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Los Pinches Tiranos

com este texto se procura que voce possa comprender umo de os defeitos mais
grandes que tem a mente humana, a importancia pessoal,ja que ela chira el 30% de
nossa consciencia
nao os interesa que fiques atrapaladoem estas palabras do autor si nao que consigas
uma descuberta de iste eu em seu interior para lutar contra ele,

Don Juan não voltou a falar, por meses, sobre o estado “Consciente de ser”.
Estávamos então, lá na casa aonde vivia todo grupo de videntes.
-Vamos andar por um longo tempo, disse don Juan serio, pondo uma mão sobre
meu ombro-. Ou melhor ainda, vamos onde há muita gente, na praça do povo e
começaremos a praticar.
Surpreendeu-me muitíssimo quando ele veio falar comigo; pois fiquei por vários dias
na casa e nem sequer respondia os meus comprimentos.
No momento em que dom Juan e eu saíamos da casa, a Gorda parou em nossa
frente e exigiu que a levássemos conosco. Parecia estar determinada a nos seguir.
Com voz muito firme dom Juan lhe disse que tinha que conversar comigo em
particular.
-vão falar de mim -disse a Gorda; seu tom e seus gestos demonstraram o
tamanho da sua desconfiança e sua irritação.
-Pois, sim -respondeu dom Juan sério. Ele continuou andando e nem si virou
para olhá-la.
Eu o segui e caminhamos em silêncio até a praça do povo. Quando nós sentamos, eu
perguntei-lhe o que de importante poderíamos falar sobre a ”gorda”. Incomodava-me
a maneira ameaçadora que ela nos olhava quando saíamos da casa.
-Não temos nada que discutir a respeito da Gorda ou de nenhuma outra pessoa
-respondeu-. Eu disse isso para que ela possa avaliar sua enorme importância
pessoal. E deu resultado. Está furiosa conosco. Eu a conheço bem, estive falando
com ela e isso foi suficiente para dar confiança e sentir indignada porque nós não a
trouxemos e ficou parada como uma idiota. Não me surpreenderia se ela viesse
enfurecida em cima da gente.
-Sse não vamos falar sobre a gorda, o que vamos falar? – eu perguntei
-Vamos continuar a conversa que começamos em Oaxaca – ele falou -.
Entender essa explicação vai requerer esforço Máximo. Tem que estar disposto a
caminhar sobre um nível e outro da consciência, e quando estivermos em nossa
conversa eu exigirei de você a concentração e a paciência do total.
Reclamando aos poucos, Eu disse que ele tinha feito eu me sentir muito mal
por não ter falado comigo desde que cheguei na sua casa. Olhou-me e dobrou as
sobrancelhas. Um sorriso apareceu em seus lábios e se desapareceu. Percebi que eu
estava tão confuso como a Gorda.
- Eu estive testando a sua importância pessoal – me disse -. A importância
pessoal é nosso maior inimigo. Pense no que te deixa pra baixo quando somos
ofendidos pelos nossos amigos.
Nossa importância pessoal requer que passemos a maior parte de nossas
vidas ofendidos por alguém, importando com o que eles pensam."os novos videntes
recomendam que é preciso fazer todos os esforços possíveis para lutar como um
guerreiro para tirar de nossas vidas essa importância. Eu segui todas as
recomendações e procuro demonstrar por todas as maneiras possíveis que sem a
importância pessoal nós somos invulneráveis
Quando terminou, de repente, seus olhos ficaram muito brilhantes.. A idéia
que me ocorreu, imediatamente, foi que parecia estar a ponto de rir sem motivo,
quando de repente levei um tapa no lado direito do rosto.
Dei um salto. A gorda estava parada atrás de mim, com a mão levantada. Seu rosto
estava vermelho de raiva
-Agora se pode dizer o que quiser de mim, e com mais razão! -gritou-. Mas se
tiver algo que quer dizer, diga-me na minha cara, filho de uma ****!
Seu impulso parecia que havia se esgotado; sentou-se no chão e começou a
chorar. Dom Juan estava imobilizado por uma alegria que não podia se explicar. Eu
estava cheio de raiva. A gorda me encarou e virou para don Juan e dizendo que nós
não tínhamos o direito de criticá-la.
Dom Juan riu com tanta força que se dobrou quase até o chão. Nem sequer
podia falar. Duas ou três vezes tentou me dizer algo, mas se afastou, com o corpo
sacudido por risadas.
Eu estava a ponto de correr atrás dele, ainda furioso com a Gorda, que
nesse momento me parecia desprezível, quando me ocorreu algo extraordinário.
Soube, instantaneamente, o que tinha feito dom Juan rir tanto. A Gorda e eu fomos
completamente parecidos. Nossa importância pessoal era gigantesca. Minha surpresa
e minha fúria ao ser esbofeteado eram exatamente iguais à ira e a desconfiança da
Gorda. Dom Juan tinha razão. O peso da importância pessoal é na verdade um terrível
obstáculo.
