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Generation Dead 02 - Kiss of Life

Capítulo 11

— Você sabe por que está aqui? — Perguntou a mulher,


sorridente. Pete piscou duas vezes como um sapo e esperou para
recuperar o fôlego.

Ângela Hunter era uma das mulheres mais belas que havia visto
em sua vida, uma deslumbrante loira com um vestido azul marinho
cujo estilo conservador não fazia mais que enfatizar seu atrativo. O
sorriso o levou a Califórnia, as praias e as amigas de suas irmãs,
longe de Connecticut, a terra dos grandes casacos, o solo frio e os
mortos.

— Senhor Martinsburg? Pete?

— Sinto muito. — Respondeu. Não podia acreditar que fosse a


mesma mulher que passava o dia com os cadavéricos naquela classe
cheia de cuspe. Que desperdício de carne quente. — Qual era a
pergunta?

— Você sabe por que está aqui? — Ela repetiu, sorrindo com
paciência.

Pete esteve prestes a rir. Por que estamos todos aqui? Por que
estão aqui os hambúrgueres de vermes em vez de continuar
apodrecendo tranquilamente sob a terra, afastados de nossa vista?

— Sim. — Preferiu responder. — Condenaram-me a terapia e a


serviços para a comunidade por minha participação em um delito de
negligencia.

Ela deu umas batidinhas com uma caneta no caderno quadrado


rachado que tinha sobre o colo, e ele usou o movimento como
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desculpa para olhar-lhe as pernas. A saia azul chegava-lhe abaixo o


joelho, mas o que via delas era impressionante.

— Por delito de negligencia, você se refere a um acidente?

— Sim. — Respondeu ele, olhando-a de novo nos olhos. — Um


trágico acidente. Não era o que eu pretendia, de verdade.

— E o que você pretendia?

Pete começou a responder, mas a resposta lhe sufocou. A


beleza daquela mulher o deixava tonto, obrigou-se a escolher suas
palavras com cuidado.

— Não sei o que pretendia. Apenas sei que não era isto.

— Você sabe que eu não estou aqui para provar ou desmentir o


ato pelo que o Estado te condenou. — Retrucou, concordando. — Não
é meu objetivo.

— Qual é o seu objetivo? — Ele perguntou, as palmas de sua


mão suavam.

— Apenas falar com você. — Ela respondeu. Por seu tom, Pete
acreditou que ia acrescentar algo mais, mas não o fez.

— Só para falar comigo. Isso é a terapia?

— Pode ser. Acredita que precise de terapia?

— Não.

— Porque você acha que o Estado pensa que sim?

— Não sei. — Ela esperou, sorrindo e ele suspirou. —


Certamente acreditam que continuo sendo um perigo para os Zumbis.

— Porque iam acreditar nisso? Não fez mal a nenhum Zumbi;

Durante um instante, pensou no Zumbi ruivo, o que Stavis e ele


tinham enfiado sob a terra. Sua expressão ao ver que se aproximava
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de sua segunda morte... Pete não estava muito certo do que


significava, mesmo que ele gostasse de pensar que era alívio.

Decidiu que o garoto o havia agradecido.

— Não. — Respondeu no final. — Mas sabem que eu não


tentava fazer mal a uma pessoa de verdade. Layman se colocou no
meio e a arma disparou. Eu não queria fazer-lhe mal.

— Uma pessoa de verdade.

— Isso.

— Então, os Zumbis não são pessoas de verdade?

Pete olhos para os sapatos, depois olhou as pernas e levantou


os olhos até chegar de novo nos olhos de Hunter, levando seu tempo,
para que ela percebesse.

— Eu não disse isso.

— Bem. — Ela retrucou, assentindo. — E você o que acha? Os


Zumbis são gente de verdade?

— Não. — Pete respondeu, sustentando seu olhar.

— Eles eram gente de verdade?

— Eu não sei. — Quem se importava se tinham sido gente de


verdade? Já não eram e isto estava claro.

— Você não sabe.

— Ninguém sabe certo? — Ele disse, mexendo as mãos


rapidamente para ver se ela se assustava, e voltando a tentá-lo ao
ver que ela não o fazia. — Quero dizer, é para isso que serve este
lugar, não? Para estudar aos mortos? Não sei se eles eram gente.
Pelo que sei, eles são outra coisa completamente diferente.

— Tem visto Adam depois de sua morte?


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— Sim. — Respondeu Pete, não pôde evitar afastar os olhos.

— É a mesma pessoa que era antes de morrer?

— Não sei.

