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APLICAÇÃO DO POLIPROPILENO COPOLÍMERO RANDOM TIPO 3

(PPR) NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL COM ENFÂSE EM


INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS DE ÁGUA QUENTE

Autor: Jéfferson Andreolla Lagoas (jefferson.lagoas@hotmail.com)


Orientador: Prof. Telmo Brentano (telmobrentano@terra.com.br)

RESUMO
Este artigo tem como objetivo apresentar e destacar o uso do Polipropileno Copolímero
Random Tipo 3 (PPR), na indústria da construção civil. A abordagem principal será a
aplicação do produto em instalações prediais de água quente, mas também serão abordadas
outras possibilidades de uso do produto em algumas situações específicas, como em obras
industriais, por exemplo. Para tal, será feita uma análise das características físicas e técnicas
do produto, englobando todas as vantagens de sua aplicação, métodos de instalação, cuidados,
dicas de manuseio e aplicação.

Palavras-chave: instalações prediais – água quente – PPR – termofusão

ABSTRACT
This article aims to present and highlight the use of Polypropylene Random Copolymer Type
3 (PPR) in the construction industry. The main approach will be to apply the product in
building facilities for hot water, but also will address other possible uses for the product in
some specific situations, as in industrial works, for example. This will be an analysis of
physical and technical characteristics of the product, encompassing all the benefits of its
application, installation methods, care, tips for handling and application.

Keywords: building facilities - hot water – PPR – thermo

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1. INTRODUÇÃO

Existem situações em que o fornecimento de água quente torna-se imprescindível, tais


como em hotéis, motéis, hospitais, etc. Porém, devido a uma evolução nas exigências do
conforto em unidades residenciais e comerciais, o acesso à água quente não é mais restrito
apenas a estas situações. Nos dias de hoje, o fornecimento e disponibilidade de água quente é
indispensável em qualquer prédio de médio ou alto padrão, tornando-se importante aliado a
uma melhor condição de moradia de seus usuários. Dentre as diversas soluções para a
condução de água quente nas instalações – aço, cobre, Polietileno Reticulado (PEX),
Policloreto de Vinila Clorado (CPCV) – destaca-se o PPR (Polipropileno Copolímero
Random Tipo 3).
O Polipropileno é uma resina poliolefínica, desenvolvida pelos alemães em 1954, que
origina-se de uma resina termoplástica produzida à partir do gás propileno, que é um
subproduto da refinação do petróleo. Através de complexos processos químicos, o
polipropileno evolui à sua última geração, o Polipropileno Copolímero Random Tipo 3, que
sucedeu o Polipropileno Homopolímero Tipo 1 e o Polipropileno Block Tipo 2. Alguns países
destacam-se no que diz respeito ao uso do PPR para condução de água quente, são eles:
Alemanha, Itália, Turquia, Argentina e Holanda, que adotam essa solução há mais de 25 anos
devido a todas vantagens oferecidas pelo sistema.
O PPR traz, entre outras, as seguintes vantagens às instalações: baixo custo, elevada
resistência química, alta resistência a fratura por flexão, impacto ou fadiga, boa estabilidade
térmica. Devido a essas vantagens, o PPR vem sendo utilizado em grande escala na indústria
da construção civil, portanto o presente artigo científico tem por objetivo apresentar este
material, destacando sua aplicação nas instalações prediais de água quente e fria, informando
suas características técnicas, o método de instalação, os cuidados e precauções e algumas
recomendações de projeto.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Materiais plásticos usados para condução de água quente não são referenciados
claramente pela norma brasileira de projeto e execução de instalações prediais de água quente
NBR 7198/1993. Porém, como nos lembram em seu livro os engenheiros Manoel Henrique
Campos Botelho e Geraldo de Andrade Ribeiro Jr. (2006):

“(...) mas entendem os autores que podem ser aceitos levando em conta o
item 5.7.10 da NBR 7198 /1993 que diz que:

Quando o tipo de componente não for normalizado pela ABNT, o projetista,


a seu critério, pode especificá-lo, desde que obedeça a especificações de
qualidade, baseada em normas internacionais, regionais e estrangeiras, ou a
especificações internas de fabricantes, compatíveis com esta Norma, até que
sejam elaboradas as normas brasileiras correspondentes”.

