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1.

Estruturação da máquina administrativa no Brasil desde 1930:


dimensões estruturais e culturais.

2. As reformas administrativas e a redefinição do papel do Estado.


Reforma do Serviço Civil (mérito, flexibilidade e responsabilização) e
Plano Diretor para a Reforma do Aparelho do Estado de 1995.

Prof: Rafael Encinas 3. Administração pública: do modelo racional-legal ao paradigma pós-


burocrático. O Estado oligárquico e patrimonial, o Estado autoritário
e-mail: raencinas@uol.com.br e burocrático, o Estado do bem-estar, o Estado regulador.

13. Mudanças institucionais: conselhos, organizações sociais,


organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP),
agência reguladora, agência executiva.

1 2

Aula 02 Aula 04
12. Governabilidade e governança. Intermediação de interesses 8. Excelência nos serviços públicos. Gestão por resultados na produção
(clientelismo, corporativismo e neocorporativismo). de serviços públicos. Gestão de Pessoas por Competências.
5. Empreendedorismo governamental e novas lideranças no setor público. 10. Administração de pessoal. Noções de SIAPE.
Processos participativos de gestão pública: conselhos de gestão, 11. Administração de compras e materiais: processos de compras
orçamento participativo, parceria entre governo e sociedade. governamentais e gerência de materiais e estoques. Noções de SIASG.
6. Governo eletrônico. Transparência da administração pública. Controle 9. Comunicação na gestão pública e gestão de redes organizacionais.
social e cidadania. Accountability.
4. Convergências e diferenças entre a gestão pública e a gestão privada. O
Aula 05
paradigma do cliente na gestão pública.
14. Processo de formulação e desenvolvimento de políticas: construção de
agendas, formulação de políticas, implementação de políticas.
Aula 03
15. As políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo.
4. Estrutura e estratégia organizacional. Cultura organizacional e mudança Descentralização e democracia. Participação, atores sociais e controle
no setor público. social. Gestão local, cidadania e eqüidade social.
7. Novas tecnologias de gestão (reengenharia, qualidade, planejamento 16. Planejamento e avaliação nas políticas públicas: conceitos básicos de
estratégico, Balanced ScoreCard) e tecnologias da informação e planejamento. Aspectos administrativos, técnicos, econômicos e
comunicação: impactos sobre a configuração das organizações públicas financeiros.
e sobre os processos de gestão.
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Formas de Dominação

Segundo Weber:

Poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa


relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento
desta probabilidade.

Dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem


de determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis.

Disciplina é a probabilidade de encontrar obediência pronta,


automática e esquemática a uma ordem, entre uma pluralidade
indicável de pessoas, em virtude de atividades treinadas.

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(ESAF/MPOG/2002) A dominação tradicional baseia-se no poder que emana do


conhecimento e reconhecimento de atos heróicos, extinguindo-se com o
Patrimonialismo
indivíduo.
Segundo Bresser Pereira:
ERRADA
‘Patrimonialismo’ significa a incapacidade ou a relutância de o príncipe
distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados. A administração do
(ESAF/MPOG-EPPGG/2003) Nas sociedades modernas, onde a base da
Estado pré-capitalista era uma administração patrimonialista.
legitimidade é a lei, a administração dispensa a dominação, no sentido de um
poder de comando que precisa estar nas mãos de um indivíduo ou de um grupo
de indivíduos. Características:
− Falta de uma nítida divisão entre a “esfera privada” e a “oficial”;
ERRADA
− A racionalidade subjetiva e casuística do sistema jurídico,
− A irracionalidade do sistema fiscal,
− A não-profissionalização e a tendência intrínseca à corrupção do quadro
administrativo.
− Os cargos eram considerados prebendas e sinecuras

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(CESPE/TCE-PE/2004) A burocracia patrimonialista era o modelo clássico de
administração presente nas monarquias européias do século XIX. Modelo Racional-Legal
CERTA (CESPE/SEGER/2007) No entendimento de Bresser Pereira, a administração do
Estado pré-capitalista era do tipo patrimonialista; a associação entre o
capitalismo e a democracia fez emergir uma administração pública burocrática, o
(CESPE/MDS/2006) O estamento burocrático caracteriza-se pela conjugação de modelo racional-legal, ao passo que a administração pública gerencial está mais
altos ocupantes de cargos públicos, burocratas e segmentos da classe política, orientada para as necessidades do cidadão e para a obtenção de resultados.
atuando em conjunto, em benefício próprio e em desrespeito aos princípios da
impessoalidade e do universalismo de procedimentos. CERTA

CERTA
Burocracia = Século XIX – desenvolvimento do capitalismo e da democracia

(CESPE/TCU/2007) O patrimonialismo normal inibe a economia racional não


apenas por sua política financeira, mas também por peculiaridades de sua
administração, entre as quais se pode citar a ausência típica de um quadro de
funcionários com qualificação profissional formal.

CERTA

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São três as características básicas que traduzem o seu caráter racional: são
(CESPE/STM/2004) Burocracia é um sistema social racional, ou um sistema
sistemas sociais (1) formais, (2) impessoais, (3) dirigidos por administradores
social em que a divisão do trabalho é racionalmente realizada tendo em vista os
profissionais, que tendem a controlá-los cada vez mais completamente.
fins visados.

CERTA 1) Formalidade = normas racionais – escritas e exaustivas

Segundo Bresser Pereira: 2) Impessoalidade = administração sine ira ac studio, sem ódio ou paixão.
Segundo Weber:
Se adotarmos uma definição curta e perfeitamente enquadrada dentro dos
moldes da filosofia aristotélica, diremos que uma organização ou burocracia é A burocracia é mais plenamente desenvolvida quando mais se desumaniza,
um sistema social racional, ou um sistema social em que a divisão do trabalho quanto mais completamente alcança as características específicas que são
é racionalmente realizada tendo em vista os fins visados. consideradas como virtudes: a eliminação do amor, do ódio e de todos os
elementos pessoais, emocionais e irracionais, que escapam ao cálculo.

É o sistema social em que a divisão do trabalho é sistemática e 3) Administradores Profissionais = especialista, única atividade, não possui os
coerentemente realizada, tendo em vista os fins visados; é o sistema social meios de administração e produção.
em que há procura deliberada de economizar os meios para se atingir os
objetivos. 4) Controle do Sistema pelos Administradores = O surgimento do estado
burocrático implicaria a renúncia de responsabilidade pela liderança política e na
usurpação das funções políticas por parte dos administradores.

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(CESPE/MCT/2004) Conforme a definição seminal weberiana, a burocracia é, Weber aponta sete características básicas do tipo ideal de burocracia:
sobretudo, uma forma de dominação na qual os burocratas tendem a usurpar o 1. Formalização
poder político.
2. Divisão do Trabalho
CERTA 3. Princípio da Hierarquia
4. Impessoalidade
Segundo Weber, considerado o inexorável processo de complexificação e 5. Competência técnica
burocratização da sociedade moderna e dadas as características de cada um dos 6. Separação entre Propriedade e Administração
agentes do jogo político e os seus recursos de poder, o efetivo dilema a ser
7. Profissionalização do Funcionário
enfrentado pelas democracias seria: como impedir que a burocracia venha a
usurpar o poder e como assegurar que permaneça sendo apenas um elo de
ligação entre dominadores e dominados?
(CESPE/MEC/2003) A burocracia apresenta uma divisão horizontal do trabalho,
em que as diferentes atividades são distribuídas de acordo com os objetivos a
Insulamento Burocrático - Segundo Edson Nunes,
serem atingidos.
O insulamento burocrático significa a redução do escopo da arena em que os
interesses e demandas populares podem desempenhar um papel. Esta
CERTA
redução da arena é efetivada pela retirada de organizações cruciais do
conjunto da burocracia tradicional e do espaço político governado pelo
Congresso e pelos partidos políticos, resguardando estas organizações contra
tradicionais demandas burocráticas ou redistributivas.
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O tipo mais puro de dominação legal é aquele que se exerce por meio de um
quadro administrativo burocrático. O conjunto do quadro administrativo se compõe, Disfunções da Burocracia
no tipo mais puro, de funcionários individuais (monocracia, em oposição à – Internalização das regras e exagero apego aos regulamentos
“colegialidade”), os quais:
– Excesso de formalismo e de papelório
•são pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações objetivas de seu
– Resistência a mudanças
cargo;
– Categorização como base do processo decisorial
•são nomeados (e não eleitos) numa hierarquia rigorosa dos cargos;
– Despersonalização do relacionamento
•têm competências funcionais fixas;
– Superconformidade às rotinas e procedimentos
•em virtude de um contrato, portanto, sobre a base de livre seleção segundo
– Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público
•a qualificação profissional – no caso mais racional: qualificação verificada
mediante prova e certificada por diploma;
•são remunerados com salários fixos em dinheiro, na maioria dos casos com direito
a aposentadoria;
•exercem seu cargo como profissão única ou principal;
•têm a perspectiva de uma carreira: “progressão” por tempo de serviço ou eficiência
•trabalham em separação absoluta dos meios administrativos e sem apropriação do
cargo;
•estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de disciplina e controle do
serviço.

