Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
ensino a distância
Estes, dentre outros pontos mais específicos, porém não menos relevantes, foram
apresentados à SME como justificativa para homologação do curso.
Ao realizar o presente curso, a APROFEM espera proporcionar aos seus participantes, não
só o acesso a informações relativas à sua temática, mas também – e principalmente –
contribuir para que cada participante, a partir deste acesso, construa um conhecimento
próprio referente à questão ora tratada e promova a educação de cidadãos atuantes
e conscientes no seio de nossa sociedade, multicultural e pluriétnica. Finalmente,
entende e espera que a instituição e implementação de políticas públicas voltadas ao
atendimento das diferentes demandas de origem étnico-raciais constituam-se num
Específicos:
Por seu turno, essa concorrência não deve ser reduzida e tida, equivocadamente, de imbricamento cultural marcado pelas “relações
entre senhores e escravos na época colonial’, onde ‘a
como um simples somatório de culturas, senão como um processo, ao qual ORTIZ Igreja, o catolicismo, constituía o mecanismo regu-
lador dessas relações.” Apud Dilma de Melo SILVA. A
denominou “transculturação” [2]. Assim, à luz desta transculturalidade, o mito da Transculturação e a Internacionalização da Cultura
democracia racial, por exemplo, cai por terra, já que no processo de transculturação Brasileira. In SILVA, Dilma de Melo (Org.). Brasil: sua
gente e sua cultura. São Paulo: Terceira Margem,
ganham destaque “o conflito e a resistência, em fases diferenciadas e dialéticas: o 2007, p. 219-224.
único povo, mas constituíram desde sempre um conjunto de vários povos com usos [3] - Rosângela MALACHIAS. Ação transcultural: a
e costumes próprios”, diversidade esta que esbarrava na concepção etnocêntrica visibilidade da juventude negra nos bailes black de
São Paulo (Brasil) e Havana (Cuba). Dissertação de
européia que se colocava como único modelo de referência para outras culturas. [5] Mestrado, São Paulo, PROLAM / USP - Programa de
Pós-Graduação em Integração da América Latina da
Universidade de São Paulo, Out / 1996.
Sem êxito junto aos indígenas em seus propósitos imperialistas, optaram, então, os
[4] - A respeito do termo índio, ler a respeito em:
colonizadores portugueses por trazer ao Brasil africanos escravizados, através do Paula MORGADO. O Segmento Indígena e a Cultura
Brasileira. In SILVA, Dilma de Melo (Org.). Brasil: sua
tráfico negreiro.
gente e sua cultura. São Paulo: Terceira Margem,
2007, p. 19-37.
Assim como “os índios”, os negros capturados em solo africano e para cá trazidos [5] - IBIDEM.
este fim. “Desde que pisou pela primeira vez o território brasileiro, o negro tem sido
um resistente.” [6]
Também é imperioso trazer para reflexão que a chave para entendermos a hegemonia
de uma classe sobre outra é o poder cultural, uma vez que possibilita a imposição de
À guisa de introdução
“... se no Brasil efetivamente houvesse igualdade de tratamento, de oportunidades,
de respeito, de poder político e econômico; se o encontro entre pessoas de raças
diferentes ocorresse espontâneo e livre da pressão do poder e prestígio sócio-
econômico do branco; se não houvesse outros condicionamentos repressivos de caráter
moral, estético e cultural, a miscigenação seria um acontecimento positivo, capaz de
enriquecer o brasileiro, a sociedade, a cultura e a humanidade das pessoas.”
Abdias Nascimento
Muitas são as leis que regulam as diferentes questões e assuntos afetos à população
negra em nosso país. Destas, reproduzimos algumas – ainda que parcialmente – por
entendê-las suficientes ao escopo deste curso. Vamos lá, leia atentamente ...
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições
públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - garantia de padrão de qualidade.
§ Único: Os casos que caracterizem racismo serão tratados como crimes imprescritíveis
e inafiançáveis, conforme prevê o Art. 5º, XLII da Constituição
Federal de 1988.
Art. 1° O art. 26-A da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com
a seguinte redação:
Ou seja: enquanto que naquele vemos apontadas diferentes conquistas obtidas pelos
movimentos negros politicamente organizados e atuantes desde o início do século
passado até nossos dias, neste, temos a influência do discurso colonizador europeu
dirigido aos não-brancos visando à manutenção da “imagem do homem branco
europeu como referencial de modelo humano”.