Ainda falando sobre questões normativas e da disseminação da tecnologia do PPR, os


autores dizem (2006):

“Na Europa, é muito comum o uso de tubos e conexões PPR para sistemas
hidráulicos tendo em vista da facilidade de uso e de dispensar o uso de
materiais isolantes, muitas vezes de alto custo e de difícil aplicação. Este uso
é orientado pelas normas DIN (de origem alemã) e a norma européia ISSO –
15874”.

Uma das grandes vantagens que o PPR apresenta em relação a outros sistemas para
condução de água quente é o custo. Esta característica é abordada em uma matéria da Revista
Construção e Mercado, na seção de custo comparado, em que diz:

“Em função do excessivo aumento do custo do cobre no último ano, a


construtora e incorporadora Vivenda Nobre decidiu substituir os tubos desse
material, que até então era utilizado na maioria de suas obras para execução
das tubulações de água quente. O produto substituto foi o tubo de PPR
(Polipropileno Copolímero Random)”.

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Em uma reportagem da revista Téchne, da Editora Pini, Juliana Nakamura destaca
como os tubos e conexões de PPR estão se disseminando no mercado brasileiro em função de
suas qualidades físico/químicas dizendo:

“Conduzir água quente em uma edificação é uma tarefa que demanda da


tubulação e de seus componentes resistência, durabilidade, estanqueidade,
baixa rugosidade e boa condutibilidade. Por isso, entre os procedimentos
fundamentais para a garantia do desempenho dessas instalações, o projeto de
hidráulica deve partir da especificação adequada e do correto
dimensionamento dos materiais que integram o sistema, em especial, tubos e
conexões”.

3. METODOLOGIA DE PESQUISA

Tendo em vista as diferentes formas de classificação de uma pesquisa, o presente


artigo encontra-se na seguinte disposição:
Do ponto de vista de sua natureza, pode ser classificado como uma pesquisa aplicada,
já que serão abordados problemas práticos no que diz respeito à condução de água quente,
buscando uma adequada solução dos problemas com a aplicação do PPR.
Já do ponto de vista da forma de abordagem do problema, a metodologia de pesquisa
do artigo classifica-se como sendo qualitativa, pois o desenvolvimento do trabalho se dará de
maneira descritiva, sem o uso de ferramentas numéricas ou estatísticas. A temática será
interpretativa e baseada em argumentações técnicas.
Ainda, do ponto de vista de seus objetivos, pode ser classificado como uma pesquisa
explicativa e descritiva, tendo em vista que os assuntos serão abordados de uma forma a
entender o porquê da aplicação do PPR em determinadas situações, em prol de outras
soluções disponíveis no mercado, através de explicações e descrições das suas características.
Por fim, no que tange aos procedimentos técnicos usados na pesquisa, o artigo
identifica-se como sendo do tipo bibliográfico, pois grande parte dos dados aqui apresentados
foram elaborados através de materiais já publicados anteriormente em livros, manuais
técnicos ou ainda na internet.

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4. CLASSIFICAÇÃO DOS TUBOS PPR

Os tubos PPR, assim como os tubos de PVC comumente utilizados em instalações


hidrossanitárias, possuem uma diferenciação com relação a sua classe de pressão. Atualmente
no mercado brasileiro são encontrados 3 tipos de tubulação de PPR. São elas PN 12, PN 20 e
PN 25. Basicamente, o que as diferencia é a espessura de parede de cada uma delas e,
consequentemente sua capacidade de resistência a altas temperaturas e pressão. No PN 12
temos a menor espessura de parede, no PN 25 temos a maior delas com o PN 20 tendo uma
espessura de parede intermediária entre as outras duas.
Por ter a menor espessura de parede, o PPR PN 12 somente poderá ser utilizado em
instalações prediais de água fria, já que a quantidade de material empregado na sua produção
não será capaz de resistir a altas temperaturas que a água quente irá lhe proporcionar. Já os
tubos PN 20 e PN 25 são especificados para a condução de água quente, sendo que o tubo
com a maior espessura de parede, PN 25, acaba por ser necessário em projetos especiais, onde
a exigência da tubulação será maior, como por exemplo, em instalações industriais.
No que diz respeito às instalações prediais de água quente o que se tem é normalmente
um projeto especificado com uma tubulação PN 20, porém poderá ser utilizado também um
material superior, caso do PN 25, sempre levando em consideração que em função da maior
espessura de parede o PN 25 será uma solução mais cara. No próximo capítulo será possível
verificar quais as limitações de pressão e temperatura para melhor especificação da tubulação
de acordo com seu uso e aplicação.

