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A Psicologia Humanista

Verena Augustin Hoch

O panorama contemporâneo da psicologia, conforme formulação inicialmente


proposta por Maslow e seus colaboradores, é dividido em quatro grandes correntes ou
forças, que congregam as diversas escolas e abordagens: behaviorismo (ou Primeira
Força), psicanálise (ou Segunda Força), psicologia humanista (ou Terceira Força),
psicologia transpessoal (Quarta Força).

A psicologia humanista surge no final da década de 1950 e início da década de


1960 como reação ao panorama da psicologia norte americana onde predominavam o
behaviorismo e a psicanálise clássica. Opondo-se, de um lado, ao que ela considera ser um
frio pessimismo e uma desesperança conforme a visão psicanalítica e, de outro, uma visão
robotizada do homem concebida pelo behaviorismo.

O humanismo americano, especialmente de Maslow e Rogers, apóia-se na visão


Russoniana da natureza humana, romântica, que concebe a pessoa como intrinsecamente
boa, mas corruptível pela sociedade, opondo-se a Freud e sua visão de homem Hobbesiana,
problemático, intrinsecamente mau, e ao behaviorismo, com sua visão Locckeana, de tabula
rasa, podendo ser programado conforme o que se quer.

A psicologia humanista, ao contrário das correntes anteriores, vê o homem com


esperança e otimismo. Neste movimento que se opunha ao pensamento da grande maioria
de psicólogos e psiquiatras, destaca-se Abraham Maslow, Rollo May e Carl Rogers como
os grandes líderes intelectuais que marcam o início da psicologia humanista ou terceira
força em psicologia.

A psicologia humanista não se identifica ou inicia apenas com o pensamento de um


determinado autor ou escola, trata-se de um movimento congregador de diversas tendências
convergentes, destacando-se as teorias neopsicanalíticas, gestaltistas e holistas, psicologias
existenciais, escolas americanas de psicologia da personalidade, além de outras afluências
que dariam início, mais tarde, ao movimento transpessoal da psicologia.

Um outro aspecto que merece atenção, quando da fundação da psicologia humanista, é o


movimento da contracultura: ambos surgem no mesmo contexto e passam a questionar a
sociedade ocidental. Muito do impacto do humanismo se deve ao momento histórico que
busca mudanças sociais e culturais, valores mais humanos, com menor controle externo e
ênfase no potencial do homem.

A psicologia humanista, mais do que qualquer outra corrente da moderna


psicologia é marcada por um compromisso em favor da mudança social e cultural em
direção a uma sociedade de valores mais humanos e mais atentos às necessidades de auto-
realização. Destaca-se como a corrente da psicologia que se afasta do tradicional enfoque
clínico de privilegiar o estudo das psicopatologias e passa a enfatizar a saúde, o bem-estar e
as potencialidades da pessoa para o crescimento e auto-realização.

Dentro desta nova perspectiva da psicologia humanista, Maslow censura a psicologia


pela sua concepção pessimista, negativa e limitada do homem. Para ele, a psicologia, ao
estudar o homem, se ocupou mais das deficiências do que das virtudes, encarando a vida
humana como uma luta desesperada para evitar a dor, esquecendo-se dos esforços humanos
para conquistar o prazer e a felicidade. A psicologia ficou assim restrita à metade mais
obscura e desagradável do homem. Maslow se propõe a pintar a outra metade do quadro – a
melhor, a mais brilhante – e a fornecer o retrato inteiro de uma pessoa.

Maslow adotou uma postura profundamente crítica aos postulados freudianos pela
concentração dos estudos em pessoas neuróticas e psicóticas e à tese de que as mais
elevadas formas de conduta são adquiridas ou não naturais do ser humano e dando pouca
importância ou nenhuma a suas forças e potencialidades. Na época, alguns psicólogos e
psiquiatras de prestígio se viam forçados a separar-se das concepções tradicionais da
psicologia a fim de obter êxito no atendimento à pacientes neuróticos e psicóticos já que as
teorias vigentes não resolviam os problemas humanos nem explicavam adequadamente os
fatos da realidade.

O movimento marcado pela psicologia humanista é também um movimento


político que se traduz no impacto de um ponto de vista centrado no cliente sobre as
questões de poder e controle na psicoterapia e nos grupos. Nesta concepção, o poder sai das
mãos do especialista e vai para o indivíduo, esta abordagem difere das antigas por ter um
objetivo nitidamente diferente: busca maior independência e integração da pessoa, ao invés
de esperar que os resultados partam do auxílio dado pelo orientador à solução do problema
– o foco é a pessoa e não o problema.

Nesta perspectiva política da psicologia humanista, Rogers em seu livro “Sobre o


poder pessoal” expõe suas idéias a respeito do poder pessoal inato da pessoa baseando-se
num pressuposto que a princípio lhe pareceu arriscado e incerto, mas que traduz, segundo
ele, uma visão de homem da psicologia humanista: “... uma visão de homem como sendo,
em essência, um organismo digno de confiança”. (Rogers, 1989, p.16).

Referência Bibliográficas

Boainain Jr. E. (1998). Tornar-se Transpessoal: Transcendência e espiritualidade na


obra de Carl Rogers. São Paulo: Summus

Goble, F.G. (1995). La tercera fuerza: la psicología propuesta por Abraham Maslow.
México: Trillas.

Maslow, A.H. (1991). Motivación y Personalidad. Madrid: Díaz de Santos.

Rogers, C.R. (1983). Um jeito de ser. São Paulo: E.P.U.

Rogers, C.R. (1989). Sobre o Poder Pessoal. São Paulo: Martins Fontes.

Rogers, C.R. (1991). Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes.

Rogers, C.R. (1992). Terapia Centrada no Cliente. São Paulo: Martins Fontes.

Rogers, C.R. (1995). As Condições Necessárias e Suficientes para a Mudança


Terapêutica da Personalidade. Em J.K. Wood (org). Abordagem Centrada na Pessoa.
Vitória: FCAA, pp. 125-156.

Smith, M.B. (1990). Humanistic Psychology. Journal of Humanistic Psychology, Vol.30


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Sutich, A. (1991). Algumas considerações a respeito da psicologia transpessoal. Em


Weil, P. et al. Mística e Ciência. Petrópolis: vozes.

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