9. Consciência negra
“Os americanos levaram para os EUA 15 chefes ianomâmis, tanto brasileiros como
venezuelanos, para lá aprenderem o inglês e serem treinados ‘politicamente’, para
que, ao retornarem, criem um contencioso internacional com o objetivo de fazer com
que a ‘comunidade internacional’ declare a criação de um Estado ‘Índio’, tutelado
pelos EUA, cujo território seria delimitado pelas áreas das atuais reservas ianomâmis
no Brasil e na Venezuela. Vocês pensam que eles fazem isto por amor aos ianomâmis?
Não. É porque em Roraima estão as maiores reservas de urânio do mundo. Eu,
provavelmente, não viverei para ver isto, mas vocês, com
certeza, testemunharão.”
Orlando VILLAS BOAS
Art.2º cumpre à União, aos Estados e aos Municípios, bem como aos órgão das
respectivas administrações indiretas, nos limites de sua competência, para a proteção
das comunidades indígenas e a preservação dos seus direitos;
I - estender aos índios os benefícios da legislação comum, sempre que possível a sua
aplicação;
II - prestar assistência aos índios e às comunidades indígenas ainda não integradas à
comunhão nacional;
III - respeitar, ao proporcionar aos índios meio para seu desenvolvimento, as
peculiaridades inerentes à sua condição;
IV - assegurar aos índios a possibilidade de livre escolha dos seus meios de vida
Dos Princípios
Art.5º Aplicam-se aos índios ou silvícolas as normas dos artigos 145 e 146, da
Constituição Federal, relativas à nacionalidade e à cidadania.
Parágrafo único. O exercício dos direitos civis e políticos pelo índio depende da
verificação das condições especiais estabelecidas nesta Lei e na
legislação pertinente.
TÍTULO V
Art.51° A assistência aos menores, para fins educacionais, será prestada, quando
possível, sem afastá-los do convívio familiar ou tribal.
Art.54° Os índios têm direito aos meios de proteção à saúde facultados à comunhão
nacional.
Parágrafo único. Na infância, na maternidade, na doença e na velhice, deve ser
assegurada ao silvícola especial assistência dos poderes públicos, em estabelecimentos
a esse destinados.
Art.55° O regime geral da previdência social será extensivo aos índios, atendidas as
condições sociais, econômicas e culturais das comunidades beneficiadas.
TÍTULO VI
Art.65° O Poder Executivo fará, no prazo de cinco anos, a demarcação das terras
indígenas, ainda não demarcadas.
Art.68° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.
EMÍLIO G. MÉDICI
Alfredo Buzaid
Antônio Delfim Netto
José Costa Cavalcanti.
TÍTULO I I
Dos Direitos Civis e Políticos
CAPÍTULO I
Dos Princípios
Art.5º Aplicam-se aos índios ou silvícolas as normas dos artigos 145 e 146, da
Constituição Federal, relativas à nacionalidade e à cidadania.
Parágrafo único. O exercício dos direitos civis e políticos pelo índio depende da
verificação das condições especiais estabelecidas nesta Lei e na
legislação pertinente.
TÍTULO V
Art.51° A assistência aos menores, para fins educacionais, será prestada, quando
possível, sem afastá-los do convívio familiar ou tribal.
Art.54° Os índios têm direito aos meios de proteção à saúde facultados à comunhão
nacional.
Parágrafo único. Na infância, na maternidade, na doença e na velhice, deve ser
assegurada ao silvícola especial assistência dos poderes públicos, em estabelecimentos
a esse destinados.
Art.55° O regime geral da previdência social será extensivo aos índios, atendidas as
condições sociais, econômicas e culturais das comunidades beneficiadas.
TÍTULO VI
Art.65° O Poder Executivo fará, no prazo de cinco anos, a demarcação das terras
indígenas, ainda não demarcadas.
Art.68° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.
EMÍLIO G. MÉDICI
Alfredo Buzaid
Antônio Delfim Netto
José Costa Cavalcanti.
Publicado no Diário Oficial de 21 de dezembro de 1973
§ 2.º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras
terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa
do território nacional, e sua ocupação e utilização serão
reguladas em lei.
Art. 210º Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira
a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos,
nacionais e regionais.
Art. 215º O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso
às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais.
Art. 231º São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas,
crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos
os seus bens.
§ 1.º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em
caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis
à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias
a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos,
costumes e tradições.
§ 2.º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse
permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos
lagos nelas existentes.
§ 3.º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a
pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados
com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-
lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
§ 4.º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos
sobre elas, imprescritíveis.
