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– 4º BIMESTRE -
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7. ÉTICA
8. VALORES E NORMAS
3 7. ÉTICA
APOSTILA 4 - CAPÍTULO 7
1. ÉTICA
4 NA HISTÓRIA DA FILOSOFIA
ÉTICA (ETHOS)
surgiu na Grécia Antiga
Conjunto de tradições e costumes.
O latim se apropriou dessa palavra, alguns séculos depois,
traduzindo-a como moral (mos) , mas mantendo a ideia
grega sobre a palavra.
Condição de disciplina filosófica, define-se, como:
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1.2. ÉTICA ARISTOTÉLICA
Para8 Aristóteles, a virtude não está apenas na atividade racional, mas
também na ação que se fundamenta no hábito, ou seja, na prática
constante das virtudes.
As ações consideradas virtuosas e que, consequentemente, nos conduzem à
felicidade dependem da racionalidade.
Para ser virtuoso, o ser humano, de acordo com a ética aristotélica, precisa
pautar suas escolhas utilizando a racionalidade, isto é, agindo com
prudência e, assim, escolhendo sempre o meio termo entre o excesso e a
falta.
A teoria do justo meio ou mediana é, portanto, um dos pontos centrais as
teoria ética de Aristóteles.
Para o filósofo, uma ação é virtuosa e boa se não peca pela falta ou pelo
excesso.
É preciso, assim, encontrar um ponto de equilíbrio, um justo meio, entre as
ações extremadas.
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Ver exemplos – p.6
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Para Aristóteles,
uma ação virtuosa
não deve pecar pela falta
ou pelo excesso.
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1.3. ÉTICA HELENÍSTICA
Período
10 Helenístico :
Período da história da Grécia e da parte do Oriente Médio
Entre a dominação de Alexandre, o Grande, em 323 a.C., e a anexação
do Egito
último reino helenístico, por Roma, em 30 a.C.
As pólis gregas perderam importância dentro do Império Alexandrino.
Alexandre, cujo professor particular era Aristóteles, levou a cultura grega
aos demais povos conquistados.
Caracterizou, por um lado, pela diminuição da influência política da
Grécia e, por outro lado, pela dominação cultural, levada pelos
macedônicos por todo o Mar Mediterrâneo.
Novas doutrinas surgiram neste contexto com uma característica
comum: a busca por uma Filosofia que não valorizasse tanto a razão
como propunham Sócrates, Platão e Aristóteles.
Mas uma Filosofia que priorizasse a vida prática e desenvolvesse uma
concepção terapêutica da Filosofia. 8
EPICURISMO
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Criado por Epicuro de Samos (341 a.c. – 270 a.C.)
Defendia a busca pelo prazer como forma de ser feliz.
O prazer não era compreendido como sofisticações, ou seja, pela
satisfação de vestir-se bem, ter bela casa ou possuir muito dinheiro.
Epicuro acreditava, inclusive, que os prazeres materiais sofisticados
causavam dor, ansiedade e sofrimento e, por isso, deveriam ser
substituídos pelos prazeres da alma.
Os prazeres espirituais, como amizade e o amor, trariam a almejada
felicidade.
Para o Epicuro, a ética seria, portanto, a capacidade de moderar os
prazeres materiais e valorizar ao prazeres espirituais .
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ESTOICISMO
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1.4. ÉTICA KANTIANA
Uma das mais importantes teorias éticas da história da filosofia ocorreu na
Modernidade, com o trabalho do filósofo alemão Immanuel Kant(1724 –
1804).
Para Kant:
A ação moral não pode ser motivada por interesses, conforme afirmava
alguns filósofos antigos e medievais.
A ação ética deveria estar fundamentada totalmente na razão.
Todo ser humano racional seria capaz de discernir se uma atitude seria
ética ou não com um simples questionamento:
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Imperativo categórico
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De acordo com Jeremy Bentham :
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Princípio da Utilidade
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De acordo com o critério da maior felicidade, então podemos
julgar uma ação como:
correta se ela tiver como consequência a maximização da
felicidade dentre os envolvidos, e
errada se ela não leva a esse objetivo.
Ao trabalhar com o conceito de felicidade, o autor afirma que
ela está ligada diretamente ao prazer e à ausência de dor.
Dessa maneira, uma ação só pode ser considerada correta se
ela visa ao aumento do prazer do maior número de indivíduos
possível.
A concepção utilitarista leva em consideração o resultado e as
consequências de uma determinada ação.
Se o resultado de uma ação for favorável ao maior número,
então a ação será moralmente correta.
Independentemente do que se tenha praticado, o valor da
ação está sempre nas vantagens que foi capaz de trazer ou
nas consequências da sua concretização.
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1.6. ÉTICA DO DISCURSO
Na22 contemporaneidade, o raciocínio ético passa por mudanças tanto em
relação à Antiguidade quanto à Modernidade.
Nesse contexto, destacam-se as ideias do filósofo Jurgen Habermas (18
de junho de 1929).
