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São Paulo março de 2001 no3

Publicação trimestral editada pela Fundação SEADE

BUSCAA PEL
AA BUSC
BUSCA
BUSCA PEL
PELA
AA
PELA
EQÜIDADE
EQÜID ADE SOCIAL
EQÜIDADE SOCIAL

UM BAL ANÇO D
BALANÇO DAA
RMSP EM 2000

NEGROS E MULHERES
E MENORES GANHOS

O EMPREGO FEMININO
COM C AR
CAR TEIRA
ARTEIRA

1
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Secretaria de Economia e Planejamento

SEADE
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados

FUNDO PARA IGUALDADE DE GÊNERO,


AGÊNCIA CANADENSE PARA O DESENVOLVIMENTO
INTERNACIONAL – CIDA/ACDI

Entidades participantes

Departamento
Intersindical de
Estatísticas e Secretaria do Emprego e
Estudos Relações do Trabalho do
Sócio-Econômicos Estado de São Paulo – Sert

Apoio

2
SUMÁRIO

O MERCADO DE TRABALHO FEMININO


NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO EM 2000 5
Mercado de Trabalho 6
Ocupação 8
Desemprego 11
Rendimento 14

O EMPREGO CELETISTA FEMININO NO


ESTADO DE SÃO PAULO EM 2000 22

1
Governador do Estado
Mário Covas

Vice-Governador
Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho

Secretário de Economia e Planejamento Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica


André Franco Montoro Filho
Gerência de Análise Socioeconômica e Estudos
Especiais
Ana Celeste Alvarenga Cruz (gerente)
SEADE Paula Montagner (chefe de divisão),
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados Guiomar de Haro Aquilini, Leila Luiza Gonzaga,
Márcia Halben Guerra (equipe técnica)
Diretor Executivo
Flavio Fava de Moraes Gerência de Métodos Quantitativos
Diretor Adjunto Administrativo e Financeiro Nádia Dini (gerente)
Amaro Angrisano Edna Yukiko Taira, Mariza T. W. Taira, Fabiana
Domanoski Gurniak, Susana Maria F. Pereira (equipe
Diretora Adjunta de Análise Socioeconômica técnica)
Felícia Reicher Madeira
Diretoria Executiva
Diretor Adjunto de Produção de Dados
Luiz Henrique Proença Soares Coordenação de Relações Institucionais
Relações
Maria Cecília Comegno
Conselho de Curadores
Adroaldo Moura da Silva (Presidente) Assessoria de Editoração e Arte
Ana Maria Afonso Ferreira Bianchi J. B. de Souza Freitas
Antonio Carlos Bernardo (MTb 10.477)
Carlos Antonio Luque Programação Visual
Esdras Borges Costa Cristiane de Rosa Meira (projeto), Eliane Rios Antonio
Hélio Nogueira da Cruz Preparação de Texto
Luís Carlos Guedes Pinto Vania Regina Fontanesi, Fabiana Pino Alves de Souza
Maria Coleta Ferreira Albino de Oliveira Revisão de Texto
Maria Fátima Pacheco Jordão Maria Aparecida Andrade, Rita Del Mônaco
Ruben Cesar Keinert
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade
Conselho Fiscal
Avenida Cásper Líbero 478 CEP 01033-000
Eunice Barboza Machado São Paulo SP Fone (11) 3224.1600
Ironice da Rocha Silva Fax (11) 3224.1700
Maria de Fátima Falcão www.seade.gov.br
ouvidoria@seade.gov.br geadi@seade.gov.br

Fundação Sistema Estadual de Conselho Estadual da Departamento Intersindical de Secretaria do Emprego e


Análise de Dados – Seade Condição FFeminina
eminina – CECF Estatística e Estudos Sócio
Sócio-- rabalho – Sert
Relações do TTrabalho
Flavio Fava de Moraes Maria Aparecida de Laia Econômicos – Dieese Walter Barelli
(Diretor Executivo) (Presidente) Sérgio Arbulu Mendonça (Secretário)
(Diretor Técnico)

2
APRESENTAÇÃO

Três Estudos

Dando continuidade ao projeto de divulgar informações sobre Mulher e


Trabalho, neste 8 de março estamos apresentando três conjuntos diferentes de in-
formações – Região Metropolitana de São Paulo: Balanço 2000; Mulheres e Ne-
gros: como se comportam seus rendimentos; e O Emprego Feminino Celetista.
Os principais resultados destes estudos indicam o acerto da decisão de abordar
o tema da mulher e trabalho sob diferentes aspectos. De fato, longe da pretensão de
esgotar a questão, que não é objeto deste projeto, os resultados apontam para a
importância do tema e sinalizam para tendências até agora pouco discutidas ou
exploradas.
Os dados referentes à região metropolitana mostram que exatamente no ano
2000, quando é consensual o fato da recuperação da economia e da reversão da
tendência ao desemprego, a taxa de participação das mulheres (proporção daque-
las que trabalham mais as que procuram emprego) cresce num ritmo menor do que
ocorreu no ano anterior. Também diferente, em relação ao observado anteriormen-
te, foi o aumento menor do nível de ocupação das mulheres que o dos homens. O
diferencial de salários entre os sexos, que vinha diminuindo levemente, mas de
forma constante, estanca no ano 2000, e as mulheres adultas, que apresentavam
mais facilidades de inserção no mercado de trabalho, perdem espaço para as jo-
vens. Será este o início de inflexão do modelo predominante dos anos 90? Quais
são afinal as condições favoráveis e/ou desfavoráveis para a mulher se inserir no
mercado de trabalho? Aqueles que lidam com o tema sabem que a resposta a estas
questões não é fácil. Um intrincado jogo de fatores de natureza econômica, políti-
ca, social e cultural atua conjuntamente, tornando difícil explicar de forma sucinta
qualquer resultante. Por este motivo, é fundamental evitar análises que se ancorem
no senso comum, ou que tratem a questão sob um único aspecto disciplinar (econô-
mico, em geral) ou temático. De qualquer forma, pelo menos um fator aparece
claro e merece destaque: o crescimento da indústria, em que predomina o trabalho
masculino, volta a tomar fôlego na virada para o ano 2000, enquanto o setor de
serviços, área predominantemente feminina, cresce em ritmo menor.
O segundo estudo, centra o foco na análise entre aqueles que recebem os me-
nores rendimentos e traz contribuições importantíssimas, desta vez para o conheci-
mento das dinâmicas que atuam no Brasil, mantendo as perversas desigualdades

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sociais. No caso, os dados chamam a atenção para o claro processo discriminatório
que sofrem mulheres e negros no mercado de trabalho. De fato, em 2000, o rendi-
mento anual médio dos ocupados da região metropolitana manteve-se em declínio
pelo terceiro ano consecutivo. As perdas salariais, porém, não ocorreram de forma
igualitária. Entre as mulheres, cujo rendimento corresponde a apenas 62,0% dos
homens, a queda foi de 8,8%, enquanto para o segmento masculino a redução foi
de 5,6%.
Quando ao recorte de gênero se acrescenta o de raça, os resultados são no
mínimo desanimadores. Os negros, independentemente do sexo, recebem, em mé-
dia, 50% menos que os não-negros. O dado mais inquietante, entretanto, é que esta
situação tende a se agravar, uma vez que, quando há ganhos de rendimento, estes
são menores entre os negros e, quando há perdas, estas são maiores. Está portanto
colocado um forte fator gerador das crescentes desigualdades sociais detectadas na
Região Metropolitana de São Paulo. Assim, para enfrentar a perversa distribuição
de renda, é preciso aprender a lidar também com a discriminação que sofrem as
mulheres e os negros de ambos os sexos na sociedade, em geral, e no mercado de
trabalho, em especial.
Finalmente, o estudo do emprego celetista em 2000 é importante porque dis-
crimina os setores e as regiões do Estado onde ocorreram os ganhos do emprego
formal, o que se constitui numa grata e importante novidade deste ano. Vale acres-
centar que o crescimento das contratações femininas nas diversas regiões adminis-
trativas foi muito diferenciado, em resposta provavelmente à ampliação de ocupa-
ções mais ou menos identificadas como “típicas” femininas. Assim, na região de
Franca, provavelmente a recuperação da indústria calçadista foi a responsável pelo
bom desempenho das contratações femininas. É possível que, no caso de Barretos,
o aumento de postos de trabalho decorrente do crescimento nos serviços deva-se à
Festa do Peão de Boiadeiro. De qualquer forma, fica o recado de que, se quisermos
ampliar a participação da mulher, é fundamental romper os guetos “típicos” de
trabalho feminino.