— Não? Tinha ouvido que vocês eram amigos.

— E? — Queria soar hostil, mas ela não reagiu.

— Fale-me de quando eram amigos.

— E o que aconteceria se a mandasse ir à merda?

Ela não fez mais do que piscar, o que para Pete pareceu
realmente impressionante.

— Não tenho certeza. — Respondeu. — Presumo que, se você


não participa da terapia, decidida pelo tribunal, te declarariam em
desacato e mudariam sua condenação ou algo assim. Posso averiguá-
lo se você quiser.

— Por que eu tenho que falar de Adam?

— Porque você está aqui por ele. — Disse ela. — Parece um


bom lugar para começar.

— Foi um acidente. Antes éramos muito amigos. — Ela assentiu,


e Pete suspirou. — Estávamos juntos na equipe de futebol americano,
por isso nos conhecíamos. Era o maior garoto de minha idade que eu
havia visto em minha vida. Você sabe, ele esta em sua classe.

— Sim.

— Começamos a ficar os três, Stavis, ele e eu, para levantar


pesos e isso. Antes era um bobo, um bobalhão grandão, mas ficou
muito esperto desde então.

— Stavis era o garoto que estava com você quando Adam


morreu?
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Esteve a ponto de dizer-lhe uma bobagem, mas guardou seus


comentários. Embora a puta não tenha tentado muito entrar em sua
cabeça, sabia que teria que continuar o jogo um pouco para satisfazê-
la e passar pelo projeto.

— Sim, TC. Fomos como os três mosqueteiros durante um


tempo. Chamavam-nos de A Equipe da Dor porque, quando
jogávamos futebol, dominávamos o campo, sobretudo todo na
defesa. O treinador nos usava para nos colocar em ambos os lados da
bola, mas normalmente estávamos juntos na defesa.

— A Equipe da Dor. Quem os chamava assim?

— Todo mundo. Acho que eu que inventei. — Ela assentiu. —


Passávamos o tempo juntos, sobretudo no Instituto, mas nos
afastamos um pouco no inicio deste curso. Voltei depois de passar o
verão na casa do meu pai e já não nos dávamos bem ou algo assim.

— Por quê? Só porque vocês passaram o verão, separados?

— Não. Não ficávamos para sair nos fins de semana, nem


nada..., só nos dias de partida. Comentei algo sobre uma garota que
eu gostava e presumo que a coisa começou por aí.

— Você disse que passou o verão na casa do seu pai, certo?

— Sim, meus pais estão divorciados. Meu pai mora na


Califórnia, portanto fui para sua casa.

Levantou o olhar e viu em seus olhos que Ângela Hunter


acreditava ter se deparado com algo, com alguma pista para abrir-lhe
a cabeça de lado a lado. Por que narizes eu tinha dito tudo aquilo,
tagarelando como uma menininha? Tinha que ser mais rápido.

— A garota sobre a qual você fez o comentário..., Adam estava


interessado nela?
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— Sim, Holly Pelletier. — Ele respondeu, dando-lhe o nome de


uma puta com a qual Adam (e a metade da equipe de futebol) havia
saído de vez em quando, a mentira saiu-lhe com naturalidade. —
Bem, saíram juntos algumas vezes, mas como eu ia saber o que ele
sentia por ela? Também não disse nada de mal, apenas que eu
pensava em lhe pedir que fosse comigo ao baile de boas vindas. Para
ele foi à chaleira.

— Foi à chaleira?

— Jogou o capacete e tudo. Quando um tipo tão grande se irrita,


se prepare para o que vier. Disse-me que arrancaria minhas pernas
se me pegasse olhando estranho para ela. Eu lhe respondi que
relaxasse; que não tinha problema.

— Entendo.

— E isso foi tudo, a verdade. Não falamos muito depois disso.


Tentei, mas acho que ele estava com ciúmes, paranoico ou algo
assim.

— Isso foi antes que Tommy Williams se juntasse a equipe?

— Depois. Não, antes. Não tenho certeza.

— Como a chegada de Tommy na equipe influenciou em sua


amizade com Adam?

— De nenhuma forma, na verdade. De todos os modos, já não


éramos muito amigos.

— O que te pareceu que Tommy se unisse a equipe?

— Não posso mentir, eu não gostei. Não acredito que estivesse


bem e continuo sem acreditar.

— Por quê?
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— Então, você está dizendo que, apenas deram tempo de jogo


para Tommy porque ele tem um Diferente Fator Biótipo?

