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Terminologia Grega (etimológico-semântica) da Caverna. Edno G. Siqueira.

dialektiké: dialética. Latim: dialectico. Adjetivo substantivado, derivado do verbo dialégomai composto de légo, falar, e diá, preposição
que indica movimento. A dialética é diálogo, um recuso lógico e linguístico onde opõem-se posições contrárias, investiga-se o conteúdo
de coerência (lógico e semântico) das posições visando à resolução de um problema. Platão, que adota esse termo em filosofia, lhe dá o
sentido de ascensão tanto da categoria de conhecimentos (doxa-episteme), quanto espiritual (ilusão-realidade). Exercício progressivo do
conhecimento, que parte do mais sensível para elevar-se até o mais inteligível. Uma discussão lógica e metódica para chegar à verdade a
partir de afirmações problemáticas.
diánoia: pensamento. Latim: intellectus, cogitatio. Esse termo indica habitualmente um modo de pensamento menos elevado que a
nóesis. É o conhecimento discursivo, por raciocínio. Assim, em Platão, ela é o grau inferior da ciência, que recorre a conceitos em vez de
contemplar diretamente as Essências. Em Aristóteles, ela é pensamento raciocinante (Met., r, 7, 1012a).
dikaiosyne: justiça. Latim: justitia. Esse termo tem duplo significado: instituição ou justiça política; virtude, ou justiça moral. Tem como
sinônimo díke: justo, o que é justo. A justiça é essencialmente medida (mesótes).
dógma: doutrina, ensinamento, dogma. Derivado como dóxa do verbo dokéo: crer, pensar. Decreto, decisão, aceitável, aprovável,
estimado, valoroso (CHANTRAINE, 1968, pp. 290-291).
dóxa: opinião. Latim: opinio. A opinião é um conhecimento relativo, tanto em termos de objeto, que está submetido ao devir e à ilusão,
quanto em termos de sujeito, que não tem certeza integral sobre ela. Opõe-se à ciência (epistéme). Em Platão, a palavra dóxa tem dois
sentidos diferentes; o primeiro é original (é o primeiro grau da virtude, o grau do homem comum, do não-filósofo, que ainda não
conquistou a virtude contemplativa do sábio; ela é então uma adivinhação espontânea do bem que deve ser feito no mundo sensível. Em
sua natureza, é um delírio (mania), ou seja, uma emoção. Em sua origem, é um favor divino (theia moira), o segundo é clássico
(conhecimento incerto, distinto entre opinião justa (orthe dóxa) ou opinião verdadeira (alethes dóxa) e opinião falsa (pseudes dóxa).
/dokseo/ admitir que, pretender, aprovar, aceitar, contentar-se (CHANTRAINE, 1968, p. 290).
eikasía: conjectura. Em Platão, conhecimento indireto dos objetos sensíveis, primeira etapa da dialética (Rep.,VI, 511e; VII, 537a).
Assemelhar, parecer, confundir, supor, julgar semelhante, imaginar, inventar, conjecturar falsamente, representar (CHANTRAINE, 1968,
pp. 354-355).
epistéme: ciência. Latim: scientia. A ciência, conhecimento do universal que ser: ou uma Realidade transcendente à inteligência, ou um
conceito na inteligência. Em Platão, a ciência tem como objeto o Mundo inteligível, as Essências (eidos): são as Realidades verdadeiras
(Fedro,247d); o que existe em si (Fédon, 75d), o Ser (Tceteto, 186d, Filebo, 58a), ou também os Seres (Tceteto, 187b; FileiJo, 62a). Em
Aristóteles, "a ciência é o conceito do universal e do necessário" (Ét. Nic., VI, VI, 1); "Ela tem por objeto aquilo que existe
necessariamente e é por isso eterno" (ibid., VI, m, 2). No entanto, esse absoluto não é atingido imediatanlente, por intuição, nem por
indução ou silogismo. Assim, "a ciência é uma disposição que permite a demonstração" (ibid., VI, IP, 4). Cabe aqui aprofundar as
doutrinas desses dois grandes teóricos. Platão opõe ciência à opinião (dóxa). Uma tem como objeto o Mundo inteligível; a outra, o
