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2ºSemestre – Direito Administrativo

Poder vinculativo - o poder é vinculativo quando a lei não remete


para o critério do respectivo titular a escolha da solução concreta
mais adequada.
Poder Discricionário - o poder é discricionário quando o seu exercício
fica entregue ao critério do respectivo titular, que pode e deve
escolher o processo a adoptar em cada caso como mais ajustado à
realidade do interesse público protegido pela norma que o confere. A
competência é sempre vinculada, mesmo nos actos discricionários,
assim como o fim do acto adm. é sempre vinculado. A norma que
confere um poder discricionário confere-se para certo fim: se o acto
pelo qual se exerce esse poder for praticado com a intenção de
prosseguir o fim que a norma visou, então o acto é legal; se o acto for
praticado com um fim diverso daquele para que a lei conferiu o poder
discricionário, o acto é ilegal. Em rigor, não há actos totalmente
vinculados nem actos totalmente discricionários, mas sim actos
predominantemente vinculados e actos predominantemente
discricionários.
Para haver discricionariedade é necessário que a lei atribua à Adm. o
poder de escolha entre varias alternativas diferentes de decisão, quer
o espaço de escolha esteja apenas entre 2 decisões
contraditoriamente opostas, quer entre varias decisões a escolha
numa relação disjuntiva. O processo de escolha a cargo do órgão
adm. não esta apenas condicionado pelo fim legal, esse processo
ainda é sobretudo condicionado e orientado por ditames que flúem
dos princípios e regras gerais que vinculam a Adm Publica. Na
discricionariedade a lei não da ao órgão adm. competente liberdade
para escolher qualquer solução que respeite o fim da norma , antes o
obriga a procurar a melhor solução para a satisfação do interesse
público de acordo com princípios jurídicos de actuação.
A discricionariedade não é uma liberdade mas um poder –dever
jurídico.
Regulamentos – são as normas jurídicas emanadas no exercício do
poder administrativo por um órgão a Adm. ou por outra entidade
publica ou privada para tal habilitada por lei. Os regulamentos são
uma fonte secundária do Dto. Adm.
Do ponto de vista material os regulamentos consistem em norma
jurídicas. Assim está-se a afirmar que o regulamento tem natureza
normativa, estamos a encará-lo enquanto regra de conduta da vida
social, dotada das características da generalidade e da abstracção,
que como se sabe, são elemento definidor da norma jurídica. A
característica da generalidade significa que o comando regulamentar
se aplica a uma pluralidade de destinatários, definidos através de
conceitos ou categorias universais, por seu turno, a característica da
abstracção traduz-se na circunstancia de o comando regulamentar se
aplicar a uma ou mais situações definidas pelos elementos típicos
constantes da previsão normativa, isto é também por conceitos ou
categorias universais. Do ponto de vista orgânico o regulamento é,
por via de regra, ditado por um órgão de uma pessoa colectiva