— Claro que sim. Não podia se mover, não podia correr. — Pete
respondeu. — Chegava em ultimo em todas as corridas. Não é por
falta de respeito, mas os garotos que não podem jogar não deveriam
vestir o uniforme. Não está certo.

— Ficaram muitos candidatos fora da equipe?

Pela forma que perguntava, Pete sabia que ela já conhecia a


resposta.

— Não, a verdade é que não.

— Saiu muito ao campo na única partida que ele jogou?

— É por princípios. — Ele insistiu. — Se você não pode jogar


você não deveria jogar.

— Portanto te irritou.

— Claro que me irritou, mas ele só jogou esta partida, então eu


o deixei correr.

— Porque você acha que te irritou tanto?

— Porque não estava certo.

— O que não estava certo?

Ele pensou em colocar as cartas sobre a mesa: Não estava


certo que os mortos fingissem estar vivos. Não estava certo que Julie
estivesse morta enquanto Tommy não estivesse mais. Não estava
certo que a Senhorita Pantynegros preferisse um hambúrguer de
verme a ele. Nada disse estava certo.

Sem dúvida, o que fez foi reiterar o que tinha afirmado antes:

— Como eu disse, não estava certo que o deixassem jogar


enquanto outros garotos que mereciam mais ficassem no banco. Os
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demais tiveram que trabalhar duro para conseguir esse tempo de


jogo.

— Como você.

— Sim, como eu. Eu trabalhei duro para ter certeza de que


jogaria aquela partida.

— Também trabalhou muito hoje. — Retrucou Ângela. — Acho


que foi um bom começo. Vamos ao escritório e eu chamarei ao
Senhor Davidson para que você possa começar os serviços
comunitários ao qual você foi sentenciado. Espere aqui um momento.

Pete a observou sair, perguntando-se como ia sobreviver a


outras vinte e três semanas daquilo. Ouviu a voz de Ângela pelo
interfone chamando ao Senhor Davidson. Por enquanto, examinou o
escritório: estantes com livros, duas poltronas, uma mesinha baixa
com uma jarra de água e dois copos; um quadro da Costa de Nova
Inglaterra na parede, um barco ao longe.

Ângela voltou com um homem alto que tinha uma cabeça calva
e com forma de cápsula. O homem olhou para Pete com tanta
expressividade e calor como os mortos vivos. Usava uma jaqueta azul
com o emblema da Fundação Hunter e um cinturão com um telefone
Nextel enganchado no quadril do lado esquerdo e uma pistola do lado
direito.

— Pete. — Disse Ângela. — Este é Duke Davidson, o diretor de


operações da Fundação. Será o responsável em supervisionar suas
horas de serviços comunitários.

Pete não sabia se devia se levantar para dar-lhe a mão, mas


Davidson entrecerrou os olhos e o manteve cravado no assento com
o olhar; dava a impressão que o homem se deliciava ante a
perspectiva de colocá-lo para trabalhar.
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O garoto pensou em fazer alguma piada sobre a pistola, mas


tendo em conta a razão pela qual estava ali, não lhe pareceu boa
ideia.

— Olá. — Disse, esperando dar a impressão de alguém que não


quer criar problemas.

— Duzentas horas. — Retrucou Davidson. — O relógio começa a


marcar já.

— Te verei na semana que vem Pete. — Disse Ângela enquanto


ele saia do escritório com Davidson.

— Obrigado. — Murmurou.

— O termo “Operações” tem um significado muito amplo na


Fundação Hunter. — Davidson explicou, dando grandes batidas
ruidosas com suas pesadas botas pelos reluzentes corredores de
telhas e paredes de concretos. — Refere-se à segurança refere-se à
manutenção da planta física; refere-se aos fornecimentos; refere-se
aos encanamentos, a jardinagem e a tudo o que faça falta para que o
funcionamento disto seja o mais fluido possível.

Parou diante de uma porta, tirou do bolso um chaveiro cheio de


cartões de acesso e chaves, e enfiou um dos cartões na ranhura ao
lado. A porta se abriu e Davidson a empurrou e acendeu a luz; dentro
havia um armário de suprimentos com varias prateleiras metálicas,
cheias de produtos de limpeza, lâmpadas e pacotes de toalhas de
papel.

— Também se refere ao trabalho de porteiro. — Continuou


dizendo o homem enquanto pegava um balde com um esfregão
amarelo com rodas e escorredor. — Especialmente em seu caso.

— Muita segurança para guardar uns utensílios de limpeza.