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Crise da Burocracia
(CESPE/MDS/2006) Verifica-se o fenômeno do rent seeking quando determinados
Humberto Falcão Martins relaciona a crise da burocracia a dois aspectos: grupos da sociedade, por meio do controle do aparelho do Estado, viabilizam a
apropriação de rendas e vantagens excepcionais para si ou para seus protegidos.
− no conteúdo: não assegurava regras impessoais
− na forma: ineficiente, cara, auto-referida CERTA

Segundo Divanildo Triches:


(ESAF/MPOG/2002) O Estado do Bem-Estar Social foi prejudicado e marcado
pelo modelo de administração pública burocrática. Rent Seeking é usualmente definido como atividade política de um indivíduo
ou grupo que adota recursos escassos para perseguir direitos de monopólio
CERTA concedidos pelo governo, ou ainda é atividade que tenta se apropriar da
riqueza existente, ao invés de criá-la.
Segundo Bresser Pereira Os instrumentos e a ação política do governo para qual a renda é criada são
subornos direcionados à venda ou concessão de subsídios, impostos
Há, porém, uma razão mais ampla para o interesse que a reforma do Estado,
privilegiados, manutenção de preços e tarifas, estabelecimentos de cotas de
e particularmente da administração pública, tem despertado: a importância
importação, concessão de licenças, pagamentos de elevados salários ou
sempre crescente que se tem dado à proteção do patrimônio público ou da
pagamentos de adicionais
coisa pública (res publica) contra as ameaças de sua “privatização” ou, em
outras palavras, contra atividades de rent-seeking.

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(CESPE/TCU/2008) Para a administração pública gerencial, ao contrário do que


Administração Gerencial ocorre na administração pública burocrática, a flexibilização de procedimentos e a
alteração da forma de controle implicam redução da importância e, em alguns
Segundo Bresser Pereira: casos, o próprio abandono de princípios tradicionais, tais como a admissão
segundo critérios de mérito, a existência de organização em carreira e sistemas
A administração pública gerencial emergiu, na segunda metade deste estruturados de remuneração.
século, como resposta à crise do Estado; como modo de enfrentar a crise
fiscal; como estratégia para reduzir custos e tornar mais eficiente a ERRADA
administração dos imensos serviços que cabem ao Estado; e como um
instrumento para proteger o patrimônio público contra os interesses do rent- Segundo o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado:
seeking ou da corrupção aberta. Mais especificamente, desde os anos 60
ou, pelo menos, desde o início da década dos 70, crescia uma insatisfação, A administração pública gerencial constitui um avanço e até um certo ponto
amplamente disseminada, em relação à administração pública burocrática. um rompimento com a administração pública burocrática. Isto não significa,
entretanto, que negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a
administração pública gerencial está apoiada na anterior, da qual conserva,
embora flexibilizando, alguns dos seus princípios fundamentais, como a
admissão segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema
estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante
de desempenho, o treinamento sistemático. A diferença fundamental está na
forma de controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se
nos resultados, e não na rigorosa profissionalização da administração
pública, que continua um princípio fundamental.
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New Public Management - Nova Administração Pública
Managerialism Consumerism Public Service Orientation
Conjunto de argumentos e filosofias administrativas aceitas em
determinados contextos e propostas como novo paradigma de gestão
pública a partir da emergência dos temas crise e reforma do Estado, nos Economia / eficiência
Efetividade / qualidade Accountability / eqüidade
anos 80. produtividade

A reforma gerencial foi adotada inicialmente na Grã-Bretanha, com Margareth Contribuintes Clientes / consumidores Cidadãos
Tatcher, e nos Estados Unidos, com Ronald Reagan.

Leitura Sugerida: Dimensões do Desempenho - Ministério do Planejamento


Fernando Luiz Abrucio: O impacto do modelo gerencial na Administração − Eficiência: uso otimizado, com economia e qualidade, dos bens e recursos
Pública: Um breve estudo sobre a experiência internacional recente. empregados na implementação das ações.
Caio Marini: Gestão pública: o debate contemporâneo. − Eficácia: capacidade de alcance das metas previstas;
− Efetividade: correspondência entre os resultados da implantação de um
programa e o alcance dos seus objetivos, tendo como referência os
impactos na sociedade;

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(CESPE/BAS/2006) A eficiência, alcance dos objetivos propostos, e a eficácia, uso


otimizado dos métodos, rotinas e ferramentas, são conceitos centrais para a
avaliação de desempenho.

ERRADA

(CESPE/HCGV/2004) A avaliação da eficiência está relacionada com o alcance


INSUMOS IMPACTOS social das metas propostas por uma política ou programa, referindo-se, portanto, à
OBJETIVOS AÇÃO PRODUTO
RECURSOS RESULTADOS
adequação dos meios utilizados para atingir as metas.

ERRADA

(CESPE/HCGV/2004) A avaliação da eficácia visa aferir os custos e recursos


empregados em uma política ou programa e os resultados alcançados.

(CESPE/MDS/2006) A administração pública gerencial incorporou, a exemplo do ERRADA


setor privado, os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade na avaliação de seu
desempenho. A eficiência caracteriza-se pelo uso racional dos recursos (CESPE/HCGV/2004) A efetividade estabelece o impacto da ação sobre a
disponíveis; a eficácia, pelos resultados obtidos pela ação governamental e a população-alvo após a execução do programa, sob o ponto de vista objetivo,
efetividade, pelo alcance dos objetivos e metas previamente estipulados. avaliando a mudança quantitativa, e sob o ponto de vista subjetivo, as mudanças
comportamentais nas crenças e valores da população-alvo.
Questão ERRADA
CERTA
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(CESPE/MTE/2008) O modelo gerencial puro, a partir da metade dos anos 80 do
Princípios da Administração Gerencial
século passado, priorizou os conceitos de flexibilidade, planejamento estratégico e
1. Descentralização administrativa, através da delegação de autoridade para
qualidade. Freqüentemente, seus seguidores, na ânsia de atenderem o público
os administradores públicos transformados em gerentes crescentemente
usuário, passaram a considerá-lo cliente, o que está mais associado à realidade
autônomos;
do mercado que à do aprovisionamento de bens públicos.
2. Descentralização do ponto de vista político, transferindo recursos e
CERTA atribuições para os níveis políticos regionais e locais.
3. Organizações com poucos níveis hierárquicos ao invés de piramidal,
4. Pressuposto da confiança limitada e não da desconfiança total;
(CESPE/MDS/2006) O paradigma do cliente é uma vertente das reformas 5. Controle por resultados, a posteriori, ao invés do controle rígido, passo a
gerenciais que privilegia o atendimento às demandas dos consumidores/clientes passo, dos processos administrativos;
dos serviços do Estado, em contraponto ao modelo gerencial puro, que tinha
6. Administração voltada para o atendimento do cidadão, ao invés de auto-
como principais objetivos das reformas a redução de custos do setor público e o
referida.
aumento de sua produtividade.