O conceito básico de sua filosofia é a teoria da ação comunicativa que
sustenta a sua teoria ética do discurso.
Segundo Habermas, qualquer discussão ética precisa ser anteriormente
fundamentada no diálogo e na comunicação entre os indivíduos.
Para isso, é preciso criar espaços de liberdade para que as pessoas
possam expor suas opiniões.
É preciso, também, que os sujeitos se posicionem criticamente diante das
normas, analisando se os sistemas político, econômico e cultural
existentes satisfazem às condições éticas necessárias para a
sobrevivência humana.
Desse modo, uma decisão ética pode ser tomada somente após a
discussão e a expressão livre dos cidadãos que compõem um grupo.
A busca de Habermas é por decisões consensuais (aquelas
que todos os indivíduos se sintam pertencentes à decisão)que
legitimariam como ética as decisões tomadas como normas
sociais.
Para muitos oponentes da teoria de Habermas, sua proposta
ética é idealizada e não aplicável à forma de organização da
sociedade.
O filósofo, todavia, argumenta que a discussão ética tem
justamente essa função: a de pensar uma sociedade melhor,
mesmo que ela ainda não exista na prática.
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24 8. VALORES E NORMAS
APOSTILA 4 - CAPÍTULO 8
25 1. Os juízos
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A prova de Matemática estava difícil, pois tinha muitos cálculos.
Gosto do João porque ele é muito bonito.
Hoje, a comida da cantina estava fria.
Maria se comportou mal na aula de Física de hoje, conversou
demais.
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Na vida cotidiana, estamos o tempo todo emitindo juízos, que podem ser
considerados juízos de fato ou de valor.
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A) Juízos de fato:
Referem-se às análises objetivas feitas sobre coisas que existem em nossa
realidade empírica.
Por exemplo: emitir um juízo de fato sobre a prova de Matemática: “A
prova de Matemática estava muito extensa.”
Quando sentimos vontade de interagir com uma pessoa ou com algo que
acontece no mundo, tanto de forma positiva quanto negativa, estamos
atribuindo valor àquilo com estamos nos relacionando.
Os valores não são atribuídos somente pelas experiências do sujeito, mas
herdados da família e da cultura.
Ao ensinar a dizer “obrigado” , “por favor” e não falar com estranhos na
rua, transmitimos valores já estabelecidos pela comunidade. 4
Do conjunto de valores de uma sociedade são formadas as normas, que
29 são a reunião de direitos e deveres aceitos em uma sociedade.
LEI NORMA
É abstrata, É uma conduta a ser seguida.
Seu cumprimento obrigatório Não é obrigatória.
por todos os indivíduos de uma
sociedade.
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Nesse sentido os valores reconhecidos como bons passam a ser admirados e
valorizados nas pessoas que possuem tal comportamento.
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A criança que agradece o
presente de Natal dos tios é parabenizada.
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2. A moral
O valor moral, para a maioria dos povos do globo, não é o mesmo.
É comum vermos conflitos entre as nações por cauda disso.
Aquilo que é considerado certo no mundo ocidental pode ser errado
na cultura oriental e vice-versa.
Certo e errado são valores morais
O uso da burca pela mulher no mundo islâmico, por exemplo, mais do e, por isso, não são universais,
mudando de cultura para cultura.
que obrigatório, é a representação de valor sobre o feminino.
Já na cultura ocidental, a obrigação de certo tipo de vestimenta para o uso da mulher é considerada
como forma de opressão e controle sobre o sexo feminino exercido dentro de uma cultura patriarcal e
machista.
“O que é certo?
Qual atitude devo tomar?
Por que tenho que fazer isso se não quero?
Como realizarei o que quero sem prejudicar alguém?
Perguntas do tipo, fazem parte do cotidiano e representam a força que o aspecto moral possui sobre
as ações humanas.
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Historicamente, a criação dos valores e normas e o julgamento moral sobre o
cumprimento ou não desses acordos foram de extrema importância para a
sobrevivência do ser humano.
Existe uma diferença entre norma e moral que deve ficar clara.
Normas Moral
Podem ser aceitas ou recusadas Só existe quando internalizada
externamente. pelo indivíduo.
Tem caráter social. É ao mesmo tempo individual e
Existem para cuidar das ações social.
humanas em primeiro plano e, em Há uma preocupação pela vida
função destas,
Enquanto na moralquando interior das pessoas, sendo o
necessário, investigar o que é julgamento sobre o certo e o
passível de punição na ação errado referente à consciência
contrária ao estabelecido na individual.
sociedade.
Ver apostila
p. 23 10
3. Responsabilidade e dever
Qualquer ação que tomamos afeta pessoas ao nosso redor.
Par entender a distinção entre ato moral, e imoral, precisamos, antes, entender as
três características da ação moral:
Característica 1: Consciência.
Toda atitude tomada só pode ser moral se o sujeito da ação reconhece o que
está fazendo, sabendo das consequências de sua atitude.
Característica 2: Intenção.