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Davidson recolheu alguns dos produtos. Pete, que estava atrás


dele no batente da porta, olhou a pesada arma que pendia do quadril
do homem, presa com um só cinto de couro.

— Se alguma vez quiser causar algum dano ao lugar, coloque


fogo no armário do zelador. — Respondeu Davidson sem se virar.

— Levarei isso em conta.

— Bom. — Disse o outro enquanto derramava liquido no balde.


— Use isto para esfregar os banheiros. Se tentar pegar minha pistola,
eu quebrarei seu pulso. Isso para começar.

— Não..., eu não ia fazê-lo...

— Apenas para que fique claro. — Respondeu Davidson


olhando-o.

Depois pegou um pulverizador da pia que havia no fundo do


armário e o usou para jogar água quente no balde, o que fez com que
surgisse dele um vapor com cheiro de limão.

— Coloque um pouquinho desta coisa, certo? Não tem precisão,


não somos científicos.

— Certo.

— Há câmeras por toda instalação. Você não verá a maioria


delas, e algumas que você ver, na verdade não funcionam. Eu vigio
os monitores, meu pessoal vigia os monitores. Alguns de seus colegas
do Instituto cobram para vigiar os monitores e ganham créditos por
fazê-lo. Te verão esfregar o chão para pagar sua divida com a
sociedade. Com certeza, alguns estarão desejando te caçar fazendo
algo que não tenho certeza que alguns ficarão felizes de poder te
acusar de alguma coisa que te mande para prisão, em vez de estar
aqui, cumprindo sua pena esfregando chão e limpando banheiros que
os vivos usam.
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Para Pete, ocorreu que Davidson passava muito tempo rodeado


de mortos: em suas palavras havia sarcasmo, mas, por sua inflexão,
ninguém o diria. Além do mais, havia outra coisa nas palavras
daquele homem, uma mensagem oculta sob seu olhar vazio e sua voz
monótona, algo que Pete devia decifrar.

— Terei cuidado. — assegurou-lhe.

— Cuidado. — Repetiu Davidson, lançando lhe um par de luvas


verdes de látex no peito. — Sim, tenha cuidado. Pegue esse esfregão
e leve o balde para o corredor. Vamos passar pela sala de monitores
para procurar uma jaqueta para você.

Pete obedeceu sem comentar nada. Davidson saiu atrás dele e


enfiou de novo o cartão na ranhura para trancá-la.

Os corredores da Fundação lembravam-lhe os corredores de


seu colégio primário: longos tuneis cinzas sem janelas, luzes
fluorescentes no teto que emitiam um brilho tênue. Um de cada dos
painéis estava apagado; quem sabe a Fundação tentava salvar a
conta elétrica, ou quem sabe os mortos não precisassem de tanta luz.
Os mortos.

Mal passaram diante de um escritório ao longo de seu passeio.


Pete olhou pela porta aberta e viu Ângela falando com sua antiga
colega, Rosita McMelones, a amiga gordinha e peituda de Phoebe
Pantynegros. Havia outra garota no escritório, mas Pete viu apenas
uma nuvem flamejante de seu cabelo vermelho, estava sentada
diante de uma tela de computador, na parede oposta a porta. O
cabelo de Rosita, um grosso ninho de rígidas pontas rosa, fazia com
que parecesse ter um enorme ouriço marinho na cabeça.

A garota levantou os olhos quando passaram, e Pete viu que


fazia cara de reconhecê-lo sob a grossa capa de maquiagem que lhe
rodeava os olhos, então lhe espichou um olho.
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“Ainda está em minha lista, linda”, pensou, lembrando a


expressão do rosto de Rosita quando lhe mostrou a lista de
estudantes da classe de estudos Zumbis com o nome de Evan Talbot
grifado. A garota afastou o olhar tão depressa que o novo chefe de
Pete percebeu e o olhou. De repente, Pete se concentrou em dirigir o
balde de esfregão até seu destino.

— Não está me ouvindo. — Disse Davidson.

— Perdão?

— Há câmeras por toda parte. Acha que vai fazer amigos com
essas infantilidades?

— A que você se refere?

Davidson parou e se virou de forma tão brusca que Pete esteve


a ponto de atropelá-lo com o balde. “Justo o que eu preciso”, pensou,
“manchar as brilhantes botas pretas do chefe”.

— Acho que não, trapaceiro. — Davidson lhe disse. — Você quer


livrar-se de um assassinato ou não? — Pete o olhou sem saber bem
como responder. — Você tem uma oportunidade. Não a desperdice.

— Ok, ok.

Davidson o observou durante um momento antes de se virar.

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