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PEGADINHA GRAMATICAL
Estou sem dinheiro para pagar o advogado. E "O chefe do almoxarifado ainda não proviu a
agora? empresa este mês"
"Os Estados Unidos intermediam negociação "Esses meninos são tal qual os pais"
entre..."
"A violência faz com que os cidadãos de bem
"Entreguei tudo ao despachante que não se enclausurem"
lembro o nome"
"O consumo moderado de álcool, manter um
"Traga ele até aqui" peso adequado ..."
"Ligue, que ganhará de grátis um ingresso..." "É preciso que seja definido um marco. Isto é
necessário para..."
"Eu só compito se as regras forem alteradas!"
"Oi, Osbirvânio. Há mais de dez dias eu estava
"Quem sabe eu ainda sou uma garotinha.."
à sua procura!"
"Eu amo mais você do que eu!"
"Huuum!Está cheirando feijão queimado..."
"Às 17:30, iniciar-se-á a palestra da psicóloga
"O jogo será iniciado às quinze para as nove."
Zilah Brandão"
"Teté tem lindos olhos azuis claros" • Governador chama a atenção de assessor,
pela gafe cometida"
Formatação: Prof. Dr. ANTONIO GARCIA DIAS - Advogado – Administrador – Assistente Social 1
PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
"Seleção africana empresta dinheiro para "Aquela mulher é meia complicada. Ela acha
combustível..." que ..."
"Dá gosto de ver os pingüins quando chega o "Gosto dele, porque suas idéais vão de
verão" encontro às minhas."
"Eu vou estar conversando com o gerente à "Ele foi o octagésimo colocado no vestibular."
tarde..."
"Eu estava presente na palestra, mas ..."
"Que sorte! Ele reaveu tudo o que roubaram!"
"Candidatos fecham acordo anti-Justiça."
"O governo nunca ressarce os prejuízos..."
"Ela pediu para que eu levasse os
"Os interessados no terreno, devem entrar em documentos..."
contato..."
"É excelente jogador! Haja visto os gols que
"Nós já nos dispomos a ajudá-lo, mas ele não marcou..."
aceitou."
"Gostaria de agradecer vocês por tudo o que
"Espere um pouco. Vou lavar as mãos e já fizeram por mim!"
volto"
"Te peguei!!"
"O goleiro, quando conhece o atacante, se
"Pronto, chefe. Já entreguei a carta a ele em
precavém"
mãos."
"A vitória de Guga foi assistida por milhões de
"Parachoque, para-choque ou pára-choque?"
pessoas"
"Custei para entender o que ele dizia!"
"Faz muito tempo que eu queria conversar com
você!" "Já são uma hora, e ele não chegou ainda?!"
"Ciro é um dos professores do colégio que "Assisti um filme maravilhoso ontem!"
mais trabalha ..." "Se a realidade nos parece pouco bela, não a
"Você deve conversar conosco mesmos." enfeiemos mais!"
"Perdi a paciência com você! Cala a boca e vai "Alguns homens públicos não têem
embora daqui!" escrúpulos!"
"O bandido e os policiais observavam-se "Essas dicas são muito fáceis de se
cuidadosos..." entenderem!"
"Os Silva formam a maior família brasileira" "Só lhe digo que estou insatisfeito consigo"
"Posso utilizar de seu telefone por uns "Ei! Você aí! Me dá um dinheiro, aí!Me dá um
instantes?" dinheiro, aí!..."
"O fato passou completamente "Ester, eu lhe amo."
desapercebido..." "Algumas fotografias não foram inseridas..."
"Eu já o avisei que não quero isso!" "Até ontem, a loja não tinha entregue o
"Metalúrgicos páram por melhores salários" aparelho."
"É proibida entrada" "Ao invés de reclamar, trabalhe!"
"Se eu não chego a tempo, acontecia a maior "A morte dele foi uma perca..."
confusão" "Fazem quase três meses que entrei no
"Eles detém o poder, por isso..." Vestibuol."
"Antes que tudo exploda" "Estou de férias!!"
"O gerente só intermedia quando é necessário" "Aonde está você?"
"A gente podia sair, não é mesmo?" "Minha estadia em Itapoá foi ótima."
"Esqueci de minha carteira em casa" "Ela anda meia nervosa?"
"Qual a leitura dos algarismos? Dez ou "Era para mim estudar?"
décimo?
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PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
"Gosto do UOL porque é melhor organizado "Se o governo manter as medidas...?"
que os outros."
"Houveram muitos problemas?"
"Se o presidente intervisse na questão..."
"Meu pai não deixou eu sair"
"Se ele propor acordo, aceito."
"Cheguei tarde em casa"
Na medida em que o tempo passa, o desemprego, a nível de São Paulo, agrava-se mais.
Apresentei duas expressões inadequadas na mesma frase: "Na medida em que" e "a nível de".
Vejamos como usar essas frases:
Não se deve confundir "à medida que" com "na medida em que". Esta indica causa; aquela,
proporção.
"Na medida em que" tem o mesmo significado que "uma vez que, já que, visto que, porque"; "à
medida que" tem o mesmo significado que "à proporção que". Veja estes exemplos:
"Na medida em que não conseguiu convencer a namorada a mudar de opinião, ficou
extremamente nervoso" = "Já que não conseguiu convencer a namorada a mudar de opinião,
ficou extremamente nervoso".
"À medida que o tempo passa, ele fica mais ranzinza" = " À proporção que o tempo passa,
ele fica mais ranzinza".
Já a expressão "a nível de" é considerada inadequada sempre, ou seja, não deve ser utilizada
em hipótese alguma, a não ser que se posponha à preposição "a" o artigo "o", apresentando o
significado de "à mesma altura". Por exemplo:
"Gosto de estar ao nível do mar"; "Ele quer colocar-se ao nível dos diretores".
Qualquer outro significado que se queira dar a ela estará errado. Deve-se substituí-la por "em
termos de, em relação a, em se tratando de, quanto a".
Há gramáticos que também admitem a substituição por "em nível de", porém considero
inadequado esse uso também. A mesma opinião têm os professores João Bosco Medeiros e
Adilson Gobbes em seu livro "Dicionário de Erros Correntes da Língua Portuguesa", publicado
pela editora Atlas.