Toda atitude tomada só pode ser considerada moral se ela tiver sido feita
intencionalmente, e não somente por reação ou obrigação.
Característica 3: Responsabilidade.
Toda atitude tomada só pode ser moral se for compromissada com a
comunidade em que vivemos. Um ato moral deve ser aquele no qual o agente
responde por suas ações, ou seja, tem consciência de seus atos e intenção em
fazê-los. O indivíduo deve, desse modo, sentir-se responsável por suas escolhas
– independentemente dos seus resultados (positivos ou negativos; esperados ou
inesperados).
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A partir da junção da consciência da atitude, da liberdade de escolha e da
responsabilidade por seus semelhantes à atitude moral, cria-se um
compromisso, uma obrigação ou, como denominamos na Filosofia, um
dever.
AÇÃO
MORAL
CONSCIÊNCIA RESPONSABILIDADE
INTENCIONALIDADE
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DEVER
Eu posso falar que vou fazer tudo isso, mas, na hora de agir, não consigo
estudar nem resisto à conversa com o meu colega!”
Sim é verdade! Agora você entende a diferença final entre um ato moral e
um ato imoral.
Cumprir as decisões que escolhemos livremente é o que faz nossa
consciência definir que agimos moralmente, enquanto o ato de
desobedecermos a compromissos que nós mesmos queríamos respeitar é
o que nos faz sentir que tomamos uma decisão imoral.
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Assim, liberdade, responsabilidade e dever são características
humanas que caminham juntas quando optamos por agir
moralmente.
O indivíduo adulto tem possibilidade de questionar as
imposições da cultura (suas normas, por exemplo), ou seja, o
desenvolvimento da autonomia possibilita a ação que tem em
vista sua própria consciência moral.
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4. DESEJO E VONTADE
À medida que vamos crescendo e nos tornando adultos, muitos
questionamentos passam pela cabeça.
Principal dúvida: “Afinal, o que eu realmente quero?”
Essa questão se relaciona com outra característica da ação moral .
O ser humano, por sua capacidade de pensar e refletir, tende a antecipar
as atitudes que irá tomar e, assim, projetar os acontecimentos e resultados
que quer alcançar.
Por exemplo: alguém deseja fazer uma viagem, precisa planejá-la com
antecedência, caso contrário, essa pessoa será a responsável por qualquer
imprevisto decorrente da falta de planejamento.
Assim acontece com todas as decisões que tomamos, planejamos o que
queremos fazer para poder alcançar os melhores resultados possíveis.
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Aquilo que chega à nossa mente de uma Não se comporta da mesma maneira que o
forma muito rápida e com muita desejo por um simples detalhe: a reflexão.
expectativa de realização. A reflexão pode se manifestar, por exemplo,
Sinto um cheio no forno e quero comer o na previsão, na ponderação e na
que está assando; precaução das consequências da ação.
Vejo um brinquedo na vitrine e quero A reflexão orienta se aquele desejo é
possuí-lo ; possível, justo e bom, transformando um
Gosto da minha mãe quero ficar com ela o impulso inconsciente em formas de
dia inteiro. alcançar ou desistir daquele desejo.
Esses são exemplos de impulsos que Es estamos com muita fome e há algo
possuímos durante a vida. assando no forno, esperamos até que o
processo de produção do alimento se
complete, em vez de abrirmos logo o forno
e comermos o alimento cru e
demasiadamente quente.
De uma forma geral, podemos dizer que o desejo se manifesta sem controle, mas a
vontade, não.
43 Assim, os seres humanos que optam por agir de forma moral
tendem a transformar seus desejos em vontade, pois sua
racionalidade possibilita que ajam além da satisfação dos seus
instintos – como fazem os animais.
Não controlar o impulso do desejo é a própria negação do agir
moral.
Assim, agir moralmente é refletir sobre os desejos,
transformando alguns em vontades, que necessitam de
planejamento para serem alcançados, mas também rejeitando
os desejos que não são uteis ou bons, após a análise da
consciência.
Esse é um dos fatores que garantem a sobrevivência de uma
sociedade.
5. CONVÍVIO SOCIAL
Conviver em sociedade é um desafio para todos os seres humanos .
As pessoas, por serem diferentes em formação familiar, personalidade e
cultura, frequentemente possuem interesses divergentes.
Uma das maiores dificuldades humanas é, portanto, saber lidar com duas
esferas da vida: a pública e a privada.
Por vezes, agimos no coletivo de uma forma injusta por não sabermos os
limites de convivência sadia.
Ouvir uma música em seu quarto com o volume alto, por exemplo, pode ser
moralmente correto se não incomodar os vizinhos ou outros familiares, mas
escutar música sem fones de ouvido em um transporte coletivo,
inevitavelmente, incomodará alguém.
Viver em sociedade é possuir o discernimento moral e saber, para preservar a
liberdade, os deveres tanto quanto os direitos.
Só a partir desse exercício de cidadania diário podemos nos tornar sujeitos
com atitudes morais.