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• a pólvora deve ser transportada junto com o projétil, o que deixa o conjunto todo
mais pesado;
• as munições que utilizam pólvora são muito voláteis e difíceis de manusear e
transportar;
• a velocidade dos projéteis impulsionados por pólvora ao saírem da arma costuma
ser limitada a cerca de 1.219 metros por segundo.
Mas dá para superar essas limitações? Uma solução é a railgun eletromagnética ou apenas
railgun. Por meio do uso de um campo magnético alimentado por eletricidade, uma railgun
pode acelerar um projétil a uma velocidade de até 16 mil metros por segundo, e, enquanto o
alcance máximo das armas usadas pela Marinha é de aproximadamente 19 km, as railguns
conseguem atingir um alvo a 400 km de distância em seis minutos.
Neste artigo, falaremos sobre como funcionam as railguns, como elas podem ser usadas e
quais são as limitações desse tipo de tecnologia.
Agradecimento
Agradecemos a Sam Barros, do PowerLabs (site em
inglês), por sua colaboração na elaboração deste artigo.
Sam, um aluno de Engenharia Mecânica no Michigan
Technological University, já projetou e construiu suas
próprias railguns, canhões de Gauss e muitos outros
dispositivos.
A fonte de alimentação não é nada mais do que uma fonte de corrente elétrica.
Normalmente, a corrente usada em railguns de calibres médios a grandes fica na faixa dos
milhares de ampères.
Os trilhos são extensões de metal condutivo, como o cobre, que podem ter de 1 a 9 metros
de comprimento.
A armação é a responsável por unir os trilhos e pode ser feita com um pedaço maciço de
metal condutivo ou uma armadura (um recipiente que abriga um dardo ou qualquer outro
projétil) condutiva.. Algumas railguns usam uma armação de plasma. Nesse caso, uma fina
lâmina de metal é colocada na parte traseira de um projétil não condutivo. Quando a
energia passa por essa lâmina, ela evapora e se torna plasma, que transporta a corrente.
Veja como todas as peças funcionam juntas:
Uma corrente elétrica flui do terminal positivo da fonte de alimentação, passa pelo trilho
positivo, atravessa a armação e volta pelo trilho negativo até a fonte de alimentação.
Quando a corrente passa por um fio cria um campo magnético ao seu redor, que é a região
na qual a força magnética pode ser sentida. Esta força tem magnitude e sentido. Em uma
railgun, os dois trilhos funcionam como fios, com um campo magnético circulando ao redor
de cada um. As linhas de força do campo magnético se distribuem em círculos no sentido
anti-horário ao redor do trilho positivo e no sentido horário ao redor do trilho negativo. O
campo magnético resultante entre os dois trilhos tem uma direção vertical.
Assim como um fio carregado em um campo elétrico, o projétil sente uma força conhecida
como força de Lorentz, em homenagem ao físico holandês Hendrik A. Lorentz. Essa força
de Lorentz é perpendicular ao campo magnético e à direção da corrente que passa pela
armação. Você pode ver como isso funciona no diagrama abaixo.
Repare que a força de Lorentz é paralela aos trilhos e age afastando o projétil da fonte de
alimentação. A magnitude da força é determinada pela equação F = (i)(L)(B), na qual F é a
força resultante, i é a corrente, L é a extensão dos trilhos e B é o campo magnético. De
acordo com a equação, para aumentar a força basta aumentar a extensão dos trilhos ou a
quantidade da corrente.
Como trilhos longos criam problemas no design, a maioria das railguns usa correntes fortes
(da ordem de milhões de ampères) para gerar grandes quantidades de força. O projétil, sob
o efeito da força de Lorentz, acelera até o final dos trilhos, no sentido oposto ao da fonte de
alimentação, e sai pela abertura. Então, o circuito é quebrado e encerra o fluxo da corrente.
Roubando energia
As railguns precisam de correntes enormes para disparar projéteis
a velocidades de Mach 5 ou até mais altas. Mas isso é um
problema para os navios de guerra tradicionais, porque não é
possível tirar a energia do sistema de propulsão da embarcação.
Já na próxima geração de navios de guerra, o DD(X) totalmente
elétrico, a produção desse tipo de corrente será possível. Para
disparar o projétil utilizando uma railgun, a energia teria de ser
desviada do motor do navio para a torre de canhão, que
dispararia até seis unidades por minuto, pelo tempo que fosse
necessário e, então, a energia seria desviada de volta ao motor.
As railguns também poderiam ser usadas para iniciar reações de fusão. Essa reação ocorre
quando dois núcleos atômicos pequenos se combinam para formar um núcleo maior. Esse é
um processo que libera grandes quantidades de energia, mas que para que possa
ocorrer, os núcleos atômicos devem estar viajando a velocidades enormes. O que alguns
cientistas propõem é o uso de railguns para disparar projéteis de materiais fundíveis uns
contra os outros, resultando em um impacto que criaria temperaturas e pressões imensas,
permitindo que a fusão ocorresse.
No entanto, o fato é que muitas dessas aplicações ainda não saíram do mundo da teoria,
experimentos e desenvolvimento. As railguns atuais não geram quantidades suficientes de
energia para permitir, por exemplo, que a fusão nuclear ocorra e, além disso, será muito
difícil um navio de guerra totalmente elétrico conseguir disparar projéteis com uma railgun
antes de 2015.
Mesmo assim, a tecnologia é promissora. Em 2003, o Ministro da Defesa do Reino Unido
organizou um teste em escala de 1 para 8, no qual uma railgun eletromagnética atingiu uma
velocidade de Mach 6 no momento em que o projétil saiu da arma, algo em torno de 2.040
metros por segundo!
Se sucessos como esse continuarem, pode ser que um dia a railgun seja a arma principal no
campo de batalha e o propulsor principal na plataforma de lançamento.