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pública integrante na Adm Pub. Como elemento funcional o
regulamento é emanado no exercício do poder adm.
Enquanto norma secundária que é o regulamento administrativo
encontra pois, na Constituição e na lei o seu fundamento e parâmetro
de validade.
Acto Administrativo – é o acto jurídico unilateral praticado, no
exercício do poder administrativo, por um órgão da Adm. ou por outra
entidade publica ou privada para tal habilitada por lei, e que traduz
uma decisão tendente a produzir efeitos jurídicos sobre uma situação
individual e concreta.
O acto administrativo é um acto jurídico, ou seja, uma conduta
produtora de efeitos jurídicos. É um acto unilateral, ou seja pretende-
se referir que ele é um acto jurídico que provem de um autor cuja
declaração é perfeita independentemente do concurso de vontades
de outros sujeitos. A Adm. Pub. manifesta a sua vontade própria e
isso basta para que o acto exista e esteja completo, correspondendo
ao tipo legal em que se enquadra. É também característico do acto
administrativo que ele deve ser praticado no exercício do poder adm.
O acto ad. É um acto praticado por um órgão administrativo, isto
significa que se trata de um acto praticado ou por um órgão da Adm.
Publica em sentido orgânico ou, por outro lado por um órgão de uma
pessoa colectiva privada, ou por um órgão do estado não integrado
no poder executivo por lei habilitados a praticar actos
administrativos. O acto adm. é uma decisão proveniente de um órgão
administrativo. O acto adm é também um acto produtor de efeitos
jurídicos numa situação individual e concreta, quer com isto dizer-se
que este ultimo elemento do conceito de acto adm. tem em vista
estabelecer a distinção entre os actos adm., que tem conteúdo
individual e concreto e as normas jurídicas emanadas da Adm. Pub.,
nomeadamente os regulamentos, que como vimos já tem conteúdo
geral e abstracto. As características gerais ou individuais têm a ver,
com os destinatários dos comandos jurídicos; pelo seu lado, as
características abstracto ou concreto tem a ver com as situações da
vida que os comandos jurídicos visam regular. Por norma o acto adm.
visa sobre uma situação individual e concreta por isso um acto adm.
que não contenha em si mesmo a individualização do destinatário a
que se aplica e do caso sobre que versa não pode valer, perante a
ordem jurídica , como acto adm., ou pelo menos como acto valido e
eficaz. O acto administrativo possui natureza e carácter específico,
enquanto acto unilateral de autoridade pública ao serviço e um fim
administrativo., assenta na construção de uma vontade normativa ao
serviço de fins de interesse colectivo imperativamente definidos pela
lei.
Actos colectivos – são os actos que tem por destinatário um conjunto
unificado de pessoas. Em rigor portanto, sob a aparência externa de
um acto dirigido a várias pessoas, o que na realidade existe na ordem
jurídica são tantos actos adm. quantas as pessoas abrangidas pela
dissolução.
Actos Plurais – são aqueles em que a Adm. Pub. toma uma decisão
aplicável por igual a varias pessoas diferentes.

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Actos Gerais – ao aqueles actos que se aplicam de imediato a um
grupo inorgânico de cidadãos, todos bem determinados, ou
determináveis no local.
Fim – trata-se do objectivo ou finalidade a prosseguir através da
prática do acto adm.
Elementos – são as realidades que integram o próprio acto, em si
mesmo considerado, e que uma análise lógica permite decompor.
Requisitos – são as exigências que a lei formula em relação a cada
um dos elementos do acto adm, para garantia da legalidade e do
interesse publico ou dos direitos subjectivos e interesses legítimos
dos particulares. Dividem-se em requisitos de validade cuja
observância o acto será valido, e em requisitos de eficácia, sem cuja
observância o acto será ineficaz.
Pressupostos - são as situações de facto de cuja ocorrência depende
a possibilidade legal de praticar um certo acto adm. ou de o dotar
com determinado conteúdo.
Tipologia Dos Actos Administrativos
Actos Primários - são aqueles que versam pela primeira vez sobre
uma determinada situação da vida.
Actos Secundários – são aqueles que versam sobre um acto primário
anteriormente praticado: tem por objecto um acto primário
preexistente, ou então versam sobre uma situação que já tinha sido
regulada através de um acto primário.
Dentro dos Actos Primários: Actos Impositivos – são aqueles que
impõem a alguém uma certa conduta ou a sujeição a determinados
efeitos jurídicos. Actos Permissivos – são aqueles que possibilitam a
alguém a adopção de uma conduta ou a omissão de um
comportamento que de outro modo lhe estariam vedados, estes actos
distribuem-se por 2 grandes grupos: 1) os actos que conferem ou
ampliam vantagens ( a autorização; a licença; a concessão; a
delegação; a admissão; a subvenção); 2) os actos que eliminam ou
reduzem encargos ( a dispensa; e a renuncia).
Actos Prévios – são os actos adm. pelos quais a Adm. resolve
questões isoladas de que depende a posterior decisão da pretensão
autorizatória ou licenciatória formulada pelo particular.
Actos Parciais – são aos actos adm. pelos quais a Adm. decide
antecipadamente uma parte da questão final a decidir em relação a
um acto permissivo.
Actos Secundários
Acto Confirmativo – é o acto adm. pelo qual um órgão da Adm. reitera
e mantém em vigor um acto adm. anterior.
Ratificação – confirmativa – é o acto pelo qual o órgão normalmente
competente para dispor sobre certa matéria exprime a sua
concordância relativamente aos actos praticados, em circunstâncias
extraordinárias, por um órgão excepcionalmente competente.
Classificações dos Actos Adm.
Actos Positivos – são aqueles que produzem uma alteração na ordem
jurídica.
Actos Negativos – são aqueles que consistem na recusa de introduzir
uma alteração na ordem jurídica.

