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POR VERDADE, JUSTIÇA E MEMÓRIA NA ARGENTINA
RESUMO
O presente artigo está centrado na análise do im- ocupou um lugar central na esfera pública durante
pacto das violações de direitos humanos ocorridas o processo de redemocratização, sendo confronta-
durante a última ditadura militar na Argentina do diferentemente pelos dois primeiros governos
(1976–83) sob o regime democrático. Tendo como democráticos, e ainda continua a emergir na agen-
nah Arendt, as violações dos direitos humanos das violações, o tipo de transição democrática e
observadas nos crimes cometidos pelo aparato a vitalidade do movimento de direitos humanos
repressivo estatal são consideradas como a prin- foram determinantes na confrontação política,
cipal herança do regime autoritário. Este legado social e jurídica deste legado autoritário.
PALAVRAS-CHAVE
ditadura militar
repressão estatal
direitos humanos
redemocratização
justiça
memória histórica
INTRODUÇÃO
*
Este artigo é resultado da dissertação de Mestrado “Verdade, Justiça e Memória: os direitos
humanos na Argentina”, apresentada ao Departamento de Ciência Política da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) em dezembro de 2005. A pesquisa contou com um intenso
trabalho de campo na Argentina, onde foram entrevistados ativistas das diversas organiza-
ções de direitos humanos, familiares de desaparecidos políticos e sobreviventes dos Centros
Clandestinos de Detenção. Ficam registrados meus agradecimentos a essas pessoas que
gentilmente colaboraram com a pesquisa que deu origem a este artigo.
209
na maioria das vezes, limitou o enfrentamento político, social e judicial da questão.
As novas democracias da região foram confrontadas com os crimes cometidos pelo
regime anterior e se viram diante do dilema “processar e punir” versus “perdoar e
esquecer” (Huntington 1994: 209).
No caso do Brasil, ao contrário dos outros países da região, o tema das violações
de direitos humanos cometidas pelo regime militar (1964-85) não foi objeto de con-
flito político no novo governo democrático, que preferiu não tocar nas “feridas” do
passado. Tampouco foi motivo de intensa mobilização social no período da transição,
exceto por setores progressistas da Igreja Católica que estiveram envolvidos na luta
contra a repressão. A questão das violações de direitos humanos ocupou um lugar
periférico na agenda política da transição. Não houve, por parte do governo civil, a
instituição de uma “Comissão da Verdade” destinada à ampla investigação destes
crimes ou qualquer tipo de ação judicial que levasse a julgamento os comandantes
1
das Forças Armadas, favorecidos pela Lei de Anistia de 1979 .
No Chile, os militares estabeleceram as regras do jogo durante a transição
democrática e impuseram suas condições para a reinstauração do novo regime –
uma espécie de “democracia limitada”. Apesar das violações de direitos humanos
terem sido consideradas uma questão central pela Concertación, o cenário político
e institucional não era favorável a um enfrentamento abrangente e frontal do tema.
A continuidade de enclaves autoritários estabelecidos na Constituição de 1980, a
Lei de Anistia de 1978 e a pressão das Forças Armadas impediram a investigação
das violações. Apenas alguns processos pontuais foram levados a julgamento, os
quais apresentaram resultados limitados. No âmbito do conhecimento da Verdade
2
houve um grande progresso no governo de Patrício Aylwin , devido à instauração
da “Comissão Nacional da Verdade e Reconciliação” em 1990.
No Uruguai, a transição acordada entre o regime autoritário e os principais
partidos políticos estabelecia um “compromisso de impunidade”, ou seja, a
1
A partir de 1995, com a criação da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, na Câmara
dos Deputados, ocorreram avanços significativos no tratamento do assunto. Paralelamente foi
aprovada a Lei 9.140/95 cujo conteúdo previa a reparação financeira aos familiares de mortos
e desaparecidos por motivos políticos entre setembro de 1961 e agosto 1979 e reconhecia como
“mortos” as pessoas desaparecidas nesse período, de forma a assumir a responsabilidade do
Estado pelas violações de direitos humanos ocorridas no regime autoritário.
2
O Chile continua confrontando-se com o seu passado recente, tendo em vista a publicação,
em 2004, do “Informe sobre a Prisão e a Tortura no Chile”. Cerca de 35 mil pessoas foram
reconhecidas como vítimas de detenção ilegal e tortura entre 11 de setembro de 1973 e 10 de
março de 1990. A “Comissão Nacional sobre Prisão Política e Tortura”, instaurada em 2003
no governo do presidente Ricardo Lagos, foi a responsável pela elaboração do Informe.
