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1.

INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

Antes de falarmos do último dos vícios sociais


reconhecido pelo ordenamento jurídico, ou seja, antes de falarmos sobre a
simulação, necessário se faz falar de forma mais aprofundada, da diferença
entre a anulação, nulidade e inexistência que circundam os negócios jurídicos.
Há que se ressaltar que a simulação ao contrário do erro,
do dolo, da coação, do estado de perigo, da lesão e da fraude contra credores,
não é causa de anulação do negócio jurídico, e sim de nulidade, motivo pelo
qual, serão tecidas algumas considerações preliminares antes de adentrarmos
propriamente no conceito, características e efeitos da simulação.

1.1 Negócios Jurídicos inexistentes

Negócios Jurídicos Inexistentes são aqueles negócios


jurídicos que não apresentam todos os requisitos estruturais, como, por
exemplo, o consentimento (segundo o Professor Orlando Gomes, somente dois
elementos podem levar a inexistência do negócio jurídico: a vontade, e a falta
do objeto).
Portanto, ato inexistente é aquele a que falta um elemento
essencial à sua formação, na chegando a constituir-se. É puro fato sem
existência legal.
Se não houve declaração de vontade, o negócio jurídico
não existe, entretanto, se ela existiu, mesmo de forma viciada, como acontece
com o erro, o dolo, a coação, o estado de perigo e a lesão, o negócio jurídico
existiu, mas é anulável.
O mesmo ocorre com o ato nulo, apesar não produz os
efeitos que lhe são próprios, ele é capaz, em algumas situações de produzir
efeitos, o que não ocorre com o ato inexistente, pois aquilo que não existiu não
pode ter declarado sua nulidade ou anulabilidade.
Há que se ressaltar, no entanto, que a teoria da
inexistência não foi consagrada explicitamente pelo ordenamento jurídico,
sendo somente uma construção doutrinária, até porque muito se confunde com
a nulidade, e muitas vezes também precisa ser declarada por sentença, em
virtude da aparência de existência que cerca o negócio, que tende a fazer
pensar que o negócio jurídico é nulo e não inexistente (principalmente nas
situações que envolvem o objeto). Assim, pouca utilidade é retirada desta
diferenciação.
Exemplo negócio jurídico inexistente: casamento de
pessoas do mesmo sexo, o ato não existe.

1.2 Conceito de nulidade


Nulidade é uma sanção imposta pela lei aos atos e
negócios jurídicos realizados sem a observância dos requisitos essenciais,
impedindo-os de produzir os efeitos que lhe são próprios.
O negócio jurídico é nulo quando ofende preceitos de
ordem pública, ou seja, de interesse público, é repelido pela sociedade através
da nulidade.
Quando a nulidade é declarada, retroage ao tempo, à
data da realização do negócio jurídico.

1.2.1 Causas de nulidade

O Código Civil traz algumas situações que, se presentes


no negócio jurídico o tornam nulo, as quais estão descritas pelos seus artigos
166 e 167.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu
objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes,
for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei
considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe
a prática, sem cominar sanção.

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas


subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na
forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos
quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a
pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou
transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou
cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados,
ou pós-datados.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé
em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
Dos incisos I, II e IV, V, do artigo 166, do Código Civil,
percebe-se que, a falta de qualquer um dos requisitos de validade do negócio
jurídico torna o ato nulo.
Com relação aos incisos III, VI e VII, tem-se que dizer que
se o motivo que tiver determinado a realização do negócio jurídico for ilícito, ele
será nulo; se o negócio jurídico tiver sido realizado com o intuito de fraudar a
lei, ou seja, tiver sido realizado com o intuito de se esquivar da aplicação da lei,
também será nulo (dizer que a venda de um determinado produto é inferior ao
valor real, para pagar menos imposto); ou, ainda, será nulo, naqueles casos em
que a lei assim o declara (neste aspecto entende-se como indicação de
nulidade, as expressões “não pode”, “não se admite”, “ficará sem efeito”,
quando utilizadas pelo legislador). Exemplo: artigo 489, 426 , 483, todos do
CC.