Corri depois disso, impressionado, lágrimas brotavam dos olhos. Alcancei-o e lhe
disse que tinha compreendido. Em seus olhos havia um brilho de malícia e deleite.
-O que posso fazer pela Gorda? -perguntei.
-Nada -respondeu-. Ela tem que prestar atenção por si mesma.
Trocou de assunto e disse que continuávamos a conversar em casa, podia ser
em uma sala ampla com cômodas poltronas ou no pátio traseiro, que tinha um
corredor coberto a seu redor. Disse que em cada ocasião que levasse a sério as
explicações. E esses lugares ficariam fechados para nos concentrar.
Retornamos à casa. Dom Juan contou a todos o que tinha feito a Gorda. O
deleite dos videntes e as brincadeiras que lhe fizeram a respeito, aumentaram o
desassossego da Gorda.
-A importância pessoal não pode combater-se com delicadezas -comentou dom
Juan quando expressei minha preocupação sobre o estado de animo da Gorda.
Pediu logo a todos que abandonassem o quarto. Sentamo-nos e dom Juan
começou suas explicações.
Disse que os videntes, antigos e novos, dividem-se em duas categorias. A
primeira fica integrada por aqueles que estão dispostos a exercer controle sobre si
mesmo. Esses videntes são os que podem canalizar suas atividades para objetivos
práticos que beneficiariam a outros videntes e ao homem em geral. A outra categoria
está composta daqueles a quem não importa nem o controle de si mesmos nem
nenhum objetivo prático. Pensa-se de maneira geral que estes últimos videntes não
puderam resolver o problema da importância pessoal.
-A importância pessoal não é algo singelo e ingênuo -explicou-. Por uma parte,
é o núcleo de tudo o que tem valor em nós, e por outra, o núcleo de toda nossa
podridão. Desfazer-se da importância pessoal requer uma obra inteligente de
estratégia. Os videntes de todas as épocas conferiram os mais altos louvores a quem
o tem obtido.
Queixei-me de que, embora às vezes me parecia muito atrativa, a idéia de
eliminar a importância pessoal era realmente incompreensível; disse-lhe que suas
sugestões para desfazer-se dela eram tão vagas que não havia modo das
implementar.
-Estou já cansado de te repetir -disse-, que para poder seguir o caminho do
conhecimento tem que ser muito criativo. Como está comprovando para você mesmo,
tudo está escuro no caminho do conhecimento. A claridade custa muitíssimo
trabalho, muitíssima imaginação.
Meu interior me fez criticar que suas repreensões sobre a importância pessoal
recordavam aos catecismos. E se algo era odioso para mim era a lembrança dos
sermões sobre o pecado. Encontrava-os eu aterrorizantes.
-Os guerreiros combatem a importância pessoal como questão de estratégia,
não como questão de fé -repôs-. Seu engano é entender o que digo em termos de
moralidade.
-Eu o vejo como um homem de grande moralidade -insisti.
-O que você estas vendo como moralidade é simplesmente minha
impecabilidade -disse.
-O conceito da impecabilidade, assim como o de desfazer-se da importância
pessoal, é um conceito muito vago para me ser útil -comentei-lhe.
Dom Juan se engasgou de risada, e eu o desafiei a que explicasse a
impecabilidade.
-A impecabilidade não é outra coisa que o uso adequado da energia -disse-.
Tudo o que eu te digo não tem um ápice de moralidade. Economizei energia e isso me
faz impecável. Para poder entender isto, você tem que ter economizado suficiente
energia, ou não o entenderá jamais.
Durante esse tempo permanecemos em silêncio. Eu queria pensar no que
havia dito. De repente, começou a falar de novo.
-Os guerreiros fazem inventários estratégicos -disse-. Fazem listas de suas
atividades e seus interesses. Logo decidem quais deles podem trocar, desse modo,
dará um descanso a seu gasto de energia.
Eu aleguei que uma lista dessa natureza teria que incluir todo o imaginável.
Com muita paciência me respondeu que o inventário estratégico de que falava só
abrangia padrões de comportamento que não eram essenciais para nossa
sobrevivência e bem-estar.
Eu aproveitei a oportunidade para lhe mostrar que a sobrevivência e o bem-
estar eram categorias que podiam interpretar-se de incontáveis maneiras. Argüi-lhe
que não era possível ficar de acordo sobre o que era ou não era essencial para nossa
sobrevivência e bem-estar.
Conforme segui falando, comecei a perder meu impulso original. Finalmente,
detive-me porque me dava conta da inutilidade de meus argumentos. Dava-me conta
de que dom Juan estava certo quando dizia que minha paixão era fazer o difícil.
