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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA

Departamento de Ciências Jurídicas


Curso de Direito

O DIREITO NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS

Francisco Eduardo Maia

João Pessoa
2011
Francisco Eduardo Maia
O DIREITO NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS

Trabalho apresentado à
disciplina Antropologia, do
curso de Direito do Centro
Universitário de João Pessoa,
referente ao complemento de
nota do terceiro estágio.

João Pessoa
2011
1. INTRODUÇÃO

Antes de podermos estudar o “Direito nas Sociedades Primitivas” precisamos antes


precisamos de um conceito de “Direito” em seu maior grau de amplitude e um conceito que
não seja pré-concebido do que sejam afinal estas tais “Sociedades Primitivas”.
Para muitos jusfilosófos, seja da corrente estatalista ou jusnaturalista, o Direito se
distingue das outras demais normas sociais pelo seu poder de coação, apesar deste consenso
da corrente estatalista vem o seguinte pensamento de que não há Direito nas sociedades
primitivas pois não há Estado para exercer o poder de coação para aplicação da norma, já dos
jusnaturalistas se diz que onde não há Estado a coação é exercida pelo próprio corpo social o
que se reflete bem na citação de História do Direito de Flávia Lages de Castro que diz o
seguinte: “se partirmos do pressuposto que todas as normas que regulamentam uma
sociedade pode ser chamado (ainda que humildemente) de direito, todas as comunidades
humanas que existem ou existiram no mundo – indiferentemente de quaisquer características
que tenham produziram ou produzem seu Direito”.
Segundo o antropólogo norte-americano Edward Adamson Hoebel, em sua obra
intitulada El derecho em las sociedades primitivas diz o seu conceito de Direito: “Uma
norma social se converte em norma jurídica se sua inobservância ou infração se neutraliza,
de forma efetiva ou se reduz a ameaça, com a aplicação de força física coercitiva por um
individuo ou um grupo que possui o privilégio socialmente reconhecido de atuar desse
modo”, essa é a forma antropologicamente correta de tratar o Direito.
Agora vamos conceituar o que seja “Sociedade Primitiva”, até a publicação dos
trabalhos de Malinowski, principalmente Crime e Costume na Sociedade Selvagem (que relata
o trabalho in loco do autor com o povo das Trobiands, Nova Guiné), que inicia a antrpologia
legal, todos os conceitos estavam ligados ao darwinismo social e procuravam de algum modo
justificar a dominação européia.
De acordo com Pierre Claustre as sociedades primitivas são sociedades sem Estado,
onde o poder social não é regido por representantes mas exercido pelo próprio corpo social, já
Durkeim coloca primitividade não na escala do político mas do econômico sendo as
sociedades primitivas aquelas como sociedades não industriais, focadas na religiosidade,
comumente sem escrita como vêem também alguns antropólogos, nesses dois conceitos
quebrando a validade da Periodização Clássica da História.
2. FONTES DO DIREITO E SUAS CARACTERÍSTICAS NESTAS SOCIEDADES
“Fontes do Direito” são todas as fontes sociais que servem de base utilizável

para formação para a feitura das normas jurídicas.Sobre isto nos diz Wolkmer: “o direito

arcaico pode ser interpretado a partir da compreensão do tipo de sociedade que o gerou. Se

a sociedade da pré-história fundamenta-se no princípio do parentesco, nada mais considerar

que a base geradora do jurídico encontra-se, primeiramente, nos laços de consangüinidade,

nas práticas do convívio familiar de um mesmo grupo social, unido por crenças e tradições”.

