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Gigabit Ethernet

O fim do gargalo nas redes de telecomunicações


Gigabit Ethernet
O fim do gargalo nas redes de telecomunicações

Não é nenhum exagero afirmar que o cenário da comunicação corporativa por


computador se divide em antes e depois do Ethernet. Essa tecnologia, desenvolvida
no início dos anos de 1970 pela dupla Metcalfe & Boggs e padronizada com
poucas modificações pelo IEEE – Institute of Electrical and Electronic Engineers
(órgão originalmente responsável pelas tecnologias diretamente associadas ao
Ethernet), experimentou um grande sucesso de adoção e contribuiu de forma
efetiva para o impulso e popularização das redes locais de computadores.

Calcado, inicialmente, num protocolo de acesso conhecido como CSMA/CD – Carrier Sense Multiple Access /
Collision Detection (através do qual a interface de comunicação da estação de trabalho, que deseja transmitir,
envia pacotes pela rede continuamente, caso o barramento de comunicação esteja ocioso, ou aguarda por in-
tervalos sucessivamente maiores de tempo, caso o barramento esteja ocupado ou caso tenha ocorrido colisão
entre pacotes enviados no instante imediatamente anterior), o Ethernet passou por uma série de aperfeiçoa-
mentos ao longo dos últimos anos, que privilegiaram, basicamente:

• Avanços no plano de controle


• Desempenho crescente (maiores taxas de transmissão)
• Novas funcionalidades, tais como:
QoS – Quality of Service, VLANs – Virtual Local Area Networks e Segurança
• Diversidade de meios físicos de transmissão (cabo coaxial, par trançado e fibra óptica)
• Otimização de custos de produção/operação da tecnologia

De uma tecnologia de comunicação half-duplex (transmissão unidirecional), em mídia compartilhada


entre todos os computadores conectados na rede (com óbvios impactos no número de colisões entre
pacotes e, por conseqüência, em desempenho), operando a 10 Mbps, o Ethernet evoluiu para uma pla-
taforma full-duplex (comunicação bidirecional), com suporte a conexões dedicadas e escalável a taxas de
transmissão de até 10 Gbps – daí o qualificador Gigabit Ethernet, usado largamente na literatura.

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Apesar disso, em linhas gerais, a tecnologia não perdeu as características que contribuíram para a sua
longevidade:

Simplicidade
É uma plataforma que apresenta baixo custo por volume de informação transportada, é confiável e de
fácil manutenção.

Flexibilidade
Implementações de diferentes fornecedores são interoperáveis, lida-se com pouco software de apoio e
a adição de novos elementos de rede é relativamente simples.

Facilidade de operação com TCP/IP


O mais popular protocolo de comunicação de alto nível.

Capitalizando nesses avanços e vantagens básicas da plataforma tecnológica, operadoras de teleco-


municações começam, agora, a alavancar o emprego do Ethernet, em sua versão contemporânea, na
agregação de tráfego de voz e de dados – originado de vários pontos no acesso – em redes metropoli-
tanas (daí a popularização do termo Metro Ethernet pelo mercado). Num segundo momento, contem-
pla-se também que a tecnologia Ethernet venha a ser utilizada na implementação do acesso local das
redes de telecomunicações (EFM – Ethernet in the First Mile).

Benefícios
Um dos principais objetivos a serem atingidos, com a escolha do Ethernet para o transporte metropo-
litano (e, eventualmente, para acesso), é a redução do gargalo de largura de banda que, via de regra,
caracteriza esses segmentos das redes de telecomunicações – devido ao excesso de investimentos
históricos na infra-estrutura de longa distância e ao custo, ainda muito elevado, do emprego de tec-
nologia óptica no acesso.

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Outra vantagem derivada do uso de Ethernet, em redes de telecomunicações, advém da adequação
a multisserviços, já que facilidades, como elevadas taxas de transmissão e outras suportadas pelas im-
plementações mais recentes do Ethernet em equipamentos para operadoras (por exemplo, priorização
seletiva de tráfego, banda sob demanda, segurança e resiliência), auxiliam na viabilização de aplicações
que vão desde a transmissão de dados, não críticos, em alto volume até aplicações multimídia com
conteúdo de vídeo e voz sensíveis a atrasos.