Dom Juan disse então que nos inventários estratégicos dos guerreiros, a
importância pessoal figura como a atividade que consome a maior quantidade de
energia, e que por isso se esforçavam para elimina-la.

-Uma das primeiras preocupações do guerreiro é liberar essa energia para


enfrentar-se com ela ao desconhecido -prosseguiu dom Juan-. A ação de recanalizar
essa energia é a impecabilidade.
Disse que a estratégia mais efetiva foi desenvolvida pelos videntes da
Conquista, os indiscutíveis Mestres da observação, e que consiste em seis elementos
que têm influência recíproca. Cinco deles se chamam os atributos do ser guerreiro:
controle, disciplina, refreamento, a habilidade de escolher o momento oportuno e a
finalidade. Estes cinco elementos pertencem ao mundo privado do guerreiro que luta
por perder sua importância pessoal. O sexto elemento, que é possivelmente o mais
importante de todos, pertence ao mundo exterior e se chama o Pinche tirano. Olhou-
me como se em silêncio me perguntasse se lhe tinha entendido ou não.
-Estou realmente perdido -. Outro dia você disse que a Gorda é a Pinche tirana
de minha vida. O que é exatamente um Pinche tirano?
-Um Pinche tirano é um torturador -respondeu-. Alguém que tem o poder de
acabar com os guerreiros, ou alguém que simplesmente lhes faz a vida impossível.
Dom Juan sorriu com um ar de malícia e disse que os novos videntes
desenvolveram sua própria classificação dos Pinches tiranos. Embora o conceito é
um de suas descobertas mais sérias e importantes, os novos videntes tomavam
muito à acelerado. Assegurou-me que havia uma tintura de humor malicioso em cada
uma de suas classificações, porque o humor era a única maneira de rebater a
compulsão humana de fazer chatos inventários e classificações.
De conformidade com suas práticas humorísticas os novos videntes julgaram
correto encabeçar sua classificação com a fonte primária de energia, o único e
supremo imperador do universo, e lhe chamaram simplesmente de tirano.
Naturalmente, encontraram que outros tiranos e autoritários ficavam imensamente
por debaixo da categoria de tirano. Comparados com a fonte de tudo, os homens
mais temíveis são tolos, e portanto, os novos videntes os classificaram como Pinches
tiranos.
A segunda categoria consiste em algo menor que um Pinche tirano. Algo que
chamaram os Pinches tiraninhos; pessoas que perseguem e fazem injúrias, mas sem
causar de fato da morte de ninguém. À terceira categoria chamaram os pequenos
Pinches tiraninhos, e nela puseram às pessoas que só são ditadores ofensivos a mais
no poder.
As classificações me pareceram ridículas. Estava seguro de que dom Juan
improvisava os términos. Perguntei-lhe se era assim.
-Não -respondeu com expressão divertida-. Os novos videntes eram
surpreendentes para fazer classificações. Sem dúvida alguma, Genaro é um dos
melhores; se o observasse com cuidado, daria-te conta exata de como se sentem os
novos videntes com respeito às classificações.
Quando lhe perguntei se me estava tirando o sarro riu a gargalhadas.
-Jamais te faria isso -disse sorrindo-. Possivelmente Genaro o faça, mas não
eu, especialmente quando sei quão sério são para ti as classificações. O mal é que os
novos videntes eram terrivelmente irreverentes.
Completou que a categoria dos Pinches tiraninhos tinha sido dividida em
quatro mais. E estava composta por aqueles que atormentam com brutalidade e
violência. Outra, por aqueles que o fazem criando insuportável apreensão. Outra, por
aqueles que oprimem com tristeza. E a última, por esses que atormentam fazendo
enfurecer.
-A Gorda está em uma categoria especial -adicionou. É uma repinche tiranita
suplente. Faz-te a vida impossível, no momento. Até te dá de bofetadas. Com tudo
isso te está ensinando a ser imparcial, a ser indiferente.
-Como pode ser isso possível? -protestei.
-Ainda não colocou em jogo os ingredientes da estratégia dos novos videntes
-disse-. Uma vez que o faça, saberá o quanto é eficaz e engenhosa o artifício de usar
um pinche tirano. Asseguro-te que não só elimina a importância pessoal, mas
também prepara os guerreiros para entender que a impecabilidade é única no
caminho do conhecimento.
Disse que a estratégia dos novos videntes era uma manobra mortal na qual o
pinche tirano é como uma cúspide montanhosa, e os atributos do ser guerreiro são
como escaladores que sobem até o topo.
-Geralmente só se usam os primeiros quatro atributos -prosseguiu-. O quinto,
o intento, reserva-se sempre para a última confrontação, como diríamos, para quando
os guerreiros se enfrentam ao pelotão de fuzilamento.
-A que se deve isto?