3
O governo do socialista Tabaré Vázquez vem promovendo iniciativas com o intuito de retomar
a discussão sobre o tema na esfera pública. Assim que assumiu o poder, em março de 2005,
o presidente Tabaré anunciou que seriam investigados os casos não compreendidos na “Lei
de Caducidade”, ou seja, assassinatos, torturas e desaparecimentos ocorridos antes de 1973.
Os casos de estrangeiros desaparecidos no Uruguai e de cidadãos uruguaios no exterior
também poderão ser investigados, pois não estão amparados na Lei.
4
O labor corresponderia ao processo biológico do corpo humano, tendo como condição humana
a própria vida; enquanto a “obra” estaria relacionada à artificialidade criada pelo homem na
relação com a natureza, tendo como condição humana a mundanidade.
5
Documento original em espanhol.
6
The Times, Londres, 4 de janeiro, 1978. Documento consultado em espanhol.
7
Os Montoneros, também conhecidos como “soldados de Perón”, constituíram o braço armado
da esquerda revolucionária peronista durante a década de 70. No seu auge, entre os anos 1974
e 1975, o grupo guerrilheiro chegou a contar com cerca de três mil componentes e centenas
de simpatizantes em vários âmbitos da sociedade, especialmente entre os jovens peronistas.
Seu líder, Em 1976, a organização montonera já havia perdido muitos de seus quadros e seu
poder de ação se encontrava bastante reduzido. Segundo Novaro e Palermo (2003: 75), “foi
precisamente então garantida a impotência política e militar da guerrilha, [...] que se desatou
com fúria sistemática a matança”.
8
O seqüestro e desaparecimento de estudantes secundaristas de La Plata, no episódio que foi
conhecido como La noche de los lápices, é um dos casos mais emblemáticos e que demonstra o
alcance e a intensidade da repressão. Na noite do dia 16 de setembro de 1976, sete adolescentes,
com idade entre 14 e 18 anos, foram seqüestrados em suas casas pelas Forças de Segurança por
haverem participado de uma manifestação a favor do boleto escolar. Apenas três dos seqüestra-
dos foram liberados; os demais foram vistos nos Centros Clandestinos de Detenção Arana, Pozo
de Banfield, Pozo de Quilmes, entre outros, e continuam desaparecidos (Conadep 2003).
9
Engrossam a lista de desaparecidos 376 estrangeiros, de 22 nacionalidades diferentes, sendo
o maior parte deles uruguaios (120), chilenos (50), paraguaios (50), peruanos (40), italianos
(28) e espanhóis (25). Sete brasileiros desapareceram na Argentina entre 1976 e 1983 e, den-
tre esses casos, chama a atenção o desaparecimento do músico brasileiro, Francisco Tenório
Júnior. Ele estava excursionando em Buenos Aires, acompanhando Toquinho e Vinícius de
Moraes, quando foi “tragado” pelo aparato repressivo ilegal sem deixar pistas ao sair do hotel,
na noite de 18 de março de 1976, para comprar medicamentos (Miranda; Tibúrcio 1999). Este
é um exemplo da repressão generalizada e, de certa forma, indiscriminada que se produziu
no país, cuja ação afetou tanto ativistas políticos quanto indivíduos fortuitos. A Argentina é
o país do Cone Sul com o maior número de estrangeiros desaparecidos.
Nº de mortos e desaparecidos a b c d
8.960(+) 358 2.279 (+) 346
políticos
Nº de pessoas processadas em
350 7.378 6.000 ...
tribunais militares
Fonte: Conadep 2003; Dossiê dos mortos e desaparecidos políticos a partir de 1964, 1995; Miranda;
Tibúrcio 1999; Pereira 2004; Roniger; Sznajdar 2004. Comisión Nacional de Verdad e Reconcili-
ación 1991. Comisión Nacional sobre Prisión Política e Tortura 20-04.
a
Segundo o informe da Comissão Nacional sobre Desaparecimento de Pessoas (Conadep 2003). Esta
estatística se refere apenas ao número oficial de desaparecidos. No entanto, fontes não-oficiais esti-
mam que o número alcance a 30.000.