Entre outros benefícios obteníveis com a adoção do Ethernet nas redes das
operadoras, podemos mencionar ainda:
•Viabilização de uma plataforma multisserviços unificada
• Funcionalidades avançadas, como seleção dinâmica de largura de banda (aumento e contração)
• Suporte a classes diferenciadas de serviços
• Aprovisionamento e ativação acelerada de serviço
• Custos por Mbps mais competitivos do que aqueles experimentados no uso de tecnologias legadas,
baseadas em comutação de circuitos
• Custos operacionais reduzidos (números preliminares levantados pelo MEF − Metro Ethernet Forum,
em pesquisa com operadoras, apontam para um potencial de economia superior a 20%)
• Libertação das “amarras“ da hierarquia digital de taxas de transmissão, impostas por plataformas de
transmissão tradicionais como SDH − Synchronous Digital Hierarchy (maior granularidade de banda)

Esses benefícios também se refletem em vantagens para as corporações


usuárias de serviços baseados em Ethernet:
• A curva de aprendizado para aquisição, set-up e uso do serviço é pequena
• Não são necessários equipamentos especiais no site do cliente, uma vez que a conexão com a rede
Ethernet da operadora de telecomunicações pode ser feita através de roteadores e/ou comutadores
Ethernet da rede local
• Maior flexibilidade na seleção de largura de banda necessária
• Conectividade ponto-a-ponto e multiponto
• Relação preço/volume atraente

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Evolução na tecnologia Ethernet
É importante ressaltar alguns dos mecanismos que sofreram adaptações e ajustes evolutivos para permitir
que o Ethernet se aproximasse, ainda mais, de um modelo tecnológico que atendesse às necessidades
das operadoras de telecomunicações:

Delimitação do domínio de colisões


O tamanho dos domínios de colisões Ethernet passou a ser melhor administrado com o advento das
bridges (pontes entre segmentos de rede cuja funcionalidade é implementada modernamente em
portas full-duplex de switches Ethernet). Nesses casos, o domínio de colisões é totalmente eliminado.

Controle aperfeiçoado de broadcasts


Mesmo com a facilidade descrita acima, um switch Ethernet pode experimentar congestionamentos
devido a tráfego broadcast (uma estação enviando informação para as outras ao mesmo tempo). Para
minimizar o impacto na carga da rede, ocasionado nessas situações, foi criado o conceito de VLAN
(segmento de rede virtual, dentro do qual se limitam os broadcasts originados por qualquer uma das
estações-membro daquela VLAN).

Resiliência
O protocolo Spanning Tree (IEEE 802.1D) foi desenvolvido para permitir a construção de redes Ethernet
resilientes, por meio da utilização de conexões alternativas, que podem ser utilizadas em caso de falha
de uma conexão principal. Para tal, esse protocolo elimina os loops topológicos em redes complexas
Ethernet. O desenvolvimento dos padrões IEEE802.1w (Rapid Spanning Tree) e IEEE802.1s (Shared
Spanning Tree) permitiram, respectivamente, a redução dos tempos de convergência e a flexibilidade
de caminhos necessários a este novo cenário.

Segurança
O desenvolvimento de funcionalidades como 802.1x, controles de tráfego e filtros de BPDUs − Bridge
Protocol Data Units propiciaram a segurança necessária ao atendimento das necessidades das operadoras
de telecomunicações.

A propósito, em switches Ethernet habilitados a trabalhar com o conceito de VLANs, os cabeçalhos dos
quadros Ethernet são estendidos com uma “etiqueta“ (tag) de 16 bits, que inclui um identificador da
VLAN (VLAN ID). Essa etiqueta inclui 3 bits para determinação do grau de prioridade daquele tráfego na
rede. Até 8 níveis de prioridade podem ser desenhados, possibilitando fornecer tratamento diferenciado
para diversos tipos de tráfego.

