Sei sulla pagina 1di 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS


FACULDADE DE LICENCIATURA EM QUÍMICA
PRÁTICA PEDAGÓGICA EM QUÍMICA IV

PROFESSOR: JORGE MACHADO

O PERFIL PROFISSIONAL DO PROFESSOR DE


QUÍMICA: UMA ANÁLISE CRÍTICA-REFLEXIVA ACERCA DAS
TENDÊNCIAS FORMATIVAS

LUANA OLIVEIRA (09055002901)

KRISNNA ALVES (09055000701)

SUANNE LOBO (09055002001)

BELÉM-PA

2010
Introdução

Atualmente, o professor tem sido o centro das atenções dos problemas


e soluções que vive a educação escolar, fazendo com que a temática da
formação de professores receba uma maior reflexão e dedicação por parte dos
políticos e de especialistas em educação.

Com isso, assiste-se a um aumento das expectativas sociais relativas


ao trabalho docente, as quais se traduzem em crescentes exigências para que
os professores desempenhem um conjunto cada vez mais amplo e mais
diversificado de funções (Moreno, 1998).

Nesse contexto, os cursos de licenciatura em química,


especificamente, buscam formar profissionais cujos perfis estejam relacionados
às necessidades da sociedade e que sejam capazes de lidar com os desafios
impostos pelo mercado de trabalho. Pretende-se incorporar, aos perfis dos
licenciados, aspectos como a percepção da importância do papel do educador
no desenvolvimento da cidadania, visão crítica dos problemas educacionais,
flexibilidade e predisposição às mudanças constantes de posturas e práticas
pedagógicas, reconhecimento da importância de manterem-se atualizados na
pesquisa em Educação em Química, entre outros.

A partir da discussão sobre qual o tipo de docente que vem sendo


formado pelas universidades e como fazer para melhorar essa formação,
algumas medidas foram e vem sendo tomadas, como a Lei 9.394/96 que
estabeleceu as Diretrizes e Bases da Educação, LDB (Brasil, 1996). Com base
nessa lei a formação superior deve ser realizada em universidades contendo
institutos preparados para a profissionalização teórica e prática da licenciatura,
em cursos de nível superior e regulamentados (Tanuri, 2000). Além disso,
estabeleceu que para ministrar aulas em nível médio de ensino, no caso
específico da Química, o profissional deve ser licenciado.
O objetivo e a metodologia de pesquisa

O objetivo deste trabalho foi fazer uma pesquisa qualitativa a fim de


determinar o perfil profissional dos professores de química que atuam no
ensino básico a partir da análise das tendências formativas.
Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa de campo,
seguida por pesquisa bibliográfica. A amostra dessa pesquisa foi constituída
por cinco docentes de três escolas públicas da cidade de Belém, Pará. Em
relação à idade, os indivíduos da amostra tinham entre 29 e 54 anos. Quanto
ao gênero, 60% do sexo masculino e 40% do sexo feminino. Para a coleta de
dados foi elaborado um questionário composto por quatro perguntas subjetivas,
relativas à formação acadêmica nos cursos de Licenciatura em Química e ao
seu perfil. A coleta de dados ocorreu em novembro de 2010, sendo que os
mesmos foram obtidos nas próprias escolas, no horário das aulas.
Procurou-se investigar em que extensão a formação acadêmica foi
determinante para a construção do perfil profissional do professor e de que
maneira isso refletia no contexto escolar.

Resultados e comentários

Destacam-se aqui os aspectos extraídos dos questionários, os quais


permitiram levantar e analisar a formação acadêmica. Os perfis dos docentes
forneceram uma primeira caracterização acerca das tendências formativas do
curso de Licenciatura em Química, fornecendo elementos para explicar a
realidade da formação dos mesmos e a dimensão dos problemas emergentes.

Interpretando as respostas do questionário

a) Como foi a sua formação inicial?

Esta primeira questão colocada foi respondida pelos cinco professores


pesquisados, dos quais quatro salientaram que, em geral, tiveram uma
formação de boa qualidade; e um, disse apenas que foi ruim.

“Considero que foi boa, porém, acredito que faltou professores da área
(química) ministrarem mais disciplinas de química com enfoque para
licenciado.”

