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com este texto se procura que voce possa comprender umo de os defeitos mais
grandes que tem a mente humana, a importancia pessoal,ja que ela chira el 30% de
nossa consciencia
nao os interesa que fiques atrapaladoem estas palabras do autor si nao que consigas
uma descuberta de iste eu em seu interior para lutar contra ele,
Don Juan não voltou a falar, por meses, sobre o estado “Consciente de ser”.
Estávamos então, lá na casa aonde vivia todo grupo de videntes.
-Vamos andar por um longo tempo, disse don Juan serio, pondo uma mão sobre
meu ombro-. Ou melhor ainda, vamos onde há muita gente, na praça do povo e
começaremos a praticar.
Surpreendeu-me muitíssimo quando ele veio falar comigo; pois fiquei por vários dias
na casa e nem sequer respondia os meus comprimentos.
No momento em que dom Juan e eu saíamos da casa, a Gorda parou em nossa
frente e exigiu que a levássemos conosco. Parecia estar determinada a nos seguir.
Com voz muito firme dom Juan lhe disse que tinha que conversar comigo em
particular.
-vão falar de mim -disse a Gorda; seu tom e seus gestos demonstraram o
tamanho da sua desconfiança e sua irritação.
-Pois, sim -respondeu dom Juan sério. Ele continuou andando e nem si virou
para olhá-la.
Eu o segui e caminhamos em silêncio até a praça do povo. Quando nós sentamos, eu
perguntei-lhe o que de importante poderíamos falar sobre a ”gorda”. Incomodava-me
a maneira ameaçadora que ela nos olhava quando saíamos da casa.
-Não temos nada que discutir a respeito da Gorda ou de nenhuma outra pessoa
-respondeu-. Eu disse isso para que ela possa avaliar sua enorme importância
pessoal. E deu resultado. Está furiosa conosco. Eu a conheço bem, estive falando
com ela e isso foi suficiente para dar confiança e sentir indignada porque nós não a
trouxemos e ficou parada como uma idiota. Não me surpreenderia se ela viesse
enfurecida em cima da gente.
-Sse não vamos falar sobre a gorda, o que vamos falar? – eu perguntei
-Vamos continuar a conversa que começamos em Oaxaca – ele falou -.
Entender essa explicação vai requerer esforço Máximo. Tem que estar disposto a
caminhar sobre um nível e outro da consciência, e quando estivermos em nossa
conversa eu exigirei de você a concentração e a paciência do total.
Reclamando aos poucos, Eu disse que ele tinha feito eu me sentir muito mal
por não ter falado comigo desde que cheguei na sua casa. Olhou-me e dobrou as
sobrancelhas. Um sorriso apareceu em seus lábios e se desapareceu. Percebi que eu
estava tão confuso como a Gorda.
- Eu estive testando a sua importância pessoal – me disse -. A importância
pessoal é nosso maior inimigo. Pense no que te deixa pra baixo quando somos
ofendidos pelos nossos amigos.
Nossa importância pessoal requer que passemos a maior parte de nossas
vidas ofendidos por alguém, importando com o que eles pensam."os novos videntes
recomendam que é preciso fazer todos os esforços possíveis para lutar como um
guerreiro para tirar de nossas vidas essa importância. Eu segui todas as
recomendações e procuro demonstrar por todas as maneiras possíveis que sem a
importância pessoal nós somos invulneráveis
Quando terminou, de repente, seus olhos ficaram muito brilhantes.. A idéia
que me ocorreu, imediatamente, foi que parecia estar a ponto de rir sem motivo,
quando de repente levei um tapa no lado direito do rosto.
Dei um salto. A gorda estava parada atrás de mim, com a mão levantada. Seu rosto
estava vermelho de raiva
-Agora se pode dizer o que quiser de mim, e com mais razão! -gritou-. Mas se
tiver algo que quer dizer, diga-me na minha cara, filho de uma ****!
Seu impulso parecia que havia se esgotado; sentou-se no chão e começou a
chorar. Dom Juan estava imobilizado por uma alegria que não podia se explicar. Eu
estava cheio de raiva. A gorda me encarou e virou para don Juan e dizendo que nós
não tínhamos o direito de criticá-la.