1.2.2 Pessoas que podem argüir a nulidade de um


negócio jurídico
Tendo em vista que as causas que determinam a nulidade
do negócio jurídico, são causas de ordem pública, ou seja, de interesse
público, então, qualquer interessado ou o Ministério Público (nas causas que lê
puder intervir – artigo 82 do CPC) pode promover ação para pleitear a
declaração de nulidade do negócio jurídico, é o que dispõe o caput do artigo
168 do CC:

Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes


podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério
Público, quando lhe couber intervir.

Art. 82 (CPC). Compete ao Ministério Público intervir:


I - nas causas em que há interesses de incapazes;
II - nas causas concernentes ao estado da pessoa,
pátrio poder, tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de
ausência e disposições de última vontade;
III - nas ações que envolvam litígios coletivos pela
posse da terra rural e nas demais causas em que há interesse
público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte.
(Redação dada ao inciso pela Lei nº 9.415, de 23.12.1996)

Da mesma forma, por ser de interesse público, pode o juiz


reconhecer a nulidade de um negócio jurídico, mesmo que nenhuma das partes
a tenham alegado, o que não pode acontecer com a causas de anulabilidade,
que precisam ser alegadas pelas partes para que o juiz possa reconhecê-las
dentro de um processo.
O entendimento ora descrito, possui fundamento no
parágrafo único, do artigo 168 do CC, senão vejamos:

Parágrafo único. As nulidades devem ser


pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou
dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido
supri-las, ainda que a requerimento das partes.

1.2.3 impossibilidade de confirmação do negócio


jurídico nulo

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de


confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.

Confirmar um negócio jurídico é retirar dele o vício que o


afeta. Com a confirmação do negócio jurídico se torna válido, pois ele fica
curado do vício que apresentava.
De acordo com as disposições do artigo 169 do CC, os
negócios jurídicos que contenham nulidade, não podem ser confirmados,
posteriormente validados pelos contratantes.
Assim, como se verá mais adiante, somente os negócios
jurídicos anuláveis poderão ser confirmados pelas partes.

1.2.5 Não convalescimento pelo decurso do tempo

De acordo ainda com o mesmo artigo, o decurso do


tempo não faz com que o negócio jurídico se torne válido.
Ora, o tempo não tem o poder de tornar válido algo que
nasceu inválido (apesar de alguns autores manifestarem o entendimento de
que mesmo o ato nulo é capaz de produzir efeitos).
Assim, tem-se que é imprescritível a ação que visa
declarar o negócio jurídico nulo, podendo ser exercida em qualquer época e em
qualquer tempo, não havendo qualquer divergência doutrinária ou
jurisprudencial sobre o assunto (exceto com relação à pretensão de
condenação da parte na condenação do outro contratante em perdas e danos,
questão esta que entendo que não deve ser analisada neste momento, uma
vez que somente confundiria a matéria, até porque em momento oportuno
durante o curso será devidamente tratada).
Necessário mencionar, ainda, que a declaração de
nulidade do negócio jurídico, bem como, também a de anulação, terá a força de
restituir o contratante ao seu estado anterior (ou seja, anterior a realização do
negócio), entretanto, se isto não for possível, a parte poderá pedir indenização
pecuniária, chamada de perdas e danos, em virtude desta impossibilidade de
devolução dos contratantes ao estado anterior).

Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as


partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo
possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.

Apesar do artigo utilizar somente a expressão “anulado”, é


pacífico na jurisprudência que o termo engloba, também, as causas de
nulidade do negócio jurídico.

1.3 Conceito de anulabilidade

Somente para entendermos melhor a matéria é


importante adiantar, de forma superficial, qual o conceito e quais são os efeitos
jurídicos da anulação de um negócio jurídico.
Anulabilidade, então, é uma sanção imposta pela lei aos
atos e negócios jurídicos utilizados por pessoa relativamente incapaz ou
eivados por algum dos vícios de consentimento, ou pelo vício social da fraude
contra credores.
A anulabilidade protege o consentimento e se refere à
capacidade do agente.
A anulabilidade defende o interesse dos particulares, que
se sentirem lesados com a realização do negócio jurídico, precisam ir buscar
do Judiciário uma decisão que faça com que aquele negócio jurídico deixe de
produzir efeitos, uma vez que ele será considerado como válido, até que não
tenha sentença que declare sua invalidade (entretanto, têm-se entendido que a
sentença que declarar a anulação do negócio jurídico terá efeitos ex tunc uma
vez que o artigo 182 do CC, determina que as partes voltem ao seu estado
anterior).
Assim, ao contrário da nulidade, que se refere às
matérias de ordem pública, ou seja, as de interesse geral, a anulabilidade se
relacionará somente às matérias de interesse individual e particular.