Felícia Reicher Madeira


Reicher
Diretora Adjunta de Análise Socioeconômica

4
O Mercado de Trabalho Feminino
na Região Metropolitana de São Paulo em 2000

As informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada pela Funda-


ção Seade e o Dieese, mostram que, em função do desempenho positivo do nível de
ocupação, houve decréscimo nas taxas de desemprego total de ambos os sexos,
com menor intensidade para as mulheres (de 21,7% para 20,9% de sua respectiva
PEA) do que entre os homens (de 17,3% para 15,0%), que usualmente são meno-
res.
Em 2000, registrou-se um declínio no ritmo de incorporação de mulheres à
força de trabalho devido, possivelmente, à ampliação do tempo de desemprego, ao
tipo de ocupações geradas e aos baixos rendimentos pagos. Ainda assim, sua taxa
de participação passou de 52,0% para 52,7%. Para os homens verificou-se a manu-
tenção da mesma taxa observada em 1999 (73,4%).
É importante ressaltar que, embora o nível ocupacional das mulheres tenha
crescido 3,3%, em 2000, entre os homens este aumento foi de 4,4%, indicando
que, ao contrário do que ocorreu em 1999, foram eles que mais aproveitaram as
novas oportunidades de inserção geradas em 2000. Este resultado decorreu da ex-
pressiva ampliação de postos de trabalho no setor industrial e em serviços destina-
dos às atividades produtivas, em que predominam homens.

Indicadores 1989 1999 2000


Taxa de Participação (em %)
Mulheres 46,1 52,0 52,7
Homens 77,3 73,4 73,4
Taxa de Desemprego Total (em %)
Mulheres 10,6 21,7 20,9
Homens 7,5 17,3 15,0
Índice do Nível de Ocupação (1)
Mulheres 100,0 123,7 127,8
Homens 100,0 103,7 108,2
Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED
(1) Base de 1989 = 100.

5
MERCADO DE TRABALHO

Diminui a intensidade da incorporação


das mulheres à força de trabalho

Entre 1999 e 2000, a taxa de partici- Já entre os homens, a estabilidade da


pação1 feminina passou de 52,0% para taxa de participação total encobre movi-
52,7%. A ampliação de sua incorporação mento diferenciado segundo faixa etária:
à força de trabalho, no ano em análise, no enquanto aumentou a participação daque-
entanto, ocorreu em intensidade expres- les nas faixas de 25 a 39 anos (0,5%) e de
sivamente menor (1,3%) que a observa- 18 a 24 anos (0,2%), houve redução para
da em 1999 (2,4%), sugerindo alteração os demais, em especial para crianças e
no comportamento das mulheres na bus- adolescentes de 10 a 14 anos (11,6%).
ca por inserção no mundo do trabalho. Segundo posição na família, veri-
Ainda assim é notável a expansão da par- ficaram-se pequenas variações positivas
ticipação das mulheres no mercado de tra- para mulheres chefes de domicílio
balho na década de 90 (14,3%), enquan- (1,2%), cônjuges (1,0%) e filhas (2,2%),
to entre os homens ocorreu decréscimo enquanto entre os homens apenas os fi-
(5,0%). Vale notar que, em 2000, a taxa lhos tiveram ampliação de sua taxa de
de participação masculina manteve-se participação – resultado que reforça as
inalterada (73,4%), interrompendo a tra- indicações de inflexão do movimento de
jetória de declínio observada desde 1997. retirada dos jovens do mercado de tra-
Diversamente do que ocorreu no ano balho, obtidas a partir das taxas de par-
anterior, registrou-se aumento na taxa de ticipação segundo faixa etária.
participação feminina apenas para as Segundo nível de escolaridade, em
jovens de 18 a 24 anos (3,7%) – seg- 2000, observou-se crescimento da taxa
mento que apresenta a maior participa- de participação feminina apenas para
ção entre as mulheres (73,8%) – e para aquelas com ensino médio completo ou
aquelas com 40 anos e mais (0,9%), per- com o superior incompleto (1,0%). Hou-
manecendo inalterada esta taxa para os ve decréscimo na participação daquelas
demais segmentos femininos. que haviam completado o ensino fun-
1. A taxa de participação representa a relação entre a População damental ou que não tinham concluído o
Economicamente Ativa – composta pelo conjunto de ocupados e ensino médio e estabilidade para as de-
de desempregados – e a População em Idade Ativa – total de pes-
soas com 10 anos e mais. A taxa de participação das mulheres, mais. Da mesma forma, apenas para os
por exemplo, indica a proporção de mulheres que está ocupada ou
desempregada em relação à população feminina de 10 anos e mais.
homens com ensino médio completo ou

6
MERCADO DE TRABALHO

superior incompleto foi registrado aumen- Variação das Taxas de Participação, por Sexo,
to deste indicador (0,8%), verificando-se segundo Posição no Domicílio
Região Metropolitana de São Paulo
declínio para os demais segmentos.
2000/1999
Com isto ampliou-se a proporção de
pessoas com escolaridade igual ou supe-
rior ao ensino médio na População em
Idade Ativa (PIA) da Região Metropoli-
tana de São Paulo: entre as mulheres, de
28,1% para 29,5%, e, entre os homens,
de 27,7% para 28,5%. A proporção de
homens e mulheres que não haviam con-
cluído o ensino fundamental manteve sua
trajetória de declínio, embora ainda re-
presentasse 51,3% das mulheres e 51,1% Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desem-
dos homens. prego – PED.

Distribuição da População em Idade Ativa e da População Economicamente Ativa,


por Nível de Escolaridade, segundo Sexo
Região Metropolitana de São Paulo
1999-2000
Em porcentagem
Ensino Ensino Ensino Médio Ensino
Fundamental Fundamental Completo Superior
Indicadores Incompleto(2) Completo e e Ensino Completo
Total(1) Ensino Médio Superior
Incompleto Incompleto
Mulheres
População em Idade Ativa
1999 100,0 52,7 19,0 19,6 8,5
2000 100,0 51,3 18,9 21,2 8,3
População Economicamente Ativa
1999 52,0 19,7 11,1 14,2 6,9
2000 52,7 19,3 10,9 15,5 6,8
Homens
População em Idade Ativa
1999 100,0 52,4 19,5 18,9 8,8
2000 100,0 51,1 19,9 19,9 8,6
População Economicamente Ativa
1999 73,4 32,4 15,9 16,8 8,1
2000 73,4 31,3 16,0 17,8 7,9
Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.
(1) Inclusive os que não declararam nível de instrução. (2) Inclusive analfabetos e sem escolarização.

7
OCUPAÇÃO

Ocupação feminina aumentou pelo segundo ano,


mas a dos homens cresceu mais

Entre 1999 e 2000, houve cresci- contingente neste setor. Houve aumen-
mento da ocupação para ambos os se- to de mulheres nos ramos de Alimenta-
xos. Entre as mulheres, tal como no ano ção (8,7%), Gráfica e Papel (7,7%) e
anterior, houve ampliação de 3,3% de Têxtil e Vestuário (7,3%).
seu nível de ocupação. No entanto, este Destaque-se que, embora no setor
desempenho positivo foi superado pelo industrial tenha ocorrido aumento de as-
observado entre os homens, cujo nível salariados com carteira de trabalho as-
de ocupação cresceu 4,4%, depois de sinada para ambos os sexos, este movi-
dois anos consecutivos de decréscimo. mento foi um pouco mais intenso para
Em 2000, o nível ocupacional das as mulheres (6,9%) do que para os ho-
mulheres na Indústria aumentou 5,7%, mens (4,1%). No entanto, decresceu o
pouco mais do que o observado para os contingente de trabalhadoras autônomas
homens (5,4%). No entanto, devido à sua (3,1%) e aumentou o de trabalhadores
predominância, foram os homens que autônomos (10,2%) neste setor.
ampliaram mais significativamente seu A ocupação no Comércio foi mais
favorável para os homens, entre os quais
Índices do Nível de Ocupação, por Sexo registrou-se elevação de 1,6%, enquan-
Região Metropolitana de São Paulo to para as mulheres houve pequena va-
1989-2000 riação positiva de 0,4%, interrompendo
comportamento negativo observado nos
três anos anteriores. Além disso, o con-
tingente feminino no Comércio mostrou
crescimento mais intenso para as traba-
lhadoras autônomas (4,7%) e para as
assalariadas sem carteira de trabalho
assinada (3,2%). Entre os homens, o
aumento da ocupação nesse setor decor-
reu exclusivamente da contratação de
Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desem-
assalariados sem carteira de trabalho
prego – PED. assinada no setor privado.