Apesar de ainda existirem algumas restrições (por exemplo, limitação no número de VLANs passíveis de se-
rem criadas, tempos de convergência de Spanning Tree relativamente longos, tamanho elevado de tabelas
de endereçamento Ethernet a serem aprendidas pelos switches), o impacto em escalabilidade da rede não
é significativo, desde que seja realizado um bom projeto de engenharia de rede – daí a importância de uma
equipe de integração de sistemas altamente capacitada e experiente na condução dos projetos. Muitas das
limitações já estão sendo endereçadas, através de propostas feitas no fórum de padronização de novas
funcionalidades na tecnologia aplicada ao mundo das operadoras (Metro Ethernet Forum).

Os avanços em taxas de transmissão possíveis com o Ethernet também não param. Em 2000, o IEEE
formou um novo comitê de padronização (802.3ae) para especificar as características técnicas do
Ethernet operando a 10 Gbps (10GigE). O padrão foi aprovado em junho de 2002. Acompanhando

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esse esforço, também foi formada a 10 Gigabit Ethernet Alliance (10GEA), um consórcio de mais de
cem fornecedores de tecnologia, que já estão comercializando equipamentos alinhados com essa nova
forma do Ethernet, e que deve encontrar respaldo nos requisitos inerentes a usos como server farms
(clusters de servidores visando multiprocessamento paralelo) e interligação de POPs – Points of Presence
com alto volume de tráfego agregado.

Topologias e arquiteturas
Duas topologias principais são tipicamente contempladas em redes Metro Ethernet:

Anel
Segue a tradição das redes SDH implementadas nos anos de 1990, com base, principalmente, no racional
dos modelos de tráfego da época (em que havia menor necessidade de conectividade entre sites locais
e a maior parte do tráfego de acesso era direcionada para os POPs principais) e na redução dos custos
associados com a rede de fibra óptica.

Mesh
Topologia hub & spoke, com conexão lógica entre todos os sites, é atualmente a forma mais utilizada,
embora implique altos custos devido à intensa utilização de fibra óptica.

Quanto às arquiteturas, é possível vislumbrá-las sob duas formas principais:

Puras
Formadas estritamente por switches Ethernet (ou seja, usando uma referência do modelo OSI − Open
System Interconnection para descrição lógica de redes, operando somente em nível 2-enlace). Interes-
sante para redes pequenas, com reduzido número de clientes e sites.

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Híbridas
Formadas por múltiplos domínios em nível 2-enlace (Ethernet puro) conectados por um núcleo nível
3-roteamento (IP/MPLS). Os quadros transportados de um domínio Ethernet para outro passam pelo
núcleo, onde podem ser “tunelados” (envelopamento de informações visando otimizar controles na
comunicação) via L2TP − Layer 2 Transport Protocol ou EoMPLS − Ethernet over Multi Protocol Label
Switching. Para este último caso, o IETF – fórum de padronização de técnicas para o avanço das redes IP
– está definindo uma especificação já conhecida no mercado como VPLS – Virtual Private LAN Service.
A arquitetura híbrida é interessante para grandes redes Metro Ethernet.

Interoperabilidade de tecnologias
e equipamentos
Avanços recentes nas especificações do Ethernet caminham para viabilizar, por completo, a interopera-
bilidade (interworking), ou seja, a conexão funcional entre redes Metro Ethernet e outras redes WAN −
Wide Area Network existentes. Através de um conjunto de técnicas de mapeamento e suporte a faci-
lidades diversas, é possível interligar redes Metro Ethernet com sistemas ATM – Asynchronous Transfer
Mode, Frame Relay e backbones IP/MPLS.

Esforços também vêm sendo conduzidos visando promover interoperabilidade entre os diferentes
equipamentos produzidos por um grande conjunto de fornecedores de tecnologia voltada para redes
Metro Ethernet. Recentemente, o Metro Ethernet Forum certificou o primeiro grupo de sistemas que
atendem de forma completa todos os modelos de serviços Ethernet, como EPL − Ethernet Private Line,
EVPL − Ethernet Virtual Private Line e E-LAN − Ethernet Multipoint-to-Multipoint. Ao todo foram certi-
ficadas 16 empresas, incluindo importantes fabricantes como a Cisco Systems.

