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A imaginação constitui um dos fatores internos imprescindíveis à aprendizagem e a

cognição dos alunos. Para que essa possibilidade se materialize, se faz necessário,
localizar o aparecimento do novo pensar e agir e a de conhecer o velho. O saber
constituído, que se quer natural e universal, e nega com isso a pluralidade de culturas
existentes no cotidiano.

ESCOLA X NOVAS TECNOLOGIAS:


DOIS EXTREMOS E UM DESAFIO
Gelcivânia Mota S. Morais
Professora da Faculdade de Educação de Serrinha - UNEB

As Novas Tecnologias ganharam espaço na sociedade contemporânea. O avanço das novas


descobertas neste campo é muito grande. Enquanto em 1950 a primeira televisão em preto e
branco chegava ao Brasil, hoje, apenas quarenta e seis anos depois, já se fala em TV
interativa. Estamos na era da informação e da imagem, onde o homem se faz presente sem
estar, move-se sem sair do lugar. Graça as novas tecnologias, deslocar-se tornou-se um ato
de lazer e não de necessidade. Numa mistura de fascinação e medo, a humanidade convive
com inúmeras modificações, passando a questionar até o significado do real, uma vez que
imagem e realidade apresentam-se incorporadas uma na outra.

São inúmeros os avanços. Entretanto, fico a me perguntar: por que no Curso de Pedagogia
da Faculdade de Educação de Serrinha, onde sou professora, nós educadores, ainda não
discutimos a relação das novas tecnologias com a educação? Teria esta discussão chegado
às escolas da comunidade? Como está a escola nesta sociedade da imagem e da
informação? Como ela participa/interage com as novas tecnologias? Haverá espaço para a
escola na sociedade tecnológica do terceiro milênio?

Buscando respostas para tais indagações, lembro de uma historinha que li nem sei onde:
Um professor do século XVII volta a Terra e observa o que está ao seu redor. Espanta-se
com os edifícios, (casas empilhadas umas sobre as outras...), com os inúmeros carros
correndo velozmente, com um monte de novas palavras, padre celebrando missa em
português! Quanta diferença! Chega a uma escola. Que tranqüilidade! Sentiu-se em casa...
Tudo estava do jeito que havia deixado: carteiras enfileiradas uma após outra, uma mesa de
destaque para o professor, quadro de giz. Tudo estava normal e igual a sempre.

Esta breve narrativa ilustra, de modo significativo, o distanciamento da escola com as


novas tecnologias. De um lado, têm-se aqueles educadores que apresentam uma verdadeira
repulsa pelos instrumentos tecnológicos que , fora da escola , os estudantes valorizam,
manejam, montam e desmontam. Tentam isolar a escola do resto do mundo. De outro, há os
educadores que acreditam e defendem o uso das novas tecnologias em sala de aula,
enquanto um instrumento/ recurso inovador, que inserirá o aluno no mundo moderno.
Contudo, não basta apenas levar os modernos equipamentos para a escola, como querem
algumas propostas governamentais. Não é suficiente adquirir televisões, videocassetes,
computadores, sem que haja uma mudança básica na postura do educador, pois isto
reduzirá as novas tecnologias a simples meios de informação. É preciso mais! A
comunicação precisa ser instaurada, desejada, conquistada. Faz-se necessário entender que
o educando deve ser o centro do processo educativo. Ele é histórico e ativo, portanto, a
atenção não pode centrar-se apenas no instrumento, na técnica. Assim como é vã a tentativa
de ignorar as profundas transformações decorrentes da inserção das novas tecnologias na
sociedade atual, é extremamente equivocada a concepção de crença na mera aquisição dos
instrumentos técnicos como forma de acompanhar essas modificações. Não basta alardear:
esqueçam lápis, canetas, borrachas! Viva os monitores! Bem vindos ao Reino das Teclas,
das Televisões, dos Computadores. Não é esta a postura que a escola deve adotar. De modo
algum se pode negar a influência das novas tecnologias na educação. Elas estão alterando o
cotidiano da sala de aula. Entretanto: " estes mesmos instrumentos não prescindem das
funções mais elementares que a escola desenvolve que são a leitura e a escrita" _ Toschi
(1996) , mas, ao contrário, permitem a ampliação desses conceitos. Muito além da simples
interpretação de signos lingüísticos, hoje, lê-se o mundo através das imagens, como
também já é possível escrever usando a filmadora, a máquina fotográfica, o cinema, o
computador...

