Sei sulla pagina 1di 83

EVANGELHO DA MANIPULAÇÃO

Dr. Eney de Almeida Lima

EVANGELHO DA MANIPULAÇÃO
Social, histórica e eclesiástica

Autor
Dr. Eney de Almeida Lima.Th.D Ph.D

Editor
Raimundo Macêdo, Th.B Ph.L

Revisão de Prova
K. Y. Reimap

Capa e Diagramação

Edição do Autor
E-mail: eney_a@yahoo.com.br
eneylima@gmail.com

dr.eney@fatbi.com.br

061-8136-1191
PREFÁCIO

Recebi a honrosa incumbência de prefaciar o livro do Dr. Eney de Almeida Lima.


Imagino que a razão do autor em abordar o conteúdo de sua obra não pode ter sido
outra a não ser a cobrança do Senhor Jesus pelo Espírito Santo em dar brados de alerta à
noiva do cordeiro sobre inovações, modismos e influências maléficas que ameaçam
seriamente a estrutura da igreja contemporânea de sua rota nos princípios cristãos
autênticos.

Cheguei a esta conclusão por entender que nos dias atuais, nós os pastores que
temos a responsabilidade de manter o rebanho alimentado nutrido e cônscio de
responsabilidade diante de Deus deparamos com “profissionais do púlpito” que pensam
mais em si próprios e nos resultados temporais que os beneficia do que nortear a noiva
de Cristo na sã doutrina e princípios salutares de uma vida de temor e submissão ao
querer do Senhor.

Dr. Eney de Almeida Lima, o senhor é valente, corajoso, destemido e nos transmite
um invulgar compromisso com a Palavra de Deus. Recomendo aos nossos irmãos Fiéis
aos princípios sagrados esta obra intitulada EVANGELHO DA MANIPULAÇÃO, que
chega ao nosso alcance em tão oportuno momento.

Pr. Gilberto Marques de Souza


Presidente da COMIEADEPA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I – O QUE É O EVANGELHO?

CAPÍTULO II – O QUE É A IGREJA?

CAPÍTULO III – IGREJA CHEIA DE EQUÍVOCOS

CAPÍTULO IV – MANIPULADORES DA FÉ

CAPÍTULO V – INSTITUIÇÕES FALIDAS

CAPÍTULO VI – INSTITUIÇÕES CORROMPIDAS

CAPÍTULO VII – DESTRONANDO O ‘EU’

CAPÍTULO VIII – BUSCANDO ABRIGO


NO PRAGMATISMO

CAPÍTULO IX – UMA RE(LEITURA) DO


DENOMINACIONALISMO

CAPÍTULO X – REINVENTANDO O EVANGELHO

CAPÍTULO XI – A PROFANAÇÃO DO SAGRADO

CAPÍTULO XII – FARISEUS PÓS-MODERNOS

CAPÍTULO XIII – O QUE A IGREJA DEVE FAZER

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO

A verdade é santa, mas a mentira é suja e as duas não podem passar na mesma
porta sem se digladiar e, na luta, vence a mais forte. Este livro faz uma análise da
manipulação do evangelho que está acontecendo no Brasil.

A Igreja viveu aqui sendo perseguida, depois copiada e, então, passou a copiar.
De quem? Assim, hoje é difícil identificar uma congregação que seja realmente parte da
Igreja legítima, porque esta fase da cópia é duvidosa.

Qual congregação é da Igreja? Quem são os neoliberais? Uma é diferente da


outra? Ou as duas já se parecem muito? Essa dúvida está pairando sobre os Arraiais
evangélicos do Brasil pedindo solução.

O texto que segue aborda uma discussão que gira entre a Igreja do Senhor e as
igrejas neoliberais. O objetivo é mostrar que se não há tem de haver diferença entre os
fiéis e os falsos, entre os justos e os ímpios.

São treze capítulos e todos trabalham os dois temas: Igreja fiel e igrejas
neoliberais. A leitura é divertida e traz sentidos novos de uma análise séria e
responsável.

Assim, você está iniciando uma jornada interessante e de grande valor para sua
vida cristã. Ler “Evangelho da Manipulação” é caminhar nos profundos da realidade e
tomar conhecimento de fatos inéditos.
CAPÍTULO I – O QUE É O EVANGELHO?

Definir o Evangelho neste terceiro milênio não é tão simples como o foi no
passado remoto, quando havia um destacado contraste ente a verdade e o erro.

As visões interpretativas atuais são múltiplas e incluem as relativistas e as


neoliberais, de tal forma que qualquer definição corre o risco de ser entendida como
arcaica, radical e/ou conservadora de forma indevida, além se ser vista, também, como
fora do contexto dos manipuladores do Evangelho e, assim, cair no “esquecimento”.

Objetivo

Todavia, este livro foi elaborado com o objetivo precípuo, determinado e


específico de analisar a manipulação do Evangelho e, de forma responsável, produzir
um trabalho útil a um grande número de pessoas.

As definições de Evangelho podem ser tantas quantas sejam as ideologias


eclesiásticas e para-eclesiásticas, de sorte que o número delas poderia saturar o leitor
antes de chegar ao cerne da leitura.
Entretanto, há algo que nunca foi mexido ou alterado nem modificado, que é a
verdade bíblica ortodoxa, da forma como o Espírito a inspirou e foi registrada. As
releituras feitas pelos neoliberais da ala evangélica pós-moderna vêm se impondo no
shopping da fé e no auge da mídia com um sucesso surpreendente e inesperado.

Mas tudo isso terá fim, pois Deus não aceita o homem zombar da Sua Palavra o
tempo todo e, assim, logo essa parafernália vai acabar.

O QUE NÃO É O EVANGELHO


Toda pregação eisegética parece trigo, mas é joio. Cremos que por causa disso é
que Paulo falou: “Abstende-vos de toda a aparência do mal”, 1Ts 5.22 (ARC). O
sentido original da palavra ‘abstende-vos’ é afastar-se, abandonar, fugir, sair de perto,
rejeitar as diversas formas de mal.

Etimologia de eisegese

A eisegese é a interpretação de fora para dentro da Bíblia em busca de versículos


isolados para dar sustentação a idéias criadas nas cabeças dos milhões de neoliberais de
carteirinha espalhados por todo o Brasil e outros lugares.

A palavra ‘eisegese’ vem do grego “eis”, para dentro de + “egéomai”, eu


interpreto, eu traduzo, eu explico. A partir desse sistema falido e, ao mesmo tempo,
“vitorioso”, uma grande massa dita evangélica manipula milhões de pessoas e extrai
delas valores que lhes rendem conforto e fama, status e mordomia, riqueza e nome.

Ecumenismo

O ecumenismo aparentemente útil vem estragando muita coisa nas igrejas do


Brasil. Por que útil só de aparência? A união que se concretiza não é orientada pela
Bíblia, mas por uma política esperta de líderes vivos que não gostam de perder pontos.

Os líderes que trabalham a formação de uma igreja ecumênica não são escravos
da Bíblia, presos à verdade divina nem submissos às orientações do Espírito. Quem luta
pelo ecumenismo cristão tem outros objetivos diferentes dos que estão registrados na
Palavra – dos objetivos de Deus quando enviou Cristo para morrer na cruz.

Esquemas

Se esse tal de ecumenismo cristão fosse orientado pela santa Palavra de Deus,
com certeza teria valor para fortalecer a batalha espiritual e diminuir muitos conflitos.

Todavia, nos grupos de tendência ecumênica, Maquiavel manda mais do que


Jesus Cristo, pois as estratégicas do Senhor são contra os demônios, MT 16.18, mas
muitos líderes pós-modernos gostam mais de montar esquemas que gerem prosperidade
material. A visão deles é outra e, por isso, preferem Mamom a Cristo. Isso nunca foi
Evangelho, Mt 6.19-34.

Legalismo

Dominar os fiéis por meio de normas, também, é outra forma desprovida de


hipóstase divina válida e verdadeira. Não se trata de ser contra leis e regulamentos
eclesiásticos, mas de criticar as leis e regulamentos diferentes da Bíblia. Isso, também,
não é Evangelho. As regras das ‘liberdades’ contrárias à Palavra de Deus não podem ser
chamadas de Evangelho.

Tudo que é feito em nome de Deus, de Igreja e da Bíblia tem a obrigação de se


render à Palavra quanto à fé e à prática religiosa, para poder ser considerado Evangelho.

Como ser Evangelho, se a autoridade parte do homem, do líder? A autoridade do


Evangelho brota do Evangelho! A vida vem da vida; a força é gerada pela força; a glória
reproduz glória; mas o Evangelho falso nunca poderá produzir fé verdadeira.

Quem está dormindo, acorda! Desperta! O Senhor deseja iluminar as mentes


dessas vítimas. “Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos e Cristo te
esclarecerá”, Ef 5.14.

Politicagem

Na verdade, a Igreja bíblica tem sua política, mas nunca se rendeu à política
sórdida dos homens com objetivos diversos e todos diferentes do projeto de redenção. A
mistura da igreja com a política no Brasil ficou para trás nos idos do século dezenove e
não justifica sua presença nociva e mal-orientada neste terceiro milênio.

Desvio da missão

A dedicação exagerada de algumas igrejas cristãs nas áreas sociais e políticas


não conseguem convencer aquelas que, por negligência, falham nestas áreas, mas
tentam, mesmo sob algum tipo de perseguição, manter-se na visão bíblica sem
distorção, sem falsificação quanto à busca da verdade e da salvação.
Joio não vira trigo

É preciso, como disse Jesus, permitir que o joio continue junto do trigo, mas não
é possível aceitar chamar o joio de trigo nem o trigo de joio, em hipótese alguma. A
tapeação, o engano, o faz-de-conta e as aparências vêm tentando tomar o lugar da
verdade há muito tempo, mas esta – quando é de Deus, claro! – nunca pode ser
substituída nem perde nenhuma batalha como, de fato, prova a história.

Mesmo que o joio permaneça tirando alguma vantagem nas grandes lavouras de
trigo, não se pode concordar que as identidades sejam trocadas ou alteradas de tal forma
que facilmente se confunda quem é quem no dia-a-dia das diversas igrejas.

Quantidade

A quantidade sempre convenceu o homem, mas nunca agradou a Deus. Número


não é beleza, quantidade não é qualidade, massa humana não representa almas puras
como, aliás, o Senhor requer.

Muitas instituições que trabalham através da mídia, estão atraindo os cristãos


leigos, simples, neoliberais e sem identidade específica sobre a fé. Mas aqueles que
conhecem a verdade e vivem debaixo de sua tutoria, não aceitam a idéia de pular cerca
para caçar pasto seco do outro lado.

