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CONTROLE DA QUALIDADE DA ALTIMETRIA DE MODELOS DIGITAIS

DO TERRENO COM A UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS GPS


OCUPANDO REFERÊNCIAS DE NÍVEL

Cláudio João Barreto dos Santos, Eng. Cartógrafo, M.Sc.


João Fernando Custódio da Silva, Eng. Cartógrafo, Dr.
Mauro Pereira de Mello, Eng. Cartógrafo, M.Sc.

IBGE – Fundação Instituto de Geografia e Estatística


Diretoria de Geociências – Departamento de Cartografia – DECAR
Av. Brasil 15671 – Parada de Lucas
21241- 051 – Rio de Janeiro – RJ
Gerência de Mapeamento Geográfico
claudiojoao@ibge.gov.br

RESUMO
A espantosa evolução tecnológica ocorrida nos últimos anos do século XX, torna imperativa a disponibilização de
diferentes produtos cartográficos, por parte das instituições cartográficas de mapeamento. Dentre estes produtos insere-
se os Modelos Digitais do Terreno, gerados a partir de escalas do mapeamento sistemático brasileiro. Torna-se
fundamental a avaliação da qualidade destes produtos, principalmente quanto a componente altimétrica.
A possibilidade de utilização dos equipamento de tecnologia GPS na determinação da altitude ortométrica de pontos de
controle de campo, que avaliarão a qualidade dos MDT´s através da ocupação de Referências de Nível, determinando
um modelo geoidal local, é o principal escopo deste trabalho. Isto foi conseguido, em projeto de pesquisa no município
de Arraial do Cabo no estado do Rio de Janeiro, construindo-se MDT´s a partir de várias fontes de aquisição de dados,
ocupando-se RN´s em campo com equipamentos GPS e determinando-se um desnível geoidal na área de estudo. Os
resultados da pesquisa estão explanados neste trabalho.

Palavras- Chaves: Modelos Digitais do Terreno, Avaliação da Qualidade, Tecnologia GPS, Desnível Geoidal Local.