Já o professor Luiz Antonio Sacconi, em seu livro "Não Erre Mais", publicado pela Atual Editora,
apresenta a expressão "em nível de" certa apenas no sentido de "no mesmo nível"; por
exemplo: "A reunião será em nível de diretoria", ou seja, apenas pessoas que estiverem no
mesmo nível participarão da reunião.
Veja estes exemplos:
O certo seria dizer "Em relação aos nossos investimentos, conseguimos bons resultados", e
não "A nível de nossos investimentos..."
O certo seria dizer "Quanto à qualidade dos discos, julgo o de Gilberto Gil melhor que o
deles", e não "A nível de qualidade..."
O certo seria dizer "Em se tratando de curiosidades, essa é bem interessante" e não "A nível
de curiosidades..."
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PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
A frase apresentada, então, deve ser assim reescrita: À medida que o tempo passa, o
desemprego, em relação a São Paulo, agrava-se mais.
A frase apresentada deverá ser corrigida desta maneira: Estou sem dinheiro para pagar ao
advogado. E agora?
O pronome relativo qual (o qual, a qual, os quais, as quais) substituem que e quem:
“As crianças as quais estavam brincando no pátio foram atacadas por dois cães estranhos,
os quais foram abatidos pelo síndico do prédio”.
“Não me lembro do despachante do qual você falou”.
“O professor com o qual estudamos cometeu um equívoco”.
“O professor o qual cometeu um equívoco desculpou-se com os alunos”.
O pronome relativo onde substitui “em que” na indicação de lugar:
“Essa frase faz parte de uma propaganda de rádio na cidade em que moro” = “Essa frase
faz parte de uma propaganda de rádio na cidade onde moro”.
O pronome relativo cujo indica posse. Somente será usado quando substituir a frase “algo de
alguém”. Com a utilização desse pronome, haverá a frase “alguém cujo algo”:
“Os cabelos da menina = A menina cujos cabelos”;
“O livro da professora = A professora cujo livro”;
“Os pais do menino = O menino cujos pais”.
Não se deve usar artigo (o, a, os, as) após cujo, pois ele está contraído com o próprio pronome:
“cujo + os cabelos = cujos cabelos”.
A razão pela qual a frase apresentada está inadequada aos padrões cultos da Língua
Portuguesa é que há a indicação de posse: “O nome do despachante”; o pronome relativo
usado, então, deve ser “cujo”: “O despachante cujo nome”. Deveria ser assim estruturada:
Entreguei o documento ao despachante cujo nome não lembro...
O verbo competir deve ser assim conjugado no presente do indicativo: eu compito, tu competes,
ele compete, nós competimos, vós competis, eles competem.
No presente do subjuntivo, tempo que indica hipótese, desejo, dúvida no momento presente,
caracterizado pela expressão “Espero que eu...”, deve ser assim conjugado: que eu compita,
que tu compitas, que ele compita, que nós compitamos, que vós compitais, que eles compitam.
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PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
Esses verbos, na primeira pessoa do presente do indicativo, têm as duas últimas sílabas
estruturadas com as vogais “i” e “o”: eu adiro, advirto, afiro, aspirjo, assinto, aufiro, compilo,
concirno, consinto, difiro, desfiro, desminto, dispo, difiro, digiro, discirno, divirjo, divirto, expilo,
firo, impilo, infiro, ingiro, insiro, interfiro, invisto, minto, persigo, prefiro, pressinto, pretiro,
prossigo, refiro, reflito, repilo, ressinto, revisto, sigo, sinto, sirvo, sugiro, transfiro, visto.
No presente do subjuntivo, as duas últimas sílabas serão estruturadas com as vogais “i” e “a”:
que eu adira, advirta, afira, aspirja, assinta, aufira, compila, concirna, consinta, difira, desfira,
desminta, dispa, difira, digira, discirna, divirja, divirta, expila, fira, impila, infira, ingira, insira,
interfira, invista, minta, persiga, prefira, pressinta, pretira, prossiga, refira, reflita, repila, ressinta,
revista, siga, sinta, sirva, sugira, transfira, vista.
Certamente existem alguns livros de gramática que discordarão dessa lista, colocando um ou
outro verbo dela como defectivo, ou seja, como verbo que não aceita tal conjugação. É, a língua
portuguesa tem dessas coisas.
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PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
O chefe do almoxarifado ainda não proviu a empresa este mês.
"Prover", cujo significado é ''abastecer, providenciar", tem a conjugação idêntica à do verbo
"ver" no presente do indicativo - tempo caracterizado pela frase "todos os dias"... - e no
presente do subjuntivo - tempo caracterizado pela frase "espero que".... Nos outros tempos, ele
tem conjugação regular, como qualquer outro verbo terminado em -er; por exemplo, o verbo
"vender".
Teremos, então, no presente do indicativo, a seguinte conjugação:
Todos os dias eu provejo, tu provês, ele provê, nós provemos, vós provedes, eles provêem. No
presente do subjuntivo: Espero que eu proveja, que tu provejas, que ele proveja, que nós
provejamos, que vós provejais, que eles provejam.
No pretérito perfeito do indicativo, o passado: Ontem eu provi, tu proveste, ele proveu, nós
provemos, vós provestes, eles proveram.
No Pretérito imperfeito do subjuntivo, o que indica condição: se eu provesse, tu provesses, ele
provesse, nós provêssemos, vós provêsseis, eles provessem.
A frase apresentada, então, está inadequada gramaticalmente e deve ser assim corrigida: O
chefe do almoxarifado ainda não proveu a empresa este mês
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PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
"Frases desse tipo me levam a crer que o cidadão que a escreveu precise aprender as regras
da Língua Portuguesa com urgência, pois a falta de estudo causa a ocorrência de muitas
inadequações gramaticais e isso acarreta às pessoas o costume de falar erradamente."
A frase apresentada também ficaria mais bem estruturada se fosse escrita, por exemplo, desta
maneira: A violência leva os cidadãos de bem a se enclausurarem. A violência acarreta
(implica, causa) o enclausuramento dos cidadãos de bem.