5. PRINCIPAIS VANTAGENS DO SISTEMA

Como já referido anteriormente, o PPR destaca-se em função de diversas


características físicas e químicas que o qualificam como uma das melhores soluções para
condução de água quente entre os sistemas existentes no mercado, podendo ser utilizado em
instalações prediais, navais e industriais.
No momento de escolher qual material utilizar em sua construção, reforma ou
qualquer outro tipo de obra, não resta dúvida que engenheiros, construtores, encanadores e até
mesmo leigos no que diz respeito a instalações hidrossanitárias consideram o preço do
produto um dos itens mais importantes, se não o mais, na hora de definir a compra. Esta já
começa sendo uma das principais vantagens do PPR, pois em comparação com as diversas

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soluções encontradas para condução de água quente ele encontra-se entre as mais baratas.
Evidentemente que o preço não é o único fator a ser avaliado, principalmente por
construtores, já que é deles a responsabilidade do bom funcionamento da instalação
hidrossanitária como um todo. Além de ser um material econômico, também deve garantir
segurança e praticidade na hora da execução da obra, quesitos estes atendidos pelo PPR.
Por ser um material plástico, torna-se superior a uma instalação predial de água quente
feita em cobre, por exemplo, no que tange à sua resistência a corrosão e as incrustações além
de não transmitir gosto nem odor à água. Com o passar dos anos a tendência é de que a
tubulação produzida em cobre sofra o processo natural de corrosão devido ao ataque químico
sofrido pela mesma em função dos diversos produtos usados na potabilização da água de
consumo. Da mesma forma, por ter uma parede interna com certa rugosidade acumula detritos
provenientes da rede pública de abastecimento e com o tempo perderá sua capacidade de
vazão inicial em decorrência de uma diminuição do diâmetro interno do tubo. No PPR esses
dois problemas não ocorrem, pois por ser produzido em material plástico, apresenta alta
resistência aos ataques químicos das substâncias ácidas e básicas como ferro, cloro ou flúor
contidos na água evitando a corrosão. Já a incrustação é combatida com uma parede interna
totalmente lisa, evitando assim a diminuição de bitola. Outro fenômeno comum de ocorrer em
tubulações metálicas são as perfurações causadas por correntes vagantes, que ocorrem
especialmente em instalações localizadas em zonas de grande aglomeração industrial ou de
forte concentração de corrente eletrostática. De novo, por ser uma tubulação plástica, o PPR
possui um alto isolamento elétrico evitando assim que problemas como estes ocorram.
Além do ferro, cloro e flúor contidos na água o PPR possui uma excelente resistência
química a outras substâncias, podendo ser utilizado não somente em instalações de água
quente predial, mas também em diversas instalações industriais e peculiares onde a tubulação
esteja submetida a exposição de fluídos tais como: diversos tipos de ácidos, bicarbonatos,
carbonatos, cloretos, nitratos e sulfatos, água do mar, soda cáustica, álcool, asfalto, azeite,
vinho, cerveja, requeijão, dióxido de carbono seco, enxofre, etanol, petróleo, querosene,
revelador fotográfico, sabão, óleo combustível, óleo diesel, fertilizantes, fluoreto de cobre,
gasolina comum, hidrogênio, iodo, leite, mercúrio, metano, metanol, morfina, xampu, uréia,
urina, vaselina, tinta de escrever, vinagre, entre outros.
Outra vantagem do PPR é a forma como tubos e conexões são unidos entre si.
Diferente dos outros sistemas de soldagens onde as peças são “coladas”, o PPR possui uma
tecnologia diferenciada, a termofusão. A termofusão nada mais é de que a união molecular
das peças através do aquecimento das mesmas. Os materiais se fundem molecularmente a

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uma temperatura de 260°C, garantindo total estanqueidade da instalação, já que após a
termofusão passa-se a ter uma linha contínua de tubulação. Mais adiante, o processo de
termofusão será explicado com maiores detalhes, explicando suas características e destacando
suas vantagens. A figura 1, abaixo, detalha um corte longitudinal feito numa conexão
termofundida em um tubo, mostrando a fusão molecular das partes.