8
OCUPAÇÃO
OCUPAÇÃO

Nos Serviços, o resultado foi bas- todas as formas de inserção nos Servi-
tante semelhante para mulheres e ho- ços, destacando-se aquelas mais frágeis:
mens: crescimento de 4,4% e 4,5%, res- assalariamento sem carteira assinada no
pectivamente, com ampliação dos con- setor privado (15,1%) e trabalho autô-
tingentes de praticamente todos os ra- nomo (12,3%). Entre os homens, a am-
mos desse setor. Entre as mulheres, os pliação do assalariamento sem carteira
maiores aumentos ocorreram nos servi- assinada e do trabalho autônomo foi
ços de Transportes (6,7%) e de Alimen- menor (13,6% e 4,4%, respectivamen-
tação (6,6%) e, para os homens, nos ser- te), mas verificou-se expansão maior dos
viços de Educação (18,3%) e Transpor- assalariados com carteira assinada no
tes (11,9%). setor privado e de empregados no setor
Segundo posição na ocupação, re- público.
gistrou-se, para as mulheres, aumento em Nos Serviços Domésticos, seguin-
do a tendência observada na década de
Índices do Nível de Ocupação, por Sexo, 90, o nível ocupacional das mulheres
segundo Setor de Atividade
cresceu 0,8%, entre 1999 e 2000, devi-
Região Metropolitana de São Paulo
1989-2000
do ao desempenho das domésticas
mensalistas (2,9%), que são maioria no
Mulheres setor, uma vez que entre as diaristas
houve decréscimo de 6,5%. Já os ho-
mens registraram diminuição de 6,0%
nos Serviços Domésticos, no mesmo
período.
No crescimento da ocupação femi-
nina predominou o aumento das ocupa-
ções menos protegidas. O assalariamen-
to total entre as mulheres cresceu 3,9%,
determinado pela ampliação da entrada
Homens
de mulheres sem carteira de trabalho
assinada no setor privado (14,2%) e,
com menor intensidade, daquelas com
carteira assinada (1,7%). O emprego no
setor público apresentou pequena vari-
ação positiva de 0,7%. As trabalhado-
ras autônomas registraram aumento de
7,5% em seu nível ocupacional, devido
à forte elevação entre aquelas que tra-
Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desem-
prego – PED.
balham para o público em geral. Já o

9
OCUPAÇÃO
OCUPAÇÃO

nível de ocupação das empregadoras e Variação do Nível de Ocupação, por Sexo,


trabalhadoras familiares diminuiu 3,1% segundo Posição na Ocupação
Região Metropolitana de São Paulo
e 5,2%, respectivamente, no período em
2000/1999
análise.
O assalariamento masculino cresceu
5,7%, entre 1999 e 2000. No setor pri-
vado, que registrou a mesma variação
do assalariamento total, aqueles sem
carteira assinada tiveram aumento ex-
pressivo (17,0%), comparado ao daque-
les com carteira (2,3%). O nível de as-
salariamento do setor público elevou-se
5,0%. Entre os trabalhadores autônomos
houve aumento de 3,8% e, ao contrário Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desem-
das mulheres, este resultado deveu-se, prego – PED.

principalmente, ao desempenho positi-


vo daqueles que trabalham para a em- e nas atividades de planejamento (0,9%).
presa (9,1%). Os trabalhadores familia- Para os homens, verificou-se crescimen-
res e empregadores diminuíram seus to maior nestas mesmas categorias ocu-
contingentes em 8,6% e 1,7%, respecti- pacionais (5,8%, 6,8% e 5,6%, respec-
vamente. tivamente). Nas tarefas de direção e ge-
Destaca-se ainda o aumento do ní- rência, no entanto, o decréscimo entre
vel ocupacional das mulheres em tare- os homens (10,2%) foi mais expressivo
fas de execução (4,7%), de apoio (2,7%) que para as mulheres (6,4%).

10
DESEMPREGO

Taxa de desemprego feminina em 2000


interrompe trajetória ascendente dos anos 90

Entre 1999 e 2000, a taxa de desem- Quanto ao desemprego oculto, cuja


prego total feminina decresceu 3,7%, taxa é semelhante para mulheres e ho-
passando de 21,7% para 20,9%. Esse mens, observaram-se diferenças no com-
movimento interrompeu a tendência de portamento segundo o sexo: para o seg-
crescimento do indicador na década de mento feminino, este indicador, em 2000,
90 e atingiu patamar próximo ao obser- permaneceu praticamente estável em
vado em 1998. Entre os homens, a re- 6,6%, enquanto para os homens houve
dução desse indicador foi de 13,3%, redução, passando de 7,6% para 6,5%.
passando de 17,3% para 15,0%. Contu-
Evolução das Taxas de Desemprego Total e
do, é importante lembrar que, para es-
Aberto, por Sexo
tes últimos, a taxa de participação per- Região Metropolitana de São Paulo
maneceu estável em 73,4%, situação 1989-2000
diversa da observada entre as mulheres,
que tiveram ampliação da taxa de parti-
cipação, de 52,0% para 52,7%, no mes-
mo período. O decréscimo do desempre-
go, para ambos os sexos, deveu-se ao
crescimento do nível de ocupação, ape-
sar do aumento da força de trabalho, no
caso das mulheres.
Na análise de suas componentes,
verifica-se que a taxa de desemprego
aberto feminina, assim como a total, é
mais elevada que a dos homens. Entre
1999 e 2000, essa tendência acentuou-
se, pois o desemprego aberto masculi-
no apresentou redução mais expressiva
(13,4%), passando para os atuais 8,4%
e o das mulheres decresceu 4,7%, atin- Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desem-
gindo 14,3% da PEA feminina. prego – PED.

11
DESEMPREGO

Mulheres levam mais tempo Em 2000, a taxa de desemprego to-


para conseguir novo trabalho tal decresceu em praticamente todas as
faixas etárias para as mulheres. A exce-
O tempo médio de desemprego das ção foi a relativa estabilidade da taxa
mulheres, para aquelas com experiência de desemprego na faixa de 25 a 39 anos,
anterior de trabalho, vem crescendo pro- que passou de 17,8%, em 1999, para
gressivamente ao longo da última déca- 17,9%, em 2000. As maiores reduções
da, indicando dificuldades cada vez ocorreram entre as mulheres de 40 anos
maiores para encontrar um novo traba- e mais, cuja taxa passou de 12,5% para
lho. Entre 1999 e 2000, o tempo médio 11,6%, as jovens de 18 a 24 anos (de
de desemprego feminino aumentou em 31,3% para 29,1%) e as crianças e ado-
um mês, passando para os atuais dois lescentes de 10 a 14 anos (de 53,2% para
anos, o mais extenso da década. Vale 49,5%). Entre os homens, a diminuição
lembrar que, em relação a 1989, este foi generalizada e mais acentuada entre
indicador dobrou. os adultos, sobretudo na faixa etária de
Em contraposição, os homens tra- 25 a 39 anos, cuja taxa de desemprego
dicionalmente permanecem menos tem- passou de 13,5%, em 1999, para 10,8%,
po que as mulheres na situação de de- em 2000.
semprego. Entre 1999 e 2000, o tempo A análise da taxa de desemprego to-
médio de desemprego para os homens tal segundo nível de escolaridade mostra
permaneceu estável em um ano e três que, entre 1999 e 2000, o decréscimo da
meses, com um crescimento de 10 me- taxa de desemprego entre as mulheres
ses em relação a 1989. ocorreu para todos os segmentos, com

Variação da Taxa de Desemprego Total, Variação da Taxa de Desemprego Total, por


por Sexo, segundo Faixa Etária Sexo, segundo Nível de Escolaridade
Região Metropolitana de São Paulo Região Metropolitana de São Paulo
2000/1999 2000/1999

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desem- Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desem-
prego – PED. prego – PED.