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Em uma enumeração de dois elementos, usamos este, esta, isto para referência ao segundo
elemento e aquele, aquela, aquilo para o primeiro. Por exemplo:
"Essas questões não são tão complexas quanto as de outro setores, como o de energia e o
de telecomunicações, sendo aquele mais importante do que este". (O pronome "aquele"
refere-se ao primeiro elemento da enumeração, ou seja, a "setor de energia"; o pronome
"este" refere-se ao segundo elemento da enumeração, ou seja, a "setor de
telecomunicações").
"A privatização e a concorrência em substituição a um modelo estatal envolvem riscos, pois
aquelas apresentam a incógnita da futura administração; este, a garantia do envolvimento da
sociedade". (O pronome "aquela" refere-se aos primeiros elementos da enumeração, ou seja,
a "privatização e concorrência"; o pronome "este" refere-se ao segundo elemento da
enumeração, ou seja, a "modelo estatal").
Sabendo isso (e não "isto"), constatamos que a frase apresentada está inadequada
gramaticalmente. Corrigindo-a, teremos: É preciso que seja definido um marco regulatório
adequado e transparente. Isso é necessário para evitar muitos problemas.
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PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
Oi, Osbirvânio. Há mais de dez dias eu estava à sua procura!
Os verbos haver e fazer, na indicação de tempo decorrido deverão ser conjugados no presente
do indicativo (faz e há) quando o segundo verbo do período estiver também no presente (todos
os dias eu quero, eu chego, eu compro...), ou no pretérito perfeito (ontem eu cheguei, eu
comprei, eu dormi...). Por exemplo, Há mais de dez dias eu quero falar com ele, Faz dez
anos que o encontrei lá.
Quando o segundo verbo estiver no pretérito imperfeito do indicativo (naquela época, todos os
dias eu queria, eu comprava, eu dormia...), haver e fazer também deverão ficar nesse mesmo
tempo (havia e fazia). Por exemplo, Havia mais de dez dias eu não encontrava Serderberto,
Eu não dormia fora de casa fazia dois meses.
A frase apresentada, então, deve ser assim reescrita: Oi, Osbirvânio. Havia mais de dez dias
eu estava à sua procura!
2) Será verbo transitivo indireto, com a preposição a, quando significar exalar determinado
cheiro;ter aparência, viso ou semelhança. Por exemplo: A camisa dele cheirava a suor. Meus
cabelos estão cheirando a cigarro. Isso cheira a malandragem.
A frase apresentada, então, deve ser assim reescrita: Huuum! Está cheirando a feijão
queimado. Corra até a cozinha logo!
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PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
Cheguei às nove horas: com o acento indicativo de crase, pois há a preposição “a” e o artigo
“a”. Trocando por meio-dia, teremos: “Cheguei ao meio-dia”.
O jogo será iniciado aos quinze para as nove: sem o acento, pois não há a preposição “a”, e
sim a prep. “para”: “O jogo será iniciado aos quinze para o meio-dia”.
Estou aqui desde as nove horas: sem o acento, pois não há a preposição “a”, e sim a prep.
“desde”: “Estou aqui desde o meio-dia”.
Chegarei após as nove horas: sem o acento, pois não há a preposição “a”, e sim a prep. “após”:
“Chegarei após o meio-dia”.
Esperarei até as nove ou Esperarei até às nove: o acento indicativo de crase é facultativo, pois
diante da preposição “até” pode-se, ou não, usar a preposição “a”: “Esperarei até o meio-dia” ou
“Esperarei até ao meio-dia”.
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PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
Percebeu alguma diferença? O jornalista escreveu “emprestou” no título, mas escreveu “teve
que pedir dinheiro emprestado” no artigo. É exatamente esse o problema do texto. Quando digo
“Emprestei dinheiro”, significa que eu tinha o dinheiro e o dei a alguém com a promessa de que
mo devolveria em breve. Se a intenção é dizer que eu não tinha dinheiro, e alguém mo deu com
a promessa de que eu lho devolveria em breve, devo dizer “Tomei dinheiro emprestado” ou
“Peguei dinheiro emprestado”, pois o verbo “emprestar” é um verbo ativo, ou seja, só posso
utilizá-lo com o sujeito praticando a ação verbal. Conclusão: só empresta dinheiro quem o tem.
A frase apresentada como título do artigo deveria, então, ser assim estruturada: Seleção
africana pega dinheiro emprestado para combustível do ônibus.
PS: Na frase “... eu tinha o dinheiro e o dei a alguém com a promessa de que mo devolveria em
breve. Se a intenção é dizer que eu não tinha dinheiro, e alguém mo deu com a promessa de
que eu lho devolveria em breve ...”, “mo” é a junção dos pronomes “me” e “o”; “lho” é a junção
dos pronomes “lhe” e “o”. O pronome “o” substitui o substantivo “dinheiro”. A frase, sem a
junção dos pronomes, ficaria assim: “... eu tinha o dinheiro e o dei a alguém com a promessa de
que me devolveria o dinheiro em breve. Se a intenção é dizer que eu não tinha dinheiro, e
alguém me deu o dinheiro com a promessa de que eu lhe devolveria o dinheiro em breve ...”
Ficaria horrível, não é mesmo? Para evitar a repetição da palavra “dinheiro”, substituímo-la pelo
pronome “o”.
Eu vou estar conversando com o gerente à tarde para estar marcando com ele
aquele encontro que nós temos que estar realizando na próxima semana.
Ai ai ai ai ai... Como é difícil ter que estar escutando (he he he) esse mais novo vício lingüístico
brasileiro: a utilização do verbo estar com outro verbo terminado em ndo, o gramaticalmente
conhecido como gerúndio. É um uso inadequado, caro internauta. Evite essas frases. Em vez
delas use o verbo principal, aquele que indica de fato a ação, no tempo desejado. Por exemplo,
a frase apresentada, deveria ser assim estruturada: Eu conversarei com o gerente à tarde
para marcar com ele aquele encontro que queremos realizar (ou teremos de realizar) na
próxima semana.
Há contextos em que poderemos utilizar o verbo estar com gerúndio. Por exemplo, ao indicar
uma ação que ocorra no exato momento da fala: “Eu estou escrevendo a coluna AGORA”;
“Você está lendo estas palavras AGORA”; ou para indicar uma ação ocorrida no passado
concomitantemente com outra: “Quando você me telefonou, eu estava estudando”; “Quando ela
chegou, eu estava dormindo”.