Culpa

De quem é a culpa? Talvez você possa perguntar. Limitando-se a avaliar essa


situação nos arraiais humanos e, mais especificamente, nos meios evangélicos,
encontram-se três marcas negativas que merecem destaque:

Primeira, a falta de alimento de boa qualidade bíblica, ou seja, de


conscientização séria para os fiéis ter condições de diferençar entre o certo e o errado à
luz da Palavra de Deus. Nesse caso, os responsáveis pelos rebanhos falham por não
prestar um serviço de boa qualidade a Deus.
Segunda, esses ‘fiéis’ que vivem em constante êxodo em busca de satisfação
pessoal demonstrando que são, de verdade, astêriktoi (levianos, inconstantes e sem
firmeza com relação aos votos que fizeram no ato da profissão de fé e do batismo em
água); não tendo verdadeiro compromisso com a verdade e com a Igreja santa, acabam
‘puxando o carro’. Toda pessoa que tem o mau hábito de sair da igreja em busca de
outra que lhe satisfaça os desejos revela ser astêriktos, inconstante.

Terceira, os líderes das instituições da mídia que vivem o tempo todo pescando
em aquário alheio revelam, também, que não encontram em si mesmos coragem para
enfrentar os mares e as vicissitudes da missão verdadeiramente evangelística.

Essas três categorias de pessoas – crentes em geral – parecem ser responsáveis


pela realidade do fluxo de entra-e-sai nas igrejas, ou seja, da Igreja para as igrejas. Nota-
se uma tendência qualificada em fluir muita gente para os locais indicados pela mídia,
como se lá fosse o melhor lugar do mundo para se aprender as coisas de Deus; e, por
outro lado, como se a mídia fosse dona da verdade.

Neoliberalismo

Antes o ataque veio por parte do liberalismo, mas hoje quem governa a mídia é a
filosofia neoliberalista. Os liberais começaram a deixar de lado certas doutrinas
fundamentais e partiram para substituições arbitrárias.

Porém, o neoliberalismo, que já nasceu forte, tomou atitudes negativas no


sentido de rejeitar a ingerência da Igreja. Foi a partir daí que começaram surgir muitas
novas seitas e até mesmo igrejas independentes em todos os sentidos, inclusive da
autoridade da Bíblica.

Assim como o neoliberalismo filosófico rejeita a intervenção do Estado nas suas


atividades e nos seus negócios, as instituições recentes – as que funcionam em nome de
igreja – não aceitam qualquer tipo de participação da Igreja – aquela que reverencia a
Palavra de Deus – na sua administração.

A verdade não pode ser mudada


Quem se considera independente reivindica o direito de aumentar, diminuir e
alterar doutrinas fundamentais da Bíblia, ou seja, normas de fé e prática do verdadeiro
Cristianismo.

Porém, todas as verdades essencialmente bíblicas são também dogmáticas ao


extremo e, por isso, nenhum ser humano pode mudar essa situação, haja vista não estar
em seu alcance nem em seu controle.

Aqui embaixo na Terra, os homens mudam à vontade, mas se esquecem de que


aqui só existem cópias, a matriz da verdade que será usada nos juízos está preservada e
intocável nas gavetas de Deus. O que adianta alterar as doutrinas na Terra, se elas estão
imutáveis no céu? Cristo não vai usar cópias para executar juízo justo; com certeza, Ele
usará os santos originais que Ele mesmo segura nas mãos, tem na cabeça e estão
patentes aos Seus olhos.

Raimundo Macêdo, no seu livro Crença Filosófica (inédito), páginas 33 e 34, diz
o seguinte:

“Nenhuma informação pode ser considerada verdadeira ou falsa, antes de ser


analisada, e investigada, e confirmada para saber se é verdadeira ou falsa.

“A confirmação de que uma informação é verdadeira ou falsa deve ser feita por
pessoas capazes, de maneira correta, exaustiva, com objetividade, sem o concurso da
emoção, isenta de influência política e fora da influência religiosa; com base em
pesquisas bem comparadas; investigações bem confirmadas; informações corretas e
bem fundamentadas; questionamentos muito bem-feitos; críticas confrontadas e
coladas; proposições objetadas, mas não vencidas; duvidadas, mas credenciadas;
perseguidas, mas não mortas; atiradas, mas não alvejadas.

“Uma informação dita falsa só pode ser considerada falsa se continuar falsa
enquanto existir; uma informação verdadeira só pode continuar sendo considerada
verdadeira se permanecer verdadeira enquanto existir.

“Aquilo que é chamado de falso e depois se descobre que é verdadeiro, não era
falso, era verdadeiro e havia sido mal-informado ou mal-investigado.
“Aquilo que é chamado de verdadeiro e depois se descobre que é falso, não era
verdadeiro, era falso e havia sido mal-informado ou mal-investigado.

“O verdadeiro não pode se tornar falso e o falso não pode se tornar verdadeiro.
O que pode acontecer é que o verdadeiro deixa de existir ou se afastar e pode nascer um
falso no lugar, porém nunca há transformação, por ser impossível.

“O verdadeiro pode nascer e morrer, mas não pode ser transformado em falso. O
falso, também, pode nascer e morrer, mas não pode ser transformado em verdadeiro.”
Antidogmatismo

Ninguém que abraça a pura Palavra de Deus aceita mudanças nas verdades
cardeais da fé. Contudo, os neoliberais – aqueles que não aceitam ingerência da
verdadeira Igreja – mudam à vontade, tanto a forma de crer como a maneira de praticar
a liturgia do culto e a fé no cotidiano.

“Estamos libertos”

Desde o momento em que uma pessoa ou família abraça o neoliberalismo


evangélico, a partir daí ela se sente dona dos seus narizes, liberta das ‘regrinhas’ da
Igreja. Por que liberta? Quem busca, principalmente, a prosperidade material não se
encaixa na forma em que a Igreja crê na Bíblia e ensina as doutrinas básicas da
salvação. Ao contrário, rejeita de forma radical e ainda zomba daqueles que ficaram
para trás.

O troco

Quem se liberta – por sua própria conta – das regras e da ingerência da Igreja,
certamente cai na lei da substituição automática. A partir do momento em que alguém
deixa a Palavra pura de Deus para abraçar outra mensagem ‘liberta’ das ‘regrinhas’ do
Corpo de Cristo, claro que a pessoa se submetera a outra força de identidade duvidosa.
E aquele que se entrega a uma lei diferente das leis da Bíblia terá dificuldade para
retornar às ‘regrinhas’ divinas que ajudam a caminhar no rumo certo da Nova
Jerusalém, Ap 21.27.

Se alguém considera chatas as ‘regrinhas’ de Deus, como tal pessoa vai se


apresentar ao Justo Juiz no dia do seu julgamento? Todos precisarão das ‘regrinhas’,
haja vista que o Autor delas nunca vai abrir mão de nenhuma.
Submetendo-se a outras leis

Toda vez que uma pessoa deixa um mundo e vai para outro, se liberta de uma
norma e se escraviza debaixo de outra. Esta lei é bíblica e não pode ser rejeitada pelo
cristão saudável. Leia Rm 6.1-23.

Confira: “Graças a Deus que fostes escravos do pecado, mas obedecestes de


coração à forma de doutrina a que fostes entregues”, Rm 6.17. “E libertos do pecado,
fostes feitos escravos da justiça”, v. 18.

Fugiu de uma escravidão dura (assim a consideram os neoliberais, mas a Igreja


sabe que os mandamentos de Deus não são pesados, 1Jo 5.3) e se entregaram a outro
conjunto de regras mais duras ainda, sem amor e sem perdão. Qual é a vantagem?

Prisão pessoal

Os voluntários que deixaram a verdade em troca do neoliberalismo se prenderam


de forma despótica e não perceberam. Desde que tais pessoas se entregaram a essa nova
filosofia por vontade própria, com certeza elas agora estão presas debaixo da lei que
escolheram. Isso nunca foi Evangelho! É mais fácil eliminar um espinheiro e substituí-
lo por um trigo do que um joio que gosta do neoliberalismo.

Por quê? Quem escolhe esta forma de vida ‘neo-evangélica’ não tem vontade de
voltar para onde estava antes, pois as propostas neoliberais lhe agradam, lhe enchem a
alma de satisfação pessoal – é isso que eles querem!

É como uma pessoa que não saiba nada de submarino e esteja fazendo uma
vigem de um mês no fundo do mar sem ver a terra e sob o controle total dos
funcionários da empresa responsável pelo transporte.

O passageiro sem conhecimento sabe se o submarino está indo no rumo certo?


Tem certeza de que chegará ao destino a salvo? Pode, por si mesmo, garantir que
voltará a viver entre os seus familiares? Tem condições de se sentir feliz totalmente? O
que ele – na ignorância total a respeito do meio de transporte – poderia fazer para lhe
dar segurança e ter certeza da vitória?

Na verdade, quem come pelas mãos dos outros não pode garantir a qualidade do
alimento que ingere. Assim é o povo que acompanha a mídia por causa do
neoliberalismo em detrimento do Evangelho puro.

O QUE É O EVANGELHO

Definir o Evangelho, porém, é mais fácil porque existe um fundamento


determinado por Deus no qual se deve basear. As características do verdadeiro
Evangelho são muitas, mas aqui se apresentam apenas as principais como sejam: amor,
justiça, verdade, vontade, santidade, submissão e perdão. Analise-as com carinho:

Amor

O verdadeiro Evangelho é cheio de amor e tem toda a explicação necessária a


respeito dele. “Deus é amor”, 1Jo 4.8,16. E quais são as características do amor? Lendo
1Co 13, se torna mais fácil conhecer essa virtude-mãe.

Note os pensamentos a seguir: “O amor é paciente, é bondoso; o amor não é


ciumento; o amor não se gaba, não é arrogante, não é rude; não busca os seus próprios
interesses; não se irrita, não leva em conta o mal; não se alegra com a injustiça, mas se
alegra com a verdade; todas as coisas sofre, todas as coisas crê, todas as coisas espera,
todas as coisas suporta; o amor nunca termina”, 1Co 13.4-8a. Isto é característica do
verdadeiro Evangelho!

Justiça

“Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e
justificador daquele que tem fé em Jesus”, Rm 3.26. O verdadeiro Evangelho fala da
justiça e rejeita, ao mesmo tempo, a injustiça.

“A justiça de Deus se revela no Evangelho de fé em fé”, Rm 1.17. Evangelho


sem justiça não é verdadeiro, é pseudo! “Mas agora a justiça de Deus foi manifestada
sem lei e testemunhada pela lei e pelos profetas”, Rm 3.21. “E justiça de Deus mediante
a fé de Jesus Cristo para todos os que crêem, porque não há distinção”, Rm 3.22.
“Sendo justificados gratuitamente pela sua graça mediante a redenção em Cristo Jesus”,
Rm 3.24. Isso é Evangelho!