12
DESEMPREGO

exceção daquelas com ensino superior semprego específica passou de 13,8%


completo, cujo indicador permaneceu es- para 12,6% e, para os homens, de 11,4%
tável em 6,9%, e que tradicionalmente têm para 9,7%.
as menores taxas de desemprego e maio- No período de 1989 a 2000, a taxa
res chances de inserção ocupacional. A de desemprego das mulheres na Região
redução mais intensa (4,7%) ocorreu en- Metropolitana de São Paulo passou de
tre aquelas que eram analfabetas ou que 10,6% para 20,9%. Esse crescimento
tinham o ensino fundamental incomple- está associado à ampliação da partici-
to, cuja taxa passou de 23,3% para 22,2%, pação da mulher no mercado de traba-
no período em análise. lho na última década. Como a expansão
Entre a população masculina, hou- do número de postos de trabalho não
ve decréscimo generalizado das taxas ocorreu na mesma proporção que o au-
de desemprego, em especial para aque- mento do número de mulheres que en-
les com ensino médio completo ou su- traram no mercado de trabalho, parte
perior incompleto (14,0%), cuja taxa desse crescimento de oferta de mão-de-
passou de 12,9% para 11,1%, no perío- obra vem se refletindo nas taxas de de-
do analisado. semprego. Entre os homens, a taxa de
Entre 1999 e 2000, registrou-se re- desemprego aumentou de 7,5% para
dução do desemprego para quase todas 15,0%, no mesmo período. Diferente-
as posições no domicílio, para ambos os mente das mulheres, foi a redução das
sexos, com exceção da taxa de desem- oportunidades de inserção da população
prego das mulheres cônjuges, que apre- masculina que resultou em aumento da
sentou estabilidade. Destacam-se os de- taxa de desemprego, uma vez que para
créscimos ocorridos entre os chefes de os homens, houve decréscimo da taxa
família: para as mulheres, a taxa de de- de participação na década de 90.

13
RENDIMENTO
Mulheres e Negros:
como se comportaram seus rendimentos

Menor remuneração para mulheres e pessoas negras

Os diferenciais entre rendimentos No entanto, se acrescido ao recorte


de homens e mulheres e de pessoas ne- gênero aquele relativo à raça - expresso
gras e não-negras são indicadores recor- na dicotomia negros (que agrega negros
rentemente apresentados nas estatísti- e pardos) e não-negros (somando bran-
cas internacionais como manifestação cos e outras raças) -, fica evidente que
da continuidade dos processos que se- apenas para os homens não-negros hou-
gregam os cidadãos de uma mesma re- ve redução menor (4,1%) que a média
gião em suas relações de trabalho e que, regional (6,6%) no valor do rendimento
via de regra, indicam distintos padrões médio real, sendo de pelo menos o do-
de subsistência e reprodução destes in- bro a redução observada para os demais
divíduos e suas famílias. segmentos: 8,9% para mulheres não-
Neste estudo, busca-se mostrar negras; 9,3% para mulheres negras e
como a evolução recente desses grupos 9,9% para homens negros.
populacionais no mercado de trabalho Entre 1999 e 2000, manteve-se o
da Região Metropolitana de São Paulo expressivo diferencial relativo à exten-
reforça alguns aspectos discriminatórios são média da jornada semanal de traba-
presentes em nossa sociedade, que ten- lho, que correspondia a 47 horas para
dem a permanecer encobertos pela pre- homens e a 39 horas para as mulheres.
cariedade dos vínculos de trabalho. Nesse período, apenas para os homens
Em 2000, o rendimento anual mé- registrou-se ampliação deste indicador
dio dos ocupados da RMSP manteve- (uma hora). Vale notar ainda que, em-
se em declínio pelo terceiro ano con- bora a extensão da jornada semanal
secutivo. Esse desempenho desfavo- média não tenha se alterado para o con-
rável dos rendimentos médios foi mais tingente feminino, as mulheres de ori-
intensamente observado para as mulhe- gem negra apresentavam média de 40
res, cujo valor médio do rendimento horas semanais, superior à das não-ne-
(R$ 652) decresceu 8,8% em relação gras (39 horas).
a 1999 (R$ 715), enquanto para os ho- Ao se analisar o rendimento médio
mens este declínio foi de 5,6%, passan- anual por hora, são eliminadas as dife-
do para R$ 1.047. renças associadas ao tamanho distinto

14
RENDIMENTO
RENDIMENTO

Rendimento Médio Real Anual (1), Horas Semanais Trabalhadas (2) e Rendimento Médio Real
Anual por Hora dos Ocupados no Trabalho Principal, por Sexo, segundo Raça
Região Metropolitana de São Paulo
1996-2000

Variações
Homens Mulheres
Raça 2000/1999 (%)
1996 1999 2000 1996 1999 2000 Homens Mulheres
Rendimento Médio
Real Anual (1) 1.233 1.113 1.051 722 715 652 -5,6 -8,8
Negros 741 709 639 439 454 412 -9,9 -9,3
Não-Negros 1.466 1.289 1.236 867 840 765 -4,1 -8,9
Horas Semanais
Trabalhadas (2) 46 46 47 39 39 39 2,2 0,0
Negros 47 46 47 39 40 40 2,2 0,0
Não-Negros 46 46 47 39 39 39 2,2 0,0
Rendimento Médio Real Anual (2)
por Hora 6,26 5,65 5,22 4,33 4,28 3,91 -7,6 -8,8
Negros 3,68 3,60 3,18 2,63 2,65 2,41 -11,8 -9,3
Não-Negros 7,45 6,55 6,14 5,19 5,03 4,58 -6,2 -8,9
Fonte: SEP. Convênio Seade-Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED.
(1) Inflator utilizado - ICV do Dieese. Valores em reais de novembro de 2000.
Exclusive os assalariados e empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, os trabalhadores familares sem remuneração
salarial e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício.
(2) Exclusive os que não trabalharam na semana.
Nota: Pesquisa realizada entre dezembro de 1995 e novembro de 2000.

das jornadas de trabalho exercidas por para os homens não-negros (6,2%).


homens e mulheres. Os resultados obti- Note-se que o patamar do rendimento
dos mostram que o decréscimo foi maior das pessoas de origem negra correspon-
para as mulheres (8,8%) que para os de a cerca de 50% do valor registrado
homens (7,6%). Ao se acrescentar o re- para as não-negras, tanto para homens
corte por raça, a redução para as mulhe- quanto para mulheres.
res negras permanece pouco maior que Esse resultado desfavorável dos ren-
para as não-negras (9,3% e 8,9%, res- dimentos médios anuais por hora, entre
pectivamente). No entanto, a diminui- 1999 e 2000, atingiu os segmentos ocu-
ção no valor médio do rendimento por pados de forma diferenciada, em parti-
hora dos homens negros (11,8%) mos- cular quando consideradas as caracte-
tra-se muito superior àquela verificada rísticas individuais de sexo e raça:

15
RENDIMENTO
RENDIMENTO

Rendimento Médio Anual por Hora dos Homens Rendimento Médio Anual por Hora das Mulheres
Região Metropolitana de São Paulo Região Metropolitana de São Paulo
1996-2000 1996-2000

Fonte: SEP. Convênio Seade-Dieese.Pesquisa de Emprego e Desem- Fonte: SEP. Convênio Seade-Dieese.Pesquisa de Emprego e Desem-
prego – PED. prego – PED.
Nota: Pesquisa realizada entre dezembro de 1995 e novembro de 2000. Nota: Pesquisa realizada entre dezembro de 1995 e novembro de 2000.