Ele há Não há Que ele haja Não há Ele houve Ele reouve
Que nós
Nós havemos Nós reavemos Não há Nós houvemos Nós reouvemos
hajamos
Vós haveis Vós reaveis Que vós hajais Não há Vós houvestes Vós reouvestes
Eles hão Não há Que eles hajam Não há Eles houveram Eles reouveram
As formas inexistentes do verbo reaver devem ser substituídas por equivalentes do verbo
recuperar.
Corrigindo, então, a frase apresentada, teremos: Que sorte! Ele reouve tudo o que
roubaram!
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PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
Os elementos mais importantes para isso são o sujeito, o verbo e o complemento verbal, já que
esses termos não podem ser separados por vírgula; caso haja algum elemento entre eles, ele
deve ser isolado por algum sinal de pontuação.
Para se encontrar o sujeito de um verbo, deve-se perguntar a este o seguinte: Que(m) é que
pratica a ação? ou Que(m) é que sofre a ação? ou ainda Que(m) é que possui tal
qualidade? Na frase apresentada teremos: Quem é que deve entrar em contato? Resposta:
Os interessados no terreno, portanto entre interessados no terreno e devem é inadequado
o uso da vírgula. Se houvesse algum termo entre os dois, ele seria separado por vírgula. Por
exemplo: Os interessados no terreno, a partir de hoje, devem...
Entre o verbo e seu complemento também não pode haver vírgula. Verbo transitivo direto é
aquele que exige um complemento sem uso de preposição; por exemplo, o verbo comprar:
Quem compra, compra algo, como em As pessoas que compraram o terreno..., portanto
entre compraram e terreno não pode haver vírgula.
Se houvesse algum termo entre os dois, ele seria separado por vírgula: As pessoas que
compraram, no mês passado, o terreno.... Verbo transitivo indireto é aquele que exige um
complemento com uso de preposição; por exemplo, o verbo precisar: Quem precisa, precisa
de algo, como em As pessoas que precisaram do terreno..., portanto entre precisaram e
terreno não pode haver vírgula. Se houvesse algum termo entre os dois, ele seria separado por
vírgula: As pessoas que precisaram, no mês passado, do terreno.... Verbo transitivo direto e
indireto é aquele que exige dois complementos: um sem uso de preposição; outro com.
Por exemplo, o verbo mostrar: Quem mostra, mostra algo a alguém, como em Os
corretores que mostraram o terreno aos interessados..., portanto entre mostraram e
terreno e mostraram e interessados não pode haver vírgula. Se houvesse algum termo entre
eles, seria separado por vírgula: Os corretores que mostraram, no mês passado, o terreno
aos interessados... ou Os corretores que mostraram o terreno, no mês passado, aos
interessados....
Há várias outras regras para o uso adequado dos sinais de pontuação, mas as deixaremos para
outra coluna. Por hoje é só.
Corrigindo, então, a frase apresentada, teremos: Os interessados no terreno devem entrar
em contato...
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Se retirarmos a letra m da terceira pessoa do plural (eles) do pretérito perfeito do indicativo
(ontem...), formaremos a base para o pretérito-mais-que perfeito do indicativo:
Pretérito mais-que-perfeito: Ontem, quando você pôs, eu já pusera Tu puseras Ele pusera
Nós puséramos Vós puséreis Eles puseram
Se retirarmos as letras am da terceira pessoa do plural (eles) do pretérito perfeito do indicativo
(ontem...), formaremos a base para o futuro do subjuntivo:
Futuro do Subjuntivo: Quando eu puser Tu puseres Ele puser Nós pusermos Vós puserdes
Eles puserem
Se retirarmos as letras ram da terceira pessoa do plural (eles) do pretérito perfeito do indicativo
(ontem...) e acrescentarmos a desinência sse, formaremos a base para o pretérito imperfeito do
subjuntivo:
Devo, portanto, dizer assim: Coimbra, você deveria cuidar mais da saúde! ; agora, se digo a
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PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
ele que eu estou adoentado e que preciso de sua ajuda, devo dizer assim: Coimbra, você
deveria cuidar mais da minha saúde!
Essa regra vale também para nomes de peças de vestuário ou de faculdades do espírito e
para a palavra casa, na acepção de moradia, lar, residência.
Veja alguns exemplos: Sujei as calças com tinta. Perdi o juízo por causa dela. Vou escovar os
dentes. Cortarei os cabelos amanhã. Venha, que eu mesmo escovarei seus dentes.Quebrei a
perna quando me acidentei. Acabei de chegar de casa.
A frase apresentada, portanto, deve ser assim reescrita: Espere um pouco. Vou lavar as
mãos e já volto.
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O rapaz tinha esquecido os documentos. Os documentos tinham sido esquecidos pelo rapaz.
A escola há de contratar novos professores. Novos professores hão de ser contratados pela escola.
O governo aumentará o preço dos combustíveis. O preço dos combustíveis será aumentado pelo
governo.
O partido defendia ideologias radicais. Ideologias radicais eram defendidas pelo partido.
A seca dizimava grande parte do rebanho. Grande parte do rebanho era dizimada pela seca.
Os cidadãos devem obedecer às leis. As leis devem ser obedecidas pelos cidadãos.
Não pagarei aos credores. Os credores não serão pagos por mim.
Muito bem. Você deve estar-se perguntando: Qual a relação entre tudo isso e a frase
apresentada inicialmente? A relação é que o verbo assistir não é verbo transitivo direto, e sim
transitivo indireto, pois exige a preposição a, portanto não admite construção de frases na voz
passiva.
Nenhum verbo que não seja transitivo direto, com exceção dos três já estudados, admite a
voz passiva. Há alguns verbos que são utilizados inadequadamente nesta voz, como assistir,
aspirar e visar, verbos que exigem a preposição a. O certo é Muitos candidatos aspiram a
uma vaga nessa universidade, e não Uma vaga é aspirada. O certo é Eles visam ao
mesmo cargo, e não O mesmo cargo é visado por eles.
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A frase apresentada inicialmente, então, deve ser reescrita assim: Milhões de pessoas
assistiram à vitória de Guga.