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Validade - é a aptidão intrínseca do acto para produzir os efeitos
jurídicos correspondentes ao tipo legal a que pertence, em
consequência da sua conformidade com a ordem jurídica.
Eficácia – é a efectiva produção de efeitos jurídicos, a projecção na
realidade da vida dos efeitos jurídicos que integram conteúdo de um
acto adm.

Vícios do Acto Administrativo


Estes são as formas específicas que a ilegalidade do acto
administrativo pode revestir.
Usurpação de Poder: é o vício que consiste na prática por um órgão
administrativo de um acto incluído nas atribuições do poder
legislativo, do poder moderador ou do poder judicial.
Trata-se de um vício que traduz uma violação do princípio da
separação de poderes. A usurpação de poder comporta 3
modalidades:
1ª é a usurpação do poder legislativo: o órgão administrativo pratica
um acto que pertence às atribuições do poder legislativo;
2ª é a usurpação do poder moderador, o órgão adm. pratica um acto
que pertence às atribuições do poder moderador;
3ª é a usurpação do poder judicial, o órgão adm. pratica um acto que
pertence às atribuições do poder judicial.
Incompetência: é o vício que consiste na prática, por um órgão adm.
de um acto incluído nas atribuições ou na competência de outro
órgão adm.
A incompetência pode revestir varias formalidades:
Incompetência Relativa – é a que se verifica quando um órgão adm.
pratica um acto que esta fora da sua competência, mas que pertence
à competência de outro orgao da mesma pessoa colectiva.
Incompetência Absoluta – é aquela que se verifica quando um órgão
adm. pratica um acto fora das atribuições da pessoa colectiva a que
pertence.
Vicio de Forma: é o vício que consiste na preterição de formalidades
ou na carência de forma legal. Comporta 3 modalidades:
a) preterição de formalidades anteriores à pratica do acto
b) preterição de formalidades relativas à pratica do acto
c) carência de forma legal
a validade de um acto adm. se afere sempre pela conformidade
desse acto com o ordenamento jurídico no momento em que ele e
praticado.
Violação de Lei: é o vício que consiste nas discrepâncias entre o
conteúdo ou o objecto do acto e as normas jurídicas que lhes são
aplicáveis. O vício de violação de lei, assim definido, configura uma
ilegalidade de natureza material: neste caso é a própria substância
do acto administrativo, é a decisão em que o acto consiste, que
contraria a lei. O vicio de violação de lei produz-se normalmente
quando, no exercício de poderes vinculados, a Adm. decida coisa
diversa do que a lei estabelece ou nada decida quando a lei mande
decidir algo.