Nesse tipo de Evangelho não cabe a injustiça, o engano, a tapeação, a idéia de


forçar o joio virar trigo. Não, isso não é Evangelho! Quem age com injustiça é filho do
capeta, não filho do Deus justo! O Deus justo não tem filho injusto! O Deus justo só
tem filho justificado por Ele e, nesse caso, quem rejeita a graça está fora da lista.

Verdade

Jesus disse certa vez: “Eu sou [...] a verdade”, Jo 14.6. Orando ao Pai, disse
também: “A Tua Palavra é a verdade”, Jo 17.17. Como age uma pessoa que está na
verdade em relação ela? Passivamente! Quem é escravo da verdade é guiado por ela e
não tem projeto próprio para defender ou realizar!

“Mas o que pratica a verdade vem para a luz para que sejam manifestas as obras
dele, as que em Deus são feitas”, Jo 3.21. Quem ama a verdade se aproxima da luz, mas
quem não se aproxima da luz do verdadeiro Evangelho prova que não ama a verdade.

E quem não ama a verdade, ama o quê? E por que muitas pessoas não se chegam
à luz de Cristo? “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que
não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”,
2Co 4.4.

O deus deste século – o diabo – cegou os entendimentos de quem? Para quê?


Releia o versículo citado e confirme as respostas a estas perguntas.

Vontade

Uma das regras do Reino dos Céus é esta: “Se alguém quer vir após mim, que
negue a si mesmo e tome a cruz dele e siga a mim”, Mt 16.24.

Uma lei se desdobra em quatro: primeira, querer seguir a Jesus, ter vontade;
segunda, negar-se a si mesmo, praticar renúncia; terceira, tomar a cruz, ter ação passiva
diante das ordens de Deus; e quarta, seguir a Jesus Cristo, obedecer na prática.

Esta lei declara que o verdadeiro discípulo de Cristo não tem vontade própria,
porque a renunciou para aceitar irrestritamente a vontade de Cristo. Nesse caso, é
impossível um ser humano conseguir fazer as duas vontades: a sua própria e a do
Senhor. Já que ele renunciou a sua, agora resta fazer a do Senhor sem questionar. Isso é
Evangelho!

Santidade

O mesmo Espírito de santificação que esteve em Jesus enquanto viveu na Terra,


Rm 1.4, deve estar também na vida do cristão que tem compromisso com Deus e com
Sua verdadeira Palavra. O verdadeiro Evangelho é caracterizado pela santidade – estado
da vida de Deus – e pela santificação – estado da vida dos salvos.

A santidade é a qualidade de santo que Deus implanta no salvo no momento da


verdadeira conversão e a santificação é a conduta de santo que o crente adquire e
conserva no dia-a-dia.

Os neoliberais não revelam preocupação com esses detalhes, pois eles gostam de
viver à vontade, longe das ‘regrinhas’ da Igreja e comendo pelos menos as migalhas da
mídia – aquelas que caem das mesas dos ricos.

Os salvos são participantes da natureza de Deus e, como tais, não têm vontade
própria, não podem escolher onde viver, o que fazer, o que deixar de fazer, porque o
Senhor é que tem o direito de determinar essas coisas para as suas vidas. Leia com
reverência Gl 2.19,20; 5.22,23; Hb 12.14; 2Pe 1.4.

Submissão

O fato de se tornar discípulo de Cristo faz do ser humano um seguidor do


Mestre, comprometido com as Suas idéias e as Suas palavras. “Aquele que diz que está
nele também deve andar como ele andou”, 1Jo 2.6.

Como Jesus andou? Ele mesmo disse: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa
alguma”, Jo 5.30. Jesus era (é) totalmente submisso ao Pai: “Eu desci do céu não para
fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”, Jo 6.38. O discípulo tem
compromisso de submissão e obediência ao Mestre, exceto se for falso.
“Deus [...] predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho”, Rm 8.29.
A vontade de Deus é que os crentes sejam parecidos com Jesus Cristo em tudo, tanto na
teoria quanto na prática. Isso é verdadeiro Evangelho.

Os demônios e os seus escravos vivem o tempo todo mudando as coisas,


alterando as doutrinas, aumentando conceitos, omitindo verdades e trocando os
objetivos verticais – servir a Deus – por horizontais – agradar aos homens. Mas isso não
é Evangelho!

Perdão

O verdadeiro Evangelho é demonstrado através do perdão gracioso de Deus para


o pecador por meio de Jesus Cristo e do cristão para seus semelhantes. Quem não
perdoa não prova que tem Deus na vida. O perdão do Senhor para nós está condicionado
ao nosso perdão para o próximo, Mt 6,12-15.

O perdão traz paz e a paz faz parte de Deus; o perdão traz descanso de
consciência e a boa consciência vem de Deus; o perdão traz certeza de comunhão com
Deus e a comunhão é providenciada pelo Espírito Santo. Isso é Evangelho!

CAPÍTULO II – O QUE É A IGREJA?

Esta seção tem o objetivo de definir, à luz da Bíblia, o que é a Igreja. No entanto,
para se explicar de forma verdadeira o que é a Igreja, se faz necessário estabelecer uma
comparação entre a verdadeira e a falsa.
Não é possível distinguir o belo sem contemplar o feio; não dá para saber o que
é certo sem a presença do errado; o destaque da verdade é mediante a comparação com
a mentira; a fama do forte ocorre em relação aos fracos; o justo de evidencia por ter em
volta os injustos e assim por diante. Faça uma análise santa do texto a seguir:

O QUE NÃO É A IGREJA

Apresentam-se, nesta subseção, quatro exemplos ilustrativos de que a Igreja não


é caracterizada conforme muitas pessoas imaginam. Parecem, mas não são provas da
Igreja: as religiões, caridade, honestidade e templos cheios de pessoas. Analise os itens
com carinho:

As religiões

Não se pode confundir religião com Igreja, pois enquanto os fundadores de


religião morreram e permanecem mortos, o fundador da Igreja – Jesus Cristo –
ressuscitou e vive para sempre. As religiões podem decidir (e decidem) em que crer,
como crer e como praticar suas crenças.

A Igreja, porém, é corpo e, como tal, não tem visão própria, não fala, não ouve e
não tem cérebro. Por isso, depende desses sentidos e dessas faculdades que estão na
cabeça – Cristo. Isso é Igreja!

As religiões podem ser boas como for, mas não são capazes de mostrar a
verdade divina, o perdão gracioso e a felicidade eterna com Deus. Ao contrário, elas
trabalham mais as propostas de vida boa aqui, de sucesso material, de bem-estar
psicológico, de vitória no cotidiano e não sabem nem a porta de entrada para explicar
sobre a vida eterna.

A caridade

Não se pode negar que a caridade é componente do amor; mas, ao mesmo


tempo, não é correto afirmar que a caridade seja o amor.

Fazer caridade na intenção de ganhar vantagens no além, principalmente em se


tratando da vida eterna, é atitude equivocada, pois essa vida não é mercadoria que se
possam comprar com valores, atitudes, obras, ações, palavras.
Todo salvo deve fazer caridade, mas a caridade não é capaz de conquistar a
salvação. Esta só se adquire crendo em Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo. Só Ele pode reconciliar o pecador com o Pai, At 4.12; 2Co 5.18-20;
1Tm 2.5.

Honestidade

A Igreja não é caracterizada pela honestidade, porque qualquer pessoa pode ser
honesta sem pertencer à Igreja. Os salvos têm de ser honestos, mas a honestidade não
gera salvação. Todo salvo é honesto, mas nem todo honesto é salvo. Assim como
caridade, a honestidade também não pode comprar a salvação.

Quem deseja ser salvo tem de adquirir a salvação que é oferecida de graça por
meio do Evangelho, Rm 1.16, porque a que tem preço é falsa e não merece confiança.

Uma coisa é ser honesto orientado pela Palavra de Deus (característica da


Igreja), outra coisa é ser honesto por iniciativa própria sem pertencer à Igreja
(característica do não-salvo).

Todas as boas qualidades sociais existem orientadas por três autoridades: Deus,
o homem e o diabo. Dessa forma, não basta ser honesto, é preciso saber de onde vem
esta honestidade, quem é o monitor dela e qual é o seu verdadeiro objetivo.

Muitas pessoas honestas blasfemam contra Deus, por isso, a honestidade, em si


mesma, não caracteriza a Igreja. As provas da verdadeira Igreja incluem a honestidade,
mas contêm algo muito mais profundo que os ímpios não entendem, porque lhe parece
loucura, 1Co 2.14.

Templos cheios

Os números empolgam, mas a Igreja não se impõe com base nos números. As
massas humanas atraem, mas esse tipo de atração nada tem que ver com Deus. Virtudes
como justiça, verdade, amor, perdão, graça, humildade, simplicidade, submissão a
Deus, obediência ao Evangelho e outras dessa natureza, não são provadas pelos
números, pelos templos cheios de pessoas.

Se templos cheios servir de provas de fidelidade a Deus, os pagãos e os idólatras


levam vantagem, pois eles enchem os seus templos com facilidade mediante a atração
dos ídolos. Templo cheio é marca de emoção que nem sempre vem do céu.

Não se deve ficar preso a templos cheios para sentir-se no caminho certo, pois a
verdade e a justiça são abraçadas e defendidas pelas minorias, disse Jesus, Lc 12.32.

Quem se empolga com templos cheios pensando que isso é prova de fidelidade a
Deus, simplesmente está equivocado. Deus nunca dependeu de multidões para
demonstrar a Sua presença, o Seu poder e a Sua aprovação para os atos humanos. O
diácono Filipe evangelizou um homem no caminho de Gaza e foi transportado pelo
Espírito para Azoto, no litoral do mar Mediterrâneo, sem a presença de multidões, At
8.26-40.
Jesus Evangelizou a Mulher Samaritana sem ninguém por perto e ela se tornou
uma grande missionária à sua cidade. O Mestre falou com Nicodemos sozinho à noite,
não tinha multidão por ali, Jo 3.1-7. Confundir a presença e o poder de Deus com
multidões é, no mínimo, ingenuidade, prova de manipulação, meninice e “ágnoia”, At
3.17; 17.30; Ef 4.18-24; 1Pe 1.14; 2.15 (únicas refs. no NT).

Os templos cheios representam muitas pessoas que pensam em harmonia, seja


para adorar a Deus, servir a Baal, reverenciar os ídolos, aprender sobre reencarnação,
conhecer acerca do Mantra, dos Totens, dos Xamãs, etc.

Uma coisa não depende da outra; obediência pode ser, mas não tem de ser em
templos cheios e templos cheios não significam fidelidade a Deus.
Exibir-se por ser membro de uma instituição que tem templo grande e cheio de
pessoas é o cúmulo do absurdo, pois a Bíblia declara algo ao contrário desse ponto de
vista. Leia Lc 12.32; 1Co 1.18-31. “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro,
se perder a sua alma?”, Mt 16.26.