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3) Eu não tenho certeza de que Gilberto seja o único jogador do time a ter problemas nos
tendões; pode haver outros jogadores com o mesmo problema, então eu posso dizer:
Gilberto é um dos jogadores do time que apresenta problemas nos tendões ou
Gilberto é um dos jogadores do time que apresentam problemas nos tendões. Usei
tanto o singular quanto o plural porque não tenho certeza de que somente ele pratica a
ação.
Veja outros exemplos:
Foi uma das peças teatrais de Chico Buarque de Holanda que se representou ontem.
Singular, pois, das peças de Chico, somente uma foi representada ontem.
Foi uma de minhas filhas que esteve em sua casa ontem. Singular, pois, das minhas filhas,
somente uma esteve lá.
Roberto foi um dos amigos que mais me consolaram na hora do sofrimento. Plural, pois,
dos amigos, ele não foi o único que me consolou.
O ensino do idioma materno é um dos assuntos que mais gera discussões entre os
profissionais da língua ou O ensino do idioma materno é um dos assuntos que mais
geram discussões entre os profissionais da lingua, pois não é o único assunto que gera
discussão.
Perceba, então, que o estudo da língua é mais complicado do que aparenta, pois, além de já
ser difícil, há professores que, ao invés de ajudar, atrapalham. Por isso nunca acredite em
apenas uma explicação; pesquise mais de um livro, pergunte a mais de um professor, para,
depois, chegar à sua conclusão.
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PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
Quando o pronome estiver referindo-se a frase ou oração anterior, deve-se usar esse, essa,
isso. Por exemplo: Não se deve andar com os vidros do automóvel abertos nas grandes
cidades brasileiras. Isso representa risco de assalto.
Quando estiver referindo-se a elemento, frase ou oração posterior, deve-se usar este, esta,
isto. Por exemplo: Preste atenção a isto que lhe vou dizer: não ande com os vidros do
automóvel abertos!
Somente mais um comentário, sem ligação alguma com os estudos de hoje: ao escrever um
texto em seu computador, nunca confie no corretor do Word, pois ele apresenta falhas
clamorosas. Por exemplo, peguemos o texto que você acabou de ler, ou seja, a coluna de hoje:
se eu confiasse no corretor do Word, escreveria três frases inadequadamente. Veja só:
Lá no começo da coluna, eu escrevi
caro estudante apreciador da Gramática, apresento uma frase com um único defeito
Pois bem, o Word quer que seja:
caro estudante apreciador da Gramática, apresenta uma frase com um único defeito ou
caro estudante apreciador da Gramática, apresentam uma frase com um único defeito.
Ridículo!
Eis o segundo: onde escrevi
Não se deve andar com os vidros do automóvel abertos nas grandes cidades brasileiras
o sinistro Word diz: Não se deve andar com os vidros do automóvel aberto nas grandes
cidades brasileira ou Não se deve andar com os vidros dos automóveis abertos nas
grandes cidades brasileiros.
Grotesco!
E o terceiro: onde escrevi
ele apresenta falhas clamorosas o funesto Word quer ele apresenta falho clamoroso ou ela
apresenta falha clamorosa ou eles apresentam falhos clamorosos ou ainda elas
apresentam falhas clamorosas.
Que é isso, meu santo protetor dos professores de Português?! Como deixam acontecer isso?
Será que nossa Língua é tão desprezada assim? Será que nenhum dos nossos ilustres imortais
usa computador? Ou será que eles escrevem como o Word quer?
Formatação: Prof. Dr. ANTONIO GARCIA DIAS - Advogado – Administrador – Assistente Social 26
PEGADINHA GRAMATICAL DO PROFESSOR DÍLSON CATARINO
* cuidado: avais ou avales, males, cais ou cales, reais (moeda), méis ou meles, cônsules.
3) Substantivos terminados em “il” perdem o “l” e recebem “s” se forem oxítonos, e perdem toda
a terminação e recebem “eis” se não forem oxítonos: barris, cantis, fósseis.
4) Substantivos terminados em “m” perdem o “m” e rebem “ns”: homens, nuvens, itens.
5) Substantivos terminados em “n” recebem “s” ou “es”: hifens ou hífenes, polens ou pólenes,
cânones.
6) Substantivos terminados em “r” ou “z” recebem “es”: mares, gizes.
7) Substantivos terminados em “s” recebem “es” se forem monossílabos ou oxítonos, e são
invariáveis se não forem oxítonos. Deuses, ananases, os lápis, os pires.
* Cuidado: cais é invariável.
8) Substantivos terminados em “x” são invariáveis. os tórax, as fênix.
Voltemos, agora, aos nomes próprios: Todos são pluralizáveis, obedecendo às regras acima.
Teremos, então, as Marias, Os Jamis, os Dilsons, as Elens, os Tons, os Eliazares, as Esteres,
as Luanas, as Natálias, os Silvas, os Souzas, os Limas, os Catarinos, os Franzons.
Se o sobrenome já for palavra pluralizada, ficará invariável: os Rodrigues, os Quadros, etc.
Se o nome for composto, apenas o primeiro nome será pluralizável: as Anas Carolina, os Josés
Antônio, os Luíses Henrique, os Joões Guilherme, etc.
Se o nome for composto e trouxer a conjunção “e”, ambos serão pluralizáveis: os Andradas e
Silvas, os Costas e Silvas, etc.
A frase apresentada inicialmente deve ser assim reescrita: Os Silvas formam a maior família
brasileira.
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Pôr, verbo no infinitivo, para diferenciar da preposição por: Vou pôr meus sapatos e sair por aí.
Pôde, terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo (ontem ele pôde), para
diferenciar de pode, terceira pessoa do singular do presente do indicativo (agora ele pode).
Pêlo e pêlos, substantivos, e pélo, pélas, péla, conjugação do verbo pelar, para diferenciar de
pelo, pela, pelos e pelas, contração da preposição por com os artigos o, a, os, as: “Eu pélo o
pêlo do porco pelo método mais fácil”.
Pólo e pólos (extremidade), pôlo e pôlos (filhote de gavião e de falcão), póla e pólas (surra),
pôla e pôlas (ramo novo de árvore), todos substantivos.
Pêra, substantivo, tem acento apenas no singular: “Comi uma pêra ontem e duas peras hoje”.