- o rendimento anual médio por hora mulheres negros (19,2% e 11,1%, res-
dos assalariados sem carteira de tra- pectivamente), do que para homens e
balho assinada apresentou pequena mulheres não-negros (9,1% e 6,0%,
redução (3,4%) no período analisado. respectivamente);
No entanto, a desagregação desse seg- - decréscimos generalizados também
mento de ocupados mostra expressi- foram verificados para os assalariados
vos decréscimos para as mulheres não- com carteira de trabalho assinada, sen-
negras (7,6%), as mulheres negras do de 7,4% para mulheres negras,
(19,5%) e os homens negros (14,1%). 8,5% para mulheres não-negras, 7,3%
Apenas para os homens não-negros para homens não-negros e 11,9% para
houve aumento do rendimento médio homens negros.
por hora (de R$ 3,99 para R$ 4,15); Destaque-se que, em 2000, os ho-
- entre os autônomos ocorreu situação mens não-negros (segmento menos pe-
similar, verificando-se reduções de nalizado no que diz respeito ao decrés-
10,5% para mulheres não-negras, de cimo de seus rendimentos médios por
14,5% para mulheres negras e de hora) representavam 40,4% dos ocupa-
5,8% para homens negros. Para os dos da RMSP, enquanto mulheres não-
homens não-negros, ao contrário, negras e negras correspondiam a, res-
houve pequeno aumento do rendimen- pectivamente, 29,5% e 13,0%, forman-
to médio por hora (de R$ 4,51 para do grupo de peso similar ao dos homens
R$ 4,54); não-negros quando agregadas.
- para os empregados do setor público, Entre as mulheres, independente-
constataram-se decréscimos para to- mente de sua origem racial, havia sub-
dos os grupos populacionais analisa- representação das que tinham vínculo
dos, sendo maiores para homens e assalariado ou eram trabalhadoras au-

16
RENDIMENTO
RENDIMENTO

tônomas, mantendo-se elevada sua pro- sinada (72,5% para negras e 73,8% para
porção no emprego doméstico. Desta- não-negras) e autônomas (63,1% e 65,4%,
que-se que esta situação é mais intensa- respectivamente), possivelmente devido
mente observada entre as mulheres de ao tipo de ocupações e de atividade em
origem negra (30,8%) do que entre as que cada grupo populacional atuava.
não-negras (14,0%). Como esperado, as menores diferenças de
Além disso, os diferenciais de rendi- rendimeno ocorreram para os emprega-
mento médio por hora entre homens e dos do setor público, em que a média, para
mulheres tenderam a se mostrar semelhan- mulheres negras, equivale a 96,5% daque-
tes para os ocupados de origem negra e la encontrada para homens negros e, para
não-negra, correspondendo o rendimen- não-negras, a 87,1% da observada para
to médio por hora das mulheres a 75,8% homens não-negros.
e 74,6% daqueles verificados para os ho- Entre os aspectos que provavel-
mens negros e não-negros, respectivamen- mente explicam a redução dos valo-
te. No entanto, essa situação encobre di- res médios dos rendimentos, destaca-
ferenças maiores quando as mulheres são se o decréscimo desses valores rece-
assalariadas sem carteira de trabalho as- bidos pelos assalariados segundo tem-
Rendimento Médio Real Anual por Hora dos Ocupados no Trabalho Principal,
por Sexo e Raça, segundo Posição na Ocupação
Região Metropolitana de São Paulo
2000

Rendimento Médio Anual por Hora (1) Proporção


Posição na Ocupação Mulheres Homens Mulher/Homem (%)
Negras Não-negras Negros Não-negros Negros Não-negros
Total (2) 2,41 4,58 3,18 6,14 75,8 74,6
Assalariados Total (3) 2,84 5,06 3,16 5,96 89,8 84,9
Setor Privado 2,48 4,44 2,98 5,60 83,2 79,3
Com Carteira Assinada 2,78 4,92 3,27 6,07 85,0 81,0
Sem Carteira Assinada 1,57 3,07 2,17 4,15 72,5 73,8
Setor Público 4,85 7,88 5,02 9,05 96,5 87,1
Autônomos 1,77 2,97 2,80 4,54 63,1 65,4
Trabalham para Empresa (4) 4,05 2,96 5,83 - 69,5
Trabalham para o Público 1,66 2,41 2,73 3,71 60,7 65,0
Empregadores (4) 8,34 (4) 11,42 - 73,0
Empregados Domésticos 1,87 1,88 (4) (4) - -
Fonte: SEP. Convênio Seade-Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED.
(1) Inflator utilizado - ICV do Dieese. Valores em reais de novembro de 2000.
Exclusive os assalariados e empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, os trabalhadores familares sem remuneração
salarial e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício. Exclusive os que não trabalharam na semana.(2) Inclusive nas demais
posições. (3) Inclusive os que não sabem a que setor pertence a empresa em que trabalham. (4) A amostra não comporta a desagregação para esta
categoria.
Nota: Pesquisa realizada entre dezembro de 1999 e novembro de 2000.

17
RENDIMENTO
RENDIMENTO

po de permanência no emprego. Em go sempre mostra-se substancialmente


2000, a redução para as mulheres as- menor que o daqueles que haviam per-
salariadas que haviam permanecido no manecido por mais tempo. O rendimen-
máximo seis meses no emprego foi to médio por hora dos ocupados com no
mais intensa para as de origem negra máximo seis meses no emprego não ul-
(9,6%) do que para as não-negras trapassava 43% daquele observado para
(0,5%). Já para os homens nesta con- os que haviam completado pelo menos
dição, apenas os negros tiveram redu- cinco anos, independentemente de suas
ção (10,9%), pois entre os não-negros características individuais.
verificou-se aumento de 4,8%. Note-se, ainda, que as pessoas de
Houve decréscimo do rendimento origem negra têm alguma sobre-repre-
médio por hora de homens e mulheres sentação entre os ocupados com menor
com pelo menos cinco anos no mesmo tempo no emprego quando comparadas
emprego, sendo um pouco mais acentu- às não-negras (cerca de 26% e 21%, res-
ado entre as mulheres (10,5%) do que pectivamente) e estavam sub-represen-
entre homens (9,9%), uma vez que há tadas entre os que haviam permanecido
similaridade na diminuição para as ne- pelo menos cinco anos no mesmo em-
gras (8,8%) e não-negras (8,4%). Já en- prego (cerca de 24% para os negros e
tre os homens, enquanto para os não- de 30% para os não-negros).
negros o decréscimo foi de 5,8%, para Outro aspecto importante, entre
os negros atingiu 15,4%. 1999 e 2000, diz respeito às reduções
Vale lembrar que o rendimento dos do rendimento anual médio por hora em
que estavam há menos tempo no empre- todos os setores de atividade:
- Indústria: houve decréscimo maior
Proporção de Ocupados, por Posição na
para as mulheres negras (10,4%) do
Ocupação, segundo Sexo e Raça que para as não-negras (7,0%). Tam-
Região Metropolitana de São Paulo bém para os homens, o grupo me-
2000 nos afetado foi o dos não-negros
(2,6%), uma vez que houve diminui-
ção de 16,0% para homens negros.
Vale notar que, para ambos os se-
xos, os rendimentos dos negros
equivaliam a cerca de 50% dos não-
negros neste setor;
- Comércio: mulheres negras e homens
não-negros tiveram declínios simila-
Fonte: SEP. Convênio Seade-Dieese. Pesquisa de Emprego e Desempre- res (8,6% e 8,1%) e maiores que os
go - PED.
Nota: Pesquisa realizada entre dezembro e novembro. observados para homens negros

18
RENDIMENTO
RENDIMENTO

Rendimento Médio Real Anual por Hora dos Assalariados no Trabalho Principal,
por Sexo, segundo Raça e Tempo de Emprego
Região Metropolitana de São Paulo
1999-2000

Rendimento Médio por Hora (1) Variação (%)


Raça e Tempo de Emprego 1999 2000 2000/1999
Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres
Negros 3,59 3,16 3,16 2,84 -12,0 -10,3
Até 6 Meses 2,34 1,96 2,09 1,77 -10,9 -9,6
Mais de 6 a 12 Meses 2,73 (2) 2,48 (2) -9,1 -
Mais de 1 a 2 Anos 3,20 2,60 2,67 2,44 -16,6 -6,3
Mais de 2 a 5 Anos 3,57 3,20 3,28 2,85 -8,1 -11,1
Mais de 5 Anos 5,70 4,96 4,82 4,52 -15,4 -8,8
Não-Negros 6,26 5,67 5,96 5,06 -4,8 -10,7
Até 6 Meses 3,31 3,11 3,47 3,09 4,8 -0,5
Mais de 6 a 12 Meses 4,45 3,69 4,43 3,70 -0,5 0,5
Mais de 1 a 2 Anos 4,80 4,54 4,58 3,86 -4,7 -14,9
Mais de 2 a 5 Anos 6,21 5,30 5,53 4,89 -10,9 -7,8
Mais de 5 Anos 10,00 8,67 9,41 7,94 -5,8 -8,4
Fonte: SEP. Convênio Seade-Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED.
(1) Inflator utilizado - ICV do Dieese. Valores em reais de novembro de 2000.
Exclusive os assalariados que não tiveram remuneração no mês. Exclusive os que não trabalharam na semana.
(2) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.
Nota: Pesquisa realizada entre dezembro de 1998 e novembro de 2000.

