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Relator.
RELATÓRIO
DES. ODONE SANGUINÉ (RELATOR)
1. Trata-se de recurso de apelação interposto por GILBERTO
FERRÃO DE OLIVEIRA (fl. 91) contra a sentença que julgou procedente a
pretensão punitiva para condená-lo pelo cometimento do delito previsto no
art. 129, §9º, do CP, à pena de 03 (três) meses de detenção, em regime
aberto; suspensa a execução da pena, pelo prazo de 02 (dois) anos,
mediante o cumprimento de prestação de serviços à comunidade, no
primeiro ano do período de prova, e comparecimento trimestral em juízo (fls.
71/74).
É o relatório.
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VOTOS
DES. ODONE SANGUINÉ (RELATOR)
Eminentes Colegas:
5. O Magistrado julgou procedente a denúncia para condenar o
acusado GILBERTO FERRÃO DE OLIVEIRA pela prática do crime tipificado
no art. 129, §9º, do CP, à pena de 03 (três) meses de detenção, em regime
aberto; suspensa a execução da pena, pelo prazo de 02 (dois) anos,
mediante o cumprimento de prestação de serviços à comunidade, no
primeiro ano do período de prova, e comparecimento trimestral em juízo (fls.
71/74).
Examine-se.
I – Preliminar
(a) Ausência de justa causa para a ação penal. Retratação da
vítima posterior ao oferecimento da denúncia. Descabimento.
6. Sustenta a defesa a ausência de justa causa para ação
penal em face da retratação da vítima havida na audiência designada para
sua inquirição.
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ignorado pelo Poder Judiciário, não pode levar o juiz ou tribunal a rechaçar o
novel sistema implantado com a minireforma processual de 2008, tout court,
seja por preferir um ou outro sistema, seja pelo apego à cultura processual
do sistema anterior.
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iniciais, após o que as partes podem fazer a inquirição direta e cruzada (art.
473 do CPP, com a nova redação). De modo diverso, a nova redação do art.
212 estabelece outra ordem, em que as perguntas são desde logo
formuladas diretamente pelas partes. A intervenção do juiz vem prevista a
seguir, sob a forma de poderes integrativos, no parágrafo único deste artigo,
ao estabelecer que “sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá
complementar a inquirição”. Portanto, há uma incoerência entre os arts. 212
e 473 do CPP: ambos prevêem perguntas diretas pelas partes, mas,
enquanto no plenário do júri as perguntas são feitas inicialmente pelo juiz
presidente e somente depois é dada a palavra para as partes, no regime da
prova testemunhal as perguntas são inicialmente formuladas pelas partes e
somente depois o juiz poderá complementar a inquirição sobre os pontos
não esclarecidos (GOMES FILHO, Antonio Magalhães. Provas. Lei 11.690,
de 09.06.2008. In VV.AA. As reformas do processo penal. As novas leis de
2008 e os Projetos de Reforma. coord. Maria Thereza Rocha ttde Assis
Moura. Editora RT, 2009, pp.287-288; BADARÓ, Gustavo Henrique Righi
Ivahy. Tribunal do Júri. Lei 11.689, de 09.06.2008. In VV.AA. As reformas do
processo penal, op.cit., pp.171).
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121216/DF,rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, j. 19/05/2009, DJe 01/06/2009); (b)
“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E
JULGAMENTO. INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS. NÃO-OBSERVÂNCIA DO
PROCEDIMENTO PREVISTO NO ART. 212 DO CPP, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI
11.690/08. NULIDADE. CONSTRANGIMENTO EVIDENCIADO. ORDEM CONCEDIDA.
LIMINAR CONFIRMADA. 1. A nova redação dada ao art. 212 do CPP pela Lei 11.690/08
determina que as vítimas, as testemunhas e o acusado sejam ouvidos direta e
primeiramente pela acusação e na sequência pela defesa, possibilitando ao magistrado
complementar a inquirição se entender necessários esclarecimentos. 2. Se o Tribunal de
origem admite que houve a inversão na inquirição, consignando que o Juízo Singular
incorreu em error in procedendo, patente o constrangimento, sanável pela via do habeas
corpus, por ofensa ao devido processo legal. 3. Ordem concedida para, confirmando a
liminar, anular a audiência de instrução e julgamento realizada em desconformidade com a
previsão contida no art. 212 do Código de Processo Penal, bem como os atos
subsequentes, determinando que outra seja realizada, consoante as disposições do referido
dispositivo.” (HC 137.091/DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA,
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VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe 02/08/2010); (e) PROCESSO PENAL.
HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. TESTEMUNHAS. INQUIRIÇÃO DIRETA
PELO MAGISTRADO. NULIDADE. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. I. O art. 212
do Código de Processo Penal, com redação dada pela Lei nº 11.690/08, determina que as
perguntas sejam formuladas diretamente pelas partes às testemunhas, possibilitando ao
magistrado, supletivamente, caso queira complementar as declarações em pontos ainda
não esclarecidos, proceder à sua inquirição. Precedentes. II. A Reforma de Processo Penal
de 2008 suprimiu o sistema presidencialista na oitiva das testemunhas em juízo, adotando-
se o sistema acusatório, configurando constrangimento ilegal a violação dessa forma
instrutória. III. Eventual nulidade na instrução criminal dos crimes dolosos contra a vida não
impede o magistrado de atuar no feito. No rito escalonado do Tribunal do Júri, o acusado
será julgado pelo Conselho de Sentença, segundo a íntima convicção dos jurados. IV.
Ordem concedida em parte. (HC 155.934/RS, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA
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diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta,
não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida.
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a
inquirição". 2. Na espécie, tendo iniciado o Magistrado a inquirição das testemunhas, não
permitindo às partes que primeiro formulassem às suas perguntas, feriu a garantia do
devido processo legal prevista no art. 5º, inciso LIV, da Constituição Federal. 3. Conforme
tem assentado o Superior Tribunal de Justiça, os questionamentos às testemunhas deverão
ser realizados em primeiro lugar pela parte que as arrolou, seguida da parte adversa. Ao
Juiz caberá indeferir pergunta que possa induzir resposta, que não possua relação com a
causa ou que for repetida. Somente após as perguntas da Acusação e da Defesa, é que o
Magistrado, exercendo papel complementar na inquirição das testemunhas, poderá fazer
perguntas. 4. Habeas Corpus admitido e ordem concedida para, confirmando a liminar,
anular a audiência de instrução e demais atos subseqüentes, determinando que outra
audiência seja realizada, respeitando o disposto no art. 212 do Código de Processo Penal,
consoante tem determinado o Superior Tribunal de Justiça. (HC 20090020091762, Relator:
Desembargador Roberval Casemiro Belinati, 2ª Turma Criminal, 13/08/2009).
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pelas partes. 3. Na espécie, não tendo o magistrado observado a nova ordem de inquirição
das testemunhas, deve-se confirmar a decisão liminar proferida pelo eminente
Desembargador Sérgio Rocha, a qual acolhe o atual posicionamento do Superior Tribunal
de Justiça. 4. Reclamação admitida e provida para confirmar a liminar, a qual determinou ao
Juízo reclamado que refizesse a audiência observando a nova ordem das perguntas,
estabelecida no artigo 212 do Código de Processo Penal. (HC 2009002007584-4RCL,
Relator: Desembargador Roberval Casemiro Belinati, 2ª Turma Criminal, 18/03/2010).
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constitucional (art. 5º, inciso XLIII), considerado figura equiparada aos crimes hediondos
assim definidos em lei (Lei nº 8.072/90), sujeitando-se, por conseguinte, ao tratamento
dispensado a tais crimes. V - A pretendida descaracterização do tráfico de drogas como
crime equiparado aos hediondos quando incidente a causa especial de diminuição de pena
do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 não se justifica. VI - O art. 2º, caput, da Lei dos
Crimes Hediondos, bem como o anteriormente citado dispositivo constitucional, equipara
aos crimes hediondos o "tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins", sem qualquer
ressalva aos casos em que a pena imposta é reduzida de 1/6 a 2/3 em razão de o agente
ser primário, possuidor de bons antecedentes e não se dedicar nem integrar organização
criminosa (STF: decisão liminar no HC 102.881/SC, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe de
11/03/2010). VII - A simples incidência da causa de diminuição de pena não é bastante para
afastar a equiparação do tráfico de drogas aos crimes hediondos. Apesar de a lei prever a
redução da reprimenda diante do preenchimento dos requisitos nela enumerados, tal não
implica a desconsideração das razões que levaram o próprio texto constitucional a prever
um tratamento mais rigoroso ao tráfico de drogas. VIII - Neste sentido, e levando-se em
consideração que a conduta perpetrada pelo ora paciente ocorreu em momento posterior à
entrada em vigor da Lei 11.464/07, que deu nova redação ao art. 2º da Lei 8.072/90, deve
ser considerado, na hipótese, quando da eventual análise do requisito objetivo para a
progressão de regime, o lapso temporal de 2/5 (dois quintos) de cumprimento de pena.
Ordem parcialmente concedida, apenas para anular a audiência de instrução e julgamento
realizada em desconformidade com a previsão contida no art. 212 do Código de Processo
Penal, bem como os atos subsequentes, determinando que outra seja realizada, consoante
as disposições do referido dispositivo. (HC 153140/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER,
QUINTA TURMA, julgado em 12/08/2010, DJe 13/09/2010).
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