CERTA Segundo Bresser Pereira:


É orientada para o cidadão e para a obtenção de resultados; pressupõe que os
políticos e os funcionários públicos são merecedores de um grau real ainda que
limitado de confiança; como estratégia, serve-se da descentralização e do
incentivo à criatividade e à inovação; o instrumento mediante o qual se faz o
controle sobre os órgãos descentralizados é o contrato de gestão.
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(CESPE/TCU/2008) O controle dos resultados de forma descentralizada, na Segundo o Plano Diretor:


administração pública, depende de um grau de confiança limitado nos agentes
públicos, que, mesmo com estrito monitoramento permanente, devem ter Na administração pública gerencial a estratégia volta-se
delegação de competência suficiente para escolher os meios mais apropriados ao
cumprimento das metas prefixadas (1) para a definição precisa dos objetivos que o administrador público
deverá atingir em sua unidade,
CERTA
Segundo Bresser Pereira: (2) para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos
humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição para
Para que se proceda ao controle dos resultados, descentralizadamente, em uma que possa atingir os objetivos contratados, e
administração pública, é preciso que políticos e funcionários públicos mereçam
pelo menos um certo grau de confiança. Confiança limitada, permanentemente (3) para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados.
controlada por resultados, mas ainda assim suficiente para permitir a delegação,
para que o gestor público possa ter liberdade de escolher os meios mais Adicionalmente, pratica-se a competição administrada no interior do próprio
apropriados ao cumprimento das metas acordadas, ao invés de fixar metas e Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre
procedimentos em lei. Na administração burocrática, esta confiança não existe. unidades internas. No plano da estrutura organizacional, a descentralização
e a redução dos níveis hierárquicos tornam-se essenciais. Em suma, afirma-
Segundo Maria Ozanira da Silva se que a administração pública deve ser permeável à maior participação dos
O monitoramento permite o acompanhamento constante, através do agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a
gerenciamento do cumprimento de metas e prazos, buscando o cumprimento do ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins).
cronograma das atividades com o objetivo de garantir a eficiência do programa.
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Evolução da Adm Pública no Brasil Estado Oligárquico e Patrimonial
Oligarquia = “governo de poucos” – estamento burocrático
1821-1930 1930 - 1985 1985 -
Estamento X Classe Social
Mercantil- Capitalista-
Sociedade Pós-Industrial
Senhorial Industrial
É essa elite política letrada e conservadora que manda de forma autoritária
Democrático
Estado (política) Oligárquico Autoritário ou oligárquica. Não há democracia. As eleições são uma farsa. A distância
(1985)
educacional e social entre a elite política e o restante da população, imensa.
Estado E no meio dela temos uma camada de funcionários públicos, donos antes
Patrimonial Burocrático Gerencial (1995)
(administração) de sinecuras do que de funções, dada a função do Estado patrimonial de
lhes garantir emprego e sobrevivência.

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Segundo o Plano Diretor:


Vargas e o modelo burocrático Nos primórdios, a administração pública sofre a influência da teoria da
administração científica de Taylor, tendendo à racionalização mediante a
Segundo o Plano Diretor: simplificação, padronização e aquisição racional de materiais, revisão de
estruturas e aplicação de métodos na definição de procedimentos. Registra-se
que, neste período, foi instituída a função orçamentária enquanto atividade
A implantação da administração pública burocrática é uma conseqüência clara
formal e permanentemente vinculada ao planejamento.
da emergência de um capitalismo moderno no país.

a) Princípio de Planejamento: substituir a improvisação pela ciência, por meio do


Crise de 1929 – impossibilidade de manter o caráter agropecuário exportador planejamento do método.

Desenvolvimento Industrial – Estado interventor b) Princípio de Preparo: selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com
suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo
com o método planejado.

c) Princípio de controle: controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está


sendo executado corretamente.

d) Princípio da execução: distribuir distintamente as atribuições e as


responsabilidades, para que a execução do trabalho seja bem mais disciplinada.
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Tripé da implantação da administração burocrática no país: Aumento da atuação do Estado:
− Administração de materiais
Administração Direta: surgimento de três Ministérios: de Educação e Saúde, de
− Administração de Pessoal 1930, do Trabalho, Indústria e Comércio, de 1931 e da Aeronáutica, de 1941.
− Administração Financeira:
Administração Indireta: segundo Bresser Pereira:

1936 – Criação do Conselho Federal do Serviço Público Civil, Já em 1938, temos um primeiro sinal da administração pública gerencial,
1938 – Transformado no Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). com a criação da primeira autarquia, a partir da idéia de descentralização na
prestação de serviços públicos para a administração indireta, que estaria
Entre as principais realizações do DASP, são citadas: liberada de obedecer a certos requisitos burocráticos da administração
1. Ingresso no serviço público por concurso; direta.
2. Critérios gerais e uniformes de classificação de cargos;
3. Organização dos serviços de pessoal e de seu aperfeiçoamento
sistemático;
4. Administração orçamentária;
5. Padronização das compras do Estado;
6. Racionalização geral de métodos.

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Constituição de 1934 (CESPE/MC/2008) No que tange à administração de recursos humanos, foram


valorizados instrumentos importantes como o instituto do concurso público e do
Art. 170 - O Poder Legislativo votará o Estatuto dos Funcionários Públicos, treinamento; deste modo, foi adotada consistentemente uma política de recursos
obedecendo às seguintes normas, desde já em vigor: humanos que respondia às necessidades do Estado.
2º) a primeira investidura nos postos de carreira das repartições
administrativas, e nos demais que a lei determinar, efetuar-se-á depois de
exame de sanidade e concurso de provas ou títulos; ERRADA

Em 1939 entrou em vigor o “Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União”, por Segundo o Plano Diretor:
meio do Decreto-Lei 1.713. No que diz respeito à administração dos recursos humanos, o DASP
representou a tentativa de formação da burocracia nos moldes weberianos,
Segundo Luciano Martins, a profissionalização da administração pública a partir da baseada no princípio do mérito profissional. Entretanto, embora tenham sido
criação do DASP deu origem um duplo padrão: valorizados instrumentos importantes à época, tais como o instituto do
concurso público e do treinamento, não se chegou a adotar consistentemente
Para os altos escalões da burocracia, foram adotados acessos mediante uma política de recursos humanos que respondesse às necessidades do
concurso, carreiras, promoção baseada em critérios de mérito e salários Estado. O patrimonialismo (contra o qual a administração pública burocrática
adequados. Para os níveis médio e inferior, a norma era a admissão por se instalara), embora em processo de transformação, mantinha ainda sua
indicação clientelista; as carreiras eram estabelecidas de forma imprecisa; o própria força no quadro político brasileiro. O coronelismo dava lugar ao
critério de promoção baseava-se no tempo de serviço e não no mérito; e a clientelismo e ao fisiologismo.
erosão dos salários tornou-se intermitente.

35 36
Segundo Edson Nunes: Saída de Vargas em 1945 – retorno do patrimonialismo – o DASP perde muito de
seu poder.
O DASP era um organismo paradoxal, porque combinava insulamento
burocrático com tentativas de institucionalização do universalismo de
Vargas retorna em 1951 – Lei nº 1.711, que trazia o segundo “Estatuto dos
procedimentos.
Funcionários Públicos Civis da União”. Revogado apenas pela Lei 8.112 de 1990
Criado para racionalizar a administração pública e o serviço público, o
departamento preocupava-se com o universalismo de procedimentos em
assuntos relacionados com a contratação e a promoção dos funcionários
públicos. Embora jamais tenha completado sua missão, o DASP deu inúmeros
passos positivos para a modernização do aparelho de Estado e para a reforma
JK e a adm para o desenvolvimento
administrativa.
Mas o DASP possuía uma outra face: o papel de conceber e analisar Juscelino Kubitschek tomou posse em 1956 e tentou implantar no Brasil a
criticamente o regime autoritário. Como tal, implementou o insulamento “Administração para o Desenvolvimento”:
burocrático e desempenhou várias funções antagônicas ao universalismo de
procedimentos que ele próprio defendia, como agente de modernização. Reformar o sistema administrativo para transformá-lo em instrumento de
modernização da sociedade.