(6,1%) e mulheres não-negras (6,6%). dor entre os de origem negra foi simi-
Note-se que o rendimento das mulhe- lar ao das mulheres (11,4%).
res negras equivale a 59% das não- Vale observar que há presença mais
negras deste setor e o dos homens ne- acentuada de mulheres não-negras nos
gros a 64% dos não-negros; Serviços e no Comércio e de mulheres
- Serviços: os maiores decréscimos negras nos Serviços e nos Serviços Do-
ocorreram para as mulheres (11,5% mésticos. Já para homens negros, estes
para as não-negras e 12,5% para as têm participação similar ao dos homens
negras). Já entre os homens, os não- não-negros nos principais setores de ati-
negros tiveram a menor redução vidade, sendo um pouco superior na
(4,1%) e o decréscimo desse indica- Construção Civil.

19
RENDIMENTO
RENDIMENTO

Distribuição de Ocupados, por Setor de Atividade, 10,2%, para os ocupados nos dois pri-
segundo Sexo e Raça
meiros grupos, e registrando aumento de
Região Metropolitana de São Paulo
2000 0,9%, para o último.
Quando a evolução do rendimento
médio anual por hora foi combinada ao
nível de escolaridade de homens e mu-
lheres negros e não-negros, verificou-
se que, em 2000, houve decréscimo ge-
neralizado dos valores médios. Segun-
do nível de instrução, as reduções do
rendimento médio anual por hora ob-
servadas entre homens não-negros sem-
Fonte: SEP. Convênio Seade-Dieese. Pesquisa de Emprego e Desempre-
go - PED. pre são as menores, com exceção da-
queles que haviam concluído o ensino
médio ou tinham superior incompleto.
Considerado o tipo de função Neste caso, os menores decréscimos
exercida pelas mulheres, houve redução ocorreram para as mulheres não-negras
mais intensa do rendimento anual mé- (9,7%) e homens negros (10,0%), gru-
dio entre as que atuavam em tarefas de pos que têm buscado suprimir, através
apoio (12,2%), enquanto nas atividades da escolaridade mais elevada, aspectos
de planejamento, gerência e direção o que possam ser prejudiciais à sua ab-
declínio foi de 1,4%. Note-se que o va- sorção no mercado de trabalho. Para
lor médio recebido por hora no segun- mulheres negras o decréscimo corres-
do grupo (R$ 10,71) era três vezes maior pondeu a 17,5%.
que o do primeiro (R$ 3,52). Quanto à apropriação da renda do
As mulheres assalariadas no setor trabalho principal, para os grupos po-
privado apresentaram redução mais in- pulacionais estudados, houve relativa es-
tensa em seus rendimentos médios anu- tabilidade em relação aos anos anterio-
ais por hora nas empresas que tinham res: em 2000, os 50% dos ocupados com
no máximo cinco empregados (13,6%), menores rendimentos apropriaram-se de
naquelas com 6 a 49 empregados 16,3% do total da massa de rendimen-
(11,6%) e nas com 100 a 499 emprega- tos do trabalho, enquanto a parcela da
dos (12,1%), enquanto para os homens renda apropriada pelos 10% com maio-
em empresas desse tamanho o declínio res rendimentos foi de 42,6%. Por ou-
foi menor correspondendo a 7,4% e tro lado, observa-se maior concentração

20
RENDIMENTO
RENDIMENTO

de renda entre os 10% dos não-negros os 50% com menores rendimentos, sua
com rendimentos mais elevados (41,9% participação mantém-se relativamente
para os homens e 40,6% para as mulhe- estável em cerca de 23% para os negros,
res deste grupo) do que entre os negros enquanto entre os não-negros não ultra-
(32,1% e 31,6%, respectivamente). Para passa 16,5%.

Rendimento Médio Real Anual (1) por Hora dos Ocupados no Trabalho Principal,
por Sexo, segundo Raça e Nível de Instrução
Região Metropolitana de São Paulo
1999-2000

Homens Mulheres Mulher/Homem (%)


Raça e Nível de Instrução
1999 2000 1999 2000 1999 2000

Total 5,65 5,22 4,28 3,91 75,8 74,8

Analfabeto e Ensino Fundamental Incompleto 3,00 2,83 2,06 1,91 68,7 67,4

Ensino Fundamental Completo e Médio Incompleto 3,91 3,62 2,74 2,39 70,1 66,2

Ensino Médio Completo e Superior Incompleto 6,67 5,93 4,52 3,94 67,8 66,5

Superior Completo 17,83 17,16 12,36 11,15 69,3 65,0

Negros 3,60 3,18 2,65 2,41 73,6 75,8

Analfabeto e Ensino Fundamental Incompleto 2,79 2,52 1,97 1,83 70,6 72,7

Ensino Fundamental Completo e Médio Incompleto 3,37 3,13 2,36 2,11 70,1 67,6

Ensino Médio Completo e Superior Incompleto 5,13 4,62 3,54 2,92 69,0 63,2

Superior Completo (2) (2) (2) (2) - -

Não-Negros 6,55 6,14 5,03 4,58 76,9 74,6

Analfabeto e Ensino Fundamental Incompleto 3,18 3,05 2,10 1,92 66,0 62,8

Ensino Fundamental Completo e Médio Incompleto 4,06 3,78 2,94 2,55 72,4 67,6

Ensino Médio Completo e Superior Incompleto 7,10 6,29 4,82 4,35 67,8 69,1

Superior Completo 18,17 17,59 12,65 11,49 69,6 65,3


Fonte: SEP. Convênio Seade-Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED.
(1) Inflator utilizado - ICV do Dieese. Valores em reais de novembro de 2000.
Exclusive os assalariados e empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, os trabalhadores familares sem remuneração
salarial e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício. Exclusive os que não trabalharam na semana. (2) A amostra não
comporta a desagregação para esta categoria.

21
O Emprego Celetista Feminino no
Estado de São Paulo em 20002
Este estudo pretende abordar a questão do trabalho feminino, em 2000, através
do chamado emprego formal, ocupado por mulheres no Estado de São Paulo. Fo-
ram utilizadas informações dos registos administrativos do Ministério do Trabalho
e Emprego, da Relação Anual de Informações Sociais – Rais de 1999 e do Cadas-
tro de Empregados e Desempregados – Caged, de 20003.
Um dos principais resultados observado foi o rompimento da forte tendência
de retração do assalariamento com carteira assinada, já que se registrou crescimen-
to de 5,4% neste segmento entre as mulheres. Foram criados 120 mil novos postos
de trabalho, mais da metade no setor de Serviços (52,7%). Com relação à escolari-
dade, destaca-se a predominância da abertura de empregos para mulheres que pos-
suíam o ensino médio completo, com 58,7% do total. As mulheres mais jovens – de
18 a 24 anos – apropriaram-se de 62,1% das novas vagas.
O aumento do emprego não foi acompanhado pelos salários. As mulheres ocu-
padas com carteira assinada tiveram um decréscimo de 1,5% em seus rendimentos
iniciais, diminuindo o salário de R$ 543, em 1999, para R$ 535, em 2000. O salá-
rio dos homens também registrou retração (4,5%), passando a corresponder a R$
588 em 2000.

Proporção de mulheres com carteira


assinada é menor que a dos homens
O desempenho do emprego com A acirrada disputa por esses empre-
carteira assinada no Estado de São Pau- gos protegidos pela legislação trabalhis-
lo, em 2000, com crescimento expressi- ta favoreceu um pouco mais as mulhe-
vo de 5,2%, contrariou a tendência res que os homens, que ampliaram em
declinante marcada ao longo dos anos 5,4% e 5,1%, respectivamente, a ocu-
90. A geração de 332.567 postos de tra- pação desses postos, em 2000, manten-
balho elevou o total de empregos do, no entanto, a mesma proporção de-
celetistas para 6.739.7224, não obstante
2. Os dados referem-se ao período de janeiro a outubro de 2000.
a alta rotatividade, expressa nos eleva-
3. Os totais de empregados celetistas da Rais de 1999 foram
dos números de admitidos e desligados atualizados pelos movimentos de contratação e desligamentos
(2.699.690 e 2.367.123, respectivamen- do Caged, recompondo esses estoques em outubro de 2000. Para
o estudo de salários foi utilizado o Módulo II do Caged, de janeiro
te), e o fato de estar sendo comparado a outubro de 2000.
com um ano de desempenho adverso 4. Comparados com os dados da PNAD de 1999, esses empre-
gos correspondiam a 44% do total de ocupações do Estado, sen-
(1999). do 36% preenchidos por mulheres e 45% por homens.