-A que o intento pertence à outra esfera, à esfera do desconhecido. Os outros
quatro pertencem ao conhecido, exatamente onde se encontram hospedados os
pinches tiranos. De fato, o que converte aos seres humanos em pinches tiranos é
precisamente o obsessivo manejo do conhecido.
Dom Juan explicou que só aqueles videntes são guerreiros impecáveis e que
têm controle sobre o intento obtêm a engrenagem de todos os cinco atributos. Uma
ação dessa natureza é uma manobra suprema que não pode realizar-se no nível
humano de todos os dias.

-Quatro características é o que se necessita para agir contra os piores pinches


tiranos -continuou-. Está Claro, sempre e quando encontrar um pinche tirano. O
pinche tirano é o elemento externo, que não podemos controlar e o elemento que é
possivelmente o mais importante de todos. Meu Mestre sempre dizia que o guerreiro
que se enfrenta com um pinche tirano é um guerreiro afortunado. Sua filosofia era
que se não ter a sorte de encontrar a um em seu caminho, tem que sair para buscá-lo.
Explicou que um dos maiores lucros dos videntes da época colonial foi um
esquema que ele chamava de progressão de três voltas. Os videntes, ao entender a
natureza do homem, chegaram à conclusão indisputável de que se um pode ver os
pinches tiranos, a gente certamente pode enfrentar-se ao desconhecido sem perigo, e
inclusive, a gente pode sobreviver à presença do que não se pode conhecer.
-A reação do homem comum é pensar que deveria investir nessa ordem
-prosseguiu-. É natural acreditar que um vidente que se pode enfrentar ao
desconhecido pode, por certo, esnobar a qualquer pinche tirano. Mas não é assim. O
que destruiu os admiráveis videntes da Antigüidade foi essa hipótese.
É sozinho agora que sabemos. Sabemos que nada pode temperar tão bem o espírito
de um guerreiro como o tratar como pessoas impossíveis em posições de poder. Com
essas circunstâncias podem os guerreiros adquirir a sobriedade e a serenidade
necessárias para ficar frente a frente ao que não se pode conhecer.
A grande voz, discordou com ele. Disse-lhe que, em minha opinião, os tiranos
convertem a suas vítimas em seres indefesos ou em seres tão brutais como os
tiranos mesmos. Percebi que se realizaram incontáveis estudos sobre os efeitos da
tortura física e psicológica sobre esse tipo de vítimas.
-A diferença está em algo que acaba de dizer -repôs-. Você fala de vítimas, não
de guerreiros. Eu também acreditava assim como você. Já te contarei o que me fez
trocar, mas
primeiro voltemos outra vez ao que eu estava dizendo a respeito dos tempos
coloniais. Os videntes daquela época tiveram a melhor oportunidade. Os espanhóis
foram tais pinches tiranos que puderam provar as habilidades mais desconhecidas
desses videntes; depois de lutar com os conquistadores, os videntes estavam
preparados para encarar algo. Eles foram os afortunados. Naquele tempo havia
pinche tiranos até no bater.
“Depois desses maravilhosos anos de abundância, as coisas mudaram muito”.
Nunca mais voltaram a ter tanta abrangência os pinches tiranos; só durante aquela
época foi ilimitada sua autoridade. O ingrediente perfeito para produzir um admirável
vidente é um pinche tirano com imunidade ilimitadas.
“Desgraçadamente, em nossos dias, os videntes têm que chegar a extremos
para encontrar um pinche tirano que valha a pena”. A maior parte do tempo tem que
conformar-se com insignificâncias.
-Você encontrou a um pinche tirano, dom Juan?
-Tive sorte. Um verdadeiro ogro me encontrou . Entretanto, naquele tempo, eu
me sentia como você, não podia me considerar afortunado, embora meu mestre me
dizia o contrário.
Dom Juan disse que sua penosa experiência começou umas semanas antes de
conhecer seu mestre. Apenas tinha vinte anos de idade naquela época. Tinha
conseguido um emprego como jornaleiro em um moinho de açúcar. Sempre tinha
sido muito forte, e por isso era fácil conseguir trabalhos para os que se requeriam
músculos. Um dia, enquanto movia uns pesados sacos de açúcar chegou uma
senhora. Estava muito bem vestida e parecia ser uma mulher rica e de autoridade.
Disse dom Juan que a senhora possivelmente tinha uns cinqüenta anos de idade, e
que ficou olhando, logo falou com o capataz e partiu.
O capataz se aproximou de dom Juan, lhe dizendo que se lhe pagasse , ele o
recomendaria para um trabalho na casa do patrão. Dom Juan lhe respondeu que não
tinha um centavo. O capataz sorriu e lhe disse que não se preocupasse, que no dia de
pagamento ele teria o bastante. Bateu nas costas de dom Juan e lhe assegurou que
era uma grande honra trabalhar para o patrão.