Nestes povos o Costume é a fonte principal de suas normas, ou seja, aquilo


que é comunal no cotidiano tende a se tornar regra, regras feitas por chefes que
acabam por ter validade permanente e também o precedente.O Direito nestas
sociedades assim se caracteriza:

I. O nascimento e validação do jurídico se dão primariamente nos laços


familiares e de consangüinidade, e neste convívio familiar e nas
práticas crenças e tradições;

II. São transmitidos oralmente pelo chefe ou pelos pais, anciãos e também
através de provérbios e adágios;

III. O direito se origina dentro da religião de tal forma que não se pode
precisar onde um começa e o outro termina;

IV. São numerosos pois cada comunidade vive isolada de forma que os
costumes como formador do direito varia muito;

V. Direitos de nascimento, não há uma diferenciação do que seja jurídico ou


não;

VI. Obedece três estágios de formação, o direito que provém dos deuses,
direito confundido com os costumes e o direito identificado com a lei.
3. FUNÇÕES E FUNDAMENTOS SEGUNDO MALINOWSKY

Segundo Malinowsky a base se investigação do Direito primitivo, está na imposição


automática e rígida dos costumes da tribo,o direito não é autônomo da vida social, e sua
principal função é dirigir os instintos humanos de forma não danosa a sociedade.
Malinowsky em suas pesquisas que mesmo sem a presença de Estado ou legislação escrita os
povos ditos primitivos tinham sim um Direito que era baseado na reciprocidade e no
“príncipio da biletaridade”.
Não se trata, de um direito escrito mas de um grupo disperso de usos, práticas e
costumes, repetidos por gerações e publicamente aceitos. É a sociedade do direito
consuetudinário, em que uma casta ou aristocracia "investida do poder judicial era o único
meio que poderia conservar, com algum rigor, os costumes da raça ou tribo".

4.DOS CRIMES E DAS PENAS MAIS UTILIZADAS


O direito privado, ou seja, a pena aplicada por membros da comunidade que se para
punir um indivíduo da comunidade, é o primeiro modelo penal da história, é o antecessor do
Direito Civil. Aquele que infringe uma regra usual e costumeira da comunidade é condenado
à chamada perda da paz caracterizada pela expulsão da tribo e pela condenação do condenado
a sobreviver individualmente.
As penas nas sociedades primitivas são baseadas na vingança privada, onde é aplicada
a lei do mais forte, onde os deuses resolvem a celeuma através da escolha de um ganhador
num duelo ou executando seu adversário não encontrando limites para sua bestialidade
Os castigos corporais mais utilizados são os suplícios, onde se tem aplicação de
castigos físicos ao infrator de forma recíproca ao crime cometido pois segundo Machado o
crime era visto como uma “ofensa aos deuses”, a ideia de lei não tinha um sentido necessário
de dever, de conduta imposta ou proibida, reflectindo antes o comportamento normal.
Os crimes mais comuns são o adultério, roubo, isolvência, estupro, além do sacrilégio,
as penas são tão civis quanto religiosas.
CONCLUSÃO

Eu concordo com uma visão mais relativizada do Direito através da Antropologia


procurando de certa forma aplicar o direito de forma mais justa, e levando a uma melhor
conciliação entre o Direito sendo a ciência do certo e errado e Antropologia que procura trazer
a relativização necessária para que se possa mudar o eixo etnocêntrico deste, se aceitando
mais como ciência social transformada e modificada com o mudar da sociedade sempre
procurando preservar suas instituições e valores.
REFERÊNCIAS

PINTO, Cristiano Paixão Araújo. Direitos e sociedade no oriente antigo: mesopotâmia e


Egito. In: Fundamentos de história do direito. Wolkmer, Antonio Carlos (org.). 2ª. ed. Belo
Horizonte: Del Rey, 2001.

Castro, Flávia Lages de, História do Direito Geral e do Brasil. 5ª Edição. Rio de
Janeiro:Editora Lumen Juris, 2007.

MACHADO, L. A. Direito Criminal. Parte geral. São Paulo:RT, 1983.

LOPES, José Reinaldo de. O Direito na História: Lições Introdutórias. 2. ed. São Paulo:
Max Limond, 2002.

FOUCAULT, Michel. Instituições completas e austeras. In: Vigiar e punir: nascimento da prisão.
Petrópolis: Vozes, 1987. p. 195-214.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir,nascimento da prisão. 28 ed. Tradução de Raquel


Ramalhete. Petrópolis: Editora Vozes, 2004

Clastre,Pierre.Arqueologia da violência - ensaios de antropologia política. 1 ed.Editora


Cosac e Naify

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