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cognição dos alunos. Para que essa possibilidade se materialize, se faz necessário,
localizar o aparecimento do novo pensar e agir e a de conhecer o velho. O saber
constituído, que se quer natural e universal, e nega com isso a pluralidade de culturas
existentes no cotidiano.
São inúmeros os avanços. Entretanto, fico a me perguntar: por que no Curso de Pedagogia
da Faculdade de Educação de Serrinha, onde sou professora, nós educadores, ainda não
discutimos a relação das novas tecnologias com a educação? Teria esta discussão chegado
às escolas da comunidade? Como está a escola nesta sociedade da imagem e da
informação? Como ela participa/interage com as novas tecnologias? Haverá espaço para a
escola na sociedade tecnológica do terceiro milênio?
Buscando respostas para tais indagações, lembro de uma historinha que li nem sei onde:
Um professor do século XVII volta a Terra e observa o que está ao seu redor. Espanta-se
com os edifícios, (casas empilhadas umas sobre as outras...), com os inúmeros carros
correndo velozmente, com um monte de novas palavras, padre celebrando missa em
português! Quanta diferença! Chega a uma escola. Que tranqüilidade! Sentiu-se em casa...
Tudo estava do jeito que havia deixado: carteiras enfileiradas uma após outra, uma mesa de
destaque para o professor, quadro de giz. Tudo estava normal e igual a sempre.
É fundamental estar alerta para que seja possível, como afirma Dermeval Saviani (1994)
irmos " além da curvatura da vara." Numa dada posição o distanciamento, o medo do novo;
noutra o enaltecimento exacerbado, o quase endeusamento. Sim! Às vezes os extremos são
necessários para que se chegue a um equilíbrio e este, a escola deve buscar. O ponto
residual está na postura do educador frente a esta nova realidade. É possível ser tradicional
ou construtivista, tanto com a utilização dos velhos recursos, quanto no uso das Novas
Tecnologias na escola.. Neste ponto, a responsabilidade do professor é fundamental.
Primeiro, ele próprio deve buscar apropriar-se das novas tecnologias de comunicação, para
em seguida, buscar perceber como elas influenciam o processo de produção do
conhecimento, para que , a partir dai, possa orientar seus alunos. Com isto, ele provoca uma
reflexão crítica e questionadora em relação à busca e elaboração de informações, indo além
destas, estabelecendo um processo comunicacional, rico, capaz de aprimorar individual e
coletivamente o ser humano. Para nós, este é o grande desafio, que essencialmente só
poderá concretizar-se mediante a democratização, o acesso aos meios de informação que
hoje são restritos a uma minoria privilegiada. Contudo, quando nos permitimos discutir essa
questão tão polêmica, quando juntos, educadores dos diversos pontos do país, passam a
buscar alternativas para tudo isso, decerto ainda é possível , como nos fala Rubem Alves
(1996) fazer com que "a escola seja este espaço onde se servem às nossas crianças os
aperitivos do futuro em direção ao qual os nossos corpos se inclinam e os nossos sonhos
voam."
Para ler:
TRINDADE, Nanci. O PC faz mal a saúde? Isto é, São Paulo: Abril, n°.1396, p. 106, 17
jul. 96
ALVES, Rubem. Estórias de quem gosta de Ensinar. São Paulo: Cortez, 1984.