Dom Juan disse que, ele era um humilde índio ignorante que vivia ao dia, por
isso acreditou até a ultima palavra do que o capataz havia dito, acreditou também que
foi uma fada benévola que tinha dado um presente. Prometeu pagar ao capataz o que
quisesse. O capataz mencionou uma considerável soma, que tinha que pagar-se em
prestações.
Imediatamente, o capataz levou dom Juan à casa do patrão que ficava bastante
longe do povo, e aí o deixou com outro capataz, um homem enorme, sombrio e de
físico horrível que lhe fez muitas perguntas. Queria saber a respeito da família de dom
Juan. Dom Juan lhe respondeu que não tinha família nenhuma. Isso agradou tanto ao
homem que chegou a sorrir, mostrando seus dentes roidos.
Prometeu a dom Juan que lhe pagariam muito, e que inclusive estaria
economizando dinheiro, porque não teria que gastá-lo já que ia viver e comer na casa.
A maneira como o homem riu apavorou tanto a dom Juan que imediatamente quis sair
correndo. Chegou até a entrada, mas o homem parou em sua frente com um revólver
na mão. Empurrou e agrediu o dom Juan com força no estômago.

-Está aqui para trabalhar como burro -disse-. Que não se esqueça.
Com muita força empurrou dom Juan, e o bateu com um pau. Arrastou-o a uma
encosta da casa e depois de comentar que ele fazia trabalhar seus homens de sol a
sol e sem descanso, mandou dom Juan ir trabalhar, desenterrando dois enormes
troncos de árvore cortadas. Também disse a dom Juan que se outra vez tentava
escapar ou ir às autoridades o mataria.
-Trabalhará aqui até que morra -disse-lhe-. E depois outro índio tomará seu
posto, assim como você está tomando o posto de um índio morto.
Dom Juan disse que a casa parecia uma fortaleza inexpugnável, com homens
armados com facões em toda parte. Assim fez o mais sensato que podia fazer: ficar e
trabalhar, tratar de não pensar em suas aflições. Ao final da jornada, o homem
retornou e não gostou do olhar desafiante nos olhos de dom Juan, e o levou de
porradas até a cozinha. Ameaçou dom Juan de cortar os nervos dos braços se ele
não obedecer.
Na cozinha uma velha lhe servia comida, mas dom Juan estava tão perturbado
que não podia comer. A velha lhe aconselhou que comesse tudo porque tinha que
fortalecer-se já que seu trabalho jamais terminaria. Advertiu-lhe que o homem que
ocupava seu lugar tinha morrido no dia anterior. Estava muito fraco e caiu de uma
janela do segundo piso.
Dom Juan disse que trabalhou na casa do patrão por três semanas, e que o
homem abusou dele a cada instante. Sob a ameaça constante de sua faca, pistola ou
pau, o capataz o fez trabalhar nas mais perigosas condições, fazendo os trabalhos
mais pesados que é possível imaginar. Cada dia o mandava aos estábulos a limpar os
pesebres enquanto seguiam neles os nervosos garanhões. Ao começar o dia, dom
Juan tinha sempre a certeza de que não ia sobreviver. E sobreviver só significava que
teria que passar outra vez pelo mesmo inferno ao dia seguinte.
O que precipitou a cena final foi um pedido que dom Juan fez em um feriado. Pediu
umas horas para ir a cidade pagar o dinheiro que devia ao capataz do moinho de
açúcar. Era um pretexto. O capataz percebeu e disse que dom Juan não podia deixar
de trabalhar, nem sequer um minuto, porque estava endividado até as orelhas pelo só
privilégio de trabalhar ali.
Dom Juan teve a certeza de que agora estava perdido. Entendeu as armações
dos dois capatazes: estavam de acordo pegar os índios pobres do moinho, faze-los
trabalhar até a morte e dividir seus salários. Ao dar-se conta de tudo isto dom Juan
explodiu. Começou a dar gritos histéricos; gritando atravessou a cozinha e entrou na
casa principal. Surpreendeu tanto ao capataz e aos outros trabalhadores que pôde
sair correndo pela porta dianteira. Quase conseguiu fugir, mas o capataz o alcançou e
no meio do caminho deu um tiro no peito e o deu por morto.
Dom Juan disse que seu destino não era morrer; aí que encontrou seu mestre
que cuidou dele até que melhorou.

-Quando contei toda a história a meu mestre -prosseguiu dom Juan-, logo que
conseguiu conter a sua emoção. "Esse capataz é um verdadeiro tesouro" disse meu
mestre. "É algo muito estranho para ser desperdiçado. Algum dia tem que voltar para
essa casa".
"Desfazia-se em elogiar a minha sorte de encontrar um pinche tirano, único em seu
gênero, com um poder quase ilimitado. Pensei que o senhor estava louco. Demorou
anos para entender cabalmente o que me disse.
-Este é um dos relatos mais horríveis que escutei em minha vida -. Realmente
você voltou para essa casa?