1.3.1 Causas de anulabilidade

As causas de anulabilidade do negócio jurídico estão


descritas pelo artigo 171, do CC.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados


na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado
de perigo, lesão ou fraude contra credores.

O caso do inciso I, trata da incapacidade relativa do


agente nos casos em que os relativamente incapazes gerirem, praticarem
sozinhos os atos da vida civil, que estão impedidos de praticar sem a
assistência de um representante legal.
As relativamente incapazes estão descritos no artigo 4º.
do CC, são eles:

Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou


à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito
anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os
que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental
completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será
regulada por legislação especial.

O inciso II, trata dos vícios de consentimento e o vício


social da fraude contra credores, que foi visto no decorrer deste segundo
bimestre (lembrem que a simulação é causa de nulidade).

1.3.2 Quem pode pedir a anulação do negócio jurídico,


e impossibilidade do juiz de reconhecê-la sem que tenha sido argüida
levantada

Ao contrário do que acontece com os negócios jurídicos


nulos, somente o próprio declarante (parte contratante do negócio jurídico) ou
seu representante legal é que podem pleitear a anulação do negócio jurídico.
O juiz, também ao contrário do que ocorre com os casos
de nulidade, não pode reconhecer a anulação nos casos em que ela não tenha
sido requerida por uma das partes antes discriminadas.

Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de


julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os
interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a
alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.

1.3.3 Prazo para ajuizamento ação anulatória


A ação anulatória de negócio jurídico por um dos vícios de
consentimento, ou pela fraude contra credores, deve ser proposta no prazo de
04 (quatro) anos, lembrando que este prazo é decadencial, de acordo com o
que dispõe o artigo 178 do CC.

Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para


pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de
perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a
incapacidade.

Entretanto, como não são os vícios de consentimento as


únicas causas de anulação de negócios jurídicos no ordenamento jurídico
brasileiro, poderá o pedido de anulação ser pleiteado até dois anos a contar da
data da conclusão do ato, quando não houver o Código fixado outro prazo.

Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é


anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será
este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.

Exemplo da aplicação do artigo 179 do CC é o artigo 496


do CC.

1.3.4 Medidas Sanatórios dos Negócios Jurídicos de


Defeituosos ou inválidos

Tendo em vista a orientação de que devemos conservar


ao máximo os negócios jurídicos praticados, é que o CC reconheceu existirem
medidas que podem sanar os defeitos, invalidades, que apresentarem os
negócios jurídicos.
Tais medidas sanatórias são classificadas como medidas
involuntárias e voluntárias.
Serão involuntárias: quando a própria lei a dispor,
independentemente da vontade das partes, é o caso do prescrição, uma vez
que decorridos os prazos prescricionais ou decadenciais, nada mais poderá
fazer o requerer a vítima, o prejudicado, do negócio jurídico defeituoso.
Serão voluntárias: quando derivarem da vontade das
partes, normalmente se exteriorizam através da confirmação, da redução e da
conversão substancial.
Com a confirmação ou ratificação a pessoa emite uma
declaração de vontade no sentido de validar o negócio jurídico viciado pelo
erro, dolo, coação, estado de perigo ou fraude contra credores.

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado


pelas partes, salvo direito de terceiro.

Esta declaração de confirmação pode ser expressa ou


tácita. Será expressa quando ficar constando no ato de confirmação do negócio
jurídico, que o negócio este anteriormente celebrado será mantido entre partes,
havendo declaração de vontade expressa de mantê-lo.

Art. 173. O ato de confirmação deve conter a


substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo.

