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As majorações de alíquotas do IOF sobre empréstimos internacionais

Cláudio de Oliveira Santos Colnago

O tributo conhecido como IOF pode ser exigido pela União Federal em razão da autorização a
ela dada pelo Legislador Constituinte em seu artigo 153, V, que permite a instituição de imposto
sobre “operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários”.

Trata-se de um dos impostos marcados pela chamada extra-fiscalidade, ou seja, tributo cuja
função principal consiste na regulação do mercado (no caso, o financeiro), através do incentivo ou
o desencorajamento de determinadas práticas pelos contribuintes. Desta função extra-fiscal é que
decorre a faculdade de o Poder Executivo alterar as suas alíquotas independentemente de lei do
Congresso Nacional neste sentido (art. 153, § 1º da Constituição).

Ao longo das últimas semanas, temos verificado uma série de modificações na legislação do IOF,
majorando-se suas alíquotas em determinadas situações, sob a justificativa de contenção da
valorização do Dólar Americano frente ao Real (o que prejudica gravemente os exportadores, que vêem
seus produtos encarecerem frente à concorrência internacional). Estas mudanças foram implementadas
com os Decretos 7.456, de 28/03/2011 e 7.457, de 06/04/2011.

Além das majorações da alíquota do IOF nas operações envolvendo o uso de cartões de crédito no
exterior (que subiu de 2,38% para 6,38%), destacam-se os seguidos movimentos do governo no sentido
de também elevar a alíquota nas operações de crédito internacional, nas quais habitualmente uma
empresa brasileira obtém financiamento externo com juros menores do que os cobrados em território
nacional.

Inicialmente o Decreto 7.456 inseriu uma alínea XXII ao artigo 15-A do Decreto 6.306, estabelecendo a
alíquota de 6% sobre "...as liquidações de operações de câmbio contratadas a partir de 29 de março
de 2011, para ingresso de recursos no País, inclusive por meio de operações simultâneas, referente
a empréstimo externo, sujeito a registro no Banco Central do Brasil, contratado de forma direta ou
mediante emissão de títulos no mercado internacional com prazo médio mínimo de até trezentos e
sessenta dias”.

Ainda segundo o citado Decreto, a alíquota do IOF seria zero "...nas liquidações de operações de
câmbio de ingresso e saída de recursos no e do País, referentes a recursos captados a título de
empréstimos e financiamentos externos" com prazo médio mínimo superior a 360 dias (inciso IX do
mesmo artigo 15-A citado acima).

Porém, em menos de duas semanas, a referida legislação foi novamente modificada com o Decreto
7.457, que alterou a redação do inciso XXII do artigo 15-A do Decreto 6.306 (inciso este que havia sido
inserido pelo Decreto 7.456), para fixar que a alíquota do IOF passaria a ser de 6% “...nas liquidações
de operações de câmbio contratadas a partir de 7 de abril de 2011, para ingresso de recursos no
País, inclusive por meio de operações simultâneas, referente a empréstimo externo, sujeito a registro
no Banco Central do Brasil, contratado de forma direta ou mediante emissão de títulos no mercado
internacional com prazo médio mínimo de até setecentos e vinte dias."

Assim, nas operações de câmbio firmadas a partir de 7 de abril de 2.011 e que se relacionem com
o ingresso de capitais externos através de empréstimos internacionais com prazo médio mínimo de
até 720 dias (2 anos), haverá o acréscimo de 6% do valor da operação a título de IOF. Para as futuras
operações com prazos superiores a 720 dias, permanece a alíquota zero de IOF, prevista no inciso IX do
artigo 15-A do Decreto 6.306.

O que se verifica, porém, é que tais majorações de alíquota do IOF são insuficientes para conter o
influxo da moeda americana, de forma que é lícito concluir que a real intenção do Governo Federal e
aumentar a sua arrecadação sem o alarde de um aumento efetivo da carga tributária. Daí o apelido que
vem sendo dado pela imprensa a estes aumentos: a “nova CPMF”.

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