-Claro que voltei, três anos depois. Meu mestre tinha razão. Um pinche tirano
como aquele era único em seu gênero e não podia desperdiçar-se.
-Como conseguiu voltar?
-Meu mestre bolou uma estratégia utilizando os quatro atributos do ser
guerreiro: controle, disciplina, refreamento e a habilidade de escolher o momento
oportuno.
Dom Juan disse que seu mestre, ao lhe explicar o que ele tinha que fazer na casa do
patrão para enfrentar a aquele ogro de homem, também lhe revelou que os novos
videntes consideravam que havia quatro passos no caminho do conhecimento. O
primeiro é o passo que dão os seres humanos comuns ao converter-se em
aprendizes. Ao momento que os aprendizes trocam suas idéias a respeito de si
mesmos e sobre o mundo, dão o segundo passo e se convertem em guerreiros, quer
dizer, em seres capazes da máxima disciplina e controle sobre se mesmos. O terceiro
passo, que dão os guerreiros, depois de adquirir refreamento e a habilidade de
escolher o momento oportuno, é converter-se em homens de conhecimento. Quando
os homens de conhecimento aprendem a ver, deram o quarto passo e se converteram
em videntes.
Seu mestre recalcou o fato de que dom Juan já tinha percorrido o caminho do
conhecimento o suficiente para ter adquirido um mínimo dos dois primeiros atributos:
controle e disciplina.
-Naquele tempo, estavam-me vedados os outros dois atributos -prosseguiu
dom Juan-. O refreamento e a habilidade de escolher o momento oportuno ficam no
domínio do homem de conhecimento. Meu mestre me permitiu o acesso a eles
através de sua estratégia.

-Significa que você não pôde enfrentar-se ao pinche tirano sozinho?


-perguntei.
-Estou seguro de que podia fazê-lo sozinho, embora sempre duvidei que podia
fazer com estilo e elegância. Meu mestre desfrutou imensamente dirigindo minha
tarefa. A idéia de usar um pinche tirano não é só para aperfeiçoar o espírito mas
também para a felicidade e o gozo do guerreiro.
-Como poderia alguém desfrutar algo com o monstro que descreveu?
-Esse senhor não era nada em comparação com os verdadeiros monstros que
os novos videntes enfrentaram durante a Colônia. Tudo parece indicar que aqueles
videntes ficaram vesgos de tanta diversão. Provaram que até os piores pinches
tiranos são um encanto, claro , sempre e quando a gente seja guerreiro.
Dom Juan explicou que o engano de qualquer pessoa que se enfrenta com um pinche
tirano é não ter uma estratégia na qual apoiar-se; o defeito fatal é levar muito a sério
os sentimentos próprios, assim como as ações dos pinches tiranos. Os guerreiros
por outra parte, não só têm uma estratégia bem pensada, mas sim estão também
livres da importância pessoal. O que acaba com sua importância pessoal é ter
compreendido que a realidade é uma interpretação que fazemos. Esse conhecimento
foi a vantagem definitiva que os novos videntes tiveram sobre os espanhóis.
Disse que estava convencido de que podia derrotar ao capataz usando
somente a convicção de que os pinches tiranos se tomam mortalmente a sério,
enquanto que os guerreiros não.
Seguindo o plano estratégico de seu mestre, dom Juan conseguiu trabalhar no
mesmo moinho de açúcar. Ninguém recordou que ele trabalhou ali; os peões
trabalhavam no moinho de açúcar por temporadas.
A estratégia de seu mestre especificava que dom Juan tinha que ser
caprichado e sério com quem fora que chegasse procurando outra vítima. Resultou
que a mesma senhora chegou, como fez anos antes e se fixou imediatamente em dom
Juan, quem tinha ainda mais força física que a vez anterior.
Teve lugar a mesma rotina com o capataz. Entretanto, a estratégia requeria que
dom Juan, desde o começo, recusasse pagamento algum ao capataz. Ninguém jamais
tinha feito isso, e o homem ficou assombrado. Ameaçou despedir dom Juan do
trabalho. Dom Juan o ameaçou por sua parte, dizendo que iria diretamente à casa da
senhora vê-la. Disse ao capataz que ele sabia onde ela vivia, porque trabalhava nos
campos vizinhos cortando cana de açúcar. O homem começou a pechinchar, e dom
Juan lhe exigiu dinheiro antes de aceitar ir à casa da senhora. O capataz cedeu e lhe
entregou alguns trocados. Dom Juan se deu perfeita conta de que o capataz era só
como uma armadilha para conseguir que aceitasse o trabalho.
O mesmo me levou de novo a casa -disse dom Juan-. Era uma velha fazenda
propriedade da gente do moinho de açúcar; homens ricos que ou sabiam o que
acontecia e não lhes importava, ou eram muito indiferentes para dar-se conta.