ABSTRACT
The wonderful technological evolution, which ocurred durig the last decades of the XX century, forced official mapping
agencies to make available several cartographic products in different formats. The main aim of this essay is the
development of methodologies to check quality on building Digital Terrain Models (DTM´s) with ocupping altimetric
control points of Brazil. The essay was happened in Arraial do Cabo, Rio de Janeiro state. The results of this research
will explain in this paper.
1 INTRODUÇÃO: clássico, desenhados, e na aplicação dos processos
fotogramétricos.
A partir da espantosa evolução tecnológica ocorrida e
As fontes de dados acima citadas, serão as
acentuada, principalmente a partir dos últimos anos do
principais a serem analisadas no âmbito deste
século XX torna-se imperativa, por parte as instituições
trabalho.
oficiais de mapeamento a disponibilização aos usuários
3 PRINCIPAIS FUNDAMENTOS
de diferentes produtos cartográficos.
TEÓRICOS:
Dentre estes, destacamos os Modelos Digitais do
A ciência cartográfica sempre perseguiu e
Terreno. Estes podem ser construídos a partir de
perseguirá, a representação da realidade ( espaço
diferentes fontes de dados.
geográfico) com a máxima aproximação possível.
Testar a qualidade dos mesmos e sua aplicabilidade
Infelizmente esta representação será sempre uma
para os usuários da informação cartográfica é o
aproximação do espaço geográfico, seja por
principal escopo deste trabalho, principalmente quanto
compilação, estereocompilação ou a partir de uma
ao controle de qualidade da componente altimétrica,
discretização dos pontos que compõem a morfologia
passível de determinação em campo com equipamentos
terrestre. Esta forma de representar a realidade deve
GPS.
ser creditada à inexorável dinâmica das mudanças
2 OBJETIVO
intrínsecas à natureza de tudo o que existe.
Esta pesquisa tem como objetivo principal
Desse modo, o processo cartográfico, da
estabelecer uma metodologia que permita comparar os
mesma maneira que não produz mapas absolutamente
MDT´s construídos a partir das diferentes fontes de
precisos, também não construirá MDT´s
dados existentes no Departamento de Cartografia do
absolutamente precisos. Não poderia ser de outra
IBGE, com as medidas “reais”, tomadas em campo, e
maneira.
discutir seus resultados.
Este fato, entretanto, não deve inibir o
Não serão feitas comparações com os
cartógrafo na sua interminável busca do retratar, da
MDT´s resultantes da digitalização manual, devido à
forma mais fidedigna possível, o espaço geográfico.
morosidade e baixa precisão deste processo. Serão
Há que então, definir a sua “verdade”, aquela que será
comparados modelos oriundos de estereocompilação
o seu “gabarito” da realidade física terrestre.
digital em equipamentos fotogramétricos analógicos
No nosso caso, este “gabarito” outro não
repotencializados (Wild B8 e Kern PG2), estação
poderia ser, do que as medições realizadas
fotogramétrica digital (EFD da Leica) e de originais
diretamente sobre o terreno. Assim, a nossa “verdade
digitalizados em scanners.
terrestre” será formada por pontos especialmente
Faz-se necessário, então, que se conheça
escolhidos e determinados no terreno, compondo o
inicialmente as fontes de dados existentes, para logo
“gabarito” para se comparar MDT´s construídos a
após discutir-se o processo utilizado no controle da
partir de diferentes fontes.
qualidade dos modelos.
Há que se estabelecer um método para efetivar
As principais fontes de dados para a
esta comparação. Antes desta definição, contudo,
construção dos MDT´s podem ser resumidas: nos
serão descritos Shearer apud Petrie(1990), os dois
levantamentos de campo, na digitalização de
tipos de erros comumente reconhecidos, a saber:
documentos cartográficos existentes no formato
• erros aleatórios – sua natureza, como o termo quantificando a separação, medida ao longo da vertical,
sugere, será sempre de ocorrência incerta. Em entre a superfície física da Terra e o Geóide1.
termos altimétricos poderão assumir valores A superfície do geóide é contínua e convexa
maiores ou menores que os valores da “verdade em toda a sua extensão traduzindo uma superfície
terrestre”, equipotencial particular do campo gravitacional
• erros sistemáticos – este tipo de erro terá sempre terrestre, sendo aceita como aquela que mais se
uma forma de apresentação que o caracterizará. aproxima da forma da Terra. H, portanto, encontra-se
Por exemplo, na comparação da altimetria, se referenciado a uma ocorrência física, o nível médio dos
todas as altitudes tiverem sempre o sinal positivo mares. Por dificuldades operacionais, a determinação
em relação à “verdade terrestre”, pode indicar que da altitude sempre foi tratada de forma independente
um erro sistemático positivo possa estar das determinações das coordenadas planimétricas
ocorrendo. (latitude e longitude geodésica). Estas últimas
Assim, um dos métodos passíveis de coordenadas referenciadas no caso brasileiro, a um
verificar a precisão vertical pode se traduzir na elipsóide não geocêntrico, tomado como figura para a
projeção das cotas dos pontos terrestres interpoladas Terra no Sistema Geodésico da América do Sul (SAD-
linearmente sobre o MDT gerado, e em seguida 69).
avaliar-se a diferença encontrada. Ao se lançar mão de equipamentos GPS na
Algumas regras devem ser observadas na determinação da altitude, ficam suplantados as
escolha dos pontos de campo: dificuldades operacionais, que impediam atribuir-se à
a) devem estar bem distribuídos sobre o modelo e em altitude características puramente geométricas – a
lugares bem identificados nos fotogramas; altitude geométrica (h), que expressa a separação ao
b) devem ser escolhidos em terrenos o mais plano longo da normal ao elipsóide, entre a superfície
possível, evitando-se pontos nas encostas e nas geométrica e a superfície física da Terra. Esta é uma
proximidades de outras inclinações do terreno, sendo grandeza que não se liga diretamente ao campo de
recomendável localizá-los em um raio de gravidade terrestre.
aproximadamente 30 metros no terreno, em áreas sem O usuário de levantamentos no sistema GPS
diferenças abruptas na elevação; obtém, em tempo real ou com pós-processamento, a
c) deve-se priorizar a escolha de pontos em: interseção altitude elipsoidal (h) referida ao World Geodetic
de eixos de caminhos, estradas de ferro, trilhas, System 1984 – WGS-84. Também a este sistema estão
estradas de rodagem, cercas, terrenos com atividades referenciadas a latitude e longitude geodésica.
de uso da terra, valetas, leito de rios e córregos bem Ao assumir, em termos práticos, que a normal
definidos, pequenas construções isoladas, cume dos e a vertical são coincidentes, temos que a separação,
morros. Em caso de interseções, as mesmas devem ser num determinado ponto, entre as altitudes h e H será
bem identificadas nas fotos, com ângulos bem dada por N, grandeza chamada ondulação geoidal ou
definidos. ondulação do geóide.
Com a tecnologia GPS é possível executar A expressão matemática que relaciona estas
as medições relativas à altimetria, desde que se refine e grandezas pode ser escrita como: H = h – N.
controle o desnível geoidal N (afastamento entre a Convenciona-se que N será positiva quando o geóide
superfície do geóide e a superfície do elipsóide de situar-se acima do elipsóide e negativa na situação
referência). A altitude ortométrica (H) é a altitude inversa.
adotada nos trabalhos correntes de engenharia,