mundo sensível. Ou ainda: a ciência atinge o Ser absoluto, enquanto a opinião atinge o ser relativo (Rep., 479c-480a). Ou ainda: a ciência
dá-nos a conhecer os Princípios (arkhaí). Passa-se de uma à outra por meio de uma ascensão mental que é a dialética. Aristóteles
distingue da filosofia primeira, ou teologia, a ciência matemática e a ciência física (Met., E, 1; K, 4); e, como a Natureza comporta
princípios, a física será definida como "ciência da Natureza" (Fís., 1,1). /epistamai/ em Homero: saber com sentido prático
gnôsis: conhecimento. Platão opõe o conhecimento à ignorância (agnosía) e à opinião (dóxa) (Rep.,V, 479d-480q).
hypóthesis: hipótese. Em Platão, o método dialético rejeita sucessivamente todas as hipóteses para remontar a um princípio (Rep., VII,
533c). Em Aristóteles, premissas do silogismo demonstrativo (Anal. Post., 1,1).
kátharsis: purificação. De katharós: puro. Método progressivo de desapego dos sentidos para viver segundo o pensamento.
lógos razão. Latim: ratio. Razão, faculdade intelectual do homem, considerada como seu caráter específico; e todas as formas de sua
atividade. O primeiro sentido de lógos (do verbo légein, falar) é fala, linguagem. Ora, a linguagem é a expressão do pensamento. O
capítulo IV do tratado aristotélico Da interpretação trata do discurso: lógos. De fato, a palavra logos tem um sentido muito matizado, que
pode ser dividido em três: faculdade mental superior, sinônimo de inteligência conceitual e raciocinante ( noüs), raciocínio, conceito. Em
Aristóteles (Ét. Nie., VI, 1,5), é o lógos que
conhece o universal (kathólou), objeto da ciência (Fís., I, 5). Em Heráclito, o lógos é essencialmente a razão universal, espécie de alma do
mundo; há um Lógos que governa o universo (fr. 72), eterno e incompreensível (fr. 1): a sabedoria consiste em conformar-se a ele (fr. 50),
graças à razão que temos (fr. 115), e que temos em comum (fr. 2).
Conceito, noção. Sentido freqüente em Aristóteles.
mythos: mito. Doutrina religiosa figurada, transmitida por uma tradição anônima. Sócrates, na prisão, afirma que é preciso "recorrer aos
mitos, e não aos raciocínios" (Fédon, 61b). Deve ser distinguido da alegoria, cujo autor é individual e conhecido ("a caverna", em Platão.
v. spélaion).
nóesis: pensamento, noese. Latim: intellectus. Esse termo designa, mais precisamente, a razão intuitiva, aquela que contempla
diretamente o inteligível. A nóesis adquire sentido preciso na República de Platão. Constitui o segundo estágio da ciência, ou seja, o ápice
do conhecimento, ao qual o sábio chega corno termo da dialética (dialektiké) (Rep., 509d-5Ilc; 534a).
phrónesis: inteligência. Palavra de diversos sentidos: sabedoria, pensamento, inteligência divina, pensamento puro, discernimento moral
("prudência").
pístis: crença. Em Platão, conhecimento dos objetos sensíveis, um dos estágios da dialética (Rep., VI, 511e, VII, 534a). Em outro lugar,
convicção espontânea (Aristóteles, Tóp., IV, 4, 5).
syllogismós: silogismo. Lógica. É o protótipo do raciocínio dedutivo, cujas regras Aristóteles define em Primeiros analíticos (I) e em
Tópicos (I, 1).
theoría: contemplação. Latim: contemplatia. Ato da mais elevada das faculdades do espírito para conhecer o inteligível. Ganha grande
importância com Aristóteles, que faz da theoría a contemplação dos Princípios primeiros, pela parte epistemônica da alma; ciência dos
primeiros princípios e das primeiras causas é teorética (A, 2, 982b; A, 1, 1069a).

CHANTRAINE, Pierre. Dictionnaire étymologique de la langue grecque. Paris: Klincksieck, 1968.


GOBRY, Ivan. Vocabulário grego da filosofia. Trad. Ivone C. Benedetti. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2007.

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