22
sigual do ano anterior, entre os sexos, ram gerados 63.367 empregos celetistas
na distribuição desses empregos. ocupados por mulheres, entre 1999 e
Do total de postos de trabalho, ape- 2000. Para os homens, o aumento foi de
nas 34,5% estavam ocupados por mu- 63.043 postos de trabalho.
lheres, indicando a forte predominância Na Indústria, o número de mulhe-
masculina no segmento formal do mer- res admitidas superou em aproximada-
cado de trabalho estadual. Segundo a mente 27 mil o de desligadas, elevando
Pesquisa Nacional por Amostra de Do- para 493.768 o total de ocupadas, o que
micílios – PNAD, de 1999, o segmento corresponde a 21,2% do emprego esta-
feminino representava 40,0% do total de dual feminino, diante dos 32,1% do to-
ocupados no Estado. Para que a propor- tal de empregos ocupados por homens.
ção de mulheres assalariadas com car- O Comércio foi o único setor em que
teira assinada no total de ocupadas seja o emprego feminino cresceu em inten-
a mesma que a dos homens, o assalaria- sidade inferior ao dos homens (3,9% e
mento com carteira feminino deveria ser 4,7%, respectivamente), diminuindo de
15,6% maior. Esses dados são 20,4% para 20,1% sua participação no
indicativos de que, para as mulheres, total do emprego das mulheres com con-
mais do que para os homens, ainda pre- trato regido pela CLT, em 2000.
valecem oportunidades de trabalho mais No entanto, o Terciário continua
vulneráveis ou desprotegidas. respondendo por 75% do total de assa-
Considerada essa estrutura, obser- lariamento com carteira assinada das
vou-se que, por setor de atividade eco- mulheres no Estado de São Paulo, con-
nômica, o nível de emprego feminino tra 55% dos homens, indicando que a
cresceu em todos os segmentos, destacan- consolidação da entrada das mulheres no
do-se que, na Indústria e nos Serviços, um mercado de trabalho está intrinsecamen-
maior número relativo das vagas ofereci- te associada à expansão dessas ativida-
das foram ocupadas por mulheres (cu- des, entre outros fatores.
jos aumentos foram de 5,8% e 5,2%, Com relação à escolaridade, o de-
respectivamente), já que os incremen- sempenho do emprego feminino, em
tos registrados entre os homens foram 2000, acompanhou o movimento geral
de 4,2% na Indústria e 4,0% nos Servi- do mercado de trabalho, que tem se tor-
ços. É importante ressaltar que o desem- nado mais exigente quanto aos requisi-
penho industrial interrompe a tendência tos para se preencher uma vaga, entre
registrada em vários anos da década de eles o de maior escolaridade. O único
90, quando o setor de Serviços criava segmento em que houve decréscimo do
empregos e a Indústria eliminava. emprego celetista feminino, no Estado
Nos Serviços, onde estão concen- de São Paulo, foi o de mulheres analfa-
trados 55% do emprego feminino, fo- betas (2,5%). Entre os homens nessa

23
Movimentação do Emprego Celetista, segundo Setor de Atividade e Sexo
Estado de São Paulo
1999-2000

Movimentação (1) Estoque de Empregos


Setor de Atividade Variação
e Sexo Admitidos Desligados Saldo 1999 2000 (2) (%)
(A) (B) (C)=(A)+(B) (C)/(B)

Total 2.699.690 2.367.123 332.567 6.407.155 6.739.722 5,2


Homens 1.824.057 1.611.669 212.387 4.199.812 4.412.199 5,1
Mulheres 875.633 755.454 120.180 2.207.343 2.327.523 5,4

Indústria 602.898 518.318 84.580 1.825.936 1.910.516 4,6


Homens 429.958 372.360 57.598 1.359.150 1.416.748 4,2
Mulheres 172.940 145.958 26.982 466.786 493.768 5,8

Construção Civil 243.045 234.242 8.803 284.014 292.817 3,1


Homens 228.833 221.319 7.514 259.901 267.415 2,9
Mulheres 14.212 12.923 1.289 24.113 25.402 5,3

Comércio 545.352 492.497 52.855 1.208.074 1.260.929 4,4


Homens 337.739 302.353 35.386 758.786 794.172 4,7
Mulheres 207.613 190.144 17.469 449.288 466.757 3,9

Serviços 1.074.728 948.318 126.410 2.784.001 2.910.411 4,5


Homens 636.647 573.604 63.043 1.562.842 1.625.885 4,0
Mulheres 438.081 374.714 63.367 1.221.159 1.284.526 5,2

Agropecuária 231.461 172.931 58.530 296.754 355.284 19,7


Homens 189.337 141.421 47.916 254.692 302.608 18,8
Mulheres 42.124 31.510 10.614 42.062 52.676 25,2

Outros/Ignorado 2.206 817 1.389 8.376 9.765 16,6


Homens 1.543 613 930 4.441 5.371 20,9
Mulheres 663 204 459 3.935 4.394 11,7
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego. Rais-99, Caged - Módulos I e II. Elaborado pela Fundação Seade.
(1) Refere-se ao período de janeiro a outubro de 2000.
(2) Refere-se a outubro.

24
mesma condição, verificou-se variação ço sua participação no total desses em-
positiva de 0,9%. pregos. Nesse grupo etário, para as jo-
Para as mulheres que ampliaram vens com 18 a 24 anos, o aumento em
suas oportunidades ocupacionais com valores absolutos foi o mais representa-
maior intensidade, destacam-se as que tivo (74.614 postos). Movimento idên-
possuíam o ensino médio completo tico foi captado entre os homens.
(10,1%), seguidas por aquelas com en- No período analisado, apenas os
sino superior completo (6,2%). É impor- postos de trabalho ocupados pelas mu-
tante mencionar que, devido a esse de- lheres com mais idade (50 anos e mais)
sempenho, quase metade (46,7%) das tiveram redução (4,2%, ou 6.130 novos
mulheres que eram empregadas postos). Já entre os homens, agregando-
celetistas no Estado de São Paulo, em se aqueles de 40 a 49 anos àquela faixa
2000, possuía pelo menos 11 anos de etária, verifica-se a eliminação de 16.735
estudo, condição bem mais favorável empregos (1,4%).
que a dos homens, cuja proporção com Segundo as regiões administrativas
esse tempo de estudo era de apenas do Estado de São Paulo, o crescimento
28,2%. do emprego feminino foi generalizado,
Observando apenas os empregos assinalando que a recuperação na gera-
com maior escolaridade – ensino supe- ção de novos empregos não foi um fe-
rior completo – nota-se uma clara van- nômeno localizado, embora as intensi-
tagem para o segmento feminino, pois dades sejam variadas: 14,6% na RA de
13,7% das mulheres inseridas no mer- Barretos; 14,4% na RA de Franca; 0,7%
cado de trabalho através de um contrato na RA de Santos; e 4,3% na RMSP, por
de trabalho celetista haviam concluído exemplo. Em termos absolutos, quase a
esse nível de ensino, quando para os metade dos novos postos foi gerada na
homens este valor correspondia a 7,9%. Região Metropolitana de São Paulo
Essa vantagem, como será visto adian- (45,5%), seguida pelas RAs de Campi-
te, não é revertida, na mesma propor- nas (17,8%), Sorocaba (6,9%), São José
ção, em equivalência salarial. dos Campos (5,6%) e Araçatuba (3,5%).
Quando se analisa a evolução do O emprego masculino, nas regiões
emprego celetista feminino segundo fai- administrativas, só não cresceu na RA
xa etária, verifica-se que, entre 1999 e de Registro, que apresentou redução de
2000, ao contrário da tendência de anos 1,1%, e na de Santos, que permaneceu
anteriores, em que houve retração de em- estável. Assim como entre as mulheres,
prego para as mais jovens, as mulheres as RAs de Barretos (29,6%) e de Fran-
com 10 a 24 anos foram as que mais se ca (22,3%) lideraram a expansão relati-
apropriaram dos novos postos criados va dos novos empregos masculinos no
(76% do total), ampliando para um ter- Estado de São Paulo. Em números ab-