1
superfície física definida pelo nível médio dos mares em repouso,
prolongado analiticamente através dos continentes.
Alguns cuidados devem ser tomados na
O mapa geoidal publicado pelo IBGE fornece
escolha dos pontos, a fim de que se evite o indesejável
os valores das ondulações geoidais em território
efeito de multicaminhamento ou bloqueio do sinal, a
nacional, a partir de um modelo matemático que
saber: utilização de antenas de baixa perda (low
considera a densificação de pontos no terreno em
profile) e bastões que alcancem a máxima altura
nível regional. Os valores das ondulações conseguidos
possível; evitar pontos próximos a obstáculos que
por interpolação neste documento podem variar entre
possam obstruir o sinal do satélite ( quaisquer tipos de
± 3 metros e, em decorrência, os valores das altitudes coberturas, árvores isoladas, superfícies de água etc.);
geométricas. Como nesta pesquisa necessitou-se de
evitar proximidade com campos eletromagnéticos
um maior refinamento destes valores, optou-se por
(transformadores, rede de alta tensão etc.), dentre
uma solução alternativa, a modelagem local do
outros cuidados.
geóide, a partir do rastreamento de satélites do
A seguir se descreve os principais parâmetros
sistema GPS sobre referências de nível2 (RN´s).
utilizados neste trabalho que nortearão a definição da
Como todas as RN´s possuem a mesma
qualidade dos modelos gerados a partir das diferentes
referência altimétrica e as altitudes ortométricas
fontes de dados.
definidas a partir do nivelamento geométrico, o
Na aplicação dos processos fotogramétricos os
controle se faz mais efetivo.
fotogramas utilizados devem ter contraste adequado
A grande vantagem dessa solução em relação
no local dos pontos a serem medidos, principalmente
ao mapa geoidal reside no fato de neste caso mapear-se
os de controle. Para a determinação dos pontos em
variações locais de N com uma precisão bem maior, o
campo dá-se preferência àqueles que se encontram na
que justifica a adoção deste controle para o desnível
interseção de cercas, caminhos e trilhas, na parte mais
geoidal no âmbito desta pesquisa.
alta da topografia e em áreas de vegetação baixa e
2
Pontos com coordenadas altimétricas de 1ª ordem pertencentes a
rede fundamental de nivelamento do país. Existem atualmente
aproximadamente 60.000 RN´s implantadas pelo IBGE atualmente
aproximadamente 60.000 RN´s implantadas pelo IBGE.
esparsa, em suma deve-se buscar um forte contraste “Art. 7 – A cartografia sistemática tem por fim a
entre a localização do ponto e seu entorno. representação do espaço territorial brasileiro por meio

Em todo levantamento altimétrico devem ser de cartas, elaboradas seletivamente e

determinadas também as coordenadas planimétricas. progressivamente, consoante prioridades conjunturais,


segundo os padrões cartográficos terrestre, náutico e
Os pontos determinados devem ser perfurados
aeronáutico.
com suavidade nos fotogramas, empregando-se para
Art. 8 – A cartografia sistemática terrestre básica tem
tanto agulha de ponta fina, de modo a permitir a
por fim a representação da área terrestre nacional,
identificação do ponto contra a luz.
através de séries de cartas gerais contínuas,
Deve-se desenhar croquis dos pontos com a
homogêneas e articuladas, nas escalas padrões abaixo
orientação do norte, e elaborado texto descritivo de
discriminadas:
sua localização, sobre a fotografia devem ser
Série 1:1 000 000
assinalados com círculos identificadores.
Série 1: 500 000
Neste ensaio utilizar-se-á o erro médio
Série 1: 250 000
quadrático (EMQ) para descrever a variabilidade dos
Série 1: 100 000
resultados alcançados, tomando-se para estimador do
Série 1: 50 000
mesmo a expressão:
Série 1: 25 000”.