Dom Juan riu com tanta força que se dobrou quase até o chão. Nem sequer
podia falar. Duas ou três vezes tentou me dizer algo, mas se afastou, com o corpo
sacudido por risadas.
Eu estava a ponto de correr atrás dele, ainda furioso com a Gorda, que
nesse momento me parecia desprezível, quando me ocorreu algo extraordinário.
Soube, instantaneamente, o que tinha feito dom Juan rir tanto. A Gorda e eu fomos
completamente parecidos. Nossa importância pessoal era gigantesca. Minha surpresa
e minha fúria ao ser esbofeteado eram exatamente iguais à ira e a desconfiança da
Gorda. Dom Juan tinha razão. O peso da importância pessoal é na verdade um terrível
obstáculo.
Corri depois disso, impressionado, lágrimas brotavam dos olhos. Alcancei-o e lhe
disse que tinha compreendido. Em seus olhos havia um brilho de malícia e deleite.
-O que posso fazer pela Gorda? -perguntei.
-Nada -respondeu-. Ela tem que prestar atenção por si mesma.
Trocou de assunto e disse que continuávamos a conversar em casa, podia ser
em uma sala ampla com cômodas poltronas ou no pátio traseiro, que tinha um
corredor coberto a seu redor. Disse que em cada ocasião que levasse a sério as
explicações. E esses lugares ficariam fechados para nos concentrar.
Retornamos à casa. Dom Juan contou a todos o que tinha feito a Gorda. O
deleite dos videntes e as brincadeiras que lhe fizeram a respeito, aumentaram o
desassossego da Gorda.
-A importância pessoal não pode combater-se com delicadezas -comentou dom
Juan quando expressei minha preocupação sobre o estado de animo da Gorda.
Pediu logo a todos que abandonassem o quarto. Sentamo-nos e dom Juan
começou suas explicações.
Disse que os videntes, antigos e novos, dividem-se em duas categorias. A
primeira fica integrada por aqueles que estão dispostos a exercer controle sobre si
mesmo. Esses videntes são os que podem canalizar suas atividades para objetivos
práticos que beneficiariam a outros videntes e ao homem em geral. A outra categoria
está composta daqueles a quem não importa nem o controle de si mesmos nem
nenhum objetivo prático. Pensa-se de maneira geral que estes últimos videntes não
puderam resolver o problema da importância pessoal.
-A importância pessoal não é algo singelo e ingênuo -explicou-. Por uma parte,
é o núcleo de tudo o que tem valor em nós, e por outra, o núcleo de toda nossa
podridão. Desfazer-se da importância pessoal requer uma obra inteligente de
estratégia. Os videntes de todas as épocas conferiram os mais altos louvores a quem
o tem obtido.
Queixei-me de que, embora às vezes me parecia muito atrativa, a idéia de
eliminar a importância pessoal era realmente incompreensível; disse-lhe que suas
sugestões para desfazer-se dela eram tão vagas que não havia modo das
implementar.
-Estou já cansado de te repetir -disse-, que para poder seguir o caminho do
conhecimento tem que ser muito criativo. Como está comprovando para você mesmo,
tudo está escuro no caminho do conhecimento. A claridade custa muitíssimo
trabalho, muitíssima imaginação.
Meu interior me fez criticar que suas repreensões sobre a importância pessoal
recordavam aos catecismos. E se algo era odioso para mim era a lembrança dos
sermões sobre o pecado. Encontrava-os eu aterrorizantes.
-Os guerreiros combatem a importância pessoal como questão de estratégia,
não como questão de fé -repôs-. Seu engano é entender o que digo em termos de
moralidade.
-Eu o vejo como um homem de grande moralidade -insisti.
-O que você estas vendo como moralidade é simplesmente minha
impecabilidade -disse.
-O conceito da impecabilidade, assim como o de desfazer-se da importância
pessoal, é um conceito muito vago para me ser útil -comentei-lhe.
Dom Juan se engasgou de risada, e eu o desafiei a que explicasse a
impecabilidade.
-A impecabilidade não é outra coisa que o uso adequado da energia -disse-.
Tudo o que eu te digo não tem um ápice de moralidade. Economizei energia e isso me
faz impecável. Para poder entender isto, você tem que ter economizado suficiente
energia, ou não o entenderá jamais.