O QUE É A IGREJA

De forma resumida e com linguagem muito simples, apresenta-se uma definição


do tema. A Igreja é o povo de Deus formado histórica e profeticamente, fundamentado
na Rocha que é Cristo e representa o Reino dos Céus aqui na Terra.
A Igreja é a noiva de Cristo, o edifício de Deus, os filhos do Pai, servos do Filho
e templo do Espírito Santo. É constituída de pessoas que receberam Cristo como
Salvador, foram batizadas no Corpo de Cristo, Mc 16.16; 1Co 2.13, por imersão em
água em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, Mt 28.19, e se tornaram moradas
permanentes do Espírito, Jo 14.16,17.

A Igreja é constituída de instituições jurídicas e, ao mesmo tempo, é um


organismo universal, espiritual, vivo e sustentado por Deus na Terra por tempo
delimitado até o Dia de Cristo – o arrebatamento, e para sempre, 1Ts 4.17.

É formada pelo povo que adora a Deus e não reverencia os ídolos. Esta Igreja
tem um ministério organizado pelo Espírito e pela Palavra. Os seus ministros foram
convocados por Cristo para proclamar o Evangelho genuíno por todo o mundo e levar a
salvação eterna dentro do ponto de vista de Deus. Isto é a Igreja! Ela respeita a Palavra
de Deus, Mt 5-7.

Esta Igreja é verdadeira, não prega mensagens inventadas pelos homens – ela
sabe que Jesus não gosta disso, Mt 15.8,9 – nem trabalha orientada pela PNL –
Programação Neurolingüística – método psicológico usado no mundo por psicólogos e
profissionais da comunicação em massa para atrair e dominar multidões, adotado,
atualmente, por líderes pós-modernos de igrejas neoliberais.

Duas igrejas verdadeiras

Na verdade, existem duas igrejas consideradas, à luz da Bíblia, verdadeiras: a


visível e a invisível, pois esta é extraída daquela, infalivelmente. Considere os dois
aspectos separadamente:

Igreja visível

É constituída das pessoas jurídicas e conjuntos de membros que se reúnem nos


mesmos templos, têm a mesma fé e são orientadas a viverem na mesma prática. Isto não
significa, porém, que todos os membros da Igreja visível sejam também membros da
Igreja invisível. No entanto, só Deus pode fazer a distinção. “Quem és tu que julgas o
servo alheio?”, Rm 14.4.

Igreja invisível
Esta, todavia, não é conduzida pelos homens nem julgada por sua autoridade. Ao
contrário, a Igreja invisível, universal, espiritual e eleita eternamente por Deus por meio
de Cristo não tem líder manipulador do Evangelho, que distorça e falsifique a verdade,
2Co 4.2, deturpe as Escrituras, 2Pe 3.16. Não, não tem! Esse tipo de pessoas está só na
Igreja visível. Elas são capazes de atrair multidões e de fazer até milagres, mas não são
capazes de convencer Cristo a levá-las no arrebatamento, Mt 7.15-23.

CAPÍTULO III – UMA IGREJA CHEIA

DE EQUÍVOCOS

O que é um equívoco? Você sabe definir a palavra ‘equívoco’? Conhece os


equívocos de Eva? Já se equivocou algumas vezes? Já viu uma pessoa equivocada? Tem
experiência dos maus resultados de um equívoco? Quem gosta mais de praticar
equívocos? As definições estão na seqüência:

O que é um equívoco

Lembre-se de que não é um erro consciente. Não se trata, também, de um


engano vindo de fora, de outra pessoa, mas de um erro quando o sujeito considera certo
e dá margem a suspeita. É um raciocínio em que se dão conceitos diferentes a uma ou
mais palavras.

Muitas instituições que têm o nome de igreja, porém, estão desempenhando seus
papéis de forma equivocada, ou seja, praticando o evangelho da manipulação instruindo
pessoas a caminharem na vida cristã de modo diferente da Palavra de Deus. Quem faz
isso sem saber está equivocado e quem o faz sabendo é falso profeta.

Todas as tragédias e todos os equívocos se iniciam a partir do método de


interpretação da Bíblia, pois é resultado da aula do diabo no Éden. Aquela aula de
hermenêutica diabólica tem sido reproduzida no mundo inteiro e os frutos aparecem de
acordo com a natureza do professor: malignos.

Definição da palavra ‘equívoco’

A palavra ‘equívoco’ é um adjetivo e tem o sentido principal de enganoso,


duvidoso, ambíguo, suspeito. Parece, também, com sofisma, trama ou raciocínio em que
se dão sentidos diferentes ou contrários às palavras para convencer alguém acerca de
alguma coisa do interesse do ‘sofista’ conquistador.

Aplicando isso às instituições para-eclesiásticas pós-modernas, é claro que a


coisa se torna ainda mais grave. Por quê? A tal prática parte da consciência, da mente
esclarecida, dos olhos abertos e do coração sabedor. Nesse caso, o juízo será mais
pesado, Tg 3.1.

Os cinco equívocos de Eva

Eva cometeu cinco erros graves para concretizar a queda no pecado. Esses erros
são ministrados todos os dias, inclusive nas igrejas (mesmo que implicitamente), em
nome de instrução para obreiros. Quais são eles? Observe-os:

Desprezar a Palavra de Deus

A partir do momento em que Eva parou para permitir o diabo falar, com certeza
ela havia deixado de lado as orientações de Deus e, de certa forma, rompido a
comunhão com o Criador. Este é o erro principal, o mais perigoso, cujas conseqüências
são horríveis, só tragédia e desgraça! É a pior decisão que um ser humano pode tomar.

Prestar atenção nas explicações do diabo


Esse segundo equívoco foi grave como resultado do primeiro! Uma pessoa que
vivia na inocência, santidade, justiça, liberdade, imortalidade, autoridade, domínio,
presidência universal, saúde perfeita, fartura de alimento da melhor qualidade, direito de
viver no mundo sem morrer, simplesmente pegar tudo isso e jogar de lado e tentar uma
aventura duvidosa! Isso é derrota! Isso é queda! Esse segundo equívoco foi gerado pelo
primeiro e fortaleceu o trabalho de satanás em convencer Eva a desobedecer a Deus.

Assimilar as explicações do diabo

Além de deixar de lado as palavras de Deus e parar para ouvir o diabo falar,
ainda resolve concordar com ele e abraçar as suas idéias malignas e contrárias a Deus!
Que loucura! Isso foi mais grave ainda! Foi isso que Eva fez! Engoliu a derrota, o
fracasso e a miséria!

É um perigo o crente viver em perfeita santidade – como vivia Eva no Éden – e


não ter conhecimento da realidade divina e diabólica. É aí que o diabo entra – na
ignorância.

Desobedecer a Deus

Agora, depois de praticar três erros graves, Eva parte para fazer algo gravíssimo:
desobedecer a Deus e morrer! Leia Gn 2.15-17. A morte de Eva foi espiritual e dupla:
morreu e automaticamente matou toda a humanidade! Isso não é grave, é gravíssimo!
Muitos líderes manipuladores do Evangelho estão fazendo esse trabalho com todo
carinho: caindo e derrubando muitas outras pessoas.

Convencer Adão a pecar junto

Um porco sujo de lama não tem prazer em ver seu companheiro limpo e faz tudo
que pode para sujá-lo também. Eva, depois de ter caído em transgressão contra Deus, o
Todo-Poderoso, procurou uma forma de cobertura do pecado.

Para isso, ela tentou derrubar o marido e conseguiu, ele aceitou a proposta dela e
desobedeceu a Deus da mesma forma, praticando o mesmo pecado, caiu junto, embora
ele não tenha sido enganado, caiu com os olhos abertos e a certeza de que estava caindo,
1Tm 2.14.
Muitas pessoas, dominadas pela simplicidade e excesso de passividade, estão na
mesma situação de Adão: caindo por dar ouvido à proposta pecaminosa de outros.

Todos os filhos de Deus têm o dever de ouvir as mensagens divinas através dos
pregadores e ensinadores, mas ninguém tem a obrigação de ouvir sermão forjado nas
técnicas de pesquisa de mercado para fortalecer o shopping da fé, o mercado da religião
e o conforto do líder.

Experiência com equívocos

Muitas pessoas consideradas más não se apresentam cheias de muitos equívocos,


mas, ao contrário, outras que vivem consagradas ao trabalho “de Deus” se afogam e se
atolam até o pescoço nos muitos equívocos com respeito à forma de ensinar os fiéis.
Confundem a verdade com a mentira e ensinam sem saber o que estão ensinando. E aí, o
que acontece mais? Os leigos – que são facilmente manipuláveis – aceitam tudo numa
boa e com a cara alegre.

Uma pessoa equivocada

Nas instituições neoliberais eclesiásticas existem muitas pessoas equivocadas


chamando o mal de bem, o bem de mal, o doce de amargo, o amargo de doce,
contrariando o Deus de justiça, de verdade e de amor, Is 5.20.

O modismo de que um cristão não pode ser pobre tomou conta dos cérebros de
muitos crentes que nunca aprenderam a pensar com a mente de Cristo.
O Senhor disse certa vez à Sua Igreja iniciante: “Os pobres sempre os tendes
convosco”, Jo 12.8a. Ninguém pode mudar essa profecia de Jesus, porque ela é fiel e se
cumpre literalmente! Toda congregação tem de ter pessoas pobres, pois do contrário,
Jesus teria mentido.

Portanto, essa estória da mídia afirmar que os crentes não podem ser pobres é, de
fato, estratégia para arrecadar dinheiro dos pobres e deixar que eles continuem pobres e,
além disso, cada vez mais pobres.

Os maus resultados dos equívocos


No campo eclesiástico, os resultados dos equívocos dos pregadores são, em
muitos casos, eternos e irreversíveis. Os prejuízos serão incalculáveis, imensuráveis!

Enquanto as lideranças espirituais deveriam ser restritas às chamadas e


determinações de Deus (teocracia), ao contrário muitos apóstolos, bispos, presidentes,
pastores e líderes se acham no direito de fazer como querem e como pensam
(autocracia). As diferenças são grandes e os resultados, infinitos, horríveis! Muita gente
está enganada!

Quem gosta de praticar equívocos

Na verdade, quem gosta não sabemos, mas quem pratica são sempre pessoas que
trabalham na igreja com visão materialista, objetivo de sucesso financeiro, poder
político, fama, nome, domínio. Pessoas passivas diante da autoridade da Palavra de
Deus não têm esse tipo de pretensão e nunca buscam vantagens por meio do
Evanagelho.

Qualquer líder eclesiástico que tiver justiça, verdade, amor, humildade,


simplicidade e submissão a Deus e à Sua autoridade delegada NUNCA, NUNCA,
NUNCA parte para a busca de sucesso material em desobediência a Deus.