§ 5.º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, ad referendum
do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua
população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso
Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo
que cesse o risco.
§ 6.º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham
por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo,
ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes,
ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei
complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações
contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação
Art. 232º Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para
ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério
Público em todos os atos do processo. ADCT
Art. 67º A União concluirá a demarcação das terras indígenas no prazo de cinco anos
a partir da promulgação da Constituição.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso
IV, da Constituição, DECRETA:
FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,
incisos IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 6.001, de 19 de
dezembro de 1973, DECRETA:
FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
Antonio Cabrera Mano Filho
DECRETA:
FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
Carlos Chiarelli
Pelo trabalho já realizado por SME, pela Equipe Técnica de DOT e por aqueles diretamente
envolvidos no quotidiano do trabalho junto aos CEIIs e CECIs, julgamos bastante
oportuno divulgá-lo neste curso, já que muitas das informações a esse respeito ainda
são desconhecidas de muitos educadores da Rede Municipal de Ensino.
De pronto, inevitável não notar e não fazer alusão do nome CECI (Centro de Educação
e Cultura Indígena) com Ceci, personagem da obra “O guarani”, de José de Alencar...
Como também inevitável deixar de reconhecer que hoje, tal como ontem, estes
“bravos” lutam para preservar seus últimos recursos territoriais, suas tradições, sua
história; tentam “barrar o avanço da devastadora e insensível civilização dos não-
índios, como eles nos denominam”.
No princípio, tanto lá como aqui, a relação com a terra, com a natureza, com as
crenças era de respeito.
Mas, ... um “branco que use colares de contas, fure suas orelhas e lábios, more em
a lição de vida do pacificador, do brasileiro, do humanista Orlando Villas-Boas, que 22.07.1987). A título de exemplo, este “documento”,
na parte “L. Alínea E”, diz: “ ...incutindo-lhes audácia,
muito lutou pelos índios para que sua cultura fosse preservada “não como animal do valentia e até um pouco de espírito agressivo .... É
preciso que eles (os índios) vejam o homem branco
passado, mas como ser humano...”[3] como um inimigo permanente.”; na parte “L. Alínea
F”, diz: “É preciso infiltrar missionários e contratados,
inclusive não religiosos, em todas as nações indíge-
Hoje, aqui, passados quase cinco séculos da chegada a Salvador, em 1550, da primeira nas; ...” Ver mais a respeito em: http://www.expedi-
caovillasboas.com.br/p/ - Acesso em 11.10.2008.
leva de africanos
escravizados e decorridos cento e vinte anos da abolição da escravatura, a busca por [3] Orlando VILLAS BOAS e seus irmãos, Cláudio e
Leonardo, partiam da máxima segundo a qual o índio
inserção social, direitos e visibilidade da questão étnica ainda está na ordem do dia. só sobrevive na sua própria cultura. Dentre as obras
por ele deixadas, destacam-se: A marcha para o
Oeste. São Paulo: Ed. Globo, 1995 e Histórias e Cau-
Hoje, os “os capitães-do-mato foram substituídos por grileiros, capatazes e advogados sos. São Paulo: FTD, 2005. Nesta, Orlando Villas Boas
faz um registro sistemático de suas lembranças e
de agroindústrias diversas que ainda assolam os territórios dos quilombolas com histórias, amparadas em mais de 40 anos dedicados
Hoje, aqui, comprovar e acionar alguém por crime de racismo ainda é uma coisa [5] SÃO PAULO (SP). PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO
dificílima. A subjetividade, a ação velada mascaram condutas. Expressões correntes, PAULO. SECRETARIA DO TRABALHO. Desigualdade de
Gênero e Raça / Cor no Mercado de Trabalho de São
como “negro de alma branca”, restrições tácitas ou veladas à convivência – lato senso Paulo. Comissão Intersecretarial de Monitoramento e
Gestão da Diversidade CIM- Diversidade- Elaboração
- de brancos com negros, desigualdades no mercado de trabalho em função da etnia
SEADE. 2007.
[5] , entre outros, são fatos em nossa sociedade. A mídia, em seus diferentes setores,
que o diga, principalmente a televisada.
Assim como na primeira parte, veja também as leituras complementares que foram
disponibilizadas para melhor entendimento desta segunda parte do curso.
Após finalizar essas leituras, da primeira e da segunda parte do curso, você estará
apto para realizar o simulado.
Boa sorte!
Equipe APROFEM