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LOCAÇÃO DE OBRAS
A locação da obra é o processo de transferência da planta baixa do projeto da edificação para o terreno, ou
seja, os recuos, os afastamentos, os alicerces, as paredes, as aberturas etc. Na fase de execução da
locação da obra deve se adotar o maior rigor possível, bem como os equipamentos e técnicas que garantam
o perfeito controle das dimensões da edificação (controle geométrico).
Preferencialmente, utilizar equipamentos eletrônicos - teodolitos, níveis a laser - e materiais de boa qualidade
- tábuas, pontaletes, marcos, tintas. Deve-se ter em mente que os elementos de locação deverão
permanecer na obra por um tempo razoável, até que se possa transferir para a edificação os pontos de
referência definitivos.
A garantia para uma boa locação da obra é a presença constante do engenheiro, ou do técnico nas etapas
de locação, atuando como conferente de todos os atos praticados pelo mestre e/ou oficiais. O ideal é conferir
a locação com uma equipe externa da obra, como por exemplo: oficiais experientes em locação de outra
obra.
Por fim, lembrar que a locação é o ponto de partida da obra e que definirá todo o controle geométrico da
edificação
A locação por cavaletes é indicada para obras de menos porte (garagens, barracões e ampliações) e com
poucos elementos a serem locados e tem a vantagem de utilizarem menos quantidade de material (estacas e
tábuas).
Nesse tipo de locação, os alinhamentos são definidos por pregos cravados nos cavaletes constituídos de
duas ou três estacas cravadas diretamente no solo e travadas por uma travessa nivelada pregada nas
estacas.
A grande desvantagem dos cavaletes por serem isolados é a dificuldade de se perceber deslocamentos
provocados pela circulação de equipamentos e operários, resultando com isso alinhamentos e locações fora
do previsto.
A locação por tábua corrida, também chamada de tabela ou tabeira, é indicada para obras de maior porte
com muitos elementos a serem locados e consiste em contornar toda a futura edificação com um cavalete
contínuo constituído de estacas e tábuas niveladas e em esquadro (polígono em esquadro).
Depois de definidas as linhas do gabarito, distanciadas 1,20 m ou mais da futura construção, fincam-se no
solo os pontaletes que darão rigidez ao cercado, devendo desde já ficarem alinhados e nivelados.
Para uma maior garantia (obras de maior vulto) convém concretar a base das estacas, aguardando pelo
menos 24 horas para dar continuidade à locação.
No caso do terreno apresentar uma inclinação acentuada a locação pode ser feita com gabaritos em degraus
(patamares), sempre em nível e esquadro.
Nivelamento
Após a fixação dos pontaletes, estes devem ser serrados com o topo ficando no nível desejado. Para isso o
ideal é utilizar um nível eletrônico a laser ou em obras menores um nível de mangueira, constituído de uma
mangueira transparente (cristal) de 12 a 15 mm de diâmetro, cheia de água limpa e livre de bolhas de ar no
interior. Partindo de um ponto definido no primeiro pontalete, transfere-se o nível para os demais pontaletes.
Uma outra forma transferir o nível é esticando uma linha entre os pontaletes e pregando uma tábua nivelada
com nível de bolha, logo abaixo da linha, unindo um a um os pontaletes segundo o nível do primeiro. Este
método não é muito preciso, mas serve para marcações preliminares.
Marcação
Antes de iniciar a locação da obra o terreno deve estar limpo (capinado) e, preferencialmente, na cota de
arrasamento das fundações (estacas ou sapatas). Antes de iniciar a confecção do gabarito é necessário
conseguir a referência inicial que pode ser um ponto definido no terreno e um rumo ou uma parede de
construção vizinha. A referência mais comum em obras urbanas é o alinhamento predial que geralmente é
marcada por equipe de topógrafo da prefeitura ou por empresa prestadora de serviços contratada pelo
município.
A locação de uma obra em zona residencial a partir do alinhamento predial fornecido ou devidamente
conhecido pela existência de construções vizinhas já consolidadas deve seguir, genericamente, os passos
descritos abaixo, usando aparelhos e ferramentas adequadas (teodolitos e níveis), nível de mangueira, trena
metálica de 30 metros (jamais usar trena de lona, plástico ou metro de madeira), linhas de nylon, nível de
pedreiro, fio de prumo, arame, tinta esmalte (cores vermelha e branca), marreta, martelo e pregos etc.:
c) Confeccionar a face escolhida com estacas ou pontaletes (3"x3") espaçados de 1,5 a 3,0 metros e
alinhados rigorosamente por uma das faces (esticar uma linha de nylon). Depois de consolidados no terreno,
os pontaletes devem ser nivelados (nível de mangueira), cortados no topo a uma altura de 40 a 50 cm do
solo (até 1 a 1,2 m) e ter pregado na sua face interna tábuas (de boa qualidade) de 1"x6" (pode ser 1"x4")
devidamente niveladas;
d) A partir da primeira face, marcar e confeccionar as demais faces do gabarito, usando triângulos retângulos
(gabaritos) para garantir a ortogonalidade do conjunto (esquadro), conferindo sempre até travar todo o
conjunto com mãos-francesas e contraventamento, se necessário;
e) Pintar o gabarito, preferencialmente, com tinta esmalte branca (pode ser látex);
g) Marcar todos os pontos de referência na tábua sempre usando trena metálica e efetuar a conferência
(mestre ou engenheiro). Um bom método de conferência é o inverso, ou seja, voltar do último ponto
marcado, fazendo o caminho inverso da locação;
j) Colocar proteções e avisos da existência do gabarito para evitar abalroamento e deslocamentos que
possam por em risco a exatidão do controle geométrico da obra. Alertar para que não utilizem o gabarito
como andaime, apoio para materiais, passarelas etc.
Para iniciar a locação é necessário que o terreno esteja limpo sem a presença de lixo,
raízes ou entulhos, materiais de construção, etc.. Devem ser identificadas as estacas
ou outros marcos do terreno, que sejam até mesmo de uma construção vizinha, uma
rua, etc. para que se tenha uma referência do lote e se estabeleça um alinhamento
(lado do terreno).