Com relação aos referenciais planimétrico e


altimétrico, o Decreto-Lei numero 89.817 de 20 de
EMQ =
∑ (Z i − Zt )2
junho de 1984, que regulamenta a cartografia
n −1
nacional, estabelece no artigo 21, parágrafo único, : “
... o referencial planimétrico coincide com o Sistema
Onde:
Geodésico Sul Americano de 1969 (SAD 69).”, e “ o
Zi= valor interpolado das elevações no MDT para os
referencial altimétrico coincide com o nível médio do
pontos de controle;
mar na baía de Imbituba, litoral de Santa Catarina”.
Zt= valor da “verdade terrestre” (valor do ponto
Isto posto, será sempre necessária a transformação das
levantado no campo);
coordenadas obtidas a partir dos levantamentos GPS,
n = número de pontos na amostra
que se encontram referenciadas ao sistema geodésico
Ao final da comparação a precisão será dada
WGS84, para o SAD69 sistema oficial adotado no
pelo EMQ, que é a expressão da proximidade dos
país.
valores observados, em relação aos valores
representativos da “verdade terrestre”. Para cada escala do mapeamento sistemático
Evidente que esta análise ocorrerá sob as existem controles da qualidade que devem ser
limitações de exatidão impostas pelas escalas em que obedecidas pelos produtores. O PEC (Padrão de
os MDT´s serão construídos. Nos ensaios realizados Exatidão Cartográfica) é o indicador estatístico de
analisar-se-á MDT´s em duas escalas do mapeamento dispersão, relativo a 90% de probabilidade, que define
sistemático nacional, 1:25.000 e 1:50.000. a exatidão dos trabalhos de cartografia. O PEC
Como mapeamento sistemático nacional também é regulamentado pelo Decreto-Lei 89817, em
entende-se o mapeamento executado sob a regência seu capítulo II, seção 1, artigo 8.
das “Diretrizes e Bases para a Cartografia Brasileira”, Com relação à planimetria, uma folha
estabelecidas pelo Decreto-Lei nº 243, de 28 de topográfica publicada em qualquer escala do
fevereiro de 1967 em seu capítulo II, que assim mapeamento sistemático nacional, deve ficar
preconiza: assegurado que noventa por cento de todos os pontos
bem identificados não estejam deslocados, de suas Como objeto de pesquisa foi escolhida uma
verdadeiras posições por valores superiores a 0,5mm. área no município de Arraial do Cabo, Estado do Rio
Em relação à altimetria obtida por de Janeiro, composta a partir de quatro modelos
interpolação das curvas de nível, 90% dos valores de aerofotogramétricos que inserem-se nas folha
altitude determinados a partir da representação topográficas nas escalas de 1:25.000 e 1:50.000, de
cartográfica não podem apresentar erros superiores a índice de nomenclatura SF-23-B-VI-4-SE e SF-23-B-
1/2 eqüidistância das curvas de nível. VI-4, respectivamente.
Para se garantir os valores das curvas de nível A área escolhida possui potencial turístico,
nas folhas publicadas deve-se assegurar, nos pois é próxima ao Porto do Forno. Este porto permite a
levantamentos no terreno para apoio à ancoragem de navios de grande calado, existindo,
7
aerotriangulação , 1/20 (0,05) do valor da inclusive, projetos para usá-lo como pólo de atração do
eqüidistância entre duas curvas de nível consecutivas turismo internacional . Esta área também é utilizada
na escala de publicação e, no ajustamento da para exercícios dos submarinos da Marinha e pesquisas
aerotriangulação, 1/4 do valor da eqüidistância. oceanográficas, realizadas pelo Instituto de Estudos do
Para a planimetria o apoio terrestre deverá se Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM).
apresentar com precisão da ordem de 1/8 do PEC.. Os MDT´s produzidos são de duas origens
Como o valor associado ao nível de confiança de 90% distintas, que chamaremos de fonte primária de dados
prescrito no PEC, corresponde a 1,6449 (abcissa da (estação fotogramétrica digital - EFD e equipamento
curva normal para 90% de probabilidade) (Wonnacott analógico fotogramétrico repotencializado - PG2 Kern
and Wonnacott, 1984), este será o multiplicador para o e B8 Wild), e fonte secundária de dados (originais
erro padrão ou erro médio quadrático (Gemael, 1994) e cartográficos convertidos em scanners do tipo mesa,
(Hirvoven, 1979). com original deslizante, modelo Eagle da Intergraph).
Para a altimetria, em resumo, a precisão do As escalas escolhidas para o teste
controle terrestre será de 1/20 da eqüidistância, na compreendem a de 1:25.000 e de 1:50.000. Foram
aerotriangulação de 1/4 da eqüidistância e na escala de gerados dois MDT´S no modo automático, na EFD
publicação 1/2 eqüidistância. Leica; sendo um com curvas de nível espaçadas de 10
Assim, nas escalas de criação dos MDT´s em 10 metros, com distância entre pontos de 20 em 20
objeto deste ensaio, os valores limites típicos para metros e outro com curvas de nível espaçadas de 20 em
eqüidistância, controle planimétrico e altimétrico no 20 metros com distância entre pontos de 20 em 20
terreno, podem ser resumidos na TABELA I. metros. Além desses, foi gerado mais um MDT na
ESCALA EQUIDIST. PLANIM ALTIMETRIA EFD da Leica, construído com intermediação de
(m) (m) (m) operador.
1:50.000 20 3 1 Em equipamentos analógicos (PG2 da Kern
1:100.000 10 1,5 0,5 e B8 da Wild), na escala de 1:25.000, com curvas de 10
em 10 metros, foram gerados dois MDT´s.
4 O PROCESSO DE GERAÇÃO DOS Na escala de 1:50.000 obteve-se o MDT´s
MDT´s A PARTIR DE DIFERENTES FONTES pela conversão dos originais de altimetria e hidrografia
da folha SF-23-BVI-4, impressa pelo IBGE em segunda
edição no ano de 1978, aerolevantamento3 de 1960,