Durante esse tempo permanecemos em silêncio. Eu queria pensar no que
havia dito. De repente, começou a falar de novo.
-Os guerreiros fazem inventários estratégicos -disse-. Fazem listas de suas
atividades e seus interesses. Logo decidem quais deles podem trocar, desse modo,
dará um descanso a seu gasto de energia.
Eu aleguei que uma lista dessa natureza teria que incluir todo o imaginável.
Com muita paciência me respondeu que o inventário estratégico de que falava só
abrangia padrões de comportamento que não eram essenciais para nossa
sobrevivência e bem-estar.
Eu aproveitei a oportunidade para lhe mostrar que a sobrevivência e o bem-
estar eram categorias que podiam interpretar-se de incontáveis maneiras. Argüi-lhe
que não era possível ficar de acordo sobre o que era ou não era essencial para nossa
sobrevivência e bem-estar.
Conforme segui falando, comecei a perder meu impulso original. Finalmente,
detive-me porque me dava conta da inutilidade de meus argumentos. Dava-me conta
de que dom Juan estava certo quando dizia que minha paixão era fazer o difícil.
Dom Juan disse então que nos inventários estratégicos dos guerreiros, a
importância pessoal figura como a atividade que consome a maior quantidade de
energia, e que por isso se esforçavam para elimina-la.
-Está aqui para trabalhar como burro -disse-. Que não se esqueça.
Com muita força empurrou dom Juan, e o bateu com um pau. Arrastou-o a uma
encosta da casa e depois de comentar que ele fazia trabalhar seus homens de sol a
sol e sem descanso, mandou dom Juan ir trabalhar, desenterrando dois enormes
troncos de árvore cortadas. Também disse a dom Juan que se outra vez tentava
escapar ou ir às autoridades o mataria.
-Trabalhará aqui até que morra -disse-lhe-. E depois outro índio tomará seu
posto, assim como você está tomando o posto de um índio morto.
Dom Juan disse que a casa parecia uma fortaleza inexpugnável, com homens
armados com facões em toda parte. Assim fez o mais sensato que podia fazer: ficar e
trabalhar, tratar de não pensar em suas aflições. Ao final da jornada, o homem
retornou e não gostou do olhar desafiante nos olhos de dom Juan, e o levou de
porradas até a cozinha. Ameaçou dom Juan de cortar os nervos dos braços se ele
não obedecer.
Na cozinha uma velha lhe servia comida, mas dom Juan estava tão perturbado
que não podia comer. A velha lhe aconselhou que comesse tudo porque tinha que
fortalecer-se já que seu trabalho jamais terminaria. Advertiu-lhe que o homem que
ocupava seu lugar tinha morrido no dia anterior. Estava muito fraco e caiu de uma
janela do segundo piso.
Dom Juan disse que trabalhou na casa do patrão por três semanas, e que o
homem abusou dele a cada instante. Sob a ameaça constante de sua faca, pistola ou
pau, o capataz o fez trabalhar nas mais perigosas condições, fazendo os trabalhos
mais pesados que é possível imaginar. Cada dia o mandava aos estábulos a limpar os
pesebres enquanto seguiam neles os nervosos garanhões. Ao começar o dia, dom
Juan tinha sempre a certeza de que não ia sobreviver. E sobreviver só significava que
teria que passar outra vez pelo mesmo inferno ao dia seguinte.
O que precipitou a cena final foi um pedido que dom Juan fez em um feriado. Pediu
umas horas para ir a cidade pagar o dinheiro que devia ao capataz do moinho de
açúcar. Era um pretexto. O capataz percebeu e disse que dom Juan não podia deixar
de trabalhar, nem sequer um minuto, porque estava endividado até as orelhas pelo só
privilégio de trabalhar ali.
Dom Juan teve a certeza de que agora estava perdido. Entendeu as armações
dos dois capatazes: estavam de acordo pegar os índios pobres do moinho, faze-los
trabalhar até a morte e dividir seus salários. Ao dar-se conta de tudo isto dom Juan
explodiu. Começou a dar gritos histéricos; gritando atravessou a cozinha e entrou na
casa principal. Surpreendeu tanto ao capataz e aos outros trabalhadores que pôde
sair correndo pela porta dianteira. Quase conseguiu fugir, mas o capataz o alcançou e
no meio do caminho deu um tiro no peito e o deu por morto.