Ás, substantivo.
Côas e côa, conjugação do verbo coar, para diferenciar de aglutinação da preposição com com
os artigos a e as: “Ela côa o café coas meias do marido”.
A frase apresentada, então, deve ser assim reescrita: Metalúrgicos param por melhores
salários.
É proibida entrada
Com certeza, você já deparou frases desse tipo, nos mais variados lugares: no comércio, em
escritórios e até em escolas. O problema da frase é o seguinte: sempre que utilizar verbo de
ligação (ser, estar, parecer, ficar, permanecer, continuar), principalmente o verbo ser, e não
houver elemento modificador do sujeito (artigo, adjetivo, numeral), tanto o verbo quanto o
predicativo do sujeito devem permanecer na forma masculina, singular. Caso contrário, ou seja,
se houver o elemento modificador, ambos - o verbo e o predicativo - concordam com o
modificador.
Portanto a frase apresentada está errada. Corrigindo-a, teremos: É proibido entrada ou É
proibida a entrada.
Outros exemplos:
Pimenta é bom. / Esta pimenta está boa.
É necessário dedicação. / A dedicação é necessária.
Está proibido brincadeiras. / Estão proibidas as brincadeiras.
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estudar mais...” – Futuro do subjuntivo; “Se eu pusesse a casa em ordem...” – Pretérito
imperfeito do subjuntivo; “Se eu puser a casa em ordem...” – Futuro do subjuntivo.
A utilização da conjunção condicional exige que outro verbo participe do período; esse verbo,
quando o primeiro estiver no futuro do subjuntivo, deverá ser conjugado no futuro do presente
do indicativo (amanhã certamente eu...), e, quando o primeiro estiver no pretérito imperfeito do
subjuntivo, deverá ser conjugado no futuro do pretérito do indicativo, que possui a desinência
“ria”. Por exemplo: ‘Se eu estudasse mais, seria mais culto”; “Se eu estudar mais, serei mais
culto”; “Se eu pusesse a casa em ordem, seria mais organizado”; “Se eu puser a casa em
ordem, serei mais organizado”. Chega-se à conclusão de que a frase apresentada, analisando
o contexto em que ela estaria inserida, deve ser assim reescrita: Se eu não chegasse a
tempo, aconteceria a maior confusão.
Eles detém o poder, por isso intervém sempre nos negócios da empresa
Se essa coluna acontecesse em uma rádio, nenhum problema haveria, nenhum erro ocorreria,
pois somente a pronúncia apareceria. Porém, na escrita, o erro surge flagrantemente: o acento
gráfico nas formas verbais. Vamos à explicação:
Como já vimos em uma coluna anterior (Alguns homens públicos não têm escrúpulos!), os
verbos ter e vir, na terceira pessoa do plural do presente do indicativo (Todos os dias eles...),
são grafados com um “e” só e com acento circunflexo: Eles têm; eles vêm. Hoje veremos o que
acontece com os verbos derivados de “ter” e ”vir”:
Primeiramente, para saber se um verbo é derivado de outro, há de se conhecer a conjugação
dele. Por exemplo, o verbo “ter” é conjugado “eu tenho”, portanto todos os verbos que forem
terminados em ”...tenho” são derivados de “ter”: eu mantenho, eu detenho, eu retenho, eu
contenho, eu entretenho; o verbo “vir” é conjugado “eu venho”, portanto todos os verbos
terminados em “...venho” são derivados de “vir”: eu provenho, eu intervenho, eu convenho.
Muito bem. Todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, no presente do indicativo, terão um “e” só
e acento agudo na terceira pessoa do singular (ele, ela, você), e terão um “e” só e acento
circunflexo na terceira pessoa do plural (eles, elas, vocês). Por exemplo: ele mantém, eles
mantêm; ele detém, eles detêm; ele retém, eles retêm; ele contém, eles contêm; ele entretém,
eles entretêm; ele provém, eles provêm; ele intervém, eles intervêm; ele convém, eles convêm.
Claro está, então que o erro da frase apresentada são os acentos, que deveriam ser circunflexo
em ambos os casos: Eles detêm o poder, por isso intervêm sempre nos negócios da
empresa.
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01) Defectivos aos quais faltam a 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo (Todos os
dias eu...) e as formas derivadas dela, que são o Presente do Subjuntivo inteiro (Espero que...),
“você, nós e vocês” do Imperativo Afirmativo e o Imperativo Negativo inteiro. Os verbos
defectivos desse grupo são colorir, abolir, aturdir (atordoar), brandir (acenar, agitar a mão),
banir, carpir, delir (apagar), demolir, exaurir (esgotar, ressecar), explodir, fremir (gemer),
haurir (beber, sorver), delinqüir, extorquir, puir (desgastar, polir), ruir, retorquir (replicar,
contrapor), latir, urgir (ser urgente), tinir (soar) e pascer (pastar). Conjuguemos, como
exemplo, o verbo “explodir”:
Presente do Indicativo: Todos os dias eu (não existe esta pessoa), tu explodes, ele explode,
nós explodimos, vós explodis, eles explodem.
Presente do Subjuntivo: Não existe este tempo.
Imperativo Afirmativo: Explode tu, explodi vós.
Imperativo Negativo: Não existe.
Todos os outros tempos têm conjugação regular, como a de qualquer verbo terminado em –ir.
02) Defectivos aos quais faltam as formas rizotônicas do Presente do Indicativo (eu, tu, ele e
eles) e as formas delas derivadas, que são o Presente do Subjuntivo inteiro, “tu, você, nós e
vocês” do Imperativo Afirmativo e o Imperativo Negativo inteiro. Os verbos defectivos deste
grupo são falir, aguerrir (tornar valoroso), adequar, combalir (tornar debilitado), embair
(enganar), empedernir (petrificar, endurecer), esbaforir-se, espavorir, foragir-se, remir
(adquirir de novo, salvar, reparar, indenizar, recuperar-se de uma falha), renhir (disputar),
transir (trespassar, penetrar), reaver e precaver(-se). Conjuguemos, como exemplo, o verbo
"falir":
Presente do Indicativo: Eu, tu, ele (não existem), nós falimos, vós falis, eles (não existe).
Presente do Subjuntivo: Não existe.