(CESPE/MCT/2004) A decadência do DASP está associada a sua hipertrofia A administração pública deve adaptar-se às tarefas estatais com o propósito
como órgão operativo do regime varguista e ao conseqüente distanciamento do de servir eficientemente o desenvolvimento do país.
exercício de funções administrativas.

CERTA
37 38

(CESPE/MCT/2004) A administração paralela do governo JK assim se


denominava devido à replicação, em Brasília, das estruturas federais que existiam
Decreto-Lei nº 200 de 1967
no Rio de Janeiro.
(CESPE/TCE-AC/2008) A reforma iniciada pelo Decreto n.º 200/1967 foi uma
ERRADA tentativa de superação da rigidez burocrática, e pode ser considerada como o
começo da administração gerencial no Brasil.
Administração Paralela – Grupos Executivos
CERTA
Plano de desenvolvimento: apenas 5,1% dos recursos previstos foram alocados na
administração direta. Esta questão foi tirada do texto de Bresser Pereira, segundo o qual:
Comissão de Estudos e Projetos Administrativos (CEPA) – Do relatório final desta Em síntese o Decreto-Lei 200 foi uma tentativa de superação da rigidez
comissão constam: burocrática, podendo ser considerado como um primeiro momento da
− descentralização da execução e centralização do controle; administração gerencial no Brasil.
− treinamento de funcionários;
− expansão do sistema de mérito; (CESPE/MC/2008) O Decreto-lei n.º 200/1967 surgiu no bojo de uma reforma que
− profissionalização do serviço público tentou aprimorar o modelo burocrático vigente na administração pública.
− desburocratização.
CERTA

39 40
Princípios: Art . 8º As atividades da Administração Federal e, especialmente, a execução
dos planos e programas de govêrno, serão objeto de permanente coordenação.
1. Planejamento,
§ 1º A coordenação será exercida em todos os níveis da administração,
2. Descentralização, mediante a atuação das chefias individuais, a realização sistemática de
3. Delegação de autoridade, reuniões com a participação das chefias subordinadas e a instituição e
funcionamento de comissões de coordenação em cada nível administrativo.
4. Coordenação e
5. Controle; Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser
amplamente descentralizada.
§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais:
Art. 7º A ação governamental obedecerá a planejamento que vise a promover o a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o
desenvolvimento econômico-social do País e a segurança nacional, norteando- nível de direção do de execução;
se segundo planos e programas elaborados, na forma do Título III, e b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam
compreenderá a elaboração e atualização dos seguintes instrumentos básicos: devidamente aparelhadas e mediante convênio;
a) plano geral de govêrno; c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou
b) programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual; concessões.
c) orçamento-programa anual;
d) programação financeira de desembôlso. Art. 11. A delegação de competência será utilizada como instrumento de
descentralização administrativa, com o objetivo de assegurar maior rapidez e
objetividade às decisões, situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou
problemas a atender

41 42

Art. 13 O contrôle das atividades da Administração Federal deverá exercer-se Segundo o Plano Diretor:
em todos os níveis e em todos os órgãos, compreendendo, particularmente:
a) o contrôle, pela chefia competente, da execução dos programas e da As reformas operadas pelo Decreto-Lei nº 200/67 não desencadearam
observância das normas que governam a atividade específica do órgão mudanças no âmbito da administração burocrática central, permitindo a
controlado; coexistência de núcleos de eficiência e competência na administração
b) o contrôle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da observância das indireta e formas arcaicas e ineficientes no plano da administração direta ou
normas gerais que regulam o exercício das atividades auxiliares; central. O núcleo burocrático foi, na verdade, enfraquecido indevidamente
c) o contrôle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da através de uma estratégia oportunista do regime militar, que não
União pelos órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria. desenvolveu carreiras de administradores públicos de alto nível, preferindo,
Art. 14. O trabalho administrativo será racionalizado mediante simplificação de ao invés, contratar os escalões superiores da administração através das
processos e supressão de contrôles que se evidenciarem como puramente empresas estatais.
formais ou cujo custo seja evidentemente superior ao risco.
Segundo o Decreto-Lei 200:

Segundo Bresser Pereira: Art. 124. O pessoal técnico especializado destinado a funções de
assessoramento superior da Administração Civil será recrutado no setor
O aspecto mais marcante da Reforma Desenvolvimentista de 1967 foi a público e no setor privado, selecionado segundo critérios específicos,
desconcentração para a administração indireta, particularmente para as submetido a contínuo treinamento e aperfeiçoamento que assegurem o
fundações de direito privado criadas pelo Estado, as empresas públicas e conhecimento e utilização das técnicas e instrumentos modernos de
as empresas de economia mista, além das autarquias, que já existiam administração, e ficará sujeito ao regime da Legislação Trabalhista.
desde 1938.

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1979 – Criação do Ministério da Desburocratização e do Programa Nacional de Segundo Bresser Pereira:
Desburocratização: A Constituição irá sacramentar os princípios de uma administração pública
arcaica, burocrática ao extremo. Uma administração pública altamente
Raros movimentos de modernização do regime militar direcionados para a centralizada, hierárquica e rígida, em que toda a prioridade será dada à
administração direta. administração direta ao invés da indireta.

Desestatização: papel suplementar do Estado no campo da iniciativa privada


(CESPE/IBAMA/2003) O modelo burocrático tradicional, que a Constituição de
Maior controle sobre as empresas estatais – criação da Secretaria de Controle 1988 e todo o sistema do direito administrativo brasileiro privilegiam, está
das Empresas Estatais (SEST) alicerçado no formalismo, no excesso de normas e na rigidez de procedimentos. A
pretexto de garantir a impessoalidade, dificulta-se a transparência administrativa,
inibindo-se desse modo o controle social.
Retrocesso Burocrático na CF/88 CERTA

(CESPE/TCE-AC/2006) Apesar dos esforços reformadores, um dos custos mais Segundo Plano Diretor:
surpreendentes da transição democrática de 1985 foi o loteamento, entre os
políticos dos partidos vitoriosos, de cargos públicos da administração indireta e O modelo burocrático tradicional, que a Constituição de 1988 e todo o sistema
das delegacias estaduais dos ministérios. do Direito Administrativo brasileiro privilegiam, está baseado no formalismo, no
excesso de normas e na rigidez de procedimentos. A pretexto de garantir a
CERTA impessoalidade, dificulta-se a transparência administrativa, inibindo-se deste
modo o controle social. A excessiva regulamentação é expressão da ênfase nas
normas e processos, e ocorre em detrimento dos resultados.
45 46

(CESPE/TCU/2008) A estruturação da máquina administrativa no Brasil reflete a


forte tradição municipalista do país, cujo ímpeto descentralizante se manifesta, na
Governo Collor
Constituição de 1988, reforçado pela longa duração do período transcorrido entre
Não havia uma orientação orgânica de reforma – enxugamento
1964 e 1985, marcadamente caracterizado pela associação entre autoritarismo e
centralização.
Descentralização da gestão dos serviços públicos

CERTA Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP)

Segundo o Plano Diretor: Contrato de Gestão:


Esta crença está em contradição com a profunda tradição municipalista
brasileira, que vem do período colonial, e aos poucos vai sendo abandonada, à Art. 2º O Poder Executivo é autorizado a promover, no prazo de noventa dias a
medida em que os municípios, melhor dotados de recursos financeiros, vêm contar da publicação desta lei, a extinção da Fundação das Pioneiras Sociais,
cujo patrimônio será incorporado ao da União pelo Ministério da Saúde.
assumindo crescentes responsabilidades na área social.
§ 1º O Serviço Social Autônomo Associação das Pioneiras Sociais será
incumbido de administrar os bens móveis e imóveis que compõem esse
(CESPE/IPEA/2008) O federalismo no Brasil caracteriza-se, historicamente, por patrimônio, aí incluídas as instituições de assistência médica, de ensino e de
períodos de maior centralização na esfera federal e períodos de maior pesquisa, integrantes da rede hospitalar da extinta fundação.
compartilhamento de competências entre a União e os demais entes da
Federação.