“Assim que chegamos lá, corri para procurar à senhora”. Encontrei-a, caí de joelhos e
beijei sua mão para lhe dar os obrigados. Os dois capatazes estavam pálidos.
“O capataz da casa me fez o mesmo de antes”. Mas eu estava preparadíssimo
para tratar ele; eu tinha controle e disciplina. Tudo resultou tal como planejou meu
mestre. Meu controle me fez cumprir com as mais absurdas necessidades do tipo. O
que geralmente nos esgota em uma situação como essa é a deterioração que sofre
nossa importância pessoal. Qualquer homem que tem um pingo de orgulho se
despedaça quando o fazem sentir inútil e estúpido.
“Com gosto fazia tudo o que o capataz me pedia. Eu estava feliz e cheio de
força. E não me importava um com meu orgulho ou meu me. Eu estava aí como
guerreiro impecável. O educar do espírito quando alguém te pisoteia se chama
controle.”
Dom Juan explicou que a estratégia de seu mestre requeria que ao invés de sentir
compaixão por si mesmo, como o tinha feito antes, dedicasse-se imediatamente a
explorar o caráter do capataz, suas fraqueza, suas características.
Encontrou os pontos mais fortes do capataz que eram sua ousadia e sua violência.
Havia atirado em dom Juan a plena luz do dia e ante vintenas de espectadores. Sua
grande fraqueza era que gostava de seu trabalho e que não queria pô-lo em perigo.
Sob nenhuma circunstância tentaria matar a dom Juan dentro da propriedade,
durante o dia. Sua outra grande fraqueza consistia em que era homem de família.
Tinha uma esposa e filhos que viviam em um barracão perto da casa.
-Reunir toda esta informação enquanto lhe golpeiam se chama disciplina
-disse dom Juan-. O homem era um demônio. Não tinha nenhuma graça que o
salvasse. Segundo os novos videntes, o perfeito pinche tirano não tem nenhuma
característica redentora.
Dom Juan disse que os dois últimos atributos do ser guerreiro, que ele ainda não
tinha naquela época tinham ficado automaticamente incluídos na estratégia de seu
mestre. O refreamento é esperar com paciência, sem pressas, sem angústia; é uma
singela e prazerosa retenção do pagamento que tem que chegar.
-Minha vida era uma humilhação diária -prosseguiu dom Juan-, às vezes até
chorava quando o homem me pegava com seu chicote, e entretanto, eu era feliz. A
estratégia de meu mestre foi o que me fez agüentar de um dia a outro sem odiar a
ninguém. Eu era um guerreiro. Sabia que estava esperando e sabia o que era que
esperava. Nisso consiste a grande alegria do ser guerreiro.
Adicionou que a estratégia de seu mestre incluía perseguir sistematicamente
ao homem, defendendo-se sempre depois de uma ordem superior, assim como
tinham feito os videntes do novo ciclo, durante a Colônia, ao defender-se com a igreja
católica. Um humilde sacerdote era às vezes mais poderoso que um nobre.
O escudo de dom Juan era a senhora proprietária da casa. Cada vez que a via
se grudava nela e a chamava de Santa. Rogava-lhe que lhe desse a medalha de seu
santo padroeiro para que ele pudesse lhe rezar por sua saúde e bem-estar.
-Deu-me uma medalha da virgem -prosseguiu dom Juan-, e isso quase destruiu
o capataz. E quando consegui que as cozinheiras se reunissem a rezar pela saúde da
patroa quase sofreu um ataque do coração. Acredito que então decidiu me matar. Não
lhe convinha me deixar seguir adiante.
“A maneira de contramedida organizei um rosário entre todos os serventes da
casa”. A senhora acreditava que eu tinha todas as características de um santo.
“Depois daquilo já não dormia profundamente, nem dormia em minha cama”.
Cada noite subia no telhado. Dali vi duas vezes o homem chegar na minha cama com
uma faca.
“Todos os dias empurrava os pesebres dos garanhões com a esperança de
que me matasse a patadas, mas eu tinha uma prancha de pranchas pesadas que
apoiava em uma das esquinas”. Eu me escondia detrás dela e me protegia das
patadas de cavalo. O homem nunca soube por que os cavalos lhe davam náuseas; era
outra de suas fraquezas, a mais mortal de todas, como resultou ao fim.
Dom Juan disse que a habilidade de escolher o momento oportuno é uma
qualidade pensativa que põe em liberdade tudo o que está guardado. Controle,
disciplina e refreamento são como um reservatório atrás do qual tudo está preso. A
habilidade de escolher o momento oportuno é o comportamento do reservatório.
O capataz só conhecia a violência, com a qual aterrorizava. Se neutralizar se
sua violência ficava quase indefeso. Dom Juan sabia que o homem não se atreveria a
matá-lo à vista da gente da casa. Um dia, em presença de outros trabalhadores e
também da senhora, dom Juan insultou ao homem. Disse-lhe que era um covarde e
um assassino que se escondia com o posto de capataz.