b
De acordo com a classificação do Dossiê dos Mortos e Desaparecidos a partir de 1964 (1995) apud
Miranda e Tibúrcio (1999) são 185 “mortes oficiais”, 138 “desaparecidos políticos”, 13 “desapare-
cidos no exterior” (sendo 07 brasileiros desaparecidos na Argentina, 05 Chile e 01 na Bolívia), 08
“mortes no exílio”, 14 “outras mortes” (caso de falecimento em conseqüência da repressão, tais como
os casos de seqüelas de tortura e suicídios). É importante resgistrar que o Dossiê foi recentemente
revisado e ampliado. Ver: COMISSÃO de familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos. Dossiê
Ditadura: Mortos e desaparecidos políticos no Brasil (1964-85). São Paulo: Imprensa Oficial do
Estado de Sâo Paulo, 2009. Igualmente vale ressaltar a publicação oficial do livro Direito à verdade
e à memória, da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, vinculada à Secretaria
Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Ver: BRASIL: Secretaria Especial dos
Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à verdade e
à memória. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007.
c
Segundo o Informe Rettig da Comissão Nacional da Verdade e Reconciliação (1991: 883-887). Esta
estatística se refere a três classificações: as “vítimas de agentes do Estado ou pessoas a seu serviço”
(957 desaparecidos e 1.068 mortos), as “vítimas de particulares atuando sob pretextos políticos” (90
mortos) e as “vítimas da violência política” (164 mortos). Dos 2.920 casos apresentados à Comissão,
ela não se pronunciou sobre 641. Não obstante, a “Comissão Nacional de Recompensa e Reconcili-
ação”, sucessora da Comissão Rettig, publicou um relatório, em 1996, com a confirmação de mais
899 casos, o que elevou o número total de vítimas da repressão no Chile a 3.197 (Roniger; Sznajder
2004).
d
Uruguay Nunca Mais: Informe sobre a Violação de Direitos Humanos (1972-1985). Serpaj: Monte-
vidéu, 1989 apud Roniger e Sznajder 2004: 20-23.
10
O termo “traslado” significa o ato ou efeito de “trasladar”, ou seja, mudar de lugar. Todavia,
no contexto da repressão, o termo “traslado” significava a morte. Por meio dos vuelos de la
muerte, os opositores do regime eram jogados vivos e narcotizados de um avião no Oceano
Atlântico. A existência dos vuelos foi confirmada pelo ex-oficial da Marinha, Adolfo Scilingo,
em uma entrevista ao jornalista Horacio Verbitsky, em 1995. Já era amplamente conhecida
a terminologia do “traslado” e o seu significado, inclusive pelo informe da CONADEP, en-
tretanto nenhum militar havia explicitamente falado sobre o assunto.
11
O G.T da ESMA foi o responsável por dois episódios que adquiriram grande transcendência
internacional: o seqüestro e desaparecimento das freiras francesas Alice Domon e Leónie
Renée Duquete e do grupo de familiares de desaparecidos que se reuniam na Igreja de Santa
Cruz. As freiras foram seqüestradas entre os dias 08 e 10 dezembro de 1977, em um mesmo
operativo de seqüestro de treze familiares de desaparecidos, inclusive da fundadora das
Madres de Plaza de Mayo, Azucena Villaflor. As vítimas foram levadas ao CCD da ESMA
onde foram brutalmente torturadas e posteriormente desapareceram. O protagonista desta
operação foi o oficial do exército Alfredo Astiz, também conhecido como el Angel Rubio, que se
infiltrou no grupo de familiares fazendo-se passar por irmão de um desaparecido. Com muita
destreza, ganhou com o tempo a simpatia e a confiança do grupo, e organizou o seqüestro dos
ativistas de direitos humanos. Em 1990, o oficial Alfredo Astiz foi condenado (em ausência)
por um tribunal na França à prisão perpétua pela morte das duas freiras francesas.
12
Texto original em espanhol
13
Texto original em espanhol
14
Texto original em espanhol
15
LEIS, Héctor Ricardo. El movimiento de derechos humanos y la política argentina. Centro Editor
de América Latina, Biblioteca Política Argentina: Buenos Aires, 1989 apud Mignone, 1991.
16
Segundo a denominada “teoria dos dois demônios”, muito difundida na Argentina no período
pós-ditatorial, o recente autoritarismo na Argentina foi produto da ação de dois atores com
igual responsabilidade criminal, os grupos guerrilheiros (também chamados de “terroristas”)
e as Forças Armadas, e que esta guerra havia produzido vítimas inocentes em ambos os lados.
No entanto, essa “teoria” nos oferece uma análise limitada e simplificada dos fatos.
17
Foram condenados à prisão perpétua o general Jorge R. Videla e o almirante Emilio Massera.