7
Processo de medição de coordenadas de pontos de gabinete, que
permitirão densificar os pontos determinados em campo,
3
conseqüentemente ajustando a geometria dos pares de fotografias Levantamento realizado em aeronave especialmente adaptada com
aéreas (modelos fotogramétricos), faixas de fotografias e blocos de câmara aérea métrica para tomada de fotografias passíveis de
fotografias. permitirem medições precisas (fotogramas).
reambulação4 e apoio suplementar5 de 1975. Aqui O ponto SAT91783 do IBGE foi escolhido
foram gerados dois modelos em dois instantes de como ponto base para a determinação das coordenadas
tempo, um em 1997 e outro no ano 2000. dos pontos itinerantes, pois situa-se na Base Naval do
É importante ressaltar que na comparação IEAPM.
entre os MDT´s gerados a partir da estação da Leica e Este ponto apresentava boas condições de
dos equipamentos analógicos PG2 e Wild B8, ocupação, pois o pilar estava em excelente estado de
procurou-se preservar o máximo possível a conservação, em local bem protegido. O método
configuração geométrica do processo de escolhido para a determinação das coordenadas dos
aerotriangulação e ajustamento da faixa que continha pontos rastreados foi o diferencial pós-processado.
os modelos trabalhados. Os pontos de apoio e No ponto base trabalhou-se com dois
verificação/controle (check-points) foram os mesmos equipamentos para o rastreio. Um equipamento pela
nos dois processos, apesar dos diferentes programas de manhã (8:00 hs às 12:30 hs) e outro à tarde (13:30 hs
ajustamento utilizados. No caso dos equipamentos às 18:00hs), com duas baterias independentes. A
analógicos foi utilizado o programa PAT-M43 e no adoção desta rotina objetivou evitar a perda de dados
caso da EFD da Leica foi utilizado o programa CAP- por saturação de memória do receptor, em caso de
ORIMA da Leica. perda de carga da bateria.
Procurou-se, assim, ao preservar a A precisão para a determinação altimétrica,
configuração geométrica, permitir que as diferenças em campo, foi fixada em 1/20 do valor da
observadas ficassem por conta exclusivamente das eqüidistância da curva de nível de uma carta na escala
especificidades operacionais de cada fonte de dados. de 1:25.000, ou seja 0,5 metro.
A implantação dos pontos no terreno foi Foram ocupadas todas as referências de nível
realizada com equipamento dotado da tecnologia GPS . (RN´s) que apresentavam boas condições de rastreio,
6
O equipamento utilizado foi o receptor geodésico de modo a definir o melhor controle possível para a
ProMARK X CM da Magellan. Este equipamento é um ondulação geoidal na região de trabalho. Algumas
receptor portátil de 10 canais, destinado, dentre outras RN´s da região não foram ocupadas devido a
funções, a coletar dados para levantamentos terrestres presença de obstáculos naturais e artificiais (árvores,
de apoio de campo, nas escalas do mapeamento telhados e outras coberturas ).
sistemático, quando usado em posicionamento Além das RN´s descritas acima, foram
diferencial. determinados cinqüenta pontos de apoio terrestre, que
A duração da campanha foi de 15 dias, irão compor o controle terrestre no processo de
equipe de cinco técnicos, e utilizou-se os seguintes aerotriangulação para os modelos gerados na EFD da
recursos: duas viaturas (Jipe-Toyota e Gol), dois Leica e nos instrumentos analógicos (vide Anexo 1).
computadores com processadores 486 tipo notebook, Destes, dez pontos foram utilizados como pontos de
seis receptores ProMARK da Magellan e seis baterias, verificação (check-points), e esses serão efetivamente
dois receptores, três antenas de baixa perda, um tripé, os pontos utilizados no estabelecimento da qualidade
um bastão, adaptador para antena no ponto base. dos MDT´s analisados.