“(...) Boa qualidade, oferecendo um currículo que me proporciona uma


boa visão química e pedagógica.”

Uma consideração importante a se fazer é em relação às disciplinas


pedagógicas. Em geral, as disciplinas de conteúdo específico seguem seu
curso independente e isolado das disciplinas pedagógicas. Sendo que, o fato
de serem incluídas algumas dessas disciplinas na “grade curricular” não
certifica a preparação necessária ao docente, visto sua desvinculação com o
conhecimento químico.

b) Como são suas aulas hoje?

As respostas dos professores evidenciam que as aulas são


basicamente teóricas, sendo pouco associadas ao cotidiano dos alunos, e que
o material didático (livros e apostilas) é o principal recurso pedagógico utilizado.

“Considero que são de boa qualidade e acredito que o material didático


contribui muito para isso.”

Segundo PÉREZ, os professores tendem a não utilizar os métodos de


ensino que lhes foram artificiosamente ensinados no decorrer de sua formação,
mas somente aqueles que foram usualmente utilizados na sua educação, ou
seja, tendem a desconsiderar as contribuições teóricas advindas da sua
formação acadêmica.

c) Como você gostaria que fossem suas aulas?

Entre as respostas, a vontade de ter mais acesso a recursos


tecnológicos em sala de aula foi uma constante. Entre outras, apontaram
interesse em realizar aulas práticas; e menor número de alunos por sala, a fim
de melhorar a qualidade do ensino.

“Gostaria que fosse com atividades práticas e com mais recursos


pedagógicos (vídeos, visitas a laboratório, etc.)”

“Com recursos tecnológicos, aulas práticas, menos alunos na sala de


aula.”

O que chama a atenção é a projeção de fatores tidos como externos ao


professor, os quais indicam uma medida da implicação inicial dos docentes no
exercício de sua prática.
d) Em algum momento você se sentiu insatisfeito com sua prática
como professor?

A maioria das respostas estava relacionada aos alunos. Não conseguir


despertar o interesse dos alunos ou manter um mínimo de disciplina foram
citados como eventos insatisfatórios por 90% dos professores.

“Quando vejo alunos desinteressados, turmas que ignoram totalmente


o professor, perco a vontade de dar aula.”

Os professores, ao final de seus cursos de licenciatura, veem-


se desprovidos de ações que lhes ajudem a dar conta da
complexidade do ato pedagógico, ao qual não cabem receitas prontas
nem soluções-padrão por não serem essas reproduzíveis e envolver
conflitos de valores (SHÓN, 1983; PEREZ-GOMEZ, 1992).