25
solutos, predominaram a RMSP e a RA Variação do Emprego Celetista, por Sexo
de Campinas, que foram responsáveis Regiões Administrativas do Estado de São Paulo
2000/1999
por, respectivamente, 34,3% e 18,6% do
total dos novos empregos.
Quando se associam espaço geográ-
fico e setor de atividade econômica, ve-
rifica-se, com relação ao emprego fe-
minino, que:
- as expansões relativas mais expressi-
vas das RAs de Barretos e Franca es-
tão associadas a diferentes fatores. A
liderança da RA de Barretos deve-se,
provavelmente, à ampliação do assa- Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego. Rais-99, Caged - Módulos I e II.
Elaborado pela Fundação Seade.
lariamento feminino com carteira de
trabalho assinada na Agropecuária, pois
não foram registrados aumentos impor- nimes para homens e mulheres, o que não
tantes nos principais setores de ativi- altera a desigualdade existente na distri-
dade que justificassem seu desempe- buição de postos de trabalho protegidos.
nho. Já o comportamento positivo na O fato de a ampliação do emprego
RA de Franca deve-se, principalmen- feminino na Indústria ter sido maior do
te, ao crescimento do emprego asso- que a masculina pode ser reflexo do pe-
ciado às manufaturas (31,8%) predo- ríodo de recuperação da produção indus-
minantemente produtoras de calçados, trial que o país está atravessando, pois,
que pagam os menores salários de con- conforme constatou Bruschini,5 no perío-
tratação no segmento industrial, segun- do de queda do nível do emprego indus-
do dados complementares; trial, na década de 90, “os efeitos perver-
- no ano 2000, apenas a RA de Santos sos parecem ter incidido particularmente
apresentou saldo negativo na Indústria sobre as mulheres”. Desse modo, o bom
(1,0%) e no Comércio (0,3%). Todas desempenho da economia atuaria como
as demais RAs expandiram seus con- um elemento importante para diminuir a
tingentes de mulheres ocupadas nos três discriminação entre os sexos, ao menos,
setores analisados; no que tange à ocupação de postos de tra-
- o maior crescimento de empregos em balho no mercado formal.
números absolutos registrado na RMSP
e em Campinas ocorreu nos Serviços.
Através dessas informações, pode-
se afirmar que, proporcionalmente, as 5. BRUSCHINI, Cristina. Gênero e Trabalho no Brasil. Trabalho e
Gênero – Mudanças, Permanências e Desafios. Organizado por
oportunidades profissionais foram equâ- Maria Isabel Baltar da Rocha. Editora 34, pág. 25.

26
Salário de Contratação 6 Segundo os setores de atividade
analisados, a diminuição do salário das
Mesmo com a consolidação da parti- mulheres foi determinada pela redução
cipação feminina no mercado de traba- na Indústria (3,4%) e na Agropecuária
lho, dada principalmente pela elevação (3,1%), que não foi compensada pela
permanente de sua taxa de participação e ampliação dos salários das mulheres que
que em algumas regiões do Estado de São trabalhavam na Construção Civil (2,5%)
Paulo se aproxima à de países com um e no Comércio (1,5%). Nos Serviços
grau de desenvolvimento mais adiantado, houve relativa estabilidade (-0,2%).
ainda persiste a discriminação do traba- Entre os principais setores, o de
lho da mulher, que pode ser medida pela Serviços registrou a maior remuneração
remuneração inferior à dos homens ocu- (R$ 628) na contratação das mulheres e
pados. Essa relação ocorre independen- a menor diferença entre os salários de
temente do nível de escolaridade mais mulheres e homens. Em 2000, elas re-
elevado das mulheres. ceberam 89,1% do salário dos homens.
Em 2000, o salário inicial recebido Para os homens, o salário médio de
pelos trabalhadores com carteira de tra- contratação diminuiu em praticamente
balho assinada, no Estado de São Paulo, todos os setores, com exceção dos Ser-
teve um decréscimo real de 3,8%, quan- viços, que apresentaram aumento de
do comparado ao mesmo período de 1999, 1,1%. Na Indústria, o decréscimo foi de
diminuindo para R$ 571 sua remunera- 5,4% e, no Comércio, de 3,1%.
ção. Esse resultado decorreu, principal- Com relação ao nível de instrução,
mente, da redução nos salários recebidos constatou-se diminuição generalizada
pelos homens (4,5%), visto que as mu- dos salários, tanto para mulheres como
lheres tiveram queda inferior (1,5%). para homens, com exceção daqueles que
Tal comportamento reduziu os sa- completaram o nível superior, cujo ren-
lários de contratação de mulheres e ho- dimento manteve-se praticamente está-
mens para R$ 535 e R$ 588, respectiva- vel (0,2%). Vale mencionar que a retra-
mente, mantendo a desigualdade perma- ção dos rendimentos nos demais níveis
nente de pagamento de salários mais de escolaridade foi mais acentuada para
baixos para as trabalhadoras, o que ten- os homens do que para as mulheres.
de a se manter ao longo da carreira. No Entre as mulheres, os decréscimos
ano anterior, o salário médio inicial das ocorreram com as seguintes intensida-
mulheres equivalia a 88,2% do que re- des: 6,5% para aquelas com ensino mé-
cebiam os homens, passando para dio completo; 5,9% com ensino funda-
90,9%, em 2000. mental completo; 4,1% com ensino fun-
6. Refere-se ao salário médio de contratação do período de janei- damental incompleto; e 2,5% com ensi-
ro a outubro de 2000. Valores em reais de novembro de 2000.
Inflator utilizado: ICV do Dieese.
no superior completo.

27
Apesar de o segmento feminino ter Através da associação entre escola-
apresentado menor redução em seu sa- ridade das mulheres e seus respectivos
lário médio, a defasagem da remunera- rendimentos, observou-se que, quanto
ção entre homens e mulheres continua menos instrução, menor o salário inici-
bastante alta em todos os níveis de es- al. As mulheres com ensino médio com-
colaridade, principalmente no ensino pleto foram contratadas com um salário
superior completo, em que as mulheres médio de R$ 522, o que equivalia, em
ganhavam o equivalente a 60,6% do sa- 2000, a 34,2% do que receberam aque-
lário masculino, em 2000. Essa diferen- las com o ensino superior completo (R$
ça pode ser explicada, em parte, pelo fato 1.526). Essa proporção diminui para
de os homens com essa escolaridade 23,3% e 19,9%, para aquelas com ensi-
ocuparem, em maior proporção, cargos no fundamental completo e ensino fun-
de chefia, que apresentam as maiores damental incompleto, respectivamente,
remunerações, aumentando, portanto, a em relação àquelas com nível de ensino
média dos salários iniciais dos homens. mais elevado.

Salário (1) de Contratação do Emprego Celetista, por Setor de Atividade, segundo Sexo
Estado de São Paulo
1999-2000
Em reais de novembro de 2000
Construção
Sexo Total Indústria Comércio Serviços Agropecuária
Civil
Total
2000 570,6 605,5 500,3 467,8 673,1 269,9
1999 593,3 637,6 512,6 477,8 670,4 286,9
Variação (%) -3,8 -5,0 -2,4 -2,1 0,4 -5,9
Mulheres
2000 534,9 500,6 501,4 423,8 627,5 258,7
1999 543,3 518,4 489,0 417,5 629,1 267,0
Variação (%) -1,5 -3,4 2,5 1,5 -0,2 -3,1
Homens
2000 588,3 648,7 500,5 495,2 704,4 273,0
1999 616,3 685,7 514,9 511,1 696,4 290,9
Variação (%) -4,5 -5,4 -2,8 -3,1 1,1 -6,2
Proporção Mulher/Homem (%)
2000 90,9 77,2 100,2 85,6 89,1 94,8
1999 88,2 75,6 95,0 81,7 90,3 91,8
Fonte: Ministério do Trabalho. Caged, Módulo II. Elaborado pela Fundação Seade.
(1) Refere-se à média de contratação do período de janeiro a outubro de 2000. Inflator utilizado: ICV do Dieese.

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