CERTA
47 48
°
Art. 8 As empresas estatais poderão submeter ao CCE propostas de
Plano Diretor
contratos individuais de gestão, no âmbito do PGE, objetivando o aumento de
sua eficiência e competitividade.
°
1 Os contratos de gestão, estipulando os compromissos reciprocamente
Governo Fernando Henrique Cardoso
assumidos entre a União e a empresa, conterão cláusulas especificando:
Luiz Carlos Bresser Gonçalves Pereira – Ministério da Administração Federal e
I - objetivos;
Reforma do Estado
II - metas;
III - indicadores de produtividade;
Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado – documento referencial da
IV - prazos para a consecução das metas estabelecidas e para a vigência do reforma gerencial
contrato;
V - critérios de avaliação de desempenho; ...
A reforma terá dois objetivos principais:
Após o Impeachment de Collor, o governo Itamar Franco tentou implantar uma • a curto prazo, facilitar o ajuste fiscal, particularmente nos Estados e
reforma administrativa que se caracterizou, inicialmente, pela reversão da reforma municípios, onde existe um claro problema de excesso de quadros;
administrativa. • a médio prazo, tornar mais eficiente e moderna a administração pública,
voltando-a para o atendimento dos cidadãos.
Segundo Bresser Pereira:
No início do governo Itamar Franco a sociedade brasileira começa a se dar
conta da crise da administração pública. Havia, entretanto, ainda muita
perplexidade e confusão. A ideologia burocrática, que se tornara dominante em
Brasília a partir da transição democrática, assim se manteve até o final desse
governo.
49 50

O Plano diretor entendia que a modernização da gestão se daria através da Os problemas foram classificados em três dimensões distintas, mas inter-
superação da administração burocrática e dos traços de patrimonialismo relacionadas:
existentes no setor público com a introdução da administração gerencial,
− Dimensão institucional-legal: relacionada aos obstáculos de ordem legal
contemplando:
para o alcance de uma maior eficiência do aparelho do Estado;
1. Descentralização e autonomia gerencial com flexibilidade de gestão;
− Dimensão cultural: definida pela coexistência de valores patrimonialistas e
2. Atingimento de resultados sob a ótica da eficiência, eficácia e efetividade principalmente burocráticos com os novos valores gerenciais e modernos
com a reorientação dos mecanismos de controle, no caso, de na administração pública brasileira; e
procedimentos para resultado;
− Dimensão de gestão: associada às práticas administrativas.
3. Foco no cidadão, ao invés de auto-referida;
4. Controle social com a introdução de mecanismos e instrumentos que
garantam a transparência, assim como a participação e controle por parte
do cidadão.

51 52
O PDRAE adota muitos dos princípios das reformas gerenciais, entre eles o de Segmentos de organização do Estado, formas de relacionamento com a
que o Estado deve transferir serviços para a iniciativa privada. Segundo o sociedade, no que concerne à distribuição de responsabilidades:
documento: Núcleo Estratégico: Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que
A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição do define as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É, portanto,
papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento o setor onde as decisões estratégicas são tomadas. Corresponde aos
econômico e social pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer- Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e, no poder executivo,
se na função de promotor e regulador desse desenvolvimento. No plano ao Presidente da República, aos ministros e aos seus auxiliares e assessores
econômico o Estado é essencialmente um instrumento de transferências de diretos, responsáveis pelo planejamento e formulação das políticas públicas.
renda, que se torna necessário dada a existência de bens públicos e de Aqui, as decisões devem ser as melhores, atender ao interesse nacional e ter
economias externas, que limitam a capacidade de alocação de recursos do efetividade. O regime de propriedade deve ser necessariamente estatal.
mercado. Para realizar essa função redistribuidora ou realocadora o Estado
Atividades Exclusivas: É o setor em que são prestados serviços que só o
coleta impostos e os destina aos objetivos clássicos de garantia da ordem
Estado pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do
interna e da segurança externa, aos objetivos sociais de maior justiça ou
Estado – o poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar. Como exemplos
igualdade, e aos objetivos econômicos de estabilização e desenvolvimento.
temos: a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência social
Para realizar esses dois últimos objetivos, que se tornaram centrais neste
básica, o serviço de desemprego, a fiscalização do cumprimento de normas
século, o Estado tendeu a assumir funções diretas de execução. As
sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado,
distorções e ineficiências que daí resultaram deixaram claro, entretanto, que
o controle do meio ambiente, o subsídio à educação básica, o serviço de
reformar o Estado significa transferir para o setor privado as atividades que
emissão de passaportes, etc. A propriedade só pode ser também estatal.
podem ser controladas pelo mercado.

53 54

Atividades Não-Exclusivas: Corresponde ao setor onde o Estado atua O PDRAE não defendia que a administração burocrática deveria ser totalmente
simultaneamente com outras organizações públicas não-estatais e privadas. eliminada. Segundo o Bresser Pereira:
As instituições desse setor não possuem o poder de Estado. Este, entretanto,
está presente porque os serviços envolvem direitos humanos fundamentais, Por outro lado, a combinação de princípios gerenciais e burocráticos deverá
como os da educação e da saúde, ou porque possuem “economias externas” variar de acordo com o setor. A grande qualidade da administração pública
relevantes, na medida em que produzem ganhos que não podem ser burocrática é a sua segurança e efetividade. Por isso, no núcleo estratégico,
apropriados por esses serviços através do mercado. As economias onde essas características são muito importantes, ela deverá estar ainda
produzidas imediatamente se espalham para o resto da sociedade, não presente, em conjunto com a administração pública gerencial. Já nos demais
podendo ser transformadas em lucros. São exemplos deste setor: as setores, onde o requisito de eficiência é fundamental dado o grande número
universidades, os hospitais, os centros de pesquisa e os museus. A situação de servidores e de cidadãos-clientes ou usuários envolvidos, o peso da
ideal de propriedade é, nesse caso, a pública não-estatal. administração pública burocrática deverá ir diminuindo até praticamente
desaparecer no setor das empresas estatais.
Produção de Bens e Serviços para o Mercado: Corresponde à área de
atuação das empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas
para o lucro que ainda permanecem no aparelho do Estado como, por
exemplo, as do setor de infra-estrutura. Estão no Estado seja porque faltou
capital ao setor privado para realizar o investimento, seja porque são
atividades naturalmente monopolistas, nas quais o controle via mercado não
é possível, tornando-se necessário no caso de privatização, a
regulamentação rígida. Aqui a propriedade privada é a regra.