Dom Juan disse que seu destino não era morrer; aí que encontrou seu mestre
que cuidou dele até que melhorou.
-Quando contei toda a história a meu mestre -prosseguiu dom Juan-, logo que
conseguiu conter a sua emoção. "Esse capataz é um verdadeiro tesouro" disse meu
mestre. "É algo muito estranho para ser desperdiçado. Algum dia tem que voltar para
essa casa".
"Desfazia-se em elogiar a minha sorte de encontrar um pinche tirano, único em seu
gênero, com um poder quase ilimitado. Pensei que o senhor estava louco. Demorou
anos para entender cabalmente o que me disse.
-Este é um dos relatos mais horríveis que escutei em minha vida -. Realmente
você voltou para essa casa?
-Claro que voltei, três anos depois. Meu mestre tinha razão. Um pinche tirano
como aquele era único em seu gênero e não podia desperdiçar-se.
-Como conseguiu voltar?
-Meu mestre bolou uma estratégia utilizando os quatro atributos do ser
guerreiro: controle, disciplina, refreamento e a habilidade de escolher o momento
oportuno.
Dom Juan disse que seu mestre, ao lhe explicar o que ele tinha que fazer na casa do
patrão para enfrentar a aquele ogro de homem, também lhe revelou que os novos
videntes consideravam que havia quatro passos no caminho do conhecimento. O
primeiro é o passo que dão os seres humanos comuns ao converter-se em
aprendizes. Ao momento que os aprendizes trocam suas idéias a respeito de si
mesmos e sobre o mundo, dão o segundo passo e se convertem em guerreiros, quer
dizer, em seres capazes da máxima disciplina e controle sobre se mesmos. O terceiro
passo, que dão os guerreiros, depois de adquirir refreamento e a habilidade de
escolher o momento oportuno, é converter-se em homens de conhecimento. Quando
os homens de conhecimento aprendem a ver, deram o quarto passo e se converteram
em videntes.
Seu mestre recalcou o fato de que dom Juan já tinha percorrido o caminho do
conhecimento o suficiente para ter adquirido um mínimo dos dois primeiros atributos:
controle e disciplina.
-Naquele tempo, estavam-me vedados os outros dois atributos -prosseguiu
dom Juan-. O refreamento e a habilidade de escolher o momento oportuno ficam no
domínio do homem de conhecimento. Meu mestre me permitiu o acesso a eles
através de sua estratégia.
Assegurou dom Juan que, nessa época, todos os videntes que sobreviveram
tiveram que esforçar-se até o limite para encontrar novos caminhos.
-Os novos videntes -disse dom Juan me olhando com fixidez- usavam aos
pinches tiranos não só para desfazer-se de sua importância pessoal mas também
para obter a muito sofisticada manobra de deslocar-se fora deste mundo. Já
entenderá essa manobra conforme vamos discutindo a mestria de estar consciente de
ser.
Expliquei a dom Juan que o que eu lhe tinha perguntado era se, no presente,
em nossa época, os pinches tiranos poderiam derrotar alguma vez a um guerreiro.
-Todos os dias -respondeu-. As conseqüências não são tão terríveis como as
do passado. Hoje em dia, é obvio, os guerreiros sempre têm a oportunidade de
retornar, logo repor-se e depois voltar. Mas o problema da derrota moderna é de outro
gênero. O ser derrotado por um repinche tiranito não é mortal a não ser devastador.
Em sentido figurado, o grau de mortandade dos guerreiros é elevado. Com isto quero
dizer que esses guerreiros ajoelham-se contra um repinche tirano são arrasados por
seu próprio sentido de fracasso. Para mim isso equivale a uma morte figurada.
-Como se mede a derrota?
-Qualquer um que se une ao pinche tirano fica derrotado. O zangar-se e atuar
inconsciente ou sem disciplina e não ter refreamento é estar derrotado.
-O que passa quando os guerreiros são derrotados?
-Ou se reagrupam e voltam para a briga com mais inteligência, ou deixam o
caminho do guerreiro e se alimenta às filas dos pinche tiranos.