A escola do terceiro milênio deve, necessariamente, considerar o quanto o educando vive


no mundo das imagens e como isto reflete de modo significativo no seu modo de ver e
compreender a realidade, na sua "organização perspectiva, sensorial e cognitiva. Enquanto
a neve, por exemplo, era conhecida nos países tropicais através de cartões, cartazes e
descrições escritas, hoje ela é vista nas telas de TV, nos monitores de vídeo e pode ser
sentida através de equipamentos virtuais. Estas diferenças devem ser levadas em conta no
processo de produção do saber."(Toschi, 1996).

Ao possibilitar a interação com o que se vê e ouve, as novas tecnologias avançaram


significativamente no processo educacional. Do raciocínio linear, seqüencial, exigido por
métodos expositivos convencionais, tem-se a possibilidade na utilização de computadores
em sala de aula, por exemplo, de trabalhar com métodos interativos, onde é possível parar,
"interromper a história no meio e abrir uma janela para outro ponto pelo qual o aluno se
mostre curioso. Dessa forma a construção do raciocínio não é mais linear, mas
multidimensional"( Trindade, 1996). É preciso perceber que, hoje, há uma nova forma de
compreender e construir conceitos mediante as novas tecnologias. Para isso, esta discussão
precisa ser travada no interior da escola.

É fundamental estar alerta para que seja possível, como afirma Dermeval Saviani (1994)
irmos " além da curvatura da vara." Numa dada posição o distanciamento, o medo do novo;
noutra o enaltecimento exacerbado, o quase endeusamento. Sim! Às vezes os extremos são
necessários para que se chegue a um equilíbrio e este, a escola deve buscar. O ponto
residual está na postura do educador frente a esta nova realidade. É possível ser tradicional
ou construtivista, tanto com a utilização dos velhos recursos, quanto no uso das Novas
Tecnologias na escola.. Neste ponto, a responsabilidade do professor é fundamental.
Primeiro, ele próprio deve buscar apropriar-se das novas tecnologias de comunicação, para
em seguida, buscar perceber como elas influenciam o processo de produção do
conhecimento, para que , a partir dai, possa orientar seus alunos. Com isto, ele provoca uma
reflexão crítica e questionadora em relação à busca e elaboração de informações, indo além
destas, estabelecendo um processo comunicacional, rico, capaz de aprimorar individual e
coletivamente o ser humano. Para nós, este é o grande desafio, que essencialmente só
poderá concretizar-se mediante a democratização, o acesso aos meios de informação que
hoje são restritos a uma minoria privilegiada. Contudo, quando nos permitimos discutir essa
questão tão polêmica, quando juntos, educadores dos diversos pontos do país, passam a
buscar alternativas para tudo isso, decerto ainda é possível , como nos fala Rubem Alves
(1996) fazer com que "a escola seja este espaço onde se servem às nossas crianças os
aperitivos do futuro em direção ao qual os nossos corpos se inclinam e os nossos sonhos
voam."

Para ler:

TOSCHI, Mirza Seabra. Comunicação e Educação - Novas Tecnologias e Produção do


conhecimento. Anais do VIII ENDIPE- Enconto Nacional de Didática e Prática de
Ensino. Florianópolis, Santa Catarina, 1996.

TRINDADE, Nanci. O PC faz mal a saúde? Isto é, São Paulo: Abril, n°.1396, p. 106, 17
jul. 96

ALVES, Rubem. Estórias de quem gosta de Ensinar. São Paulo: Cortez, 1984.

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