55 56
O Plano foi pensado então em três projetos básicos:
O Projeto Organizações Sociais e Publicização permitiria a “publicização” dos
O Projeto Avaliação Estrutural, que teria como objetivo “analisar as missões serviços não-exclusivos do Estado, ou seja, sua transferência do setor estatal
dos órgãos e entidades governamentais, identificando superposições, para o público não-estatal, onde assumiriam a forma de “organizações sociais”.
inadequação de funções e possibilidades de descentralização, visando dotar Tinha como objetivo permitir a descentralização de atividades no setor de
o Estado de uma estrutura organizacional moderna e ágil e permeável à prestação de serviços não-exclusivos, a partir do pressuposto que esses serviços
participação popular”. Com base na avaliação, ocorreria a proposta de serão mais eficientemente realizados se, mantendo o financiamento do Estado,
extinção, privatização, publicização e descentralização de órgãos, e também forem realizados pelo setor público não-estatal. Entende-se por “organizações
de incorporação e criação de órgãos. sociais” as entidades de direito privado que, por iniciativa do Poder Executivo,
obtêm autorização legislativa para celebrar contrato de gestão com esse poder, e
O Projeto Agências Autônomas tinha como objetivo a transformação de assim ter direito à dotação orçamentária.
autarquias e de fundações que exerçam atividades exclusivas do Estado, em
agências autônomas, com foco na modernização da gestão. As agências
autônomas são chamadas hoje de Agências Executivas. Aqui temos
novamente a gestão por resultados, que se caracteriza pela
responsabilização por resultados em troca da maior autonomia de gestão. O
instrumento utilizado é o contrato de gestão.

57 58

Governo Lula Na Estruturação da Administração Pública Federal seriam realizadas intervenções


no curto e no longo prazos, no sentido de se proceder:
Plano Gestão Pública para um País de Todos – objetivos:
• à recomposição da força de trabalho do setor público, segundo as
1. redução do “déficit institucional”, definido como a ausência do Estado onde
necessidades e requisitos identificados, além do redesenho dos sistemas
ele deveria estar atuando,
de cargos, carreiras, benefícios e concursos;
2. aumento da governança, que significaria promover a capacidade do
• ao realinhamento de salários, de carreiras, posições e condições
governo em formular e implementar políticas públicas e em decidir, entre
gerenciais da burocracia;
diversas opções, qual a mais adequada.
• à definição de requisitos e modalidades de capacitação técnica e
3. aumento da eficiência, otimizando recursos (fazer mais e melhor com
gerencial permanente de servidores;
menos)
• à promoção da saúde ocupacional e melhoria da qualidade de vida;
4. transparência e participação, assegurando, dessa forma, o
comprometimento da sociedade e a legitimação do processo. • ao redesenho de estruturas e processos de trabalho, mediante, inclusive,
adoção de novas concepções institucionais, e o conseqüente
Déficit institucional = “ausência do Estado onde este deveria estar atuando”. redimensionamento de recursos orçamentários, logísticos e de
tecnologias da informação, de forma intensiva e em bases confiáveis;
É resultado de um processo histórico de construção nacional, que produziu
um Estado incompleto, cujas lacunas vão sendo progressivamente • à integração entre planejamento e orçamento, tanto no que se refere à
preenchidas pelo “não-Estado” — desde o crime organizado, que afronta a elaboração quanto à execução e avaliação orçamentária;
cidadania, ao mercado, que ignora a eqüidade”. O déficit se manifesta tanto • à redefinição de marcos regulatórios e à conseqüente redefinição do papel
na amplitude do atendimento dado pelas instituições públicas, quanto na das agencias reguladoras;
qualidade desse atendimento
59 60
Bobbio duas causas do crescimento do Estado de Bem-Estar:
Estado de Bem-Estar
 Para não permitir que as classes trabalhadoras se direcionassem para as
Surgiu na década de 1940, na Inglaterra. ideologias socialistas, a burguesia teria feito concessões com o objetivo de
melhorar as condições da sociedade e manter a legitimidade de sua
Segundo Norberto Bobbio: hegemonia.

O Estado de Bem-Estar (Welfare state), ou Estado assistencial, pode  O surgimento do Estado de bem-estar deve-se à tomada de consciência da
ser definido, à primeira análise, como Estado que garante tipos classe capitalista quando esta percebe que a produção em massa,
engendrada pelas técnicas de produção fordista, requer o consumo massivo.
mínimos de renda, alimentação saúde, habitação, educação,
assegurados a todo o cidadão, não como caridade, mas como direito
político.
(CESPE/SENADO/2002) As políticas sociais do estado de bem-estar datadas no
Princípio fundamental: século XX assemelham-se às do século anterior por manterem o foco de suas
ações direcionadas para a pobreza extrema, desvinculada da concepção de
Independentemente de sua renda, todos os cidadãos, como tais, têm cidadania e dos direitos sociais.
direito de ser protegidos – com pagamento em dinheiro ou com
serviços – contra situações de dependência de longa duração ERRADA
(velhice, invalidez) ou de curta (doença, desemprego, maternidade).

61 62

E no Brasil?
Crise do Estado de Bem-Estar Social
(ESAF/STN/2005) Desde a década de 30, o Estado Brasileiro vem adotando uma
Abrucio - o tipo de Estado que começava a se esfacelar em meio à crise dos anos
estratégia de Bem-Estar Social, caracterizada pela universalização dos direitos
70 tinha três dimensões, todas interligadas.
sociais e pela intervenção na economia como planejador, promotor do
desenvolvimento e produtor direto, segundo o modelo de substituição de − Econômica – keynesianismo
importações. − Social – Estado de Bem-Estar
− Administrativa – Burocracia
ERRADA

Não se constituiu um sistema de seguridade social próximo do modelo que ficou


conhecido como Welfare State. Quatro fatores contribuíram para detonar a crise do Estado:
− Crise econômica mundial – crises do petróleo na década de 1970.
Intervenção na economia - substituição de importações - desenvolvimento − Crise fiscal – revolta dos taxpayers.
atrasado
− Ingovernabilidade – sobrecarga de tarefas, legitimidade
- Década de 1930: enfraquecimento da classe operária
− Globalização – enfraquecimento dos Estados
- 1945 - 1964: desenvolvimentismo

- Ditadura: “é preciso o bolo crescer para depois dividir"

- CF/88: tentativa de implantação de um Estado de Bem-Estar


63 64
Estado Regulador Governo Empreendedor:
A palavra governo vem de um vocábulo que significa navegar, e o papel do
Administração Gerencial X Neoliberalismo governo é navegar — prestar serviço é remar, e o governo não é bom remador

Segundo Bresser Pereira:


Governança Progressiva – Terceira Via: democratizar a globalização:
A administração pública gerencial é freqüentemente identificada com as idéias
neoliberais por outra razão. As técnicas de gerenciamento são quase sempre Rejeitar não apenas o estatismo burocrático da velha esquerda, mas também
introduzidas ao mesmo tempo em que se implantam programas de ajuste os postulados neoliberais do "Estado mínimo".
estrutural que visam enfrentar a crise fiscal do Estado.

1ª fase – Managerlialism ou gerencialismo puro: (CESPE/SENADO/2002) Os princípios de gestão mais comumente consagrados
−Contribuintes nas principais abordagens do NPM incluem o foco na competência essencial do
Estado a partir do revigoramento das funções de formulação de políticas,
−Eficiência
regulação e outras funções típicas de Estado e preferência a alternativas
−Redução do Estado externas na execução de serviços, tais como privatização, terceirização,
parcerias governo-sociedade civil, voluntarismo, devolução, desconcentração e
Segundo Bresser: descentralização para outras esferas de governo.
O pressuposto neoliberal que estava por trás das reformas - o pressuposto de que
o ideal era um Estado mínimo, ao qual caberia apenas garantir os direitos de CERTA
propriedade, deixando ao mercado a total coordenação da economia - provou ser
irrealista
65 66

Essa nova visão do Estado também está presente no Plano Diretor, segundo o Teoria da Agência
qual:
A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição Relação: Agente X Principal
do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo
Assimetria de informações: o agente dispõe de um conjunto de possíveis
desenvolvimento econômico e social pela via da produção de bens e
comportamentos a adotar, suas ações afetam o bem-estar entre as partes e
serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador desse
dificilmente são observáveis pelo principal.
desenvolvimento.
Seleção adversa: são selecionados os agentes com maior risco.
Publicização e Privatização:
Risco Moral (Mora Hazard): uma das partes envolvidas em um contrato não
dispõe de condições ou mecanismos para monitorar as ações e as atitudes da
(CESPE/MCT/2008) Não obstante as discussões sobre a redefinição das outra parte envolvida, que pode ter um comportamento de risco.
funções do Estado moderno, não está em questão o seu papel na produção
dos bens públicos. Aos bens públicos tradicionais, que compreendem a Captura regulatória: enfraquecimento da entidade reguladora frente à atuação
defesa, a justiça e a segurança, têm-se agregado crescentemente novas preponderante dos entes privados.
áreas, entre as quais se destacam a proteção e o trato das questões
ambientais.

