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Para Weber: [in Pag. 487, As etapas do pensamento sociológico] “não pode
haver um fim da história, tal seria aceitar o limite da criatividade humana,
que não está á vista.”
A palestra (que deu origem a esta publicação) começa por destacar este
atributo específico. Não se trata apenas de um ponto de partida conceptual
de onde se deve começar para reflectir sobre noções de política moderna. A
época que inspirou esta obra de Weber, e daqueles que a beberam em
primeira mão, foi inteiramente marcada pela violência, tanto pela corrente
progressista que se revelava em projectos revolucionários por toda a
Europa, como pelos seus opositores. Trata-se de um marco histórico - entre
outros - que permitem-nos reflectir sobre o impacto brutal da articulação da
Rui Estrela – Ciência Política- nº 9802973- Turma
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actividade política e da violência enquanto prática social catalisada pela
disputa pelo poder.
O poder carismático.
4. Impessoalidade no
relacionamento. desempenho
5. Hierarquização da autoridade. dos participantes.
6. Rotinas e procedimentos.
7. Competência técnica e mérito.
8. Especialização da
administração.
9. Profissionalização.
10. Previsibilidade do
funcionamento.
Fonte. Chiavenato.
2-Burguesia urbana
3-Parlamento
3-Ministro
4-Câmara baixa
4-Câmara alta (escrutínio)
(nomeações vitalícias)
Pela análise deste quadro podemos entender como ao longo da história vão
sendo formadas alianças políticas de forma a impor preferências de
organização de sistemas de poder. Para o estudo deste académico
germânico importa realçar a importância de dois aspectos que se alternam
nos critérios de recrutamento: a confiança política e a confiança técnica.
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A evolução da legitimação tradicional, para a legitimação racional e desta
para o seu formato plebiscitário, resulta de um processo sempre racional,
sempre burocrático; ou seja, altera-se o fundamento que legitima a
organização racional do poder mas nunca deixa de haver um método
burocrático. Neste caso (monarquia) demonstra a transição de uma prática
de articulação de alianças palacianas num sistema de linhagens dinásticas,
e extra palacianas quando as cortes se tornavam ameaçadoras.
Posteriormente procede-se à criação de posições que fortaleçam o poder de
aliados de confiança do monarca (em grande parte dos casos reforçando a
influência do clero, e da baixa nobreza e tardiamente a alta burguesia
urbana). Quando finalmente é o contraposto pelo poder camarário o
monarca socorre-se do ministro (de forma a evitar o desgaste do seu poder
carismático/simbólico do debate intensivo e técnico do parlamento) da sua
confiança que será avaliado tecnicamente pela oposição parlamentar.
Perante o reforço do parlamentarismo recorre á garantia de cargos
nomeados e de sua confiança, essencialmente vitalícios e conservadores
(numa câmara própria). Desta forma foi articulada a relação de forças que
resultou no modelo bicamarário anglo-saxónico.
Todo este percurso é uma parte do que nos é proposto como uma resenha
história da profissionalização do político na perspectiva) burocrática pois
explica-nos como vão surgindo conselheiros, ministros, líderes
parlamentares, entre outros indivíduos -tipo (subcategorias de político. Os
exemplos de regime escolhidos são modelos que demonstram ser ainda
bastante influenciados pela tradição da democracia de notáveis reunidos
em caucus como unidade de organização. Pouco rigorosa, e pouco exigente
na afectação da vida profissional dos seus membros, e na intensidade da
sua acção de “militância”, com uma cobertura geográfica muito vasta,
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passaria a contar com o método concorrente, mais intensivo da nova
máquina partidária.
Ambos sofreram a transição para o novo sistema que resultou da luta pelo
alargamento do direito ao voto e reagiram pela burocratização eficiente que
está na origem do político profissional a tempo inteiro.
Quando a máquina partidária se esforça por sentir a sua influência cada vez
mas presente na vida das populações, que se verifica no momento em que
se desdobra de forma a conseguir levar a cabo a manutenção permanente
dos programas políticos concorrenciais, em que procura desenvolver e
manter de uma forma duradoura a representação sintética de várias
tendências regionais representadas num programa geral e abrangente, em
que intensifica os seus esforços para manter a publicidade presente a nível
nacional; neste patamar em que a rede de estruturas locais não se dilui
após a época de campanha marca-se a criação da empresa política
profissional e o início da transição para a “democracia plebiscitária”.
O legado de Weber.
Georg Lukacs (uma referência marxista desta época) fora aluno deste
académico germânico, e partilhavam uma atitude crítica face á II
internacional (embora de perspectivas diferentes), assim como uma prática
transdisciplinar do estudo combinando o interesse pela história, pela
sociologia da arte e da literatura. Ambos acentuaram o papel da Ética na
análise e pratica da actividade política - e forçosamente sobre o marxismo.
É aceite que este teórico socialista tenha feito uso de toda a reflexão de seu
mestre sobre a temática das classes sociais, talvez mais até do que os
estudos de Marx.
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Os conservadores que terão conhecido a obra de Max Weber certamente
souberam instrumentalizar a ideia do desencanto, a nudez da democracia
parlamentar, a violência do socialismo e a proposta carismática. Os
militares que Weber apoiara na primeira guerra mundial levariam a cabo a
repressão das insurreições socialistas na Alemanha, a mando dos
revolucionários de 1918. Entre estes, os míticos Freikorps na sua oposição
aos guardas vermelhos, chegariam a contar com actividade do cabo de
guerra Hitler, acompanhado de Rudolf Hess (futuro vice führer), Ernst Röhn
(futuro líder das SA), de Reinhard Heydrich (SS), Heinrich Himmler (SS) e
tentariam o golpe de estado em 1920 na Baviera, onde se ensaiava o fim da
república de Weimar. Acabaram por comprovar que era legítima a
preocupação dos intelectuais que nessa época atribuía o povo alemão uma
tradição militarista excessiva que se fez acompanhar de um sentimento de
desencanto, de traição face ao resultado de Versalhes, de isolamento
internacional como resultado da política de Guilherme II e que cairia nas
malhas populistas da apologia da Grossdeutschland, levada a cabo pelos
teutónicos cavaleiros da máquina carismática, burocrática e inicialmente
plebiscitária do nacional-socialismo.
Bibliografia.
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WEBER, Max, A política como profissão. Edições Lusófonas, Lisboa, 2005
MILZA, Pierre, As Relações Internacionais de 1871 a 1914. (Lisboa: ed. 70: 2007
ARON, Raymond, As etapas do pensamento sociológico; trad. Miguel Serras Pereira, 8ª ed,
Publicações Dom Quixote, 2007
Internet.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Nacional_Democrata_Alem%C3%A3o
http://www.bundestag.de/htdocs_e/artandhistory/history/factsheets/parties_empire.pdf
http://www.bundestag.de/htdocs_e/artandhistory/history/factsheets/elections_empire.pdf
http://www.bundestag.de/htdocs_e/artandhistory/history/factsheets/elections_weimar_republi
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http://www.zentrumspartei.de/partei/dokumentezurpartei/index.html
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http://www.tatsachen-ueber-
deutschland.de/fileadmin/festplatte/sprachen/download/portugiesisch/TAT_POR_03Geschi.PD
F
http://en.wikipedia.org/wiki/Fatherland_Party_(Germany)
pereira.marques@sapo.pt