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Abstract: The voyages of discovery always fascinated man through the centuries, and now
space travel is one of the greatest challenges of science. Understanding what is space and
time, and their relationships, is primary for the research and continuity of space
exploration. In this article, through analysis of texts and videos, we seek to bring an idea of
space-time concept and its applications in space travel.
Keywords: space; time; travel.
Introdução
Um conceito que sempre me fascinou, seja atualmente assistindo à série O
Universo, exibida pelo canal The History, ou lembrando inúmeras outras séries e artigos já
lidos, é a viagem espacial e suas relações com o espaço e tempo.
Durante séculos exploradores, conquistadores, naturalistas e artistas fizeram as mais
extraordinárias jornadas a regiões inexploradas do mundo. O homem sempre se viu
compelido a descobrir o novo e ir onde nunca se foi antes, ampliando os limites do
conhecimento de sua época e inspirando aqueles que os sucederam.
Quando o mundo se tornou conhecido, não havendo mais continentes ou ilhas a
serem descobertas, voltamos nossos olhares aos céus. Eis nosso oceano moderno a ser
desbravado, ainda cheio de mistérios e dificuldades incríveis.
Pode ser que não haja nenhum outro tema que atraia tanto a imaginação quanto
viagens espaciais e as incríveis descobertas a serem feitas. No entanto, este assunto não é
algo somente ligado à ficção científica ou à ciência. Ele está em nossas vidas diariamente,
mais presente do que pensamos. Das estrelas que vemos ao olhar o céu, o GPS que usamos
em nossos carros, ou a tecnologia já desenvolvida a partir da pesquisa de viagens espaciais.
Este artigo tem por objetivo trazer algumas idéias acerca de viagens espaciais e suas
relações com o espaço e tempo. Contudo, está longe de ambicionar ser um artigo científico,
servindo muito mais como um exemplo de conceitos, pensamentos e teorias sobre estes
objetos.
1. Relação Espaço-tempo
O astrônomo Carl Sagan dizia que o tempo é “resistente a uma definição simples”.
Muitos de nós achamos que sabemos o que ele é, mas é difícil defini-lo. Literalmente, não
se pode ver ou tocar o tempo, mas podemos ver seus efeitos. As pessoas envelhecem, as
árvores crescem, as coisas mudam.
Com isso temos a idéia de que o tempo é uma via única de eventos irreversíveis,
algo que conhecemos pelas nossas experiências diárias. No entanto, esse processo não
acontece do mesmo modo para todos.
O tempo seria a quarta dimensão de nosso universo. As outras três dimensões são
espaciais, que podemos notar facilmente: direita-esquerda, frente-trás e acima-abaixo.
Quando nos deslocamos no espaço, fazemos isso através do tempo, ou seja, qualquer
movimento não acontece instantaneamente, mas ocorre através dessa quarta dimensão.
Quando andamos pela rua, por exemplo, além de nos deslocarmos no espaço, também
estamos nos deslocando no tempo. O tempo não pode existir sem o espaço e, da mesma
forma, o espaço não pode existir sem o tempo. Esta relação profunda entre o tempo e o
espaço é chamada de contínuo espaço-tempo, que significa que todo evento que acontece
no universo envolve tanto o espaço como o tempo. A alteração de um reflete-se sobre o
outro.
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Em 2005 comemorou-se cem anos da publicação dos artigos nos quais Albert
Einstein definiu a teoria da relatividade. Para entender melhor esta teoria e sua repercussão,
vou dar um exemplo que a maioria das pessoas deve conhecer, o GPS.
O GPS é uma rede de vários satélites, orbitando a aproximadamente vinte mil
quilômetros de distância da Terra. O receptor que usamos em nossos carros entra em
contato com quatro desses satélites. Três deles, através de um cálculo geométrico de
triangulação com o sinal recebido, calculam a nossa posição.