Foi determinado o valor médio para a


ondulação geoidal local (N), referenciada ao Sistema
4
Processo de coleta de topônimos em campo, que irão compor a Geodésico SAD-69, 4,8825m. Este valor foi
identificação das principais feições cartográficas na folha impressa.
5
Determinação das coordenadas dos pontos de campo que servem considerado nesta dissertação como o valor de N para
para referenciar geograficamente o aerolevantamento realizado. Estes
pontos compõem uma densificação do apoio fundamental. o cálculo das altitudes ortométricas dos pontos
6
Estamos aqui admitindo uma classificação de receptores de
navegação e geodésicos. Os geodésicos admitem no mínimo terrestres.
portadora L1 e código C/A, caso do receptor Pro Mark
utilizado.
Na TABELA II a seguir, a coluna "Altitude Os resultados foram considerados bons, pois
conhecida" traduz os valores das cotas ortométricas variaram de 2,16 cm a 25,48 cm, atendendo às
das RNs ocupadas, a partir de nivelamento de especificações técnicas do controle terrestre para a
primeira ordem (geométrico). A coluna "Valor da escala de 1:25.000, que como anteriormente
altitude calculada" foi originado da reocupação das observado é de 0,50 m.
RNs com equipamento GPS, aplicando-se o valor da
ondulação geoidal média de 4,8825 metros. A coluna
"Diferença" é o resultado da comparação entre o valor TABELA II – ONDULAÇÃO GEOIDAL
CALCULADA SAD-69
da cota ortométrica da RN e o valor da cota a partir da
ocupação com o equipamento GPS.
Continua
Nome Altitude Tempo Data de PDOP Altura Latitude convertida pelo Transda 1
do conhecida de medição da SAD69
ponto rastreio antena
(horas) (metros)

rn2987s 2.5952 1.58833 6/14/00 2.09 0.10 -220 58´37.40352”