CAPÍTULO IV – MANIPULADORES DA FÉ

Além dos toques ligeiros dados no capítulo anterior, apresenta-se, neste, uma
exposição mais específica tentando esclarecer algo a respeito dos manipuladores da fé.
Quem são eles? Observe:

São os inteligentes
Quase todas as pessoas que se consideram não-inteligentes dificilmente se
arriscam a formar grupos para liderar. Os que estão sempre tentando e acabam
conseguindo são aqueles dotados de grande inteligência administrativa. Mesmo sendo
leigos, têm estratégias para conquistar corações para os seus pontos de vista religiosos.
São bons vendedores de idéias!

São os eloqüentes

Os estilos de orador são seis: natural, apaixonado, mercenário, funcional,


popular e técnico (Macêdo, inédito, pp. 41-43). Os líderes das instituições que
funcionam em nome de igreja (mas não são igrejas, são para-igrejas, ou não-igrejas)
quase sempre têm um estilo apaixonado, vivo, empolgante, emocionante e carismático,
mesmo que não tenham conteúdo teológico. Quem não é eloqüente tem medo de
arriscar e se frustrar na jornada.

Quanto à questão do conteúdo teológico, a maioria dessas instituições considera


a Teologia (estudo de Deus) desnecessária e inconveniente e, por isso, muitas delas não
têm, sequer, escola teológica; por isso, se restringem a dar instruções eclesiásticas,
técnicas de trabalho (principalmente de pedir ofertas), mas não se preocupam em
ensinar profundamente as verdades eternas.

Os dedos de Maquiavel (séc. XVI) estão aí manipulando esses líderes


‘evangélicos’ e levando-os a pensarem filosoficamente: quanto mais os liderados forem
ignorantes, mais fácil se torna o trabalho de manipulá-lo e, na medida em que se ensina
a verdade, eles se tornam conhecedores e resistentes à manipulação. Este é o segredo
dos falsos. Leia Mt 28.18-20 e confirme esta afirmação.

São os que se escolheram

A maioria dos líderes que dominam o mundo neoliberal no meio evangélico é


constituída de pessoas que se escolheram e se separaram por conta própria.

Eles não revelam compromisso com Deus e Deus, por Sua vez, não tem,
também, compromisso com eles. Aliás, “Deus não tem compromisso com quem não
tem compromisso com Ele”, já dizia Euclides Ribas.
São os que querem ser líderes

Quem fabrica em sua alma o dom de líder e não tem o reconhecimento de sua
Igreja (porque, na verdade, a Igreja não deve reconhecer como ministro aquele que não
demonstra ter recebido chamada divina), logo ele dá um jeito de se consagrar e se tornar
um líder, pastor, bispo ou apóstolo. Essas pessoas não dependem de ninguém para
serem consagradas, pois elas mesmas se declaram e pronto!

São os que gostam de conforto material

Muitos pensam que servir a Deus numa igreja que não lhe dá a chance de ser o
líder principal “não dá dinheiro”. Mas, como ele gosta de conforto e precisa de um
‘dinheirinho’, acaba partindo para uma aventura eclesiástica.

Lá, depois de sofrer um pouco no começo, ele consegue rebanhar um grupo


grande mediante ofertas mirabolantes de conforto material. E aí, o que acontece?
Sucesso! Quem vende um produto que o povo gosta de comprar, com certeza terá
sucesso no seu ‘negócio’.

São os que não têm temor de Deus

Uma pessoa que leia a Bíblia e se diga convertida a Cristo, e pratique rebeldia, e
crie uma liderança para si mesmo para ter oportunidade de pregar as mensagens que o
povo gosta de ouvir, certamente não tem temor de Deus. A Igreja recebeu a missão de
pregar, sim, mas não o que o povo quer ouvir e, sim, o que Deus quer falar.

São os que não gostam de ouvir

A maioria dos líderes que gostam de falar não gosta de ouvir. Porém, o NT
contém a palavra grega “hupakouo” e “akouo”, ouvir, entender, guardar, submeter-se à
autoridade de, prestar atenção em 291 ocorrências diversas, de Mateus a Apocalipse no
NT grego.

Quem não gosta de ouvir, de estudar e de aprender tem dificuldade para


conviver com Cristo, pois Ele é Mestre dedicado e não abre mão de ensinar Seus
discípulos. Logo, todos que recusam crer, aprender e praticar a verdade pura estão do
lado de fora do projeto de redenção.

CAPÍTULO V – INSTITUIÇÕES FALIDAS

Como se sabe que uma instituição está ou não falida? Talvez, no início da
análise, o leitor possa achar difícil, mas, com certeza, logo descobrirá os segredos.

Nesta seção, os comentários estão presos a três tópicos básicos: o sucesso dado
pelo diabo, o êxito do homem e a vitória de Deus. Acompanhe o raciocínio e tente
discernir a diferença entre eles:

Sucesso dado pelo diabo

Muitas instituições e seres humanos estão nadando no dinheiro e, ao mesmo


tempo, crendo na Bíblia de forma diferente, com interpretação distorcida e dedicação a
objetivos opostos. O choque maior é o seguinte: uma coisa é o que a Palavra de Deus
afirma e outra diferente e oposta é o que os líderes neoliberais garantem que a Bíblia
diz.

O sucesso deles não pode ser duradouro, porque a interpretação dada é paradoxal
e conflitante, contrária em muitos aspectos e, por isso, a derrota de uns (cristãos
humildes e pobres) é mais importante do que a vitória de outros (líderes bem-sucedidos
na área financeira).
Para maior clareza, vale mais o sofrimento dos que vivem no caminho certo com
dificuldade material do que o sucesso de quem pratica coisas que a Palavra de Deus
condena. Vale mais o pouco do justo do que a riqueza de muitos ímpios.

Todo cristão que tem “sucesso” com recursos oriundos de práticas


charlatanescas tem uma grande dívida com Deus e sua vitória cairá no esquecimento
muito breve.

O sucesso dos líderes não chamados por Deus (ou que tenham sido chamados,
mas saíram do projeto de redenção para entrar na luta pela prosperidade material) não
tem grande duração nem promessa de vitória.

Maquiavel, o filósofo italiano contemporâneo de Martinho Lutero e pai da


Filosofia Política, escreveu (pelo menos seu livro O Príncipe o afirma) que não importa
os meios, o que interessa são os fins. Como diz o grego “panourgía” (de “pan”, tudo +
“ergon”, trabalho + “ía”, abstrato)|: “Faço de tudo para levar vantagens e ter sucesso,
mesmo que seja preciso explorar as multidões”. Este termo (panourgía, astúcia) aparece
apenas seis vezes no NT grego: Lc 20.23; 1Co 3.19; 2Co 4.2; 11.3; 12.16; Ef 4.14.

A vitória de Deus

Todo julgamento correto passa pelo filtro de Deus, mas os juízos diabólicos e
humanos não são submetidos a esse filtro. É aí que está a derrota dos líderes neoliberais.

Todavia, quando Deus abençoa um líder do Seu povo Ele não pergunta nada
para o diabo nem para o homem, pois a decisão do Senhor é soberana, onipotente,
onipresente e onisciente, além de extremamente amorosa.

O que é vitória para o diabo é derrota no conceito de Deus; e o que é sucesso


para Deus, o diabo não entende assim, interpreta diferente, tudo errado, ao contrário.

Com o homem acontece a mesma coisa, pois ele considera vitória algo que para
ele seja útil, bom e benéfico independentemente do que Deus pense a respeito daquilo.
Então, a vitória de Deus é todo-poderosa e invencível. Ninguém pode
transformar uma vitória de Deus em derrota, exceto a própria pessoa por negligência e
ignorância. A porta que Deus fecha ninguém abre e a porta que Deus abre ninguém
fecha. Toda vitória dada por Deus tem o Seu selo de proteção e o maligno não lhe toca,
1Jo 5.18.

Que tipo de falência


Como podemos chamar de falidas certas instituições ricas, poderosas e
dominadoras? Ora! Nos comentários antecedentes ficou dito que a vitória do diabo e a
do homem não são vitórias de Deus e, conseqüentemente, não o é também para a Igreja
nem para o salvo em particular.

Lembra do capítulo primeiro deste livro, sobre as características do Evangelho?


Quais são elas? Recorde-as: amor, justiça, verdade, vontade de Deus, santidade,
submissão e perdão. Qualquer instituição chamada de evangélica que não viva nem
pratique estas sete virtudes (e muitas outras, claro) é, com certeza, uma instituição
falida.

Por que falida? Já que elas funcionam em nome de Deus, em nome de Jesus, em
nome do Espírito Santo, em nome da Bíblia e em nome da Igreja, se não tiver todas as
qualidades ensinadas pela Palavra de Deus, não passa de uma empresa falida no
shopping da fé, no mercado da religião onde existem sermões, campanhas e orações no
atacado e no varejo.

Uma instituição que se diga evangélica e seus membros e filiados não


demonstrem no viver uma conduta ilibada juntamente com a dedicação a Deus em
adoração e serviço, só pode ser uma instituição falida.

E, assim como a figueira que não tinha fruto foi amaldiçoada por Jesus e secou-
se imediatamente, da mesma forma, os líderes cristãos que não produzirem frutos
dignos do Evangelho serão, também, amaldiçoados para sempre!

Eles estão na lista do “nunca vos conheci” de Mt 7.15-23. Eles fazem para Deus,
mas não servem a Deus; trabalham na obra, mas em benefício próprio; apascentam
ovelhas, mas por interesse do leite e da lã; lutam para que suas igrejas cresçam, mas o
objetivo é aumentar seu próprio conforto material.

O salário dos líderes neoliberais é de acordo com a receita: começam ganhando


pouco e vão reajustando sempre na medida em que os dízimos e ofertas aumentam. E
quando começam a nadar no luxo, se esquecem de parar de aumentar os seus salários.
Isso não é comportamento de Igreja! Essa conduta não deve ser vivida pelos salvos!

Muitos confundem como, de fato, ficou dito no capítulo primeiro, na subseção


‘O que não é o Evangelho’, honestidade com fidelidade a Deus. A honestidade é, hoje,
um dos grandes componentes do profissionalismo e da postura de quem corre atrás de
boas vagas nas melhores empresas. Essa qualidade é maravilhosa, mas pode ser
demonstrada com interesse financeiro que nada tenha que ver com o Reino dos Céus.
As próprias instituições – talvez nem todas, mas algumas delas – usam o critério
da honestidade para promover seus líderes. Outros, de forma diferente, usam a
capacidade para arrecadar recursos financeiros em nome da empresa como critério
básico para as melhores promoções. Isso é falência espiritual! Sistema falido diante do
olhar justo e amoroso de Deus! É método morto!

Deus não aprova a busca da prosperidade material como carro-chefe da Igreja.