O brigadeiro Orlando R. Agosti, pertencente também à primeira junta, foi condenado a quatro
anos e seis meses de prisão. No que concerne à segunda junta militar, o general Roberto Viola foi
condenado a de 17 anos de prisão e o almirante Lambruschini a uma pena oito anos de prisão. Foram
absolvidos, por falta de provas, todos os integrantes da última Junta Militar (o general Leopoldo
Galtieri, o almirante Jorge Anaya e o brigadeiro Lami Dozo) e o brigadeiro Omar D. Grafigna.
18
Segundo o depoimento de Scilingo (Verbitsky 1995), os vuelos eram realizados todas as
quartas-feiras, às vezes aos sábados, e a Inteligência fornecia- lhes uma lista dos prisioneiros
que seriam “trasladados”. Estas pessoas eram previamente informadas que seriam levadas
a um “centro de recuperação” no sul do país e que por este motivo precisavam ser vacinadas.
Na verdade, antes de entrar no avião elas recebiam uma injeção de sedativo, que as faziam
adormecer rapidamente e não oferecer resistência durante os vôos. Segundo ex-militar, os
prisioneiros eram despidos enquanto estavam desmaiados e, quando o comandante do avião
dava a ordem, em função de onde estava o avião, a porta era aberta e eles eram jogados um
a um. Nas palavras do repressor, “essa é a história. Macabra história, real, e que ninguém
pode desmentir” (Verbitsky 1995 tradução nossa, original em espanhol).
A partir de 1998, por pressão das Abuelas, são reabertos os casos contra oficiais
militares envolvidos na apropriação sistemática de bebês nascidos nas prisões ou
seqüestrados de seus pais desaparecidos e, posteriormente, adotados por membros
do aparato repressivo. Como esse crime não estava protegido pelas leis de Ponto
Final e Obediência Devida, vários oficiais de alto escalão, incluindo os ex-membros
das Juntas Militares, foram acusados e presos durante o ano de 1999. A questão das
crianças desaparecidas sempre recebeu bastante atenção governamental e, desde
o governo de Alfonsín, a luta das Abuelas de Plaza de Mayo pelo “direito à iden-
tidade” é apoiada do Estado. Em 1987, foi instituído o “Banco Nacional de Dados
Genéticos de Familiares de Crianças Desaparecidas”. No ano de 1992, no governo
do presidente Menem, é criada a “Comissão Nacional pelo Direito à identidade”
(CONADI). A partir de 1997, as Abuelas começaram a realizar diversas campanhas
de difusão com o intuito de convocar os jovens nascidos entre 1975 e 1980 que pos-
suem dúvidas com relação à sua identidade, tornando-os partícipes de sua própria
busca. Das 500 crianças apropriadas ilegalmente, 95 foram recuperadas e tiveram
sua identidade restituída nas últimas décadas, com a ajuda do Banco Nacional de
Dados Genéticos de Familiares de Crianças Desaparecidas.
19
Depoimento original em espanhol. La Plata, Argentina. 24 nov. 2004. 5 min. Entrevista
concedida a Daniela Mateus de Vasconcelos.
20
De acordo com Mitre (2003: 12), “é lugar comum afirmar que [...] um povo que esquece ou
ignora seu passado tende a repeti-lo, sobretudo nos erros, revelando, assim, uma frustrante
incapacidade de aprender com a experiência”.
21
Em um discurso nas Nações Unidas, em 25 de setembro de 2003, o presidente Kirchner
declarou que “nós argentinos somos filhos das mães e avós da Plaza de Mayo” e reafirmou,
perante a comunidade internacional, a centralidade da política de direitos humanos na
agenda governamental.
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The present article seeks to analyze the impact sphere during the redemocratization process,
of the human rights violations, which occurred being that it was confronted in different man-
during the last military dictatorship in Argen- ners by the two first democratic governments. In
tina (1976-1983), on the democratic regime. addition, it continues to appear on the country’s
Relying upon the work and political thought of public agenda. The magnitude and intensity of
Hannah Arendt, the human rights violations, the violations, the type of democratic transition,
reflected in the crimes committed by the repres- and the vitality of the human rights movement
sive state apparatus, are considered to be the were determining factors leading to the politi-
main inheritance from the authoritarian regime. cal, social, and juridical confrontation of this
KEY WORDS
militar dictatorship
state repression
human rights
redemocratization
justice
historical memory
RECEBIDO EM
fevereiro de 2007
APROVADO EM
abril de 2007