rn2987t 3.6821 1.01139 6/14/00 2.40 2.55 -220 58´11.91164”
rn2987r 3.7428 1.00056 6/15/00 1.84 2.40 -220 58´09.26163”
rn2987n 2.6579 1.04639 6/15/00 1.52 1.76 -220 58´12.99360”
rn2987l 4.3699 1.08361 6/15/00 1.44 0.10 -220 58´19.52854”
rn2987p 2.6919 1.03694 6/16/00 1.62 0.27 -220 58´19.75954”
rn2987s 2.4693 1.43611 6/16/00 1.44 0.10 -220 58´37.40452”
rn2987n 2.6579 0.66806 6/16/00 2.08 0.10 -220 58´12.99360”
rn2987p 2.6919 0.34361 6/22/00 1.78 2.00 -220 58´19.75854”
rn2987g 8.3894 1.0425 6/28/00 1.13 2.50 -220 56´45.70034”
rn2987f 5.0204 0.99972 6/28/00 1.56 2.50 -220 55´54.36952”
rn2987v 8.0276 0.99944 6/28/00 1.76 2.50 -220 56´57.35026”
rn2987z 6.1950 1.04639 6/29/00 2.17 2.50 -220 54´42.16385”
TABELA II – ONDULAÇÃO GEOIDAL CALCULADA SAD-69
Continuação
Nome do Longitude convertida Altura elipsoidal Ondulação Valor da Diferença
ponto pelo Transda 1 SAD69 convertida pelo geoidal altitude (cm)
Transda 1 SAD69 calculada calculada (m)
(m) SAD69 (m)
0
rn2987s -42 01´15. 91842” 7.401 4.9317 2.5185 7.40
rn2987t -420 01´12.56852” 8.53 4.9739 3.6475 3.46
0
rn2987r -42 01´03.01612” 8.593 4.976 3.7105 9.35
rn2987n -420 00´58.93974” 7.352 4.6967 2.4695 -22.29
0
rn2987l -42 00´47.50673” 9.274 4.9041 4.3915 2.16
rn2987p -420 00´48.42072” 7.465 4.7757 2.5825 -10.94
0
rn2987s -42 01´15.91742” 7.397 4.9277 2.5185 7.40
rn2987n -420 00´58.94764” 7.283 4.6277 2.4005 -22.29
0
rn2987p -42 00´48.41672” 7.544 4.8547 2.5825 -10.94
rn2987g -420 02´55.65086” 13.254 4.9892 8.3715 1.79
0
rn2987f -42 02´25.81528” 9.974 4.9536 5.0915 5.33
rn2987v -420 02´48.42889” 12.845 4.9441 7.9625 6.51
0
rn2987z -42 02´11.57462” 10.985 4.9174 6.1025 9.25
Ondulação geoidal média (m) 4.8825