Figura 1: Tubo e conexão termofundidos. Fonte: Manual Técnico Amanco PPR.

Por ser necessário o aquecimento das peças a 260°C, as mesmas possuem uma
espessura de parede muito superior aos tubos de outros sistemas, garantindo também um
excelente conforto acústico a instalação, tornando-se um importante aliado contra o combate
aos ruídos causados pelo fenômeno do Golpe de Aríete nas tubulações, ocorrido quando
grandes variações de vazão do líquido fazem com que o fluído colida bruscamente suas
moléculas, causando um forte golpe na tubulação.
O PPR possui ainda uma alta resistência a pressão e temperatura. Para a determinação
desses valores faz-se o uso de uma tabela de regressão e de uma fórmula para a determinação
da pressão máxima admissível. Fazendo uma comparação com tubos de PVC, o PPR é
superior nestes dois quesitos. Para água fria a solução em PVC mais utilizada em instalações
prediais é a tubulação Classe 15, soldável. Esta tubulação resiste a 7,5 kgf/cm² ou 75 m.c.a. de
pressão com água a temperatura ambiente. Nas instalações de água quente, a solução em PVC
que se encontra no mercado é o CPVC, tubulação capaz de resistir pressões de 60 m.c.a. com
picos de temperatura de até 95°C. O tubo de PPR PN 12, para água fria tem uma resistência a
pressão 25% maior que tubos Classe 15 e tubos PPR PN 25, para água quente resistem a picos
de temperatura de 100°C a uma mesma pressão de 6,0 kgf/cm² ou 60 m.c.a. A figura 2 mostra
o ábaco e abaixo a fórmula para a determinação das pressões máximas admissíveis, Pmáx .

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Figura 2: Curva de Regressão para tubos de PPR. Fonte: Manual Técnico Amanco PPR.

Pmáx= _2.e.σ_
de - e

Onde:
σ= tensão tangencial (curva de regressão)
e= espessura de parede do tubo PPR
de= diâmetro externo da tubo PPR
t= temperatura

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Levando em consideração uma instalação de água quente residencial, onde a
temperatura da água gira algo em torno de 70°C, podemos determinar qual seria a pressão
máxima admissível nesta tubulação. Para isso, consideremos uma vida útil de 50 anos a esta
instalação com utilização de tubulação PPR PN 20 de bitola 25 mm. Assim, temos que:

σ= 32 kgf/cm²
e= 3,5 mm
de= 25 mm

Pmáx= _2.3,5.32_ = 10,42 kgf/cm²


25 – 3,5

Em instalações prediais de água quente, onde não haja grandes alterações na


composição do projeto (tubulação exposta ou enterrada, muita distância entre a fonte de
aquecimento e o ponto de abastecimento, etc.), o PPR dispensa o uso de isolantes térmicos,
pois sua composição lhe confere uma baixa condutividade térmica, conforme mostrado no
quadro 1, reduzindo assim riscos de ferimentos por queimaduras ou ainda o efeito da
condensação sobre a superfície externa do tubo.

Quadro1: Condutividade Térmica.


Material Temperatura Unidade Valor
PPR 20°C W/mK 0,24
Ferro 20°C W/mK 62,00
Alumínio 20°C W/mK 195,00
Cobre 20°C W/mK 332,00
Fonte: Manual Técnico Amanco PPR.

A ductilidade dos tubos PPR é outra característica que lhe proporciona destaque nas
soluções encontradas para condução de água quente. Devido a essa característica, os tubos são
extremamentes resistentes a impactos.
Dificilmente encontra-se nos canteiros de obras locais específicos para armazenagem
das tubulações de instalações hidrossanitárias, o que é um problema, pois as tubulações,
normalmente em PVC ficam expostas ao risco de fissuras ou quebras. Com o PPR não é
necessária a preocupação com esta exposição, já que sua resistência aos choques e impactos
que podem ocorrer em um canteiro de obras é absolutamente capaz de suportá-los.