Nunca! Isso é empreendedorismo! O carro-chefe da Igreja é viver a vida santa e digna e
proclamar o Evangelho da salvação para tirar as almas das garras de satanás. Essas
outras coisas são acréscimos de Deus, como mencionado antes.

Deus tem acréscimos materiais grandiosos para oferecer aos Seus servos e Ele
sempre os oferece a muitos que se encaixam no Seu plano e sensibilizam Seu querer.

Porém, uma coisa é ser bem-sucedido materialmente como acréscimo de Deus e


outra, ao contrário, é ser rico mediante estratégias para explorar os recursos dos
membros da igreja, ou seja, dízimos, ofertas, votos e doações voluntárias. Esses
recursos são de Deus e da igreja, não dos líderes. Mas como eles os administram?

O dinheiro dos dízimos não tem, segundo a Bíblia, a finalidade de enriquecer


líderes, proporcionar luxo, antes é destinado, exclusivamente, à manutenção da obra de
Deus em geral, cuja administração tem de ser feita de acordo com a Bíblia! Luxo, não!
Qualquer tipo de conforto, vaidade e arrogância na vida material extraído dos dízimos
dos crentes é charlatanismo puro e não tem dignidade de ser reconhecido como
evangélico, Igreja, obra de Deus, povo santo, etc. O povo santo tem outras qualidades!

Muitos líderes pós-modernos estão extrapolando suas funções e decidindo coisas


em áreas que só cabe a Deus. Duas verdades são duras e santas ao mesmo tempo: Deus
não faz o que o homem tem de fazer e, por outro lado, não aceita o homem fazer aquilo
que é da exclusiva competência de Deus. Não adianta tentar confundir!

Respondendo a uma pergunta da mãe dos filhos de Zebedeu, Jesus deu uma
resposta forte: “Não sabeis o que pedis”, Mt 20.20-22. Aos apóstolos, Jesus disse dentro
da mesma linha de pensamentos: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que
o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder”, At 1.7.

O sentido desta exclusividade é que Deus reservou para Si a legislação do Reino


dos Céus. O homem tem o dever de executar as obras, mas não pode criar, substituir,
alterar, acrescentar ou omitir leis espirituais. Só Deus pode fazer isso e Ele o faz do Seu
jeito.

Os líderes cristãos não têm o direito de resolver algo que Deus deixou privativo
a Ele, coisas que Ele colocou à dependência de Sua própria autoridade. Veja no grego:
“ous o patêr etheto em tê idía exousía”. Estas palavras de At 1.7, significam,
literalmente: “Que o Pai colocou em a própria autoridade”.

No Brasil, só o Congresso Nacional pode legislar em muitas áreas da vida da


sociedade. É de competência exclusiva da União: o trânsito; a guerra; a moeda; a
extração, refinação, importação e exportação de petróleo; o trabalho relacionado a
minerais nucleares; as Forças Armadas, etc.

Todos esses itens dizem respeito a monopólio da União e, por isso, o Distrito
Federal, os Estados e os Municípios não podem, sequer, legislar, exceto executar as leis
prontas e promulgadas.

No Reino dos Céus é também assim: há limites. A Igreja não tem autoridade de
legislar sobre doutrinas, exceto sobre costumes, assim mesmo com restrições, pois os
costumes que são reflexos doutrinários são intocáveis. A conduta visível produzida pela
Palavra de Deus é exigida como prova externa e social da transformação interna e
espiritual. Deus não abre mão dessas coisas.

Jesus ressuscitou Lázaro, mas não tirou a enorme pedra que tampava a entrada
do túmulo nem, depois do milagre, tirou as faixas que enrolavam o corpo. A parte de
Deus Ele faz, mas a parte do homem este tem de fazer. Inverter as obrigações e os
direitos, também, não é possível, não é permitido. Deus nunca aceitou trocas indevidas.

Evidentemente, a falência de muitas instituições neoliberais do meio evangélico


é que elas são dirigidas por homens voltados para a busca de recursos financeiros,
quando, na verdade, teriam de estar dedicadas em busca de fazer a vontade de Deus, de
proclamar o Evangelho da salvação, edificar os crentes e treinar obreiros.

Ao mesmo tempo em que têm vitória no campo material e social, vivem em


derrota espiritual porque deixaram de lado a Palavra de Deus.
Eles não se preocupam em mostrar o caminho reto para os fiéis, a transformação
de vida, a fidelidade a Deus. Transformaram o culto vertical de verdadeira adoração ao
Senhor em culto horizontal de promessa de prosperidade material para os homens e
panegíricos nojentos.
CAPÍTULO VI – INSTITUIÇÕES

CORROMPIDAS

O tema do capítulo anterior se parece com este, mas o objetivo deste é destacar
algumas nuances de corrupção. Não há choque nos comentários a seguir.

A análise que se faz na seqüência trabalha os seguintes assuntos: definindo


corrupção, adultério espiritual, hermenêutica distorcida, enxovalhando Deus, destruindo
vidas e impedindo salvação.

Definindo a palavra ‘corrupção’

O termo ‘corrupção’ vem do latim “corruptio” ou “corruptioni” e significa


estrago, decomposição, perversão, depravação (CUNHA, 1991, p. 220).

Esse julgamento é feito por Deus na Bíblia, pois segundo a santidade do texto, o
Senhor olha do céu e contempla as atitudes dos homens em Seu nome, porém, os vê
(nem todos, claro) fora dos Seus planos. Isso é corrupção!

Deus não tolera isso, ao contrário, já decretou a sentença: “Nunca vos conheci,
apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”, Mt 7.23. Para uma ação ser
‘iniqüidade’, não precisa muitas coisas, não é necessário haver imoralidade, basta fazer
as coisas diferentes do que diz a Bíblia, pois ‘anomía’, de cujo termo grego foi traduzida
a palavra ‘iniqüidade’, é a transgressão da lei divina.

O trabalho da maioria das instituições neoliberais (aquelas que não aceitam


ingerência da Igreja fiel à Palavra de Deus, mas vivem independentes de forma
arbitrária) se mostra com variadas corrupções: doutrinas estragadas, santidade em
decomposição, conceitos pervertidos e conduta depravada. Todas estas distorções
acontecem na falsificação da verdade, o que pode ocorrer sem o concurso de escândalos
ou imoralidades graves.

Adultério espiritual
Do latim ‘adulterium’, desde o século VIII, e significa deturpação, falsificação,
corrupção. A partir do grego “moickéia” (século I d.C.) tem o mesmo sentido original.
Este termo aparece no NT grego em 27 versículos com diversas declinações, mas sem
desviar do sentido de falsificação, distorção e deturpação das verdades de Deus.

Em Mc 10.11,12, por exemplo, um caso típico, o homem casado que abandona


sua mulher e se une a outra falsifica os votos feitos no casamento anterior, ou seja,
“adultera contra” a esposa.

O adultério acontece em muitas áreas da vida e tem se mostrado sorrateiro e de


difícil solução. Entretanto, quando se trata de adultério espiritual, a coisa se torna mais
séria e mais complexa.

Por quê? O adultério espiritual não se manifesta no universo financeiro, material,


social e humano, mas, ao contrário, na relação entre o homem e Deus no que diz
respeito à fé e à obediência à Palavra inerrante e inspirada pelo Espírito Santo.
Toda pessoa que se converte a Cristo faz com Ele um pacto de viver em
fidelidade debaixo da graça, em qualquer situação e em todas as circunstâncias, como
disse Paulo em Fp 4.12,13. Esse compromisso nasceu na eternidade, no íntimo do
conselho de Deus, no gabinete celestial, onde nunca houve nem haverá corrupção.

Porém, existem duas partes: a de Deus e a do homem. E para que haja vitória,
ninguém pode falhar no cumprimento de seus deveres determinados pelo pacto.

Por um lado, Deus é fiel e Jesus, o cabeça do pacto, cumpriu corretamente Sua
parte e disse: “Está consumado”, Jo 19.30. O homem, todavia, é tendente a fugir
radicalmente à responsabilidade e isso é o que têm feito os neoliberais, partindo para a
busca da prosperidade material e da saúde física em detrimento do propósito primeiro –
a salvação.
Cristo foi enviado do céu pelo Pai para morrer em lugar dos pecadores e prover a
redenção de todos que cressem no Seu Nome e obedecesse à Sua Palavra.

Portanto, qualquer instituição evangélica que fuja a esses princípios está em


digressão com respeito ao plano de Deus e não é digna de ser chamada evangélica. As
que não observam a verdade divina e, mesmo assim, usam essa característica, são falsas.

Hermenêutica distorcida

Pedro, em sua segunda Carta, disse: “Entre as quais [epístolas de Paulo] há


pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem”, 2Pe 3.16.
Os neoliberais não gostam de ser chamados de indoutos, mas vivem pregando
mensagens distorcidas (atitude de indouto), interpretadas de forma deturpada sem
observar as regras básicas de interpretação.

Eles não aprenderam a distorcer a mensagem com o Pai nem com o Filho nem
com o Espírito Santo nem, também, com a Igreja fiel. Eles, certamente, copiaram de
alguns falsos profetas ou inventaram a distorção por conta própria. Isso é falsidade
contra a sã doutrina, desrespeito à santidade de Deus!

Explorando os pobres

O forte de algumas igrejas neoliberais é a ênfase ligada à prosperidade material.


Aí entram as questões financeiras, a saúde física, a solução de problemas e a busca de
uma vida regalada “dada por Deus”.

Não esqueça: “entre aspas”. A indústria do bem-estar é enfatizada como


merecimento: “Você merece, você pode, você vai conseguir, Deus vai lhe dar”. Este é
um tipo de profecia particular, do próprio pregador!

Mas foi isso que Jesus mandou a Igreja fazer em primeiro lugar? Ele se esqueceu
de falar da salvação? Os neoliberais trabalham massageando o Ego humano,
prometendo vitória na vida material e sentimental deixando de lado o principal foco – a
redenção, o perdão, a justificação, a regeneração, a santificação, a transformação de
vida e a dedicação a Deus de forma humilde, correta e passiva.
De onde surge tanto dinheiro para tamanho luxo como fruto do ensino falso? Os
pobres filiados a essas instituições sofrem, pois a motivação para dar ofertas em
dinheiro, imóveis, veículos, cheques, eletrodomésticos, jóias e outros valores é muito
forte e é enfatizada na maioria das reuniões, as quais são realizadas várias vezes por dia.
Aliás, o foco é o dinheiro. A promoção, às vezes, depende da Capacidade para arrecadar
fundos.

Os argumentos de que “se você ofertar tanto vai ganhar tanto a mais” acabam
dominando muitas pessoas e famílias que lutam para sobreviver e, no entanto, têm de
repartir o pouco que ganham com a instituição para benefício de líderes vaidosos,
insensíveis e de corações maus.
Enxovalhando o Nome de Deus

O mundo não sabe distinguir entre o Profano e o Sagrado que se misturam no


shopping da fé neoliberal! Para os ímpios, trigo e joio tudo é joio, ou seja, todos que
pertencem às igrejas evangélicas são iguais: charlatães, exploradores, etc.