Para mais informações sobre railguns e assuntos relacionados, verifique os links na
próxima página.
A ciência por trás da
ficção
Se você leu o texto e ficou se perguntando: onde foi que eu vi isso
antes? É porque já deve ter visto armas baseadas em princípios
semelhantes mostradas na cultura popular. No livro de Robert
Heinlein, Revolta na Lua, colonizadores da Lua que lutam por sua
independência usam um lançador eletromagnético para disparar
contêineres de ferro cheio de rochas contra a Terra. E no filme
"Queima de arquivo," Arnold Schwarzenegger atua como um
agente do Serviço de Proteção às Testemunhas que se vê no
meio de um plano secreto do governo para vender railguns a
terroristas. Na série "Battlestar Galactica", uma das naves de
guerra possui railguns que usam tanto tecnologias
eletromagnéticas como convencionais.
E como se os exemplos acima já não fossem o bastante, saiba
que essas armas já "deram as caras" até nos jogos eletrônicos:
"Quake", "Metal Gear Solid" e "Red Faction" possuem esse tipo
de arma.
Como funcionará a propulsão eletromagnética
por Kevin Bonsor - traduzido por HowStuffWorks Brasil
Neste artigo
1.
Introdução
2.
Movendo-se pelo espaço em solavancos
3.
Além do nosso sistema solar
4.
Mais informações
5.
Veja todos os artigos sobre Espaço
Introdução
Durante décadas, o único meio de se viajar pelo espaço eram os motores de foguete que
funcionam com propulsão química. Agora, no início do século 21, os engenheiros
aeroespaciais estão planejando formas de nos levar às estrelas, incluindo propulsão por luz,
propulsão por fusão nuclear e propulsão por antimatéria. Também está sendo proposto um
novo tipo de espaçonave que não precisa de qualquer propelente. Esse tipo de espaçonave,
que seria lançado ao espaço por eletromagnetos, poderia nos levar mais longe do que
qualquer outro.
Fonte: NASA
A propulsão eletromagnética pode nos levar até a heliopausa
a velocidades inatingíveis por espaçonaves convencionais
Em seu constante esforço para permanecer como a potencia mais poderosa, a marinha
americana esta desenvolvendo a alguns anos, uma arma muita citada na ficção e nos 3d
shoters futuristas. Uma Rail-Gun, para quem não tem idéia do que se trata
é um lançador de projeteis que usa o efeito Lorentz (que você vê todos os dias em motores
elétricos e nos tubos de televisão). Porem em um rail-gun as correntes são infinitamente
maiores, na ordem de milhões de amperes, tentando ser mais claro, você tem dois trilhos
paralelos (rails) e entre eles você tem um projétil que faz contato com os dois, quando você
liga uma tensão de alguns milhares de volts e uma corrente circula pelos trilhos e pelo
projétil, corrente essa digna de curto circuito em subestação, um campo magnético se forma
nos dois trilhos e no projétil, como a forma e o segredo da arma, os campo magnéticos
formados pela corrente que circula pelos dois trilhos empurra o campo de sentido oposto do
projétil pelo trilho, de uma olhada na ilustração para entender melhor.
o campo no projetil esta
com o sentido errado!
A ideia é muito antiga e ate foi sonho de dominação de outro império (Uma das armas
secretas de Hitler).
A força deste teste da marinha foi equivalente a 33 megajoule, ou 33MW/s (Sory Doc brow
seu deloran ainda consome mais) e consegue colocar um projétil duas ou três vezes mais
rápidos que os dos canhões convencionais e pode alcançar aproximadamente 100 milhas
náuticas, muito mais que o limite de 13 milhas dos canhões navais, sem contar que uma
embarcação deste tipo não teria paióis de munição, uma segurança a mais para a tripulação.
Porem a tecnologia tem de evoluir muito para poder suprir a demanda de energia que esse
tipo de arma precisa, e também diversos problemas inerentes à construção como desgastes
dos trilhos e tendências a se autodestruir, a marinha americana espera que em 2025 já tenha
alguns vasos de guerra com ela.
RAILGUN
Funcionamento
Um railgun consiste em dois trilhos metálicos paralelos (daí o nome) conectados a uma
fonte de energia eléctrica. Quando um projéctil condutivo é inserido entre os trilhos, na
extremidade conectada à fonte, o circuito é completado. Os eléctrões fluem do terminal
negativo da fonte para o trilho negativo, passando pelo projéctil, pelo trilho positivo e daí
de volta para fonte de energia.
Esta corrente faz o railgun comportar-se como um electroíman, criando um poderoso
campo magnético na região dos trilhos em direcção à posição do projéctil. De acordo com a
"regra da mão direita", o campo magnético circula em torno de cada condutor. Uma vez
que a corrente ocorre em direcções opostas em cada trilho, o campo magnético resultante
entre os trilhos é direccionado verticalmente. A acção deste campo, em combinação com a
corrente através do projéctil, produz uma força de Lorentz, que acelera o projéctil no
sentido dos trilhos. Assim, o projéctil desliza na direcção oposta ã fonte de energia. Há
forças também agindo nos trilhos no sentido de tentar afastá-los, o que só não acontece por
estarem firmemente fixados.
Uma fonte de energia suficientemente grande, da ordem de um milhão de amperes irá criar
uma tremenda força no projéctil, acelerando-o à velocidade de muitos quilómetros por
segundo. Embora grandes velocidades sejam teoricamente possíveis, o calor gerado pela
propulsão do objecto é suficiente para rapidamente degradar os trilhos. Tal equipamento
exigiria constantes substituições dos trilhos, ou o uso de um material resistente ao calor e ao
mesmo tempo suficientemente condutivo para produzir o mesmo efeito.