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SEGURANÇA DO TRABALHO
Resumo.
Este trabalho objetiva apresentar a importância do desenvolvimento, estruturação e
elaboração de um trabalho monográfico em forma de projeto final como último requisito para
a conclusão da Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Para tanto,
procurou-se identificar como esta metodologia de trabalho (o projeto) consolida alguns
aspectos que serão determinantes para o adequado exercício das atividades profissionais, e
seu relacionamento com as atribuições profissionais constantes na legislação em vigor. A
nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de dezembro de 1996, e suas
múltiplas interpretações poderão causar futuramente, no modelo já consagrado, algumas
alterações. Para ressaltar a importância do modelo atual, de ensino acadêmico e da prática
profissional, a legislação pertinente será revisitada.
1. INTRODUÇÃO
a) Riscos ocupacionais;
b) Higiene e doenças do trabalho;
c) Impactos do processo laboral no meio ambiente;
d) Organização da empresa e do trabalho;
e) Processos, sistemas e produtos;
f) Atividades multidisciplinares.
Estas disciplinas devem servir de suporte para que o profissional se qualifique da melhor
maneira possível para exercer as atribuições que lhe são conferidas. Além disso, o currículo
deixa reservado espaço (carga horária) para que sejam oferecidas disciplinas optativas,
visando à atender demandas específicas de cada unidade de federação (ou região) ou de
cada instituição de ensino que ministra o curso, que deverá ter carga horária mínima de 600
horas totais, sendo 50 destas horas destinadas as optativas ou complementares.
Em dois trabalhos anteriores, HADDAD, MORGADO e QUALHARINI, (1997a, 1997b)
abordaram o ensino da Engenharia de Segurança e o perfil deste engenheiro para o século
XXI e identificaram que os currículos devem se adaptar às necessidades das novas
tecnologias para que o futuro Engenheiro de Segurança responda às demandas exigidas.
Realmente, ao serem analisadas as atribuições profissionais e seu relacionamento com as
disciplinas curriculares, foi possível perceber que apenas estas não seriam suficientes para
proporcionar uma visão global e perfeitamente integrada das funções do Engenheiro de
Segurança. Esta deficiência pode ser suprida pela adoção de um Projeto Final de curso que
permita estudar toda a estrutura de uma empresa, como é feito em algumas instituições de
ensino, entre as quais a UFRJ.
São apresentadas, a seguir, duas das dezoito atividades profissionais do Engenheiro de
Segurança do Trabalho para exemplificar a análise efetuada entre as atribuições e as
disciplinas do currículo mínimo:
a) Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das instalações e
equipamentos, com vistas especialmente aos problemas de controle de risco, controle de
poluição, higiene do trabalho, ergonomia, proteção contra incêndio e saneamento.
Legislação
Normalização Atribuição
Currículo
(Normas Técnicas e Habilitação
(Disciplinas)
Regulamentadoras, Qualificação
Resoluções, Leis)
Monografia em forma de
Projeto Final de Curso
O trabalho pode se revestir das mais diversas formas, desde simples relatórios específicos
até uma análise de higiene, segurança e ambiente industrial, contendo entrevistas,
medições, análises criteriosas e um extenso plano de ação entre outros documentos. Varia
em amplitude desde uma simples análise localizada de um posto de trabalho até um
conjunto complexo de informações, levantamentos e ações junto à comunidade
circunvizinha.
3.2. Estrutura
O projeto deve ter uma estrutura que facilite tanto a sua confecção quanto a sua posterior
leitura e consulta por outras pessoas. Para isso, ele se inicia com uma visão geral da
empresa, onde se levanta sua razão social, sua localização, os produtos por ela fabricados
e os processos de fabricação, a descrição do seu espaço físico, entre outros. De posse
destes dados, o grupo pode começar a elaborar uma estratégia para a realização de uma
inspeção ou auditoria de segurança, quando será necessária a medição dos agentes
(químicos, físicos e biológicos) nocivos à saúde dos trabalhadores; o levantamento dos atos
inseguros cometidos, das condições ergonômicas dos postos de trabalho e de todos os
riscos que porventura existam e que serão identificados durante as visitas à empresa em
estudo, como o destino dado aos resíduos prejudiciais ao meio ambiente, por exemplo.
Além disso, o grupo que elabora o Projeto Final, é obrigado a defendê-lo perante uma banca
examinadora com composição mínima de três professores com titulação de D. Sc. e/ou
Engenheiros de Segurança do Trabalho. Preferivelmente, deve estar composta também por
membros externos com a mesma titulação mínima, ou Médico do Trabalho ou outra área
correlata ao projeto avaliado. Esta defesa objetiva a avaliar a capacidade de expressão oral
dos alunos e sua segurança em relação ao assunto abordado no trabalho.
Todo este rigor, faz com que o aluno se torne mais bem preparado e confiante no exercício
da sua futura atividade profissional.
Outro ponto que merece destaque é o que se pode chamar de importância social do Projeto
Final, que consiste em difundir para as empresas, principalmente as pequenas e médias, os
conhecimentos adquiridos na universidade, democratizando este conhecimento e tornando-
o acessível a uma maior quantidade de pessoas. Pois, muitas vezes, percebe-se que
algumas empresas descumprem as normas vigentes por desconhecimento e/ou falta de
capital para investir na contratação de uma equipe de engenheiros que identifique os seus
problemas organizacionais.
Além de tudo o que já foi explicitado, é importante ressaltar que a defesa do projeto final
perante uma banca examinadora (quando a instituição de ensino exigir, como ocorre na
UFRJ) serve como um exercício para que o futuro Engenheiro de Segurança do Trabalho
exercite sua habilidade de expressão verbal, que será necessária nas atividades de
treinamento dos funcionários e/ou apresentação de relatórios.
A tendência atual é que com a adoção desses critérios e com o alcance da maturidade dos
Cursos que os adotarem, estes acabarão por ter de responder a uma demanda gerada
pelas inquietações originadas na confecção, em grupo, do Projeto Final e pelo interesse de
seus egressos em cursar disciplinas complementares, extra-curso e de caráter mais
aprofundado. Como conseqüência, os interesses dos grupos irão evoluir para trabalhos
individuais, indicando o caminho futuro da criação de cursos de Mestrado e Doutorado
específicos nesta área, ainda inexistentes no Brasil.
6. BIBLIOGRAFIA