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Desvio de Poder: é o vício que consiste o exercício de um poder
discricionário por um motivo principalmente determinante que não
condiga com o fim que a lei visou ao conferir tal poder. O desvio
de poder pressupõe portanto, uma discrepância entre o fim legal e
o fim real ( ou o fim efectivamente prosseguido pelo órgão adm.)
para determinar a existência de um vício de desvio de poder, tem
de processar-se 3 operações:
a) apurar qual o fim visado pela lei ao conferir a certo órgão adm.
um determinado poder discricionário (fim legal)
b) averiguar qual o motivo determinante da pratica do acto adm
(fim real)
c) determinar se este motivo principalmente determinante condiz
ou não com aquele fim legalmente estabelecido: se houver
coincidência o acto será legal; se não houver coincidência o
acto será ilegal por desvio de poder e, portanto inválido.
O desvio de poder comporta 2 modalidades principais: 1) o desvio
de poder por motivos de interesse publico; 2) o desvio de poder
por motivos de interesse privado. Haverá desvio de poder por
motivo de interesse publico quando o órgão adm. visa alcançar um
fim de interesse público, embora diverso daquele que a lei impõe.
Haverá desvio de poder por motivo de interesse privado quando o
órgão adm. não prossegue um fim de interesse público, mas um
fim de interesse privado – por razoes de parentesco, amizade ou
de inimizade com o particular, por motivos de corrupção, etc.
Cumulação de vícios: um acto adm. pode estar ferido
simultaneamente de varias ilegalidades: os vícios são cumuláveis.
E pode inclusivamente acontecer que haja mais do que um vício do
mesmo tipo. Por vezes um acto viola varias leis ou varias
disposições da mesma lei; e cada ofensa da lei é um vício. É
possível portanto, alegar simultaneamente vários vícios do acto
adm.
Ilicitude do acto adm.
O acto é ilícito por ser ilegal. Mas há casos em que um acto é ilícito
sem ser ilegal, havendo portanto ilicitude sem haver ilegalidade.
Esses casos são de 4 tipos: 1) casos em que o acto administrativo,
sem violar a lei, ofenda um direito subjectivo ou um interesse
legitimo de um particular. 2) casos em que o acto adm. viole um
contrato não adm. 3) casos em que acto adm. ofenda a ordem
pública ou os bons costumes. 4) casos em que o acto adm.
contenha uma forma de usura, que também é motivo da ilicitude
dos negócios jurídicos privados.
Formas de Invalidade: Nulidade e Anulabilidade
Nulidade: é a forma mais grave de invalidade. Tem os seguintes
traços característicos:
1) o acto nulo é totalmente ineficaz desde o início, não produz
qualquer efeito (CPA artº 134º/1)
2) a nulidade é insanável, quer pelo decurso do tempo, quer por
ratificação, reforma ou conversão (CPA artº 137º/1), o acto nulo
não é susceptível de ser transformado em acto valido.

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3) Os particulares e os funcionários públicos tem o direito de
desobedecer a quaisquer ordens que constem de um acto nulo,
na medida em que este não produz efeitos, nenhum dos seus
imperativos é obrigatório
4) Se mesmo assim a Adm. quiser impor pela força a execução de
um acto nulo, os particulares tem o direito de resistência
passiva
5) Um acto nulo pode ser impugnado a todo o tempo, isto é a sua
impugnação não esta sujeita a prazo (CPA, art. 134º/2)
6) O pedido de reconhecimento da existência da nulidade de um
acto adm ( e da sua desaplicação) pode ser feito junto de
qualquer tribunal, e não apenas perante os tribunais adm. (CPA,
artº 134º/2).
7) A nulidade também pode ser conhecida a todo o tempo por
qualquer órgão administrativo (CPA, artº 134º/2)
8) O reconhecimento judicial da existência de uma nulidade toma
a forma de declaração de nulidade e tem natureza meramente
declarativa.
Anulabilidade : é uma forma menos grave de invalidade do que a
nulidade e tem características bem diferentes das desta, a saber:
1) o acto anulável embora inválido, é juridicamente eficaz ate ao
momento em que venha a ser anulado ou suspenso. Enquanto
não for anulado nem suspenso, é eficaz, produz efeitos jurídicos
como se fosse valido (CPA, artº127º/2 a contrario);
2) a anulabilidade é sanável, quer pelo decurso do tempo, quer
por ratificação, reforma ou conversão. Quer isto dizer que o
acto anulável, se não for objecto de revogação oficiosa pela
Adm. ou de impugnação pelo interessado dentro de um certo
prazo (artº 136/1, 141º/1), acaba por se transformar num acto
inatacável;
3) o acto anulável e obrigatório, quer para os funcionários
públicos, quer para os particulares, enquanto não for anulado;
4) não é possível opor qualquer resistência, mesmo passiva, à
execução forçada de um acto anulável. A execução coactiva de
um acto anulável é legítima salvo se a respectiva
executoriedade não existir ou estiver suspensa;
5) o acto anulável só pode ser impugnado dentro de m certo prazo
que a lei estabelece, e que é normalmente ma prazo curto;
6) o pedido de anulação só pode ser feito perante um tribunal
adm.
7) o reconhecimento de que o acto é anulável por parte do
tribunal determina a sua anulação. O acto nulo é declarado
nulo, o acto anulável é anulado.
A anulação contenciosa de um acto administrativo tem efeitos
retroactivos: “tudo se passa, na ordem jurídica , como se o acto
nunca tivesse sido praticado”. A nulidade tem carácter
excepcional, a anulabilidade tem carácter geral (CPA , artº135º). A
regra é a de que o acto inválido é anulável: se ao fim de um certo
prazo ninguém pedir a sua anulação, ele converte-se num acto
valido, isto é, fica sanado.