Imperativo Afirmativo: Fali vós
Imperativo Negativo: Não existe.
Todos os outros tempos têm conjugação regular.
A frase apresentada pelo jornal então está errada, pois a forma “exploda” é inadequada aos
padrões cultos da língua. O verbo “explodir” deveria ser substituído por um sinônimo: “estourar”,
por exemplo: Antes que tudo estoure.
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Outros exemplos: “Esqueceram-lhe os desafios do colega”, cujo significado é “Os desafios do
colega caíram no esquecimento”. “Lembrou-me o nome da primeira namorada”, que significa “O
nome da primeira namorada veio-me à lembrança”.
Século X, século XX, século XXI, Papa João XXIII, Papa João Paulo II. XXIII
Festa da Uva. Qual a leitura dos algarismos? Dez ou décimo? Vinte ou
vigésimo?
Os algarismos romanos {I (um), V (cinco), X (dez), C (cem), D (quinhentos), M (mil)} usados
para a indicação de séculos, papas, imperadores, reis, artigos, etc, têm a seguinte leitura:
Quando o algarismo estiver depois do substantivo, de I a X, lê-se como numeral ordinal
(primeiro, segundo, terceiro...); de XI em diante, como numeral cardinal (onze, doze, treze...).
Quando o algarismo estiver antes do substantivo, lê-se sempre como numeral ordinal. A leitura
das palavras apresentadas, então, deve ser assim efetuada: século décimo, século vinte,
século vinte e um, Papa João vinte e três, Papa João Paulo segundo, vigésima terceira Festa
da Uva.
Os algarismos indo-arábicos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9) sempre terão leitura de numeral cardinal,
a não ser que haja o símbolo (º) ou (ª), transformando em numeral ordinal. Então teremos o
seguinte: Artigo 8 (artigo oito), Casa 2 (casa dois), 8º artigo (oitavo artigo).
"Aquela mulher é meia complicada. Ela acha que há bastante pessoas menas
educadas, pois há senhoras que nunca dizem 'muito obrigado'".
Essa frase ridícula foi produzida com o intuito de registrar o uso de alguns adjetivos, pronomes
adjetivos e advérbios - matéria que chamamos de "concordância nominal". Seguindo a
seqüência, teremos o seguinte:
Meio
·Concordará com o elemento a que se referir, quando significar "metade" de alguma coisa. Por
exemplo: Era meio-dia e meia (hora); Ela tomou meia garrafa de vinho.
·Ficará invariável, quando significar "um pouco", "mais ou menos". Por exemplo: A porta estava
meio aberta; Ela ficou meio zangada comigo.
·Quando formar substantivo composto, ambos os elementos variarão. Por exemplo: Os meios-
fios ficaram altos demais.
Bastante
·Quando modificar substantivo, concordará com ele, por ser pronome indefinido adjetivo. Nesse
caso, poderá ser substituído por "vários, várias, algum, alguns, alguma ou algumas". Por
exemplo: Ele tem bastantes amigos; Bastantes pessoas compareceram ao espetáculo.
·Quando modificar verbo, adjetivo ou outro advérbio ficará invariável, por ser advérbio. Nesse
caso, poderá ser substituído por "bem ou muito". Por exemplo: Elas estavam bastante
zangadas comigo. Eles estudaram bastante.
·Bastante também será adjetivo, quando significar "que basta", "que satisfaz". Por exemplo: Há
provas bastantes de sua culpa.
Menos ·A palavra menos é sempre invariável. Por exemplo: Há menos mulheres aqui. Estudei
menos matérias esse ano.
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Obrigado ·Obrigado significa "agradecido, grato, reconhecido". Concorda com o substantivo ou
com o pronome a que se refere, ou seja, se o substantivo for feminino plural, usa-se
"obrigadas", como usaria "gratas, agradeciedas, reconhecidas". Por exemplo: A garota disse um
muito obrigada emocionado; Todas elas disseram em coro: - Muito obrigadas.
Assim, constatamos que a frase apresentada está errada, devendo ser assim reescrita: Aquela
mulher é meio complicada. Ela acha que há bastantes pessoas menos educadas, pois há
senhoras que nunca dizem "muito obrigadas".
1000º = milésimo
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De 2000º em diante, tanto se pode falar "o dois milésimo" quanto "o segundo milésimo".
Agora é só juntar tudo que se tem a formação de qualquer numeral ordinal. Por exemplo:
862º = octingentésimo sexagésimo segundo;
583º = qüingentésimo octogésimo terceiro;
26.754º = o vinte e seis milésimo septingentésimo qüinquagésimo quarto ou o vigésimo sexto
milésimo septingentésimo qüinquagésimo quarto
A frase apresentada, então, está errada, devendo ser assim corrigida: "Ele foi o octogésimo
colocado no vestibular."
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"Te peguei!!"
Quem é brasileiro sabe onde essa frase surge todo domingo à noite, não é mesmo? Se não
sabe, "deixe pra lá" e vamos ao que interessa. Há muitas frases como a apresentada no dia-a-
dia: "te telefono", "te amo", "te pego mais tarde", etc, etc, etc. O problema de todas elas é a
colocação pronominal, pois não se pode começar frase com pronome oblíquo átono (me, te, se,
o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes). Devem-se colocar esses pronomes antes do verbo, quando
houver uma palavra atrativa; são elas:
advérbio: Ex. Amanhã lhe telefonarei.
04) Havendo duas palavras atrativas, tanto o pronome poderá ficar após as duas palavras,
quanto entre elas.
Ex. Se me não ama mais, diga-me. Se não me ama mais, diga-me.
Agora você deve estar perguntando-se: Qual deve ser, então, a forma certa de se dizer a frase
apresentada? Respondo-lhe: Peguei-te! Credo! Que coisa horrível!! Realmente fica totalmente
deselegante dizer isso. O ideal seria reestruturar a frase, para evitar essa expressão
desagradável, como, por exemplo: Peguei você!!
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enfeio, tu enfeias, ele enfeia e eles enfeiam; que eu enfeie, que tu enfeies, que ele enfeie e que
eles enfeiem.