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Além da ductilidade, os tubos de PPR possuem também uma grande flexibilidade,
permitindo a sua aplicação em projetos em que são previstas curvas de grande raio. O limite
para o raio da curvatura é determinado pela bitola do tubo, sendo o raio mínimo até 8 vezes o
diâmetro nominal do mesmo, conforme quadro 2. A maneira correta de fazer uso desta
flexibilidade dos tubos PPR é com o auxilio de um soprador industrial para que a tubulação
fique mais maleável no momento da instalação.

Quadro 2: Determinação do Raio de Curvatura.


Diâmetro do tubo Raio mínimo de curvatura
20 mm 0,160 m
25 mm 0,200 m
32 mm 0,256 m
40 mm 0,320 m
50 mm 0,400 m
63 mm 0,500 m
75 mm 0,600 m
90 mm 0,720 m
110 mm 0,760 m
Fonte: Manual Técnico Amanco PPR.

Um exemplo bastante conhecido de aplicação prática desta vantagem é o Estádio


Santiago Bernabéu, do Real Madrid C.F., na cidade de Madrid, Espanha. Como se pode ver, a
tubulação hidrossanitária necessitava acompanhar a curvatura do estádio e, por preservação da
originalidade do projeto arquitetônico, a solução encontrada foi a utilização do sistema PPR,
mesmo não sendo em um caso de instalação de água quente. O tubo de PPR utilizado nesta
instalação foi o PN 25 – por questões de conservadorismo, já que poderia ser utilizado o PN
12 para água fria – e o diâmetro da tubulação é de 110 mm. Como o raio de curvatura de um
estádio de futebol é sempre maior do que os 76 cm permitidos para esta bitola, a instalação
pode ser concebida com bastante sucesso. Abaixo, na figura 3, a foto da instalação já
finalizada:

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Figura 3: Estádio Santiago Bernabéu do Real Madrid F.C. Fonte: Jéfferson Lagoas.

6. A TERMOFUSÃO

O processo de termofusão na instalação de tubos e conexões de PPR é sempre


necessário, não sendo possível fazer a instalação deste tipo de material de outra forma.
Normalmente, para proceder uma instalação hidrossanitária com tubos e conexões de PVC,
são necessários diversos materiais complementares, tais como: lixa, solução limpadora,
estopa, adesivo plástico e pincel aplicador.
No sistema PPR é necessário o uso de um equipamento chamado Termofusor, que fará
com que tubos e conexões unam-se molecularmente de forma a garantir total segurança a
instalação, já que não haverá mais espaços vazios entre as peças, evitando assim que a água
possa vazar ao longo da instalação. Existem 3 modelos de Termofusores disponíveis no
mercado, cada um deles com um tamanho específico capaz de suportar os bocais de 20 mm
até 110 mm. A figura 4 mostra quais são eles:

Figura 4: Modelos de Termofusores com seus Bocais. Fonte: www.amanco.com.br.

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Outra ferramenta que auxilia a instalação feita em PPR é a Tesoura para tubos em
PPR. Seu sistema de catraca permite que o corte da tubulação seja feita de forma prática,
rápida e sem deixar rebarbas, tal como acorre quando se faz cortes de tubos com o uso da
serra metálica, sendo necessário que se lixem as extremidades cortadas do tubo. Os modelos
de tesouras encontrados no mercado são mostrados na figura 5 abaixo:

Figura 5: Tesouras para tubos de PPR. Fonte: www.amanco.com.br.

Muitos instaladores fazem restrições quanto ao uso do Termofusor para a instalação


em PPR, já que até então o encanador profissional, diferentemente dos outros profissionais da
construção civil como carpinteiros, pedreiros, pintores, entre outros, nunca necessitou do
auxílio de “máquinas” em seu dia-a-dia de trabalho. Porém, entende-se que a adesão desta
ferramenta na prática da instalação hidráulica seja um benefício, já que o processo de
instalação torna-se mais prático e seguro.
Para que se faça uma boa instalação com tubos e conexões de PPR é preciso que
alguns procedimentos sejam cumpridos de maneira correta para que futuros problemas não
ocorram. São eles:

1. Fazer a limpeza dos bocais com álcool gel, por exemplo;


2. Cortar o tubo de acordo com a medida de projeto;
3. Limpar a ponta do tubo e a bolsa da conexão a serem termofundidos;
4. Marcar no tubo a profundidade da bolsa da conexão, evitando que a ponta do tubo não
ultrapasse o final da bolsa da conexão;
5. Introduzir tubo e conexão nos seus respectivos bocais já instalados no Termofusor – a
conexão deve cobrir toda face macho do bocal e o tubo não deve ultrapassar a
marcação feita anteriormente;
6. Retirar tubo e conexão do Termofusor quando decorrido o tempo mínimo de
aquecimento, conforme o quadro 3:

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Quadro 3: Intervalo de tempo de aquecimento entre a fusão.
Tempo de Intervalo para Tempo de
Diâmetro Aquecimento Acoplamento Resfriamento
(mm) (segundos) (segundos) (minutos)
20 5 4 2
25 7 4 2
32 8 6 4
40 12 6 4
50 18 8 4
63 24 8 6
75 30 8 6
90 40 8 6
110 50 8 8
Fonte: Manual Técnico Amanco PPR.

7. Após retirar o tubo e a conexão do Termofusor, introduzir a ponta do tubo na bolsa da


conexão, respeitando o intervalo para acoplamento mostrado na tabela;
8. Segurar firme tubo e conexão por alguns instantes até que os dois tenham se alinhado
corretamente.

Além de a termufusão otimizar o tempo de acoplagem de tubos e conexões, também


favorece maior agilidade para liberação de uso da instalação, pois após decorrido o tempo de
resfriamento referido na tabela, já existe a possibilidade de utilização do trecho termofundido
liberando o fluxo de água. E após 1 hora a linha já pode ser submetida ao teste de hidráulico
de pressão para verificação de eventuais vazamentos.

6.1 Reparos em tubulação de PPR

Um problema muito comum de ocorrer em instalações prediais é quando o proprietário


do imóvel faz furos nas paredes dos banheiros e cozinhas afim de pendurar móveis como seus
armários, porta toalhas, etc. Por vezes, o furo não é bem locado nas paredes, ocorrendo assim
a perfuração da tubulação hidráulica. Uma solução comum para resolver o problema é o uso
da luva de correr, porém como o PPR utiliza a tecnologia da termofusão em sua montagem
esta peça não existe, obrigando que o encanador busque outra solução.
Nos tubos de PPR o reparo é feito utilizando-se um bocal de reparo, peça de
acoplagem no Termofusor assim como os bocais referentes as diferentes bitolas da tubulação.
Além do bocal, também é necessário que se tenha o tarugo de reparo em PPR. As figuras 6 e
7 mostram os referidos materiais para proceder o reparo.

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Figura 6: Bocal de Reparo. Fonte: Figura 7: Tarugo de Reparo. Fonte
www.amanco.com.br. www.amanco.com.br.

Como mostrado na figura 8, o passo a passo de um reparo em tubos de PPR é bem


simples e causa menos danos ao acabamento das paredes dos banheiros e cozinhas,
normalmente em cerâmica. O processo é semelhante ao conserto que se faz em pneus de
borracha furados, onde o borracheiro derrete um pedaço de borracha e estanca o furo com este
pedaço, moldando-o.

Figura 8: Passo a passo do reparo com tarugo em tubos de PPR. Fonte: Jéfferson Lagoas

7. CUIDADOS NA INSTALAÇÃO DO PPR

Assim como todos os materiais empregados na construção civil, os tubos e conexões


de PPR também possuem algumas restrições na sua aplicação e isso deve ser levado em
consideração para que possamos garantir uma boa instalação hidráulica evitando problemas