CERTA

67 68
Segundo Marcelo Alexandrino :
Agências Reguladoras
Trata-se de entidades administrativas com alto grau de especialização técnica,
integrantes da estrutura formal da Administração Pública, no mais das vezes
(CESPE/MCT/2008) A criação das chamadas agências reguladoras deveu-se às instituídas sob a forma de autarquias de regime especial, com a função de
transformações do papel do Estado, que deixou de atuar diretamente na regular um setor específico de atividade econômica, ou de intervir de forma
economia, como produtor, para restringir-se às funções de supervisão, geral sobre relações jurídicas decorrentes destas atividades, que devem atuar
acompanhamento, controle e fiscalização. com a maior independência possível perante o Poder Executivo e com
imparcialidade com relação às partes interessadas.
CERTA
Regime Especial:
Lei 9.472/97, art. 8º, que trata da ANATEL:
Segundo o Plano Diretor:
§ 2º A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada
PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS PARA O MERCADO por independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica,
Corresponde à área de atuação das empresas. É caracterizado pelas mandato fixo de seus dirigentes e autonomia financeira.
atividades econômicas voltadas para o lucro que ainda permanecem no
aparelho do Estado como, por exemplo, as do setor de infra-estrutura. Estão
no Estado seja porque faltou capital ao setor privado para realizar o
investimento, seja porque são atividades naturalmente monopolistas, nas
quais o controle via mercado não é possível, tornando-se necessário no caso
de privatização, a regulamentação rígida.

69 70

Como são autarquias, são criadas por meio de lei de iniciativa do Poder Executivo
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, há dois tipos de agências reguladoras em
(art. 37 e 61 da CF/88):
nosso ordenamento jurídico:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, sociedade de economia mista e de fundação, 1. As que exercem poder de polícia, a partir de limitações administrativas
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua determinadas em lei, de que são exemplos a Agência nacional de Saúde
atuação; Pública Complementar (ANS), criada pela Lei 9.961/2.000, e a Agência
nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), instituída pela Lei. 9.872/99;
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, 2. As que exercem poder regulatório e fiscalizatório de atividades objeto de
observado o disposto no art. 84, VI concessão, permissão ou autorização de serviço público (energia elétrica,
telecomunicações etc), ou de concessão de exploração de bem público
(petróleo e outros recursos minerais, rodovias etc).

(CESPE/SENADO/2002) O processo de criação das agências reguladoras é


casuístico, no sentido de que inexiste um modelo autárquico específico para a (CESPE/TCU/2008) A transição de Estado provedor para regulador impõe sérios
atividade regulatória, levando, por outro lado, a uma profusão de pressões em desafios, entre os quais se destacam o reforço da função regulatória em face do
torno da criação de entes dotados de diferenciado desenho institucional para avanço da privatização, o fortalecimento da defesa da concorrência diante da
múltiplas funções, sob a denominação de agências. abertura comercial e as exigências da competitividade em um contexto dominado
por grandes conglomerados internacionais.
CERTA Casuísmo: Sistema moral, atitude ou conduta hipócrita, de acomodação
CERTA

72
Atribuições no que diz respeito à concessão, permissão e autorização de serviço Poder Normativo:
público resumem-se às funções que o poder concedente exerce:
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro:
− regulamentar os serviços que constituem objeto de delegação,
− realizar o procedimento licitatório para escolha do concessionário, não podem regular matéria não disciplinada em lei, porque os regulamentos
permissionário ou autorizatário, autônomos não têm fundamento constitucional no direito brasileiro, nem podem
regulamentar leis, porque essa competência é privativa do chefe do Poder
− definir o valor da tarifa e da sua revisão ou reajuste,
Executivo e, se pudesse ser delegada, essa delegação teria que ser feita pela
− controlar a execução dos serviços, aplicar sanções, encampar, decretar a autoridade que detém o poder regulamentar e não pelo legislador (...) As
caducidade, intervir, fazer a rescisão amigável, fazer a reversão dos bens normas que podem baixar resumem-se ao seguinte: (a) regular a própria
ao término da concessão, atividade da agência por meio de normas de efeitos internos; (b) conceituar,
− exercer o papel de ouvidor de denúncias e reclamações dos usuários, interpretar, explicitar conceitos jurídicos indeterminados contidos em lei, sem
inovar na ordem jurídica.

(CESPE/DFTRANS/2008) Os últimos acontecimentos relativos às agências


reguladoras no Brasil mostram que elas são dotadas de especialidade,
imparcialidade e autonomia nas decisões.

ERRADA

73 74

(CESPE/Câmara/2002) Nota-se na legislação pertinente às agências reguladoras


o propósito de fugir das formas licitatórias previstas nas normas gerais de
Contrato de Gestão
licitação.
CERTA Contratualização: gestão por resultados, confiança limitada

Dois tipos:
Lei 9.986/2000: 1) órgãos e entidades do governo inserido no texto constitucional pela Emenda
nº 19/1998 (art. 37):
Art. 37. A aquisição de bens e a contratação de serviços pelas Agências
Reguladoras poderá se dar nas modalidades de consulta e pregão,
observado o disposto nos arts. 55 a 58 da Lei no 9.472, de 1997, e nos
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e
entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante
termos de regulamento próprio. contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às contratações tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
referentes a obras e serviços de engenharia, cujos procedimentos deverão entidade, cabendo à lei dispor sobre:
observar as normas gerais de licitação e contratação para a Administração I - o prazo de duração do contrato;
Pública II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações
e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.

75 76
Não é só para autarquias e fundações que se qualificam como agências executivas. (CESPE/MCT/2008) Os contratos de gestão têm por objetivo dar maior autonomia
gerencial à ação pública, a fim de atingir metas de desempenho, e consistem em
Segundo LRF: acordos ou ajustes contratuais em que, de um lado, está o poder público e de
outro, um órgão da administração direta, entidade da administração indireta ou até
Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se
estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, disporá de mesmo uma organização não integrante da administração pública que, no entanto,
administre recursos ou bens públicos.
autonomia gerencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo do disposto no
§
inciso II do 5º do art. 165 da Constituição.
CERTA

A definição de empresa controlada está no art. 2º da LRF:

II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a


voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;

2) Com entidades privadas – Organizações Sociais – Lei 9.637 de 2000:


Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o
instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como
organização social, com vistas à formação de parceria entre as partes para
fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1º.

