivo espe-
cífico” (TJMG – AC – Rel. Alves de Andrade – j. 21.08.97 – RT 750/691).
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• Lesão corporal de natureza leve. Delito não caracterizado. Acusado que, resistindo à sua pri-
são, agride o policial que a efetuava. Infração, todavia, absorvida pela do art. 329 do CP. Inte-
ligência do art. 129 do mesmo diploma – “A agressão a autoridade policial, visando a livrar-se
da prisão, caracteriza o crime de resistência, que a absorve, não podendo, assim, influir na
condenação” (TAMG – AC – Rel. Lamartine Campos – RT 463/416).
• “Pune-se a lesão corporal decorrente da resistência em concurso material, frente ao que dispõe
o § 2.º do art. 329 do CP” (TAMG – AC – Rel. Gudesteu Biber – RT 601/381).
• – crime único
• “O fato de ter sido a resistência oposta pelo réu a dois militares, que efetuaram sua prisão, não
configura o concurso formal, porque o sujeito passivo do delito em questão é a Administração
Pública como um todo, ou seja, o Estado” (TJSP – AC – Rel. Onei Raphael – RT 577/342).
• “Dispondo a lei penal que a embriaguez voluntária ou culposa do agente não exclui a responsa-
bilidade penal, não se pode, com base nela, absolver o acusado do delito de resistência. Mesmo
porque nem dolo específico exige o crime, contentando-se com o genérico” (TACRIM-SP – AC –
Rel. Machado Araújo – JUTACRIM 46/270-271).
• Embriaguez - afasta
“A intoxicação alcoólica obsta que o agente tenha condições de aferir a legalidade ou não da
ordem contra ele emanada e, portanto, de opor-se à sua execução” (TACRIM-SP – AC – Rel.
Silva Franco – JUTACRIM 75/411).
• Embriaguez afasta se afasta autodeterminação
• “Não impede a caracterização dos delitos de desacato e de resistência o fato de o agente haver
bebido ou se achar embriagado; a embriaguez só elide a presença do dolo específico quando in-
firme a consciência das atitudes” (2.º TARJ – AC – Rel. Rebello de Mendonça – ADV 3.199).
• Concurso de crimes
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• Falta de dolo
• Se funcionário há prevaricação
• “Quando funcionário público, no exercício de suas funções, descumpre ordem legal, comete
crime de prevaricação, e não de desobediência” (TACRIM-SP. – 13.ª C. – HC 265.036/8 – j.
22.11.94 – Rel. Teixeira de Freitas – RJD 24/423).
• “Expedida ordem judicial concessiva de mandado de segurança, o seu destinatário, que é ne-
cessariamente uma autoridade, tem a obrigação de cumpri-la, mormente se imprescindível sua
atuação, sob pena de cometer o crime de desobediência, previsto no art. 330 do CP, se não
restar provado que agiu para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, quando, em tese, pra-
tica a conduta típica do crime de prevaricação, art. 319 do mesmo diploma.” (STJ – 5.ª T. – HC
12.008 – Rel. Félix Fischer – j. 06.03.2001 – RT 791/562).
• “O funcionário público que deixa de cumprir ou posterga o cumprimento de ordem judicial pra-
tica o crime de desobediência, previsto no art. 330 do CP, pois se despe da qualidade de servi-
dor público, desafiando o princípio da efetividade das decisões judiciais, em frontal ofensa ao
bem jurídico penalmente tutelado, traduzido no princípio da autoridade” (TRF 2.ª R. – 6.ª T. –
HC 2001.01.01.010918-3 – Rel. Poul Erik Dyrlund – j. 09.05.2001 – RT 796/721).
• Ordem legal
• “Um dos requisitos para a configuração do crime de desobediência é a legalidade da ordem. As-
sim, se o juiz que a expediu não tinha competência para fazê-lo, não se tipifica, sequer em te-
se, o delito em apreço” (STF – RHC – Rel. Francisco Rezek – RT 591/422).
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• “O tipo legal pressupõe a obrigação de cumprimento da ordem expedida, isto é, que o destina-
tário esteja juridicamente obrigado a obedecer a ela; se não o estiver, a desobediência não se
configura” (STJ – 6.ª T. – HC 16.045-0 – Rel. Nilson Naves – j. 16.08.2004 – RSTJ 182/89).
• Desobediência – “A imputação de desobediência não pode dar lugar a abusos, nem servir para
constrangimento ilegal por parte da autoridade. Assim, não haverá tipicidade quando não hou-
ver ordem dirigida concretamente, com cominação expressa” (TACRIM-SP – AC 293.401 – Rel.
Andrade Cavalcanti).
• “O art. 330 do CP não inclui expressamente no seu conteúdo a transgressão a editais ou porta-
rias, mas não impede que se reconheça em tais casos o crime, desde que se prove a inequívoca
ciência da norma pelo agente, que obra com dolo genérico, isto é, livre vontade de desobedecer
à ordem legal, sabendo-a expedida ou executada por funcionário competente” (TACRIM-SP –
AC – Rel. Edmond Acar – RT 427/424). No mesmo sentido: JUTACRIM-SP 31/354-355.
• A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que não há crime de desobediência quan-
do a inexecução da ordem emanada de servidor público estiver sujeita à punição administrati-
va, sem ressalva de sanção penal. Hipótese em que o paciente, abordado por agente de trânsi-
to, se recusou a exibir documentos pessoais e do veículo, conduta prevista no Código de Trân-
sito Brasileiro como infração gravíssima, punível com multa e apreensão do veículo (CTB, art.
238). Ordem concedida” (STF – 2.ª T. – HC 88.452 – Rel. Eros Grau – DJU 19.05.2006 e Rev.
Jur. 344/173).
• “A negativa do réu ao exame para a pesquisa e dosagem de álcool de seu sangue gera presun-
ção em seu desfavor, mas não tipifica a infração prevista no art. 330 do estatuto repressivo”
(TARS – AC – Rel. Sebastião Adroaldo Pereira – RT 435/413).
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