Konrad Hesse começa o livro expondo a posição e a idéia de Fernand Lassale de

que há duas Constituições: a jurídica e a real. Sendo que a jurídica é aquela que está no
papel e a real é o resultado das relações de poder que regem um país. As questões
constitucionais não seriam questões jurídicas mas questões políticas pois, as forças
políticas não agem conforme as regras jurídicas mas conforme suas próprias leis.
Para Konrad Hesse, se aceitarmos que a constituição jurídica nada mais é do que
um pedaço de papel e que não tem nenhuma eficácia se não estiver sobreposta a
constituição real estaremos negando o próprio Direito Constitucional. Que este deixaria de
ser ciência jurídica para ser somente um estudo da realidade, mera observação, sem
força nenhuma de mudar esta realidade.
Konrad Hesse levanta algumas questões as quais procura responder no decorrer
de seu livro tais como: Existiria ao lado do poder determinante das relações fáticas,
expressas pelas forças políticas e sociais, também uma força determinante do Direito
Constitucional?