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Ethernet + WDM + SDH
Apesar do crescente número de redes de transporte metropolitanas baseadas em comutação Ethernet,
muitas operadoras (especialmente operadoras incumbentes, com grandes redes de transmissão exis-
tentes em áreas de cobertura primárias) apreciam a idéia de somar as vantagens do Ethernet com as
facilidades possibilitadas pelas redes WDM – Wavelenght Division Multiplexing e SDH utilizando, nesse
caso, técnicas refinadas como “concatenação virtual“ (EoS – Ethernet over Sonet/SDH).

Assim, capitaliza-se especialmente na alavancagem da largura de banda das fibras ópticas, concretizada
pela abertura de lambdas em WDM e no poder de redundância e controle (via monitores, sistema de alar-
mes e de gerência), refletidos na proposição de valor do SDH. Outra importante vantagem do transporte
Ethernet sobre redes SDH é a eliminação das limitações geográficas das redes puramente Ethernet.

Estuda-se hoje a oferta de serviços Circuit Emulation sobre a tecnologia Metro Ethernet, possibilitando
a criação de uma infra-estrutura única de dados para os serviços novos e legados.

Dessa forma, a vida útil dos sistemas existentes é prolongada, obtendo-se, ao mesmo tempo, benefí-
cios como gerência e resiliência aperfeiçoadas, sem perder de vista a transição gradual para plataforma
Ethernet pura, com suas vantagens intrínsecas, como custos mais competitivos de capital e de operação
e maior aptidão para transporte eficiente de tráfego intensivo em dados.

Serviços básicos
O Metro Ethernet Forum definiu dois serviços básicos, tidos como “canônicos”, sobre cujas bases po-
dem ser elaborados outros serviços mais sofisticados:

• E-Line: serviço ponto-a-ponto


• E-LAN: serviço multiponto

Esses modelos de serviço são definidos logicamente, de modo fundamental, através de duas carac-
terísticas: UNI – User Network Interface (interface usuário-rede) e EVC – Ethernet Virtual Connection
(conexão virtual). A primeira representa um ponto de demarcação entre a rede local de uma localidade
do usuário e a rede da operadora (qualificando mídia, velocidade e modo de transmissão), enquanto a
segunda representa a associação de duas (ponto-a-ponto) ou mais (multipontos) UNIs.

A combinação de alguns atributos possibilita os “toques finais“ que qualificam, univocamente, os servi-
ços canônicos. São eles:

Multiplexação
Possibilita que uma UNI esteja associada a múltiplos EVCs, como acontece em redes de comutação de
pacotes, concretizando também o mapeamento entre VLANs e EVCs.

Transparência
Simplifica a operacionalização da rede através do uso do mesmo identificador de VLAN para pacotes
ingressos no EVC e egressos do EVC.

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Empacotamento
Quando mais de uma VLAN é mapeada para um EVC em uma UNI.

Perfil de Banda
Delimitação de “tetos“ em Mbps para pacotes ingressarem nas UNIs e EVCs e delas saírem, similarmente
ao conceito de CIR/EIR em redes Frame Relay.

Alguns fornecedores, como a Cisco Systems por exemplo, criaram uma terminologia e classificação um
pouco mais rica para identificar os serviços canônicos:

ERS – Ethernet Relay Service


Refere-se ao serviço básico análogo ao Frame Relay (múltiplas conexões lógicas podem ser multiplexadas
em uma única conexão física), em que roteadores são usados para estabelecimento de conexões entre
dois sites.

ERMS – Ethernet Relay Multipoint Service


Reflete importante extensão do ERS, em que conexões multiponto-multiponto são viabilizadas.

EWS – Ethernet Wire Service


Refere-se ao serviço básico análogo às linhas privadas, onde roteadores (ou bridges) podem ser usados
para estabelecimento de conexões ponto-a-ponto transparentes entre dois sites.

EMS – Ethernet Multipoint Service


Análogo, no ambiente WAN, ao perfil típico de serviço em LANs Ethernet, em que uma única conexão
é estabelecida entre múltiplos sites para entregar quadros e broadcasts.

Na prática, a partir dos serviços canônicos surgiram e popularizaram-se três serviços principais oferecidos,
no varejo, pelas carriers, que utilizam o Metro Ethernet para fornecer acesso e agregação:

EPL – Ethernet Private Line


Serviço dedicado fim a fim, com variações (por exemplo, com/sem SLAs). Taxas de transmissão variam
entre 10 Mbps a 10 Gbps. Utilizado para conexão direta entre sites.