Os sinais enviados e recebidos para os cálculos viajam próximos da velocidade da
luz, mas ainda assim demoram um pouco para serem recebidos e calculados. Esse é o
trabalho do quarto satélite: acertar com precisão o relógio do nosso GPS. Para isso os
satélites contam com um relógio atômico extremamente exato, tão exato que apenas se
atrasa um milésimo de segundo a cada cem mil anos.
Com isto estaria tudo certo. Comparando os três sinais e a sincronizando o relógio
atômico do satélite e o nosso GPS o sistema deveria encontrar a nossa posição exata no
momento. Entretanto, se tudo fosse feito somente assim o GPS não funcionaria. Mas por
quê?
É aqui que entra a teoria da relatividade de Einstein. Esta teoria afirma que o tempo
passa mais lentamente quanto maior é a velocidade a que nos movemos. Não podemos
sentir isso, pois os meios de transporte que temos são muito lentos. Só perceberíamos isso
em velocidades próximas das da luz. Uma segunda conclusão da teoria da relatividade
afirma que quanto menor for a atração do campo gravitacional, o tempo passa mais
depressa.
Conhecendo estas duas leis e sabendo que os satélites GPS se movimentam a
quatorze mil quilômetros por hora, isto significa que para eles o tempo passa mais devagar.
Além disso, estão a vinte mil quilômetros da Terra, onde a atração da gravidade é menor e,
portanto, isto acelera o tempo em relação a nós.
Calculando as diferenças desses fenômenos obtemos que o tempo para os satélites
passa 39 milionésimos de segundo por dia mais devagar do que para nós que estamos na
Terra. Ou seja, os satélites ao fim de cada dia estão 39 milionésimos de segundo mais
novos que nós.
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Não parece uma diferença muito grande, mas temos que entender que se usamos a
velocidade dos sinais dos satélites para o cálculo, qualquer milionésimo de segundo que
deixemos para trás se transforma num erro enorme, que pode chegar a até 11 quilômetros.
Os instrumentos dos satélites ajustam automaticamente os seus cálculos através da
teoria da Relatividade, o que lhes permite um erro máximo de, aproximadamente, quinze
metros. Sendo assim tornam-se muito mais confiáveis.
3. Viagens Espaciais
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Algumas idéias para contornar estes problemas foram propostas. Uma delas é a do
“buraco de minhoca”, que consistiria de atalhos no espaço, para chegar mais rapidamente a
lugares distantes do universo. Os buracos de minhoca são considerados plausíveis com base
na teoria da relatividade de Einstein, que diz que toda massa possui gravidade, e a
gravidade contorce ou curva o espaço-tempo.
Imaginemos que vivemos em um espaço só com duas dimensões, como numa folha
de papel. Nós queremos ir do ponto A ao ponto B. Mas A e B estão tão distantes que
mesmo à velocidade luz levaria mais tempo que uma ou duas gerações para terminar a
viagem. Ao invés disso poderíamos ter um túnel que passa por uma terceira dimensão,
conectando A e B. Pelo túnel a viagem seria muito mais rápida. Uma civilização
extremamente avançada talvez consiga realizar tal proeza.
Abaixo podemos ver uma representação do que seria um buraco de minhoca, numa
viagem hipotética da Terra até Vega, estrela mais brilhante da constelação de Lira e a sexta
estrela mais brilhante do céu, separada do nosso sistema solar por 26 anos-luz.
4. Referências
O DESAFIO de Einstein: viajar entre as estrelas. Revista Super Interessante. São Paulo:
Abril Editora, n. 270a, out. 2009.
O UNIVERSO: Velocidade da luz (série). The History Channel, 2009. 42min. son. color.
3ª temporada.
O UNIVERSO: Viagem espacial (série). The History Channel, 2008. 42min. son. color. 2ª
temporada.
O UNIVERSO: Viagem no tempo (série). The History Channel, 2011. 43min. son. color.
5ª temporada.
SAGAN, C. Cosmos: uma viagem pessoal. Viagens no tempo e espaço. PBS, 1980. 60
min. son. color.