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Correspondência entre vícios e formas de invalidade:
Na falta de disposições especiais em contrario, e conforme resulta
da regra geral constante dos artº 133º e 135º do CPA, o quadro de
correspondências é o seguinte:
a) usurpação de poder – todos os casos: nulidade
b) incompetência – absoluta: nulidade; relativa:
anulabilidade
c) vicio de forma – 1.carência absoluta de forma legal:
nulidade; 2. deliberações tomadas tumultuosamente:
nulidade; 3. deliberações tomadas sem quórum: nulidade;
4. deliberações tomadas sem ser pela maioria exigida por
lei: nulidade; 5. deliberações que nomeiem ilegalmente
funcionários sem concurso: nulidade; 6. outros vícios de
forma: anulabilidade.
d) Violação de lei – casos de violação de lei referidos no
artº133º do CPA: nulidade; quaisquer outros casos de
violação de lei: anulabilidade;
e) Desvio de poder - todos os casos: anulabilidade.

Extinção do Acto Administrativo


Os efeitos jurídicos do acto administrativo podem extinguir-se por
variados modos. Em certos actos esses efeitos cessam
imediatamente com a pratica do acto: é o que se passa com os actos
de execução instantânea, cujos efeitos jurídicos se esgotam ou
consomem num só momento, numa aplicação isolada.
Noutros casos, os efeitos do acto administrativo perduram no tempo,
só se extinguindo uma vez decorrido um certo período: é o que
acontece com os actos de execução continuada.
Revogação – é o acto administrativo que se destina a extinguir os
efeitos de um acto administrativo anterior. Com a prática da
revogação , ou acto revogatório, extinguem-se os efeitos jurídicos do
acto revogado. A revogação pertence a categoria dos chamados actos
secundários, ou actos sobre actos: na verdade os seus efeitos
jurídicos recaem sobre um acto anteriormente praticado, não se
concebendo a sua existência desligada desse acto preexistente. Qual
o conteúdo e o objecto do acto de revogação? O conteúdo da
revogação é a extinção dos efeitos jurídicos produzidos pelo acto
revogado ou, se se preferir, é a decisão de extinguir esses efeitos. O
objecto da revogação é sempre o acto revogado, justamente porque a
revogação é um acto secundário, um dos mais importantes “actos
sobre actos”. A revogação é ela mesma um acto administrativo, e
como tal são-lhe aplicáveis as regras e princípios característicos do
regime jurídico dos actos adm.