77 78

Segundo o Plano Diretor: Agências Executivas

Objetivos para os Serviços Não-exclusivos: Projeto Agências Autônomas do Plano Diretor:


A responsabilização por resultados e a conseqüente autonomia de gestão
1) Transferir para o setor publico não-estatal estes serviços, através de um inspiraram a formulação deste projeto, que tem como objetivo a transformação
programa de “publicização”, transformando as atuais fundações públicas em de autarquias e de fundações que exerçam atividades exclusivas do Estado, em
organizações sociais, ou seja, em entidades de direito privado, sem fins agências autônomas, com foco na modernização da gestão.
lucrativos, que tenham autorização específica do poder legislativo para
celebrar contrato de gestão com o poder executivo e assim ter direito a O dirigente escolhido pelo Ministro segundo critérios rigorosamente
dotação orçamentária. profissionais, mas não necessariamente de dentro do Estado, terá ampla
liberdade para administrar os recursos humanos, materiais e financeiros
2) Lograr, assim, uma maior autonomia e uma conseqüente maior colocados à sua disposição, desde que atinja os objetivos qualitativos e
responsabilidade para os dirigentes desses serviços. quantitativos (indicadores de desempenho) previamente acordados;

Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro:


Art. 24 da Lei 8.666:
O contrato de gestão, quando celebrado com entidades da Administração
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo
Indireta, tem por objetivo ampliar a sua autonomia; porém, quando celebrado
serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por
com organizações sociais, restringe a sua autonomia, pois, embora entidades
consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por
privadas, terão de se sujeitar a exigências contidas no contrato de gestão.
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

79 80
Segundo a Lei 9.649/98: Organizações Sociais
Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a
autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos: Segundo o Plano Diretor:
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento Objetivos para os Serviços Não-exclusivos:
institucional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
§ 1º A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente
1) Transferir para o setor publico não-estatal estes serviços, através de um
programa de “publicização”, transformando as atuais fundações públicas em
da República. organizações sociais, ou seja, em entidades de direito privado, sem fins
lucrativos, que tenham autorização específica do poder legislativo para
celebrar contrato de gestão com o poder executivo e assim ter direito a
dotação orçamentária.
(ESAF/SFC/2002) A proliferação das agências executivas é um fator de sucesso
da reforma gerencial de 1995. 2) Lograr, assim, uma maior autonomia e uma conseqüente maior
responsabilidade para os dirigentes desses serviços.
ERRADA

81 82

A qualificação da entidade privada como OS não ocorre com o contrato de gestão,


Setor público não-estatal:
mas sim mediante decreto do Presidente da República, e só poderá ocorrer se:
O setor produtivo público não-estatal é também conhecido por “terceiro setor”,
II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua
“setor não-governamental”, ou “setor sem fins lucrativos”. Por outro lado, o
qualificação como organização social, do Ministro ou titular de órgão
espaço público não-estatal é também o espaço da democracia participativa ou
supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto
direta, ou seja, é relativo à participação cidadã nos assuntos públicos. Neste
social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado.
trabalho se utilizará a expressão “público não-estatal” que define com maior
precisão do que se trata: são organizações ou formas de controle “públicas”
porque estão voltadas ao interesse geral; são “não-estatais” porque não fazem
A Lei 9.637/98 define as seguintes modalidades de fomento para as OS:
parte do aparato do Estado, seja porque não utilizam servidores públicos ou
porque não coincidem com os agentes políticos tradicionais. Art. 11. As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas
como entidades de interesse social e utilidade pública, para todos os efeitos
legais.
Segundo a Lei 9.637 de 2000: Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades gestão.
sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento § 3º Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, sociais, dispensada licitação, mediante permissão de uso, consoante cláusula
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei. expressa do contrato de gestão.
Art. 14. É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as
organizações sociais, com ônus para a origem.

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Outra vantagem dada pelo Poder Público às OS está na 8.666. °
Art. 1 Os instrumentos de formalização, renovação ou aditamento de
Art. 24. É dispensável a licitação: convênios, instrumentos congêneres ou de consórcios públicos que envolvam
repasse voluntário de recursos públicos da União deverão conter cláusula que
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as determine que as obras, compras, serviços e alienações a serem realizadas
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de por entes públicos ou privados, com os recursos ou bens repassados
governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. voluntariamente pela União, sejam contratadas mediante processo de licitação
pública, de acordo com o estabelecido na legislação federal pertinente.
Em relação às compras das OS, para que elas tivessem uma maior flexibilidade na
gestão, a Lei 9.637/98 dispôs que:
§ 5° Aplica-se o disposto neste artigo às entidades qualificadas como
Organizações Sociais, na forma da Lei no 9.637, de 15 de maio de 1998, e às
Art. 17. A organização social fará publicar, no prazo máximo de noventa dias entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
contado da assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio contendo os Público, na forma da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999, relativamente aos
procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como recursos por elas administrados oriundos de repasses da União, em face dos
para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público. respectivos contratos de gestão ou termos de parceria.

Portanto, elas não se submeteriam as regras da Lei 8.666/93, mas sim a um Assim, tanto as OS como as OSCIP teriam que realizar licitação prévia segundo as
regulamento próprio. No entanto, em 2005 foi editado o Decreto 5.504, que dispôs regras da legislação federal. No entanto, Decreto não é instrumento suficiente para
que: alterar ou revogar lei, por isso a Lei 9.637 continua válida. O TCU julgou caso que
envolvia esta confusão e decidiu que:

85 86

Acórdão 1.777/2005 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público


ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Segundo a Lei 9.790 de 2000:
Sessão Plenária, diante das razões expostas pelo Relator, em:
Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
9.1 adotar, para fins de fiscalização deste Tribunal e orientação dos órgãos e Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que
entidades da Administração Pública, as seguintes conclusões: os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos
9.1.1. as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - Oscips, instituídos por esta Lei.
contratadas pela Administração Pública Federal, por intermédio de Termos
de Parceria, submetem-se ao Regulamento Próprio de contratação de § 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa
obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados,
provenientes do Poder Público, observados os princípios da legalidade, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes
impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência, nos operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou
termos do art. 14, c/c o art. 4º, inciso I, todos da Lei 9.790/99; parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades,
e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social.
9.1.2. não se aplicam aos Termos de Parceria celebrados entre a
Administração Pública Federal e as Oscips as normas relativas aos
Convênios, especificamente a IN 01/97-STN; (CESPE/TCU/2008) A qualificação como organização da sociedade civil de
interesse público (OSCIP), atribuível às pessoas jurídicas de direito privado, requer
que tais organizações não tenham fins lucrativos ou que, tendo-os, elas não
distribuam os resultados aos seus dirigentes e os apliquem preferencialmente na
consecução do respectivo objeto social.

87 ERRADA 88
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil
princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades
Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem descritas no art. 3o desta Lei:
fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes
finalidades: a) as sociedades comerciais, sindicatos, associações de classe ou de
representação de categoria profissional;
a) assistência social; b) as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,
b) promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; práticas e visões devocionais e confessionais;
c) promoção gratuita da educação ou da saúde; c) as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
d) promoção da segurança alimentar e nutricional; d) as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a
e) defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do um círculo restrito de associados ou sócios;
desenvolvimento sustentável; e) as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
f) promoção do voluntariado; f) as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
g) promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; g) as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas
h) experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas mantenedoras;
alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; h) as organizações sociais;
i) promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria i) as cooperativas;
jurídica gratuita de interesse suplementar; j) as fundações públicas;
j) promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e k) as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por
de outros valores universais; órgão público ou por fundações públicas;
k) estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e l) as organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos. Sistema Financeiro Nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
89 90

Segundo a Lei 9.790/99. (CESPE/COHAB/2004) O contrato de gestão difere do termo de parceria, porque,
°
Art. 9 Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento
no primeiro, a lei que disciplina as condições de sua execução possibilita a cessão
especial de servidores e de bens públicos, ao passo que, no termo de parceria, só
passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas há previsão legal de cessão de bens públicos.
como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à
formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a ERRADA
°
execução das atividades de interesse público previstas no art. 3 desta Lei.
A Lei 9.790/99 não especificou as modalidades de fomento aplicáveis às entidades
Algumas das cláusulas essenciais do termo de parceria são: qualificadas como OSCIP, restringindo-se a menções genéricas quanto a bens e
recursos públicos. Deste modo, devem-se aplicar a essas entidades as modalidades
I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto comuns de fomento. Como principais modalidades de fomento, aplicáveis a todas as
pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público; entidades paraestatais, podemos citar
II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os − Dotação de recursos orçamentários
respectivos prazos de execução ou cronograma;
− Permissão de uso gratuito de bens públicos
III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de
desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resultado; − Concessão de incentivos fiscais e creditícios.
Podemos ver nos incisos II e III que o termo de parceria é mais um
instrumento de contratualização, prevendo metas e indicadores para avaliação
do desempenho. A qualificação é ato vinculado, conforme determina a Lei 9.790/99:

§ 2º A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao


cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei.

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