A L.R.F (Lei de Responsabilidade Fiscal) é a Lei Complementar nº 101, de
04/05/2000 e diz respeito ao cuidado na arrecadação das receitas e na realização das despesas públicas, e imputa ao administrador a conduta transparente e planejada. A L.R.F traz uma mudança institucional e cultural na gestão do dinheiro da sociedade, através da não aceitação do convívio com administradores que não se responsabilizando pelas suas administrações de hoje, prejudicam as futuras com mais impostos, menos investimentos ou mais inflação. A mesma também coíbe a postura danosa de gestores que gerenciam cofres públicos gastando mais do que arrecadam, deixando dívidas para seus sucessores e assumindo compromissos que sabem, de aviso prévio, que não poderão cumprir. Para organizar a administração pública é que a Lei de Responsabilidade Fiscal impõem as leis de PPA (Plano Plurianual), LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias e a LOA (Lei Orçamentária Anual), fazendo com que o Administrador Público se comprometa a planejar o orçamento público De acordo com FIGUEIRÊDO (2000) as leis citadas acima precisam ser aprovadas pela câmara de vereadores, caso seja necessário que haja mudanças no planejamento por necessidades imediatas, estas só poderão ser resolvidas no próximo ano, tendo como única exceção em casos de catástrofes sendo decretada situação de Calamidade Pública. Segundo MOTA (2000) um dos pilares da L.R.F é a transparência. A transparência buscada pela lei tem por objetivo permitir à sociedade conhecer e compreender as contas públicas. Logo, não basta a simples divulgação de dados. Essa transparência buscada pela lei não deve ser confundida com mera divulgação de informações. É preciso que essas informações sejam compreendidas pela sociedade e, portanto, devem ser dadas em linguagem clara, objetiva, sem maiores dificuldades. Qualquer cidadão ou instituição da sociedade pode consultar e ter acesso às contas do Chefe do Executivo. Durante todo o exercício essas contas deverão estar disponibilizadas. A própria lei estabelece alguns instrumentos importantes para incrementar o controle social, já que conhecendo a situação das contas públicas, o cidadão terá muito mais condições de cobrar, exigir, fiscalizar. As ações estão tendo uma maior fiscalização, por exemplo, as prefeituras já não podem ficar arcando com despesas como gastar com reformas de carros, ceder funcionários, não cobrar IPTU e alvarás, fazer convênios, contratar funcionários sem concurso, fazer estradas particulares, pagar aluguel para outros órgãos entre outras ações que não estejam previamente planejadas e aprovadas pelas leis : PPA, LDO e LOA. Ações que não estejam definidas dentro da lei se tornam transgressão e para cada tipo de transgressão existe uma punição penal que pode variar de cassação do mandato, multa e até prisão. Agora o prefeito já não pode mais resolver os problemas sozinho, ele só tem autonomia para as questões que lhe cabem por lei. Na operacionalização o executivo e o legislativo atuam, mas precisam da ajuda da população. O planejamento é de uma importância enorme, trazendo mudanças no modo primitivo com o qual a administração pública brasileira atuava há um tempo atrás, onde as prefeituras faziam dívidas e mais dívidas por que não controlavam as contas. Com a L.R.F. as prefeituras só podem gastar aquilo que arrecadam e aquilo que foi estudado e planejado. Além disso, as prefeituras precisam prestar contas do ativo e do passivo, através da internet, divulgar também nas câmaras de vereadores, Ministério Público, para o Tribunal de contas e para a população. Para receber repasses do Governo Estadual e Federal é necessário cumprir certos índices de investimentos para a área da saúde e educação. Caso as metas não sejam atingidas o prefeito e o secretário acabam por pagar multas (CFC 2000). Existe uma nova dimensão na visão que se tem do papel do cidadão, agora ele é parceiro, podendo atuar junto com o governo para acompanhar para onde esta sendo empenhado o seu dinheiro, tornando a sociedade mais atuante e consciente, para que exista este acompanhamento o governo precisa mais do que nunca prestar contas de todos os destinos dos recursos, desta forma o governo conseguirá agir de forma transparente, lembrando que para prestar contas o governo precisa mostrar que os recursos foram muito bem utilizados para que isso aconteça exige-se um planejamento orçamentário. Através do planejamento é que o poder público poderá manter um equilíbrio nas contas. Conclui-se que essa lei trouxe muitas mudanças na forma de administrar as ações públicas, já que busca integrar o Poder Público e a população, além de ser um esforço para melhorar os serviços prestados através da qualificação do servidor, sendo também um instrumento e organização de equilíbio das finanças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FIGUEIRÊDO, Carlos Maurício Cabral. Comentários à Lei de Responsabilidade
Fiscal. Recife: Nossa Livraria, 2000.
MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Responsabilidade Fiscal. Belo Horizonte: Del Rey, 2000.
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE (CFC). Lei de Responsabilidade
Fiscal LRFácil – Guia Contábil da lei de Responsabilidade Fiscal. Brasília: CFC, 2000.
Avaliacao Imobiliaria Admissibilidade de Elaboracao Por Corretores de Imoveis para Utilizacao em Procedimentos em Ambito Privado e para Fins de Pericia Extrajudicial e Judicial PDF