As espécies da revogação podem apurar-se à luz de vários critérios,


da iniciativa, o critério do autor, o critério do fundamento e o critério
dos efeitos.
1) Quanto à iniciativa , a revogação pode ser espontânea ou
provocada: a1ª - que se denomina revogação oficiosa – é
praticada pelo órgão competente independentemente de

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qualquer solicitação de quem quer que seja nesse sentido, a
segunda é motivada por um requerimento do interessado,
dirigido a um órgão com competência revogatória (CPA,
artº138º).
2) Quanto ao autor, a revogação ode ser feita pelo próprio autor
do acto revogado ou por órgão administrativo diferente: no
primeiro caso estamos perante a chamada retractação; o
segundo o acto revogatório e praticado pelo superior
hierárquico do autor do acto revogado em relação a actos de
um subalterno, ou pelo delegante ou subdelegante,
relativamente a actos praticados pelo delegado ou pelo
subdelegado etc., CPA artº 142º.
3) Quanto ao fundamento a revogação pode basear-se a
ilegalidade ou na inconveniência do acto que é seu objecto.
Quando a revogação assenta no primeiro desses fundamentos,
fala-se de anulação administrativa. Quando a revogação tem
por fundamento a inconveniência do acto revogado, a pratica
do acto revogatório encontra a sua razão de ser num juízo de
mérito, isto é, numa nova valoração adm.
4) Por ultimo, quanto aos seus efeitos, a revogação, embora
consista sempre a extinção dos efeitos do acto revogado, pode
revestir uma de duas modalidades: a mera cessação . ad
futurum, dos efeitos jurídicos do acto revogado – é a
denominada revogação ab-rogatória - ou a destruição total dos
efeitos jurídicos do acto revogado – é a chamada revogação
anulatória.
Regime da Revogabilidade dos Actos Administrativos
1ª grande regra: os órgãos adm. dispõem da faculdade de,
respeitados certos limites, extinguir os efeitos jurídicos dos actos
que anteriormente praticaram, desde que os reputem inválidos ou
inconvenientes. Os actos adm. são por natureza revogáveis salvas
as (excepções legais): revogabilidade é uma característica própria
do acto administrativo, em contrate com a irrevogabilidade a
sentença transitada em julgado.
Regime da Revogabilidade: Actos Insusceptíveis de revogação
São fundamentalmente 3 os casos de impossibilidade de
revogação:
1) é impossível a revogação de actos inexistentes ou nulos (CPA
artº139º/1, alínea a).
2) é impossível a revogação de actos cujos efeitos já tenham sido
destruídos, seja através de anulação contenciosa, seja através e
revogação anulatória (CPA, artº139º/1, alínea b) e c) ).
3) É impossível a revogação de actos cujos efeitos tenham
caducado ou se encontrem esgotados.
Competência para a Revogação
a) o autor do acto – a competência para revogar actos
anteriormente praticados é, desde logo, e em primeiro lugar, do
próprio autor do acto: assim de dispõe, com efeito, no artigo
142º, n.1 do CPA. só o autor efectivo do acto tem competência