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futuros após o termino da obra. Por ser uma parte da edificação que ficará embutida em
paredes e locadas em shafts, ou seja, não aparente, nem sempre a tubulação hidráulica é bem
tratada durante a execução da obra. Obviamente que o PPR destaca-se por ser um material
muito superior em termos de resistência a impactos com relação a outros materiais plásticos
existentes no mercado, mas isso não significa que negligenciaremos suas limitações.
Um dos cuidados que se deve ter ao fazer uma instalação em PPR é a exposição dos
mesmos a luz solar. A camada externa dos tubos e conexões possui uma proteção contra a
atuação dos Raios Ultravioletas, porém esta proteção não é tão duradoura quanto a vida útil
das instalações hidráulicas. Por esse motivo, sempre quando, por uma concepção
arquitetônica ou por qualquer outra situação, a tubulação ficar exposta ao sol é necessário que
se de uma proteção extra a este tubo. A forma mais eficiente de proteção a esta tubulação é o
envolvimento da mesma através de um material isolante, como fita de alumínio, por exemplo.
Outra maneira também eficaz de proteger a tubulação seria com o uso de uma tinta especial
para Polipropilenos, porém o custo que essa solução agregaria a instalação seria um
diferencial negativo, tendo em vista que a fita de alumínio é uma material mais barato e mais
simples de aplicar a partir do momento em que se ganha inclusive tempo para fazer a proteção
desta tubulação.
Desenvolvido primeiramente para solucionar a condução de água quente, o PPR, por
suas inúmeras qualificações, vem sendo usado também em instalações de água fria inclusive
em instalações de sistemas de refrigeração em que a água percorre a tubulação com
temperaturas próximas de 0°C. O único cuidado que deve ser tomado neste tipo de aplicação é
com a condensação dos tubos, já que a temperatura interna dos mesmos normalmente será
menor que a temperatura externa (ambiente). Mesmo com uma condutividade baixa, como já
visto anteriormente, nestes casos o indicado é que se cubra a tubulação com algum material
capaz de fazer um isolamento térmico do tubo, evitando o fenômeno da condensação.
O Termofusor é um equipamento imprescindível para se fazer a instalação de tubos de
PPR e é de extrema importância que se conserve a integridade do equipamento para que ele
possa contribuir positivamente à instalação. Fazem parte do Termofusor os bocais, que são
peças metálicas revestidas em Politetrafluoretileno (PTFE), popularmente conhecidas por seu
nome comercial Teflon. A conservação destes bocais é parte importante da manutenção
preventiva, pois no momento do aquecimento do tubo e da conexão são eles que estarão em
contato direto com o PPR, evitando que o derretimento do mesmo cause algum tipo de avaria
à soldagem. A maneira correta de fazer essa manutenção é efetuando a limpeza dos bocais
com álcool gel antes e após utilizar o Termofusor.

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CONCLUSÃO

Constantemente a indústria da construção civil passa por avanços e criações


tecnológicas que vêm para acrescentar na qualidade, economia e segurança das obras.
Historicamente, estes avanços tecnológicos dentro das instalações hidrossanitárias vêm
facilitando consideravelmente a vida de engenheiros, construtores e encanadores. Um fato que
mudou muito o ramo de instalações hidráulicas sem dúvida nenhuma foi o incremento dos
materiais plásticos à construção civil. Até então, os materiais mais utilizados para montagem
de linhas de água e esgoto eram metálicos, acrescentando um alto custo de material, mão-de-
obra e manutenção às instalações.
Dentro dos materiais plásticos o que mais se destaca até hoje é o Policloreto de Vinila
(PVC), usado em grande escala em obras, residências, comerciais, industriais, de infra-
estrutura, etc. Porém, como esse avanço tecnológico não para, hoje dispomos de um novo tipo
de material para condução de água e esgoto, o Polipropileno Copolímero Random Tipo 3,
PPR. O PPR possui, além de todas as vantagens que foram trazidas à construção civil pelo
PVC, inúmeras outras vantagens que propiciam ainda mais segurança, praticidade, qualidade
e baixo custo às instalações hidrossanitárias. Por ser um material de última tecnologia ainda é
utilizado em pouca estala para condução de água fria, já que para isso ainda prevalece o uso
do tubo de PVC classe 15. Porém, em instalações industriais e de água quente o PPR já tem
reconhecido destaque e utilização.
O presente trabalho objetivou esclarecimentos básicos acerca deste novo produto
emergente no mercado, dando uma maior atenção ao seu uso em instalações prediais de água
quente, porém ainda existe muito campo de aplicação ao PPR. Viu-se que ele é capaz de
resistir a altíssimas temperaturas e pressões, além de ter uma incrível resistência a ataques
químicos e cabe ainda um estudo mais aprofundado de suas características, a fim de que possa
em breve ser utilizado em maior escala na indústria da construção brasileira, assim como em
outros países, principalmente da Europa.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

As tabelas apresentadas a seguir foram retiradas do manual técnico dos produtos em


PPR fornecidos pela empresa Amanco Brasil Ltda. Tais dados disponíveis nas tabelas são
importantes a nível de detalhamento de projetos de instalações para água quente em PPR e
para a instalação dos mesmos.

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