Foi desenvolvido um aplicativo em VB que a criação de MDT´s nas escalas de 1:25.000 e 1:50.000
retorna que retorna o valor da altitude de cada ponto a partir desta fonte. No caso específico desta fonte de
de cheque de campo, pós aplicada a correção da dados, trabalhou-se com duas vetorizações em dois
ondulação geoidal, projetado para cada um dos momentos distintos (1997 e 2000). Os resultados
MDT´s testados a partir das diferentes fontes de dados mostram-se bastante semelhantes em ambos os casos,
apresentadas anteriormente. Os resultados finais da conforme demonstrado nos resultados das referidas
comparação dos modelos seguem na TABELA III a tabelas. O EMQ para as duas soluções é da ordem de
seguir: 19m para a altimetria conforme pode ser observado
ESCALA FONTE TEMPO DE PRECISÃO Este fato pode ser atribuído à composição
CONSTRUÇÃO (EMQ +-)
dos erros de digitalização com os erros incorporados
DO MDT (horas) metros
desde a geração do original topográfico analógico, até
1:25.000 WILD 40 3,9772
1:25.000 KERN PG2 40 10,6804 àqueles advindos do processo de preparo para
1:25.000 LEICA (EFD) 1,5 3,4597 impressão. Soma-se a isto o fato de que muitas das
automatico folhas trabalhadas na década de sessenta foram
1:25.000 LEICA (EFD) 40 5,0891
executadas por triangulação radial e estereocompilação
operador
1:50.000 LEICA (EFD) 1,5 8,3897
em equipamentos de 3ª ordem (estereotopo). Este fato
automático sinaliza que para as folhas topográficas elaboradas sob
1:50.000 CONVERSÃO 20 19,1230 as mesmas circunstâncias operacionais, os MDT´s
(ano1997)
sejam construídos na escala de 1:100.000 ou menor.
1:50.000 CONVERSÃO 20 19,0621
Os equipamentos analógicos Wild B8 e
(ano 2000)
Kern PG2, TABELA III, obtiveram resultados distintos
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS com vantagem para o equipamento Wild B8. O erro
padrão obtido pelo Wild B8 encontra-se compatível
As informações contidas na TABELA III com a escala de 1:25.000 e menores. O mesmo não
no que diz respeito a construção de MDT´s a partir da ocorreu com o equipamento PG2, que apresentou
digitalização de originais cartográficos, não recomenda resultado não compatível para a escala 1:25.000. O
Wild B8 ficou com EMQ = ± 3,9772m enquanto o vantagem em termos do erro médio quadrático em
PG2 apresentou EMQ = ± 10,6804m. Esperava-se que relação a construção do mesmo modelo na EFD em
o equipamento PG2 apresentasse resultados melhores, operação assistida, Tabela III. O tempo de produção,
pelo fato de ser um equipamento mais preciso, e a neste caso ficou em 40 horas de trabalho, reforça o
estereocompilação ter sido feita pelo mesmo operador. investimento na geração de MDT´s nas EFD´s, por
Os resultados certamente estão refletindo o fato de que procedimento automático, o que certamente implicará
a manutenção dos mesmos não esteja sendo realizada num aumento de produtividade na geração das curvas
da forma adequada. Por serem equipamentos de nível, em comparação ao modus operandi
mecanicamente mais sensíveis que o B8, de tradicional.
constituição mais robusta, a falta de manutenção no Os resultados obtidos na Tabela III Leica
PG2 pode estar se refletindo nos resultados automática na escala de 1:50.000, acompanham a
encontrados. mesma linha da análise realizada para a escala de
A utilização dos equipamentos analógicos 1:25.000, só que agora os resultados obtidos estão
como fonte de dados para MDT´s têm a desvantagem compatíveis para as escalas de 1:50.000 e menores.
de exigirem a formação de mão–de-obra especializada 5 BIBLIOGRAFIA
para operá-los. Avalia-se que a formação de um Ackermann, F. – Techniques and strategies for DEM
generation. Digital photogrammetry : in
profissional perfeitamente habilitado a trabalhar com addendum to the manual of photogrammetry,
estes equipamentos leve de 1 a dois anos de dedicação Amer. Soc. for Photogramm. & Remote
Sensing,pp. 135-141, New York.1996.
diária. Outro aspecto importante a se ressaltar é o Campos, I.O. – Análise de técnicas para o
tempo despendido na produção da estereocompilação estabelecimento de modelos digitais de terreno.
Tese de mestrado. Universidade de São Paulo,
fotogramétrica, em torno de 40 horas de trabalho para o São Carlos. 1994.
total de fotogramas que cobrem a área da pesquisa. Cintra, J. P. - Modelos digitais de terreno. I Simpósio
de Geoprocessamento, São Paulo. 1990.
Num esquema de produção premido pelo tempo e Kennie,T.J.M.; Petrie G. – Terrain Modelling in
grandes volumes, a diferença torna-se considerável Surveying and Civil Engineering. McGraw-
Hill,Glasgow and London. 1990.
quando comparadas à produção nas EFD´s. Kölbl, O. et al – Scanning and state-of-the-art scanners.
Os excelentes resultados alcançados nas Digital photogrammetry : in addendum to the
manual of photogrammetry, Amer. Soc. for
medições realizadas nos modelos oriundos das EFD´s Photogramm. & Remote Sensing,pp. 135-141,
Leica, operados no modo automático (Tabela III ), New York.1996.
Mello, M.P. – O referencial altimétrico nas áreas
foram uma grata surpresa em função da quase nenhuma urbanizadas. IBGE, Caderno de Geociências nº
experiência, na época da pesquisa (1999), dos técnicos 8. Rio de Janeiro, 1992.
Monico J.F.G. – Posicionamento pelo NAVSTAR-GPS
do IBGE com esta tecnologia. Apesar da qualidade Descrição, fundamentos e aplicações. Editora
deficiente dos fotogramas, produzidos em filme Unesp São Paulo. 2000.
Peterson M.P. – Interactive and animated cartography
inapropriado, e das medições da aerotriangulação Prentice Hall Series in Geographic Information
terem sido conduzidas por operador inexperiente, os Science Keith C. Clarke Series Editor, New
Jersey 1995.
resultados foram bastante alvissareiros, sinalizando Santos, C. J. B.. – Avaliação da Qualidade de Modelos
positivamente a produção de MDT´s nas escalas de Digitais do Terreno construídos a partir de
diferentes fontes de aquisição de dados.
1:25.000 e menores. O tempo de execução dos MDT´s Dissertação de Mestrado, IBGE-ENCE, Rio de
que cobrem a área da pesquisa ficou em torno de 1 Janeiro.2001
Schenk, A. F. – Automatic generation of DEM´s.
hora e meia, considerando-se a edição do modelo Digital photogrammetry : in addendum to the
criado. Nesta edição, realizada pelo operador, define-se manual of photogrammetry, Amer. Soc. for
Photogramm. & Remote Sensing,pp. 135-141,
principalmente a linha de cumeada, os talvegues, linha New York.1996.
do litoral, e outros elementos morfológicos relevantes.
Os resultados ainda apresentam uma pequena

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