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para revoga-lo: não a tem o órgão competente, que podia ter
praticado aquele acto mas não o praticou.
b) O superior hierárquico – é competente para revogar, em 2º
lugar, o superior hierárquico do autor do acto salvo se se tratar
de acto da competência exclusiva do subalterno (CPA,
arº142º/1). O exercício desta faculdade pode resultar da
avocação do próprio superior hierárquico ou da interposição de
recurso hierárquico por parte do interessado. De acordo com o
preceito citado, o superior não tem competência revogatória
sobre os actos do subalterno se este tiver competência
exclusiva. Dai deriva que a competência revogatória do
superior só existe nos casos de competência comum e de
competência própria.
c) O delegante – é também competente para revogar o delegante
ou o subdelegante, em relação a actos praticados pelo
delegado ou pelo subdelegado, no âmbito dos poderes cujo
exercício lhes foi transferido. A partir do momento em que o
órgão subalterno recebeu do delegante a possibilidade de
exercer uma determinada competência deste, a relação
hierárquica como que ficou temporariamente “paralisada”
nesse preciso domínio, no sentido de que o subalterno passou a
poder actuar nos mesmos termos que o superior delegante ,
guindando-se, nessa medida, à sua “posição”. Por virtude da
delegação, o delegado deixa de actuar como subordinado, para
proceder em lugar do delegante, no exercício da mesma
competência e, portanto, no mesmo plano. Apesar da
delegação, mantém-se a posição de supremacia do delegante
face ao delegado, já que aquele continua a ser, como
responsável pelas funções que lhe estão cometidas, o órgão
originariamente vocacionado para o exercício da competência
cuja delegação a lei permite.
d) O órgão tutelar – dispõe , genericamente, do poder de revogar
actos praticados pelos órgãos da entidade tutelada.
Forma e Formalidades da Revogação
Forma legalmente prescrita – a forma do acto de revogação será a
consagrada na lei, independentemente da forma que tenha sido
dada ao acto revogado.
Forma efectivamente adoptada – a forma do acto de revogação
devera ser idêntica à forma do acto revogado, independentemente
da sua conformidade ou desconformidade face à lei.
A regra geral do nosso direito é a da forma devida: salvo disposição
especial em contrario, o acto de revogação deve revestir a forma
legalmente prescrita para o acto revogado, (CPA, artº143º/1). Há no
entanto duas excepções, nas quais o acto de revogação deve revestir
a forma que tiver sido efectivamente utilizada na prática do acto
revogado (CPA, artº 143º/2), e que são:
a) quando a lei não estabelecer forma especial alguma para o acto
revogado.
b) quando o acto revogado tiver revestido forma mais solene do que
a legalmente prevista.

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Efeitos jurídicos da Revogação:
Revogação anulatória –esta revogação retroage os seus efeitos
jurídicos ao momento da prática do acto revogado em consequência,
os efeitos do acto revogado tem-se como não produzidos, os actos de
execução e os actos consequentes do acto revogado tornam-se (em
principio) ilegais e enfim, as operações materiais desencadeadas ao
abrigo do acto revogado tornam-se ilícitas. A revogação opera “ex
tunc” (desde então). Na revogação anulatória tudo se passa, afinal,
como se o acto revogado nunca tivesse existido – o que é
consequência da ilegalidade que originariamente afectava esse acto.
Revogação ab – rogatória – nesta revogação respeitam-se os efeitos
já produzidos pelo acto ulteriormente considerado inconveniente
apenas cessando para o futuro os efeitos que tal acto ainda esteja em
condições de produzir. A revogação opera “ex nunc”. Trata-se do
regime regra da revogação fundada em inconveniência (CPA,
artº145º/1).
↪ Existe um dever de revogar actos ilegais, é portanto um poder
vinculado. Os órgãos adm. em o dever jurídico de revogar os actos
ilegais de que tiverem conhecimento, salvo se decidirem e puderem
sana-los expressamente, e no prazo legal.
Fim da Revogação: há duas hipóteses:
a) No caso de revogação de acto inválido, o fim é a defesa da
legalidade, através da supressão do acto que a ofendera;
b) No caso de revogação por inconveniência, o fim é a melhor
prossecução do interesse público, tornada possível mediante
uma reapreciação do caso concreto, e operando agora a
cessação dos efeitos jurídicos do acto anterior.
Consequentemente o acto revogatório praticado com vista à
prossecução de outros fins que não aqueles que se acabam de
referir padece de desvio de poder.
A Suspensão do Acto Administrativo
A revogação de um acto adm. extingue-lhe os efeitos: o acto
desaparece da ordem jurídica, enquanto fonte ou título jurídico de
determinados efeitos.
A suspensão não vai tão longe: não extingue os efeitos, apenas os
paralisa por certo período de tempo, o acto suspenso não é eliminado
da ordem jurídica, mantém-se nela, continua existente e porventura
válido, somente torna-se ineficaz, fica provisoriamente “congelado”.
Em relação à revogação, a suspensão é um minus. Daqui resulta que
podemos definir a “suspensão” do acto adm. como a paralisação
temporária dos efeitos jurídicos de um acto. O acto adm. pode ser
suspenso por um de três modos distintos:
↪ por efeito da lei
↪ por acto administrativo
↪ por decisão de um tribunal administrativo
Quem tem competência para proceder à suspensão adm.?