As outras pessoas desses dois tempos (nós e vós) e todos os outros tempos verbais não têm
essa letra "i', ficando assim: todos os dias nós enfeamos, vós enfeais; que nós enfeemos, que
vós enfeeis; ontem eu enfeei, tu enfeaste, ele enfeou, nós enfeamos, vós enfeastes, eles
enfearam.
O mesmo ocorre com todos os verbos terminados em -ear (passear, frear, refrear, cear,
patentear, franquear, rodear...). A frase apresentada, então, deverá ser modificada assim: "Se a
realidade nos parece pouco bela, não a enfeemos mais!"
Alguns homens públicos não têem escrúpulos!
Isso é uma inverdade!! Você não pode falar dessa maneira!! Como tem coragem de cometer
um erro desses?! Será que não sabe que o verbo ter não admite duplicação do "e"?! É isso aí.
Os únicos verbos que se conjugam com -êem são crer, ler e ver, na terceira pessoa do plural
do presente do indicativo (todos os dias eles crêem, eles lêem, eles vêem) e dar, na terceira
pessoa do plural do presente do subjuntivo (que eles dêem), além de seus derivados (descrer,
reler, antever, desdar...). Os verbos ter e vir, na terceira pessoa do plural do presente do
indicativo são escritos com um "e" só com acento circunflexo: Eles têm dinheiro, por isso vêm
de táxi. Conclui-se, então, que a frase apresentada está errada. Corrigindo-a, teremos: Alguns
homens públicos não têm escrúpulos!
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Pronto. Agora você percebeu qual o erro da frase apresentada, não é mesmo? É o verbo dar.
"Dá" é referente à segunda pessoa do singular. Já que o compositor usa o pronome de
tratamento "você", o verbo deve ser "dê". Então, corrigindo apenas a parte verbal, sem pensar
no erro de colocação pronominal (não se inicia oração com pronome oblíquo átono), teremos a
frase: Ei! Você aí! Me dê um dinheiro, aí, me dê um dinheiro, aí...
Agora sim, vamos ao carnaval!!
Não vai dar, não vai dar não? Você vai ver a grande confusão! Eu vou beber, beber até cair. Me
dê, me dê, me dê, oi. Me dê um dinheiro aí!!
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O verbo da frase inicial – inserir - é abundante, portanto possui dois particípios: inserido e
inserto: “Ele tem inserido os nomes dos amigos”; “os nomes dos amigos foram insertos por ele”.
A frase apresentada deve, então, ser assim reescrita: Algumas fotografias de candidatos a
prefeito não foram insertas na urna eletrônica.
Portanto, usaremos a palavra entregue somente com ser ou estar. Por exemplo, as frases A
encomenda foi entregue; O aparelho já está entregue. Com ter ou haver, deveremos usar a
palavra entregado. Por exemplo, a frase Ele não tem entregado as encomendas em dia.
Então a frase apresentada está errada. Deveremos corrigir para Até ontem, a loja não tinha
entregado o aparelho.
Veja uma lista de verbos abundantes:
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Portanto, corrigindo a frase apresentada, teremos: Minha estada em Itapoá foi ótima.
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permanecer, continuar), junto de Predicativo do Sujeito, ou os verbos Custar, Bastar, Restar
e Faltar.
Exemplos:
• Foi difícil para mim aceitar a situação.
• Custou para mim entender a matéria.
• Basta para mim estar a seu lado.
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Outros exemplos:
Se os professores interviessem a nosso favor, conseguiríamos o intento.
Se ele proviesse do Rio Grande do Sul, não teria esse sotaque de nortista.
Outros exemplos:
Quando os músicos compuserem uma boa canção, patrocinarei a banda.
Se o governador antepusesse sua assinatura, estaria comprometendo-se.
Se o irmão dela se indispuser contra mim, reclamarei com a coordenadora.
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Não!!! Se o governo mantiver as medidas... pois, quando se iniciar oração por se ou
quando, o verbo estará no futuro do subjuntivo, e todos os verbos derivados de ter, nesse
tempo, têm a estrutura ...tiver....
O pretérito imperfeito do subjuntivo (iniciado por se ou caso) desses verbos é estruturado
...tivesse..., e não ...tesse....
A maneira de se descobrir se um verbo é derivado de outro é conjugando-o, portanto um verbo
será derivado de ter, quando for conjugado como ele.
A primeira pessoa do singular (eu) do presente do indicativo (todos os dias) do verbo ter é
tenho (todos os dias eu tenho), portanto serão derivados de ter todos os verbos que
apresentarem essa terminação.
Por exemplo:
Outros exemplos:
Quando os alunos se ativerem à aula, entenderão a matéria.
Se os policiais detivessem todos os automóveis, prenderiam muitos bandidos.
Se o governo contiver os gastos, economizará milhões de reais.
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No entanto, se observar mais atentamente, constatará que o pronome eu, aparentemente de
novo, funciona como objeto direto do verbo deixar, pois eu fui deixado por meu pai. Aí está
a complicação. Vamos, então, à solução:
O que ocorre é que eu não fui deixado por meu pai, mas sim a ação de sair é que não foi
deixada. Se desenvolvermos a oração, teremos: Meu pai não deixou que eu saísse.
Portanto o objeto direto do verbo deixar é a oração, e não o pronome. Entretanto, ao
reduzirmos a oração, como ocorre na frase apresentada, teremos o pronome de primeira
pessoa ligado ao verbo deixar. Então ele deve ser transformado em pronome oblíquo átono
_me.
Conseqüentemente a frase certa deverá ser: Meu pai não me deixou sair.
Isso ocorre, quando surgirem dois verbos no período: o primeiro, qualquer um dentre estes:
fazer, mandar, ver, deixar, sentir, ouvir; o segundo, qualquer verbo no infinitivo ou no gerúndio.
O sujeito desse segundo verbo não pode ser pronome pessoal do caso reto, e sim pronome
pessoal do caso oblíquo _me, te, se, o, a, nos, vos, os, as.
E, para finalizar, esse sujeito recebe um nome especial: Sujeito acusativo.
Exemplos:
Fizeram-nas falar a verdade e não Fizeram elas falar a verdade.
Deixe-me ler suas poesias e não Deixa eu ler suas poesias.
Eu a vi conversando com Genésio e não Eu vi ela conversando com Genésio.
X xxxxxxxxxxxxxxxx X xxxxxxxxxxxxxxxx X
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