DIA – Dedicated Internet Access


Acesso Internet dedicado, interligando a LAN Ethernet da empresa até o POP de ISP que oferece o ser-
viço. Nos mercados mais sofisticados, os links são oferecidos a partir de 1 Mbps, com opções adicionais
girando entre 5 Mbps e 10 Mbps.

TLS – Transparent LAN Service


Serviço de conectividade entre LANs, desenhado para interligar edifícios ou escritórios de empresas
distantes geograficamente, em taxa de transmissão similar àquela experimentada na rede local. Normal-
mente, os diferentes tráfegos são protegidos por mecanismos de segurança (separação) e a topologia
pode ser delineada com recursos de mesh protection (visando aumentar a disponibilidade).

Surgiram também produtos voltados para o mercado de atacado, como, por exemplo, serviços para
interligação de POPs através de circuitos Ethernet, no estilo EPL.

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Serviços de valor adicionado
A partir dos serviços de conectividade simples (circuitos ponto-a-ponto, conexões LAN-to-LAN, acesso
Internet, interligação entre POPs), é possível vislumbrar uma diversidade de serviços de maior complexi-
dade e valor agregado, viabilizados e implementados pelas redes Ethernet. A gama de aplicações pode
incluir desde usos já popularizados, em meios de menor velocidade, até usos bastante sofisticados de
comunicação, possibilitando a oferta de serviços tais como:

• Telefonia IP
• Broadcast de vídeo e vídeo sob demanda
• Videoconferência
• Educação à distância
• Transmissão e controle de procedimentos médicos (telemedicina)
• Multimídia e entretenimento
• Produção e transmissão de conteúdo publicitário
• Monitoramento e vigilância remota (tele-surveillance)
• Interconexão de sistemas de armazenamento de alta capacidade
• Pesquisa e desenvolvimento distribuídos
• Suporte a design, modelagem e manufatura auxiliados por computador
• Redes lógicas privadas para interligação de Intra/Extranets
• Colaboração entre equipes de empresas e universidades

Segmentos-Alvo
Em se falando de Metro Ethernet reconhecem-se, portanto, alguns segmentos de clientes como alvos
naturais dos principais serviços de conectividade delineáveis por essa plataforma.

Precificação
As operadoras de serviços implementados em Ethernet têm adotado abordagens agressivas no que
tange a seu preço, alavancando as vantagens de custo por volume associadas a essa nova tecnologia.
De fato, as vantagens de custo por porta, em hardware Ethernet, são expressivas, especialmente em
comparações diretas com custos de ADMs – Add Drop Multiplexers SDH. Isso se deve à estrutura
eletrônica simplificada, somada às economias de escala na produção daqueles equipamentos. A partir
da disponibilização e adoção, em mais larga escala, dos serviços baseados em redes Metro Ethernet,
os modelos de precificação também devem evoluir bastante, conferindo aos serviços uma atratividade
ainda maior para os potenciais usuários.

Mercado
O crescimento global estimado nos mercados de infra-estrutura e serviços baseados em Metro Ethernet
é bastante significativo. Segundo o instituto de pesquisa Infonectics, a venda, no mundo, de equipa-
mentos dessa tecnologia atingiu US$3,8 bi em 2004 e a expectativa é de que esse valor duplique para
US$7,6 bi até 2008. Já a receita com serviços prestados sobre uma plataforma Metro Ethernet foi de
US$2,5 bi em 2004, e espera-se que ela dobre em 2005, atingindo US$22,2 bi em 2009.

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As pioneiras na oferta de conectividade, via Metro Ethernet, foram prestadoras de serviços de comu-
nicação de dados não-incumbentes – como Yipes, Cogent, Onfiber nos EUA e Colt, Equant, Cable &
Wireless na Europa – que selecionaram grandes áreas urbanas, com alta concentração de edifícios de
empresas e condomínios comerciais, onde havia fibra apagada em abundância.