E aí, como fica o nome de Deus – do Deus justo, fiel, santo, honesto, a quem os
crentes – inclusive os neoliberais – invocam com a mesma religiosidade? Isso não vale à
pena, pois o preço a ser pago depois da cobrança de Deus será muito alto! Haverá choro
e ranger de dentes! Desperta enquanto é tempo! Acorda antes que a porta da graça seja
fechada!

A hipóstase divina presente na Igreja fiel às verdades bíblicas está, aos poucos,
perdendo a qualidade na mente dos pecadores por causa dos escândalos que explodem
na mídia. Até dentre os fiéis têm surgido esporadicamente notícias desagradáveis, as
quais têm colaborado com a formação de opinião negativa sobre o Deus santo, a Palavra
inerrante e a Igreja fiel.

Quem é que tem de influenciar os pecadores quanto à formação de uma opinião


correta sobre Deus? Paulo responde com categoria: “Para que sejais irrepreensíveis e
sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre
a qual resplandeceis como astros no mundo”, Fp 2.15; Mt 5.13-16.

A palavra ‘corrompida’ vem do grego “skoliás”, torta. O pecador ter uma vida
religiosa torta não é ignorado pela Igreja, mas uma pessoa que se diga ser membro da
Igreja nunca poderá viver sua religião de forma tortuosa, perversa e cheia de estratégias
maldosas.

Muitas pessoas que poderiam ser bons filhos de Deus e importantes servos de
Cristo estão estragadas pelos maus testemunhos que as notícias apresentam
constantemente relacionadas à manipulação indevida de dinheiro do povo e, em
paralelo, à manipulação do Evangelho.

Destruindo vidas

Os líderes que apontam o caminho do céu para outra direção deveriam pensar
exaustivamente o que estão fazendo! Uma reflexão demorada e sincera pode salvar uma
vida, ou melhor, milhões de vidas que estão comendo com as mãos dos outros sem
analisar a comida.
O cristão sincero e realmente convertido a Cristo não aponta caminho errado
conscientemente. Pode apontar, sim, por ignorância, não por maldade. Porém, a maioria
indica um rumo duvidoso do céu por intenção maligna mesmo! Há um objetivo voltado
para a aquisição de riqueza material seguida de construção e ampliação do nome no
cenário nacional em detrimento da salvação.

Quantos milhões de vidas estão seguindo doutrinas falsas por ignorância e


escravidão debaixo das mensagens dos líderes que são conscientes dos seus erros!

É uma pena que isto esteja acontecendo no Brasil, um dos maiores países do
mundo na pregação do Evangelho. Isso dói e envergonha! O lenitivo, porém, é saber
que no meio da distorção há a verdadeira mensagem divina.

Impedindo salvação

Quem ouve quase todos os dias que o caminho da prosperidade material é o


correto diante de Deus não toma iniciativa de avaliar sua fé para ver se, de fato, está
mesmo convertido a Cristo e firme na salvação.

Mas é necessário todos os crentes procederem a esse auto-exame em obediência


à Palavra de Deus. Paulo disse: “Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé;
provai-vos a vós mesmos”, 2Co 13.5. Compare 1Co 9.27.

O termo ‘examinai’ vem do grego “peirázete”, literalmente, testai, tentai no


sentido pessoal. “Bem-aventurado o homem que suporta com paciência a provação”, Tg
1.12. A palavra ‘suporta’ vem do grego “hupoménei”, que significa, numa aplicação
prática, permanece debaixo, continua passivo, insiste em ser humilde sem sair da
situação de prova e sem pecar.

Mas se não houver ensino de qualidade, como as pessoas vão saber que têm de
abraçar a verdade e permanecer nela, mesmo debaixo de provas? E como um cristão que
ouve quase todos os dias pregação de prosperidade material vai aceitar a doutrina da
fidelidade a Deus debaixo de provas? A mensagem verdadeira passa a parecer
falsificação.

Como os milhões de ‘fiéis’ vão se despertar para fazer uma releitura da fé no


shopping do evangelho neoliberal, se eles foram ensinados que estão indo bem, que
estão no caminho certo, seguindo a verdade divina?

Benito Mussolini, o italiano, no início do século XX, disse: “Uma mentira falada
vinte vezes seguidas para a mesma pessoa se torna verdade”. Nesse caso, o evangelho
neoliberal já virou verdade há muito tempo! Os “fiéis” nem pensam em reavaliá-lo, nem
aceitam reavaliação! Eles preferem morrer no erro a se humilhar para a releitura da fé, a
reavaliação da conduta e a reconstrução para a vida eterna.

É por isso que eles estão impedidos de serem salvos da forma como o Senhor
determinou. Aliás, já se acostumaram tanto em ouvir pregações de prosperidade
material que nem pensam mais em mensagens de salvação, de arrependimento, de
conserto de conduta, de santificação, de vida reta na presença de Deus e dos homens e
de ensino fiel à verdade.

O que justifica uma pessoa que se julgue abençoada ouvindo pregações falsas a
tomar a decisão de deixar sua igreja e procurar outra onde possa ouvir a verdade,
mesmo para viver debaixo de perseguições?

A maioria deles não se preocupa em conhecer a Hermenêutica Bíblica e muito


menos em aplicá-la ao estudo fiel, humilde e constante da Palavra de Deus.

A consciência de muitos já recebeu atestado de óbito há muito tempo e eles não


perceberam. São vítimas de uma escravidão difícil de libertar dela.

CAPÍTULO VII – DESTRONANDO O ‘EU’

Neste capítulo, apresentam-se alguns comentários com o objetivo de mostrar que


as igrejas neoliberais, ou seja, aquelas que não aceitam ingerência da Igreja de Mt 16.18
e Ef 5.27, estão sendo lideradas por pessoas que impõem sua autoridade pessoal na
administração.

Dessa forma, tenta-se explicar que o Espírito Santo e a Palavra de Deus não são
respeitados em tais igrejas. O que caracteriza esse tipo de trabalho é a inovação livre, a
estratégia para arrecadar mais dinheiro e os métodos para alcançar crescimento
numérico como carro-chefe.
Em contrapartida, mostra-se, também, que o “Eu” precisa ser tirado do trono,
para que o Senhor, o Dono da Igreja, governe o Seu povo com liberdade e no caminho
santo da Nova Jerusalém. Na verdade, este caminho é muito santo e não cabe muita
bagagem pessoal. Jesus disse: “Entrai pela porta estreita... apertado o caminho que leva
à vida”, Mt 7.13,14. “E não entrará nela [na Nova Jerusalém] coisa alguma que
contamine e cometa abominação e mentira”, Ap 21.27.

O que é destronar?

Esta palavra é triplamente construída, pois contém a parte ‘des-’, prefixo latino
que significa, dentre outros sentidos, ação contrária, como: desarrumar, desmascarar,
desimpedir, desmentir, desfazer, desenterrar, destronar.

A outra parte da composição é ‘trono’, tipo específico e elevado de cadeira em


que os soberanos se assentam em ocasiões solenes, de acordo com Cunha (1991, p.
793).

A terceira, o sufixo ‘-ar’, está ligada à primeira, a idéia de ação, de movimento,


de fazer alguma coisa.

Assim, destronar é, literalmente, tirar do trono compulsoriamente. Este sentido é


um tanto desafiador, mas explica o que precisa acontecer com os manipuladores do
Evangelho em relação aos tronos ocupados por eles.

Se eles não se deixarem convencer dos erros que praticam, com certeza serão
destronados de outra forma e por uma Força Onipotente e invencível. Será pior!

Porém, de modo mais literal, a proposta é acerca de destronar o Eu, o Ego, a


pessoalidade exagerada e perniciosa. Com a elevação do Ego diante das massas
humanas manipuláveis, leigas, simples – como, de fato, ocorria e ocorre no meio
político com a prática da filosofia do pão e circo – o poder de barganha nociva aumenta
assustadoramente.

No meio teológico, a entronização do “Eu” criou um ambiente nocivo e de


difícil reparação. Porque a partir do momento em que Deus é desprezado e outra pessoa
(seja ela quem for) toma o lugar, ocupa o trono da decisão, da autoridade, da
interpretação da Bíblia, da disciplina, da evangelização, etc., a vida da igreja se foi.
É preciso, pois, que as igrejas ou as agências missionárias ou mesmo outras
instituições fortes e capazes organizem uma campanha para descobrir as armadilhas e
desarmá-las.

O que se nota, entretanto, na prática, é que as igrejas neoliberais sabem dar o nó


e esconder as pontas da corda de tal forma que não fica brecha para alguém descobrir os
segredos e derrotá-las.

Quando o “Eu” domina no movimento evangélico, ficam do lado de fora do


“reino” os grandes personagens responsáveis pela obediência a Deus e pela promoção
da verdadeira Igreja sob o ponto de vista de Deus. Apresentam-se a seguir, alguns
exemplos:

A Igreja é rejeitada

Quando falamos ‘a Igreja’ não nos referimos à instituição jurídica nem à


denominação eclesiástica, mas especificamente à Igreja espiritual e invisível – aquela
que é verdadeiramente santa, sem ruga, sem mácula, sem mancha, irrepreensível e
vencedora, Mt 16.18; Ef 5.27.

Em todas as igrejas onde a Igreja não pode exercer autoridade, domínio, direção,
coordenação, o Ide de Jesus, com certeza, não é atendido satisfatoriamente.

Por quê? A Igreja, pelo fato de ser escrava consciente da vontade de Deus, não
tem como agir de modo contrário à sã doutrina. Por outro lado, a igreja neoliberal, pelo
fato de estar numa situação livre da coordenação da Igreja, ela não se importa de agir de
forma diferente e nociva, já que não tem compromisso com nenhuma instituição mais
forte do que ela.

Efeitos negativos do Eu

O líder que impõe o seu “Eu” na administração de uma congregação, com


certeza está consciente de que não faz parte da Igreja, haja vista não ser submisso a ela.

E, se ele é consciente, sabe que não está no caminho de Deus e, por isso, não tem
compromisso com Ele e vice-versa. Este é um dos segredos: saber que está fora do
caminho do Senhor e sentir-se com liberdade para fazer o que quiser e da forma que
achar melhor.
Nessa situação, se a Igreja não é respeitada nem consultada, evidente se torna
que ela não tem autoridade para impor a sã doutrina nem para corrigir falhas, sendo que
ela foi constituída por Cristo para esta importante tarefa espiritual, Mt 18.15-17; 2Co
10.4-6.