Considerações finais

O perfil profissional do professor de química traçado pela pesquisa feita


foi um tanto quanto superficial, devido a amostra pesquisada ter sido muito
pequena e o pouco número de perguntas contidas no questionário, revelando
apenas alguns aspectos gerais como: renda média, formação, tempo de
magistério, como são as aulas ministradas por eles, entre outros.
Segundo a análise dos questionários, a renda média dos professores
de química é de R$ 3.000 (três mil reais), a qual não é suficiente para atender
as necessidades familiares. Todos os professores pesquisados dão aula há
mais de cinco anos. Nota-se que o tempo de magistério e a carga horária têm
relação direta com a renda média, sendo que quanto maior o tempo de
magistério e a carga horária, maior a renda.
Quanto à formação acadêmica, todos os pesquisados são formados
em Licenciatura em Química, sendo que dois têm mestrado, o que demonstra
que a qualificação exigida para nível médio está sendo atendida, pois os
professores pesquisados já concluíram o curso superior, o que traz ganhos às
escolas, visto que a formação inicial e a pós-graduação são fatores importantes
para o exercício do magistério. No geral, tiveram boa formação acadêmica,
queixando-se apenas da falta de disciplinas pedagógicas e as aulas
ministradas por eles são de boa qualidade, apesar de disponibilizarem de
poucos recursos didáticos.
Com base em um estudo um pouco mais aprofundado através de
pesquisas bibliográficas e de outras pesquisas qualitativas acerca do perfil
profissional do professor de química, o que se nota é que os cursos de
licenciatura são os mesmos cursos de bacharelado com a incursão de algumas
disciplinas pedagógicas, as quais não promovem, por si, a "transformação do
bacharel em licenciado".
Os diferentes cursos de Licenciaturas têm, em geral, as mesmas
disciplinas de formação pedagógica, por exemplo, Psicologia, Didática, Prática
de Ensino, etc. Essas disciplinas são ministradas por especialistas em
Educação cujos cursos são fundamentalmente teóricos, desatualizados para o
ensino de disciplinas científicas, com pouca preocupação de seus mentores em
adequá-los ao ensino de ciências.
A formação continuada, que seria possibilidade de melhoria da
formação docente, tem se limitado a ações de “reciclagem” ou de “capacitação”
de professores, não dando conta de resolver os complicados problemas da
prática pedagógica.
Nesse contexto, fala-se da necessidade de os cursos de Licenciatura
buscarem formar ‘professores reflexivo/pesquisadores’, onde a pesquisa
educacional seja também realizada pelo professor que atua nos níveis de
ensino fundamental e médio, tornando-se constitutiva das próprias atividades
docentes, definindo-se como condição de desenvolvimento profissional do
professor e de melhoria da sua prática pedagógica (NÓVOA.1992;
SCHÕN,1983; ZEICHNER, 1993 ).
A principal proposta para a implementação dessa ideia é a de que os
professores universitários (formadores de professores) estabeleçam
parcerias com os professores do ensino médio e fundamental como
medida destes serem introduzidos na investigação didática,
compreendida como constitutiva do próprio processo de
desenvolvimento profissional. Tais parcerias podem se dar tanto no
contexto concreto das escolas quanto fora delas, ou seja, no âmbito
das universidades.
O que se busca, em síntese, é uma articulação teoria-prática que
contemple o propósito básico da investigação educativa, qual seja, o de
resolver problemas educacionais e de melhorar a prática da educação e o
desenvolvimento profissional docente (CARR e KEMMIS,1988).

Referências bibliográficas

In SCHNETZLER, R. e ARAGÃO, R. (orgs.) Ensino de Ciências: Fundamentos


e abordagens. Campinas, R. Vieira/UNIMEP, 2000

Maldaner, O. A., A Formação Inicial e Continuada de Professores de Química.


Brasil: Unijuí, Ijuí, 2000.

Tanuri, L. M., História da formação de professores, Revista Brasileira de


Educação, 14, 61-88, 2000.

Werthein, J., Educação e Desenvolvimento, Revista Linha Direta, 6(68), 61,


2003.

CHASSOT, A. 1990. A Educação no Ensino de Química. Ijuí, UNIJUÍ. 117 p.

NÓVOA, A. 1995. Os Professores e a sua Formação. Lisboa, Dom Quixote.


158 p.
SCHÖN, D. A. 1992. Formar Professores como profissionais Reflexivos. In:
NÓVOA (org.), Os Professores e a
sua Formação. Lisboa, Dom Quixote. 158 p.

KRASILCHIK, M. 1987. O Professor e o Currículo das Ciências. São Paulo,


EPU. 197 p.

IBÂNEO, Jose Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. Coleção magistério,
2ª grau, Série formação do professor.

MACHADO, Andréa Horta. Aula de Química: discurso e conhecimento. 2.ed.


Unijui: Ijui, 2004. Coleção Educação em Química.

SANTO, Wildson Luiz Pereira dos. Educação em Química: Compromisso com


a cidadania, 3.ed. Unijui: Ijui, 2003. Coleção Educação em Química.

HUBERMAN, M. O ciclo de vida profissional dos professores. In: Novóa,A., org.


Vida de professores. Porto: Porto Editora, 1992.

PIETROCOLA, M., ALVES FILHO, J.P. & PINHEIRO, T.F. Prática


interdisciplinar na formação disciplinar de professores de ciências. Investigação
em Ensino de Ciências. v. 8, n. 2, 2003.

MEC. Plano nacional de formação dos professores da educação básica.


[online] disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=a
rticle&id=13583&Itemid=971. Consultado em 26/10/2010.

Potrebbero piacerti anche