Esse movimento suscitou uma reação mais lenta, porém consistente, das operadoras incumbentes que, pri-
mordialmente em 2003, começaram a lançar uma diversidade de serviços utilizando Metro Ethernet como
tecnologia de acesso e de agregação de tráfego. É interessante ressaltar que a atividade neste campo no
continente asiático, especialmente na Coréia, em Taiwan e na China, é também bastante expressiva.

Nesse ínterim, players novos (por exemplo, B2, Neos, FastWeb, Acantho) também adentraram mer-
cados no hemisfério norte para explorar o potencial dessa tecnologia, com enfoques diferenciados
no que se refere a táticas mercadológicas (por exemplo, segmentos de pequenas/médias empresas,
SoHo e residencial como alvos; precificação variável; comercialização de triple-play bundles envolven-
do serviços de voz, vídeo e dados) e uso de tecnologias complementares (por exemplo, Telefonia IP e
Wireless LANs). Mesmo administrações de cidades inteiras (por exemplo, Dubai, nos Emirados Árabes
Unidos) decidiram pela construção de redes Metro Ethernet englobando toda a área metropolitana,
com gerência do governo local, para catalisar troca de informações em educação, saúde, turismo e
serviços públicos.

O Brasil não está fora desse jogo e as primeiras redes Metro Ethernet começam a surgir através de
iniciativas de incumbentes, como a Telemar, e novas operadoras de nicho, como a Iqara Telecom.

Entidade Racional Conectividade típica com Ethernet

ISPs Ganhar escalabilidade e capitalizar na velocidade Enlaces entre POPs nas cidades ou sites
de aprovisionamento, além de reduzir custo por em Colocation; DIA – Dedicated Internet
volume de tráfego. Access.

Grandes corporações Escalabilidade, conectividade metropolitana, EPL, TLS, VAS (por exemplo, banda sob
unificação na comunicação WAN, custos, acesso demanda, segurança gerenciada, storage,
a novos serviços/convergência. CDNs, telefonia sobre pacotes, backup
remoto, espelhamento, vídeo, VPNs etc).

Operadoras de Capilaridade, redução de lead-time para viabilizar Conexão entre POPs nas cidades ou sites
telecomunicações serviços, capacidade, redução de custos/volume. em Colocation.

Órgãos governamentais Conectividade de sites na mesma região urbana. TLS, DIA, VAS selecionados.

Empresas de Colocation, Simplificação de conectividade e gerenciamento, Conexão entre POPs.


Internet Exchanges e flexibilidade no aprovisionamento e redução de
Pooling Points custos/volume.

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Padrões
Desde sua concepção, até completar trinta anos em 2003, a tecnologia Ethernet cresceu, amadureceu
e atingiu sua maioridade cheia de vigor e disposição. Todos os avanços recebidos, e voltados para sua
aplicação nas redes corporativas, proporcionaram o vigor que hoje permite o transporte de dados a
taxas de multigigabits por segundo. Esse vigor garante a disposição necessária para a busca de novos
empreendimentos, como a implementação de redes de operadoras de telecomunicações.

Nos últimos anos, a tecnologia Ethernet recebeu atenção especial de diversos órgãos de padronização,
que se complementaram no objetivo comum de transformar o Ethernet numa tecnologia carrier-class,
ou seja, uma tecnologia preparada para satisfazer os rigorosos padrões de qualidade exigidos por uma
rede pública de serviços.

Vários trabalhos, concluídos ou em andamento, podem ser destacados como resultado dessa força-
tarefa. O IEEE deu sua contribuição desenvolvendo importantes especificações, como:

IEEE 802.3ah − Ethernet in the First Mile


Conjunto de especificações responsáveis por flexibilizar o transporte de quadros Ethernet sobre diferen-
tes meios físicos, como fibra ponto-a-ponto (GE), fibra ponto-multiponto (EPON) e cobre (EoVDSL).

IEEE 802.3ad − Agregação de enlaces e


IEEE 802.1w − Rapid Spanning Tree
Protocolos responsáveis por aumentar a disponibilidade
das redes Ethernet.

IEEE 802.1s − Shared Spanning Tree


Responsável por distribuir o tráfego e aumentar a
taxa de utilização das redes, proporcionando menor
custo por bit transmitido.