A estratégia de seu mestre exigia que dom Juan estivesse alerta para escolher
e aproveitar o momento oportuno e lhe voltear as cartas ao pinche tirano. Coisas
inesperadas sempre acontecem. De repente, o mais baixo dos escravos embosca o
tirano, humilha-lo, fazer sentir-se ridículo frente a testemunhas importantes, e logo se
escapole sem lhe dar tempo de tomar represálias.
-Um momento depois -prosseguiu dom Juan-, o homem enlouqueceu de raiva,
mas eu já estava piedosamente fincado frente à patroa.
Dom Juan disse que quando a senhora entrou em seu recamasse, o capataz e
seus amigos o chamaram à parte traseira da casa, supostamente para fazer um
trabalho.
O homem estava muito pálido, branco de ira. Pelo tom de sua voz dom Juan
soube o que o homem pensava fazer com ele. Dom Juan fingiu obedecer, mas em vez
de dirigir-se aonde o capataz lhe ordenava, correu para os estábulos. Confiava em
que os cavalos fariam tanto ruído que os donos da casa sairiam para ver o que
acontecia. Sabia que o homem não se atreveria a atirar, e que tampouco se
aproximaria aonde estavam os cavalos. Essa hipótese não se cumpriu. Dom Juan
tinha empurrado o homem além de seus limites.
-Soltei no pesebre o mais selvagem dos cavalos -disse dom Juan-, e o pinche
tirano, cegado pela raiva, tirou sua faca e se meteu detrás de mim. Imediatamente,
escondi-me detrás de minhas pranchas. O cavalo lhe deu uma só patada e tudo
acabou.
"Eu tinha passado seis meses nessa casa,. E durante esse período exerci os
quatro atributos de ser guerreiro. Graças a eles tinha triunfado. Nenhuma só vez Senti
compaixão por mim mesmo, nem chorei de impotência. Só senti alegria e serenidade.
Meu controle e minha disciplina estiveram afiados como nunca estiveram. Além
disso, experimentei diretamente, embora não os tinha, o que sente o guerreiro
impecável quando usa o refreamento e a habilidade de escolher o momento
oportuno."
"Meu mestre explicou algo muito interessante. Refreamento significa reter com
o espírito algo que o guerreiro sabe que justamente deve cumprir-se. Não significa
que o guerreiro ande por aí pensando em lhe fazer mal a alguém, ou planejando como
vingar-se e saldar contas. O refreamento é algo independente. Enquanto o guerreiro
tenha controle, disciplina e a habilidade de escolher o momento oportuno, o
refreamento assegura que receberá seu completo castigo quem quer que o tenha
ganho."
-venceu alguma vez os pinches tiranos, e destruiu o guerreiro que lhes
enfrenta? -perguntei.
-Certamente. Durante a Conquista e a Colônia os guerreiros morreram como
moscas. Suas filas se viram dizimadas. Os pinches tiranos podiam condenar a morte
a qualquer um, por simples capricho. Baixo esse tipo de pressão, os videntes
alcançaram estados sublime.

Assegurou dom Juan que, nessa época, todos os videntes que sobreviveram
tiveram que esforçar-se até o limite para encontrar novos caminhos.
-Os novos videntes -disse dom Juan me olhando com fixidez- usavam aos
pinches tiranos não só para desfazer-se de sua importância pessoal mas também
para obter a muito sofisticada manobra de deslocar-se fora deste mundo. Já
entenderá essa manobra conforme vamos discutindo a mestria de estar consciente de
ser.
Expliquei a dom Juan que o que eu lhe tinha perguntado era se, no presente,
em nossa época, os pinches tiranos poderiam derrotar alguma vez a um guerreiro.
-Todos os dias -respondeu-. As conseqüências não são tão terríveis como as
do passado. Hoje em dia, é obvio, os guerreiros sempre têm a oportunidade de
retornar, logo repor-se e depois voltar. Mas o problema da derrota moderna é de outro
gênero. O ser derrotado por um repinche tiranito não é mortal a não ser devastador.
Em sentido figurado, o grau de mortandade dos guerreiros é elevado. Com isto quero
dizer que esses guerreiros ajoelham-se contra um repinche tirano são arrasados por
seu próprio sentido de fracasso. Para mim isso equivale a uma morte figurada.
-Como se mede a derrota?
-Qualquer um que se une ao pinche tirano fica derrotado. O zangar-se e atuar
inconsciente ou sem disciplina e não ter refreamento é estar derrotado.
-O que passa quando os guerreiros são derrotados?
-Ou se reagrupam e voltam para a briga com mais inteligência, ou deixam o
caminho do guerreiro e se alimenta às filas dos pinche tiranos.

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