Sei sulla pagina 1di 2

Deverá a escola ter um papel de relevo na

educação para a prevenção da obesidade?

As actividades diárias que desempenhamos exigem de nós um esforço cada vez menor. Esta
situação deve-se em parte, à evolução da tecnologia e à sua disseminação no mundo em que a
sociedade explora cada vez mais essa vertente, promovendo campanhas de acesso fácil aos
equipamentos e de incentivo à sua utilização. Hoje, a redução na componente física das
actividades desenvolvidas, está associada ao uso das tecnologias, principalmente no uso dos
equipamentos de substituição das actividades domésticas e nas actividades de lazer em que se
substituiu a prática desportiva por longas horas em frente dos computadores.
O predomínio das tecnologias traduziu-se assim em alterações a vários níveis, nomeadamente em
mudanças nos comportamentos, que nos expuseram a estilos de vida sedentários, quer no
ambiente de casa quer na escola. Daí que tenhamos assistido nos últimos anos a um aumento
preocupante do predomínio da obesidade na maioria da população, quando estamos numa época
em que se dá cada vez mais importância ao aspecto físico.
As novas tecnologias são uma realidade em que as crianças começam a ter interesse desde muito
cedo, verificando-se o seu uso durante longos períodos de tempo, em casa com as consolas de
jogos e a televisão e na escola com os telemóveis e computadores pessoais. A utilização destes
aparelhos conduziu a uma profunda alteração nos hábitos das crianças e jovens, quer ao nível
alimentar, quer de actividade física, dando, deste modo, origem a vários problemas de saúde que
anteriormente se poderiam colocar apenas em idade adulta. Doenças normalmente associadas a
uma alimentação deficiente e reduzidos níveis de actividade física, como a osteoartrite, a diabetes
ou o aumento do colesterol, podem começar a surgir cada vez mais cedo, agravando-se ao longo
da vida.
Hoje nas escolas são leccionados conteúdos para a educação em matéria de saúde, os alunos
passam lá a maior parte do seu tempo e compete assim à escola transmitir conhecimentos e
atitudes que lhes permitam adoptar hábitos mais saudáveis. Mas, algumas das regras mais
elementares de boa saúde, como por exemplo, fazer uma alimentação equilibrada, refeições
simples, evitar produtos calóricos ou a prática de actividade física diária, não são executadas pela
maioria dos alunos. O facto de as matérias serem tratadas superficialmente ou não haver um
envolvimento mais activo da escola em relação aos hábitos dos alunos, implica que os
ensinamentos em nada contribuem para uma alteração de comportamentos. Muitas vezes, os
jovens com o dinheiro que os pais lhes dão para comer no refeitório, optam por ir comer aos cafés
e snacks das redondezas da escola. É muito grave também não haver um controlo sobre a oferta
alimentar disponibilizada pelas máquinas de venda automática que são colocadas dentro das
escolas. É mais grave ainda, que os bares disponibilizem produtos que uma alimentação saudável
deve evitar. Se não houver uma forte aposta na educação que alerte para os problemas graves de
saúde que podem advir do consumo excessivo de alimentos altamente ricos em calorias, os nossos
jovens continuarão a cometer erros alimentares pela vida fora.
Actualmente, as questões relativas aos consumos alimentares das populações sobretudo da
população mais jovem têm sido amplamente debatidas, levando a OMS a manifestar uma enorme
preocupação. Na idade infantil, os pais são os primeiros responsáveis pela transmissão de um
padrão alimentar saudável aos filhos, mas quando a criança passa a frequentar a escola ela deverá
ser ensinada a ter bons comportamentos e hábitos alimentares saudáveis. A responsabilidade
destes ensinamentos na prevenção de desvios de comportamentos e hábitos saudáveis deve estar
agora centrada na escola, em que esta deve assumir um papel mais activo, em que promova o
estudo aprofundado das matérias, explicando as causas e consequências, assim como as
dificuldades no tratamento das doenças relacionadas com a obesidade. A escola deve não só
procurar envolver os alunos na realização de programas e debates sobre alimentação saudável,
como assegurar que existe uma articulação entre o que é passado e ensinado nas aulas teóricas e
a oferta física de alimentos na escola, concretamente nos bares e máquinas de venda automática.
O refeitório escolar assume igualmente um papel preponderante, pois deve oferecer refeições
saudáveis, equilibradas e essencialmente apelativas, evitando que os alunos façam as refeições
fora da escola. Deve promover também uma maior consciencialização para a necessidade de
desenvolverem actividade física ou dinamizar actividades de carácter lúdico em que sejam
induzidos a participar. Penso que as considerações seguintes se oferecem como argumentos
convincentes na defesa da minha análise, primeiro porque, as escolas oferecem condições únicas
para a implementação de programas de desenvolvimento pessoal, social e de educação para a
saúde. Segundo, é mais fácil enquanto crianças e jovens adquirirem hábitos mais saudáveis. E em
terceiro, é mais eficaz eliminar ou corrigir factores de risco em crianças e jovens do que em
adultos.
Ainda assim é uma questão que não deixa de ser complexa, pois poderemos argumentar que, o
tema não motiva e os alunos não têm interesse pelos conteúdos ou pelas actividades promovidas.
Ou questionar: Como evitar que os alunos saiam da escola se são os pais que permitem a sua
saída? Como controlar os alimentos que ingerem ou adquirem antes de entrar no recinto escolar?
Para se evitar estas situações têm de se introduzir factores de interesse e motivação, assim como,
aplicar medidas concretas com vista a atingir os objectivos. Exemplos: palestras conduzidas por
profissionais da área, sendo alguém de fora do ambiente escolar fará com que os alunos estejam
mais receptivos e darão maior importância, o próprio envolvimento dos pais nestas palestras
ajudará a consciencializar no tema. Enviar comunicação aos pais, solicitando que seja negada a
saída do educando para o exterior da escola, explicando o propósito da medida. A questão do
controlo antes da entrada no recinto não será fácil de tratar, no entanto, deve haver um
encaminhamento dos alunos, no momento em que chegam, directamente para o recinto escolar.
A escola tem assim um importante e fundamental papel na educação, para a saúde no geral e na
prevenção da obesidade em particular, quer seja pelos conhecimentos transmitidos ao aluno quer
pela orientação e estímulo nos comportamentos a adoptar. Contribuindo assim, para uma
alteração do impacto negativo na saúde de uma má alimentação ou da quase ausência de
actividade física. Permitindo ainda que os alunos assumam uma postura crítica diante das
situações que se lhes apresentem, nomeadamente, na escolha de uma alimentação saudável ou
na eliminação de comportamentos de risco.

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Saúde Pública.

Potrebbero piacerti anche