IEEE 802.3ae − 10 Gigabit Ethernet


Transmissão de quadros Ethernet a 10 Gbps.

IEEE 802.1ad − Service Provider Bridges


Formalização do transporte de serviços Ethernet sobre uma infra-estrutura Ethernet.

Engana-se, porém, quem acha que Metro Ethernet se reduz somente à utilização dos protocolos criados
pelo IEEE diretamente relacionados com as camadas 1 e 2 do modelo OSI contempladas pelo Ethernet.
Para conferir alta escalabilidade e robustez demandadas por redes de serviços à tecnologia originalmente
criada para o ambiente corporativo, diversos grupos de trabalho deram a sua contribuição. O próprio
IEEE trabalha na especificação do padrão 802.17 − Resillient Packet Rings (RPR), tecnologia de anéis que
permite o transporte de pacotes Ethernet ou IP/MPLS com alta disponibilidade e eficiência.

O IETF − Internet Engineering Task Force, órgão responsável pela especificação dos protocolos IP e MPLS,
também deu sua contribuição com dois trabalhos recentes e diretamente relacionados ao Ethernet:

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VPWS − Virtual Private Wire Service
Transporte ponto-a-ponto de quadros EoMPLS – Ethernet over MPLS, também conhecido como AToM −
Any transport over MPLS ou sobre IP, através do protocolo L2TPv3 − Layer 2 Transport Protocol version 3.

VPLS − Virtual Private LAN Service


Interconexão de dois ou mais pontos de rede através de tecnologia de bridging Ethernet sobre uma rede MPLS.

Com os quadros sendo transportados pelo backbone MPLS, a contribuição do IETF aumenta ao conside-
rarmos os mecanismos de QoS, Traffic Engineering, Fast Reroute e OA&M − Operations, Administration &
Maintenance que contribuem fortemente para a escalabilidade e robustez das redes Metro Ethernet.

Falando em OA&M, não podemos nos esquecer dos diversos desenvolvimentos realizados pelo ITU-T
– International Telecommunications Union. O foco do ITU-T, através do grupo SG15, está na utilização
de redes SDH para o transporte de quadros Ethernet.

Por último, um destaque especial deve ser dado ao trabalho do MEF − Metro Ethernet Forum, que se pre-
ocupa com a relação entre a rede Metro Ethernet e o usuário. Para isso, o MEF cuida da padronização dos
serviços Ethernet e de mecanismos que facilitem a sua oferta, como o ELMI − Ethernet Link Management
Interface, que simplifica o aprovisionamento e a gerência da interface de acesso do usuário.

Como pode ser observado, o Ethernet atingiu sua fase adulta preparado para privilegiar a WAN com
os benefícios já bastante conhecidos pela LAN. O sucesso dessa nova fase depende da combinação
correta dessas diferentes tecnologias.

Considerações finais
A tecnologia Ethernet amadureceu e hoje já representa uma importante solução de conectividade, que
deve ser considerada para emprego tanto em expansões de redes como na criação de redes novas. O
momento é especialmente propício, pois os prestadores de serviços de telecomunicações vivenciam
uma série de desafios, entre eles:

• Desenvolver e entregar novos serviços que suportem aplicações multisserviço rentáveis


• Reduzir os prazos de ativação de circuitos
• Simplificar redes
• Reduzir investimento de capital e custos de operação e gerência de rede
• Minimizar o gargalo no acesso/borda da rede
• Suportar priorização seletiva de tráfego e flexibilizar uso de capacidade
• Operar de forma otimizada com tecnologia IP

Espera-se que as redes Gigabit Ethernet possam cumprir esse importante papel e auxiliar na tangibili-
zação de uma nova safra de serviços de telecomunicações, com o mesmo sucesso que alcançaram nas
últimas décadas no mundo das redes locais.

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Gigabit Ethernet
O fim do gargalo nas redes de telecomunicações

Texto Projeto gráfico


Jorge Leonel Art Urb

Colaboração Ilustrações
Mauricio Suga Mauro Nakata
Marcio Zapater Caio Borges

Coordenação Revisão
Danilo Sella Escrita

Supervisão
Renata Randi
Jorge Leonel

Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1830


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