Com relação a confirmação expressa, não se pode deixar


de mencionar a hipótese do artigo 176 do CC, que exige a declaração expressa
da autorização de terceira pessoa, quando o negócio jurídico depender do
consentimento desta para se realizar.
É o caso, por exemplo, da compra e venda de um imóvel
por pessoa casada, em que o seu cônjuge não assinou a escritura pública de
compra e venda, se este cônjuge der a autorização expressa para a compra e
venda, o ato será válido.

Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da


falta de autorização de terceiro, será validado se este a der
posteriormente.

A conservação será tácita quando a vítima ou prejudicado


pelo vício de consentimento, age de forma totalmente contrária do que se
esperava, cumprindo com o negócio jurídico na forma que foi anteriormente
pactuada.
Exemplo: o devedor de um negócio jurídico que poderia
tê-lo alegado, mas vai lá e paga o que se comprometeu por intermédio do
negócio jurídico viciado.

Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando


o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício
que o inquinava.

Necessário frisar, no entanto, que o ato de confirmação


não pode atingir terceiros de boa-fé.
Um exemplo trazido pela doutrina a respeito deste artigo é
aquele citado pelo Prof. Washington de Barros Monteiro, qual seja: se um
relativamente incapaz aliena bem de sua propriedade sem a observância das
formalidades legais; mais tarde, depois de ter adquirido plena capacidade civil,
vende o mesmo imóvel a terceiro. Ë evidente que, nesse caso, não poderá
ratificar a primeira alienação, porque tal ratificação afeta os direitos do segundo
adquirente. Conseguintemente, a confirmação não é eficaz contra esse
segundo comprador.

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado


pelas partes, salvo direito de terceiro.

Ainda, a questão da boa-fé está presente em outras duas


regras específicas descritas pelo artigo 180 e 181 do CC.
A regra do artigo 180 do CC visa preservar o interesse
daquele que não deu causa à anulação do negócio jurídico, como por exemplo,
daquele que realizou negócio jurídico com menor e incapaz, que se calou ou
mentiu quanto à sua menoridade quando realizou o negócio jurídico com o
outro contratante.
A este respeito diz a regra do artigo 180 do CC que o
menor quando agiu nas circunstâncias mencionadas pelo artigo, não tem
autorização para pleitear a anulação do negócio jurídico, pois ninguém pode se
beneficiar de sua própria torpeza.

Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos,


não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se
dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no
ato de obrigar-se, declarou-se maior.

Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma


obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu
em proveito dele a importância paga.

1.3.5 Efeitos da sentença na Ação Anulatória

Grande é a discussão a respeito deste tema na doutrina,


uma vez que em função da norma do artigo 182 CC, tem-se entendido que
apesar do negócio jurídico produzir seus efeitos até a sentença que anular o
negócio jurídico, a decisão retroagirá ao momento da realização do negócio
jurídico, tendo em vista a determinação expressa do artigo mencionado, que
dispõe que as partes depois da anulação ou nulidade do negócio jurídico
deverão ser restituídas ao estado que se encontravam antes de realizar o
negócio jurídico.

Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as


partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo
possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.

Por isto, o entendimento é de que a sentença anulatória


do negócio jurídico possui efeitos ex tunc.

1.4 Conversão do Negócio Jurídico

O Código Civil prevê a possibilidade da conversão do


negócio jurídico nulo ou anulável em outro negócio jurídico válido, a fim de
aproveitar o negócio realizado.
A conversão consiste, portanto, no expediente técnico de
aproveitar-se como outro ato jurídico válido aquele inválido, nulo ou anulável,
para o fim a que foi realizado.
Trata-se, portanto, de uma medida sanatória, por meio do
qual aproveitam-se os elementos materiais de um negócio jurídico nulo ou
anulável, convertendo-o juridicamente, e de acordo com a vontade das partes,
em outro negócio válido e de fins lícitos.
É claro que para que isto seja possível não poderá o
negócio jurídico primeiro ser ilegal ou imoral.
Exemplo de possíveis conversões:
a) A nota promissória nula por inobservância dos
requisitos legais de validade, é aproveitada como confissão de dívida;
b) o contrato de compra e venda de imóvel valioso,
firmado em instrumento particular, nulo de pleno direito por vício de forma,
converte-se em promessa irretratável de compra e venda, para o qual não se
exige escritura pública.

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver


os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as
partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a
nulidade.

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