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 os órgãos a quem a lei conferir expressamente o poder de
suspender;
 os órgãos competentes para revogar (CPA, artº 150º/2 1ª parte);
 os órgãos tutelares a quem a lei conceda, excepcionalmente, esse
poder (CPA, artº 150º, n.2)
Rectificação do Acto Administrativo - é o acto secundário que visa
emendar os erros de cálculo ou os erros materiais contidos num acto
adm. anterior.
A função da rectificação não é destrutiva, como na revogação, nem
paralisadora, como na suspensão, nem modificadora, como na
alteração e substituição - é meramente correctiva, destina-se a
corrigir erros.
Ratificação do Acto Adm. – é o acto administrativo pelo qual o órgão
competente decide sanar um acto inválido anteriormente praticado,
suprindo a ilegalidade que o vicia.
Reforma do Acto Adm – é o acto adm. pelo qual se conserva de um
acto anterior a parte não afectada de ilegalidade.
Conversão – é o acto adm. pelo qual se aproveitam os elementos
validos de um acto ilegal para com eles se compor um outro que seja
legal.
Quais as linhas gerais do regime jurídico comum à ratificação,
reforma e conversão?
1) Não são susceptíveis de ratificação, reforma e conversão os
actos nulos nem os actos inexistentes (CPA artº 137º/1)
2) as normas de competência e tempestividade aplicáveis são as
da revogação dos aços inválidos (CPA, artº 137º/2)
3) em regra, a ratificação, reforma e conversão tem eficácia
retroactiva, porque visam eliminar uma ilegalidade (CPA,
artº145º/2)
4) em caso de incompetência, o poder de ratificar acto ilegal cabe
ao órgão competente para a sua pratica – e não ao órgão que
agiu com incompetência.
O contrato administrativo
Contracto administrativo – São contratos em que a matéria, é uma
matéria de direito administrativo, em regra uma das partes é a
administração pública ( uma pcp ), e a outra tanto pode ser outra pcp
bem como uma pc de direito privado, a natureza do contrato é
conforme a natureza das partes intervenientes.
São actos jurídicos bilaterais.
Regulam a administração pública.
A lei é em geral abstracta, o acto administrativo é casuístico e
concreto, está sujeito ao princípio da legalidade, por isso o facto de
ser casuístico não quer dizer que seja arbitrário, se assim não for o
acto é ilegal.
( artigo 178.º do C.P.A. “ ...acordo de vontades pelo qual é
constituída, modificada ou extinta uma relação jurídica administrativa
“ ).
Empreitada de obras públicas – é o contrato administrativo celebrado
mediante o pagamento de um preço, independentemente da sua

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forma, entre um dono de obra pública e um empreiteiro de obras
públicas e que tenha por objecto quer a execução das obras
mencionadas no n.º1 do artigo 1.º, bem como das obras ou trabalhos
que se enquadrem nas subcategorias previstas no diploma que
estabelece o regime de acesso e permanência na actividade de
empreiteiro de obras públicas, realizados seja por que meio for e que
satisfação as necessidades indicadas pelo dono da obra ( artigo 1.º
n.º 3, do D. L. n.º 55 / 99 ).
Concessão de obras públicas – é o contrato administrativo que,
apresentando as mesmas características definidas no número
anterior – isto é, da empreitada de obras públicas -, tenha como
contrapartida o direito de exploração da obra, acompanhado ou não
do pagamento de um preço ( artigo 2.º n.º 4 do D. L. n.º 55 / 99 ).
Concessão de serviços públicos – contrato pelo qual um particular se
encarrega de ( montar e ) explorar um serviço público, sendo
retribuído pelo pagamento de taxas de utilização a cobrar
directamente dos utentes.
Fornecimento contínuo – é o contrato administrativo pelo qual um
particular se encarrega, durante um certo período, de entregar
regularmente à Administração certos bens necessários ao
funcionamento regular dos serviços públicos.

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