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A ESCOLA, CONTEÚDO E A FORMA

As escolas foram por milênios privilégio de classe. Os ricos e próximos


dos tronos tinham direito a professor particular, escola e estudo que lhes
habilitavam ao domínio da sociedade da qual faziam parte e sobre a qual
exerciam poder de mando. Somente com o pensamento liberal e com a
filosofia iluminista, foi aberto caminho para que todos não só pudessem
estudar como, logo em seguida, vissem na escola um direito individual.
Com o desenvolvimento acentuado da tecnologia e a complexidade da
sociedade capitalista, a educação formal deixa de ser apenas direito, torna-
se também obrigação. O argumento de que uma nação para se tornar
melhor depende do esforço estudantil, serviu para punir pais que deixam
seus filhos em casa ou abandonam a escola. Em países ricos, como a China,
pais assim são chamados a se explicar.
A necessidade de cérebros é muito grande, e sem eles a engrenagem
econômica não se move. Mesmo em trabalhos que exigem mais a força do
braço, a escolaridade contribui significativamente na organização do tempo,
da maneira como as coisas são feitas e ajuda a organizar o espaço de
trabalho fazendo com que este renda mais. No caso do comércio então a
diferença entre alguém que estuda e outro é gritante. Na média, a pessoa
acostumada aos livros, jornais e revistas tende a ter uma comunicação mais
adequada no atendimento ao público. Uma mente aberta ao conhecimento
pode compreender melhor ideias diferentes e, consequentemente, atender
as necessidades dos clientes de modo mais acertado.
Um cérebro acostumado ao cálculo e a leitura terá mais facilidade e
rapidez em compreender situações e coisas novas que por ventura precise
aprender. A busca por informações, saber o que fazer com elas, e saber se
situar enquanto pessoa no mundo de relações, são coisas para as quais a
escola e o hábito de estudar se mostram quase indispensáveis.
A questão que se coloca é: o que ensinar? Trata-se evidentemente de
escolher qual a matéria do conhecimento a ser ministrada nas escolas.
Quanto a isso, há alguns indicativos importantes. Ensinar aquilo que é útil.
Ora, o útil depende muito do tipo de sociedade e não deve ser confundido
útil como sendo algo de aplicação imediata. Alguém que esteja aprendendo
uma língua estrangeira deve ter a paciência de acompanhar o curso por 4
ou 5 anos, conhecer verbos e outros elementos de gramática, tendo em
mira o domínio da fala em outra língua. Se ficar preocupado em querer
saber por que precisa entender objeto indireto, advérbio, adjetivo, sujeito,
conjunção entre outros, demorará muito para dominar outro idioma. Os
exercícios matemáticos servem, no mínimo, para treinar o cérebro/mente
na organização lógica das ideias e apurar a concentração para raciocínios
abstratos. O mesmo se pode dizer de Física, Química, Biologia.
A ciência somada a sua aplicação é o que se denomina tecnologia. Ou
seja, a tecnologia nada mais é do que a aplicação prática do conhecimento
científico. As ciências ajudam a compreender os fenômenos naturais e
desmistificam ideias na medida em que demonstram como funciona o
mundo físico. São elas que dão suporte ao desenvolvimento capitalista. E o
que tem isso com a escola? Tudo, já que é da escola que saem os futuros
trabalhadores que irão manipular as máquinas carregadas de tecnologia
construída pela ciência. Alguém despreparado acabará fora do mercado.
No quesito ensino, infelizmente, as coisas precisam melhorar. Observe-
se, por exemplo, o PISA – Programa Internacional de Avaliação de Alunos.
Este programa avaliou 65 países em 2010 em leitura, matemática e
ciências. O resultado para o Brasil é catastrófico. Estamos em 53º em leitura
e ciências e apenas em 57º em matemática. Os estudantes brasileiros são
os que têm menos livros em casa. E isso nos leva a pensar em algumas
coisas. Sem livro não há ensino e ponto. Não basta freqüentar a escola, ou a
universidade. É preciso ler. Não basta ler, é preciso ler bem, com atenção,
fazendo anotações, sínteses, e aprendendo técnicas de estudo que, de certo
modo, só a escola e anos de freqüência à mesma são capazes de dar. Ir à
escola também não basta, milhões fazem isso todo dia e nem todos
conseguem sucesso escolar. Há coisas desafiadoras a serem superadas,
como aulas matadas, alunos desinteressados, pais negligentes. O aluno
pode ficar 4 horas por dia e não render nada em termos de estudo.
Alegar que a matéria é chata é um dos maiores equívocos de alunos
preguiçosos. Como podem julgar sobre algo que não conhecem? Por que
estudantes de outros países que estudam exatamente matemática, ciências
e leitura se saem melhor? Pelo documentário que assisti na TV Escola sobre
a educação na Ásia, dá para perceber que os chineses não ficam perdendo
tempo se perguntando se gostam ou não daquilo. Estudam e aprendem.
É preciso “pegar no pé” da moçada. Educadamente lembrar aos
estudantes que eles têm esse nome e precisam honrá-lo. Comprar livros e
lê-los. Emprestar das bibliotecas e lê-los. Ninguém vai estudar por ninguém.
Um pedreiro pode fazer o muro ou a caçada para mim, mas ninguém jamais
conseguirá estudar por mim. Estudar se assemelha a comer cada um come
seu próprio prato.
Talvez a forma como as matérias sejam ensinadas precise melhorar.
Mas não há dúvida que quem quer se divertir procure o parque de
diversões. Escola é lugar sério, que pode e deve ser agradável, mas jamais
poderá competir com o circo, a TV ou o cinema, aonde as pessoas vão com
a única preocupação de passar horas alegres e de diversão.
E jamais ficar falando mal das professoras que educam os nossos
filhos. Fazer isso é uma maneira interessante de desestimulá-los. Como um
pais ou mãe espera que o filho goste de estar 4 horas com uma pessoa que
acabou de ser apontada maldosamente como inadequada no que faz? Se for
o caso, uma conversa educada e polida apenas com a professora
esclarecerá mil coisa. Pelo contrário, elogie-as, até porque Rondônia está de
parabéns, uma vez que junto com Sergipe, nosso estado deu resultados
positivos no último exame do PISA (dados colhidos em
http://www.oei.es/noticias/spip.php?article1490). É claro que isso se deve a
boa gestão pública dos prefeitos e assemelhados, mas é principalmente
resultado do empenho de docentes e alunos que fazem a escola todo dia.
Garantir o conhecimento universal, o entendimento de nossa história
regional, tão sabiamente destacada nos artigos do Prof. Emmanuel, se faz com
livros ante os olhos, ouvidos abertos às lições de nossas professoras e professores, e com
aquilo que move o aprendizado: o interesse em querer saber.

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