A neoliberal – que se rebelara contra a Igreja de Mt 16.18 e Ef 5.27 – se sente no


direito de agir como quiser em relação à Igreja. E aí, qual é o resultado? Anarquia,
escândalo, vergonha e desvio para objetivos financeiros, busca de status, fama,
aceitação da sociedade e não de Deus nem da Igreja de Mt 16.18 e Ef 5.27.

Os princípios de Deus, as doutrinas fundamentais da fé cristã e os bons costumes


próprios de um povo santo são coisas ignoradas e estranhas na igreja neoliberal. E quem
pode ir lá e ajudar os “irmãos” a corrigirem suas falhas? Ora, desde que uma igreja
tenha se tornado neoliberal, ela se desvinculara da Igreja e não aceita mais sua
ingerência.

Um líder da Igreja (de Mt 16.18 e Ef 5.27) visitar uma igreja neoliberal e chamar
alguém à responsabilidade cristã à luz da Bíblia é, no mínimo, uma atitude esdrúxula
para eles. Por que esdrúxula? Porque será considerada invasão de direito, pois os
neoliberais vão utilizar a força das leis humanas para rejeitar tal visitante.

Nenhuma igreja neoliberal – desvinculada da Igreja de Mt 16.18 e Ef 5.27 –


aceita correção que venha de líderes da Igreja. Isto representa uma divisão enfática e
clara, como um divórcio bem-feito, bem-praticado.

Atração contrária

O ponto mais negativo que se vê aqui é que em vez de a Igreja atrair as igrejas
neoliberais, está acontecendo exatamente o contrário, as igrejas neoliberais (uma gota
d’água) estão atraindo e instruindo a Igreja de Mt 16.18; Ef 5.27 (um oceano).

Muitas congregações que já foram verdadeiro exemplo, hoje não passam de


imitadoras (fantoches) de maus costumes extraídos de igrejas neoliberais. Cadê a
natureza de Deus em tais congregações? Cadê a natureza do Evangelho em tais cristãos?
Cadê a natureza da boa conduta exigida pela Bíblia?

Até o ministério já foi atingido, pois vem recebendo acréscimos. Hoje se ouve
falar de vários ministérios praticados no culto que nunca foram estabelecidos por Jesus
nem pelos apóstolos, são coisas do Ocidente e da engenharia do homem que não tem
identificação firme com Cristo.
A pessoa realmente convertida a Cristo e ao Evangelho nada cria, nada inventa,
só investiga e obedece da forma como está escrito e corretamente interpretado.

Quem se sente no direito de criar são os “inteligentes” e os “sábios”. Os salvos


não têm (nem podem ter) estas características negativas, pois têm o compromisso de
ouvir, entender e observar a Palavra da forma como está na Bíblia, sem aumentar nem
diminuir nem alterar os conceitos.

As igrejas neoliberais, principalmente aquelas que conseguiram tomar posse de


uma fatia da mídia, estão influenciando as boas congregações da Igreja de Mt 16.18 e Ef
5.27. Que vergonha! Que derrota! Que fracasso!

Os membros das igrejas neoliberais são parecidos com os membros da sociedade


descomprometida com o Evangelho. A diferença é pouca, quase nada! Qual será a
estratégia que eles estão usando? Será que eles interpretam de forma falsa, a doutrina de
Paulo aos Coríntios, capítulo 9, onde ele fala que fez de tudo para ganhar alguns?

Mas, pelo que conheço da vida e escritos de Paulo, nunca se ouviu falar que ele
inventasse estratégias esdrúxulas, práticas ignóbeis ou costumes desvinculados da
verdade com a desculpa de ganhar almas.

Ao contrário, ele agiu com muita firmeza e grande determinação! Ele sabia em
quem havia crido! Paulo tinha qualidade cristã, revelava verdadeira fé, era
comprometido com a verdade, tinha identidade com Cristo. Ele havia deixado tudo para
trás, pois decidira servir a Cristo sem restrição, ou seja, de forma completa e sem limite.
A vida dele passou a ser a de uma pessoa presa na cruz, isto é, crucificada com Cristo,
Gl 2.19,20.

O sal está perdendo o sabor

Quando Jesus disse: “Vós sois o sal da terra”, Mt 5.13, Ele estava determinando
que a Igreja tivesse o dever irreversível de influenciar e, por outro lado, nunca poderia
ser influenciada como, de fato, está acontecendo.

Comparando mal, pode-se dizer que a pulga está conseguindo influenciar o


elefante! Esquisito, não? Mas os membros da Igreja que se deixam influenciar
negativamente pela conduta dos neoliberais do século XXI – principalmente os líderes –
estão conscientes de que o sal quando perde o sabor para nada mais presta, senão para
ser pisado pelos homens. Foi Jesus quem falou!
Paulo, usado por Deus, disse algo parecido em Fp 2.15: “Para que sejais
irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração
corrompida e perversa”.

A verdade

Nos movimentos das igrejas neoliberais, a Igreja e sua autoridade divina não são
bem-vindas e a verdade também não. Ao contrário, quanto mais longe estejam, melhor,
para seus objetivos não serem frustrados, Jo 3.18-21.

A verdade inibe a mentira, por isso as igrejas neoliberais não gostam dela (da
verdade). E se não gostam, o que fazem com ela? Selecionam alguns aspectos de
interesse e os reveste de uma capa capaz de convencer os adeptos de que se trata da
verdade “pura”.

Hermenêutica distorcida

Três autoridades já foram apontadas como capazes de determinar o sentido dos


textos bíblicos: o escritor sagrado (autógrafo), o texto (a Bíblia) e o leitor (o cristão). E,
na realidade, no mundo acadêmico e eclesiástico existem defensores das três idéias,
porém, com resultado polêmico e nada edificativo. Considere-os:

Quem defende a autoridade do escritor. A escola que considera o escritor


bíblico (Moisés, Isaías, Mateus, Paulo, etc.) como autoridade máxima na determinação
de sentido cai no radicalismo e cria algumas dificuldades, pois não é possível consultar
aqueles escritores e, na dúvida, o intérprete fica sem solução.

Quem defende a autoridade do texto. A escola que defende a autoridade do texto


bíblico como o fórum máximo para decidir os significados espirituais se apóia na
própria realidade textual, bem como na revelação do Espírito Santo, duas fontes
consideradas básicas e infalíveis.
Quem defende a autoridade do leitor. De forma contrária, aliás, a escola que
defende o leitor como autoridade máxima (para determinar os significados dos textos
bíblicos), se encaixa nos pontos de vista das igrejas neoliberais.

Em que se apóiam esses intérpretes da Bíblia? Pelo que se notam, eles se firmam
na liberdade de interpretar como quiser, de organizar a igreja da forma que desejar e de
estabelecer objetivos que sejam do seu interesse.

Dinastia eclesiástica

Quando Deus governa uma Igreja, ninguém tira nem põe dirigente, só Ele. Mas
quando o próprio líder é que decide essas coisas, Deus não tem liberdade para agir em
relação àquele povo, àquela congregação.

Certo pastor tomou posse como dirigente de uma Igreja. Ele, por ser eloqüente,
fez um grande trabalho e a Igreja cresceu de modo espantoso em pouco tempo.

Um dia, depois de ver todos os departamentos bem estabelecidos, organizados,


dinâmicos, templo cheio, receita alta, corpo de obreiros forte, Deus falou com ele:

“Meu servo, chegou o tempo, vou te tirar daqui e vou te levar para outro lugar”.
O pastor levou um susto e respondeu: “Não, Senhor. Como o Senhor vai me tirar daqui,
se está me abençoando de forma maravilhosa?”

Deus repetiu a mesma palavra duas vezes. Após a terceira vez, ele perguntou a
Deus por que estava tirando ele (o pastor) da frente daquela congregação tão abençoada
por meio do seu trabalho pastoral.

Deus lhe respondeu imediatamente: “Eu vou te tirar daqui porque em vez de tu
colocares o povo nos meus pés, o colocaste nos teus pés. Por isso, vou te levar para
outro lugar onde tu farás a minha obra”.

O pastor ficou muito triste, porque estava abençoado e vendo a Igreja vitoriosa.
Porém, ele havia esquecido um ponto-chave: o líder que trabalha na vontade de Deus
leva o povo para os pés do Senhor e nunca o atrai para si mesmo. Aliás, Paulo percebeu
que em Éfeso havia esses obreiros que lutam para arrastar o povo atrás de si, At 20.30.

E para fortalecer a forma de governo, a maioria dos líderes neoliberais constrói


uma equipe forte dentro da família, de tal forma que ninguém consegue penetrar ali para
fazer qualquer trabalho divino, exceto alguns casos raros na qualidade de visitante.
Como Deus trabalha numa congregação em que uma família domina todos (ou
quase todos) os cargos de liderança? Esse tipo de comportamento vira um vício difícil
de erradicar. É tão difícil como libertar do uso de drogas!

Na Igreja governada por Deus, isso não acontece, pois ninguém tem autoridade
para destronar ninguém nem para estabelecer liderança ‘forte’, porque o próprio Deus é
o líder insubstituível e Ele decide tudo sobre a administração da Igreja.

Muitos israelitas tentaram tirar Moisés da frente do povo no deserto, mas toda
luta foi em vão, pois ele fora estabelecido por Deus e Este não permitiu ingerência de
quem não tinha o cargo de trocar dirigente. Moisés perdeu, na verdade, o cargo, mas foi
o próprio Deus que o substituiu empossando Josué.

Esse não é o caso dos neoliberais, pois eles não são trocáveis, são vitalícios e nas
trocas, os sucessores são sempre (talvez com raras exceções) alguém da família, como
aconteceu recentemente na política de Cuba.

Que decisão tomar?

A Igreja de Mt 16.18 e Ef 5.27 tentar destronar o “Eu” dos líderes das igrejas
neoliberais é quase impossível. Por quê? Eles são nocivos ao andamento da Igreja, mas
estão firmados no poder das leis civis, que têm autoridade comum sobre todos.

Assim, pois, uma medida sábia incluiria uma estratégia que não tocasse nos
direitos como cidadãos brasileiros. Talvez, visando a evitar qualquer tipo de problema
jurídico, fosse melhor partir para uma ação coletiva da Igreja por meio da oração.

Diante da oração cheia de fé não há barreira, pois a Palavra de Deus garante a


vitória de quem pede a Deus as Suas bênçãos e confia que vai receber, Mt 21.22; 1Jo
5.14. Aliás, Deus tem prazer em ouvir e responder a oração de Seus filhos que tudo faz
para agradá-Lo.

CAPÍTULO VIII – BUSCANDO ABRIGO

NO PRAGMATISMO
Protágoras, um filósofo da primeira geração de sofistas pré-socráticos, disse: “O
homem é a medida de todas as coisas”. Quais eram os sintomas característicos daquele
protagorismo nascente? Alguns se destacaram, como, por exemplo: a negação de
verdades absolutas e o relativismo fragmentado que gera leis particulares com a
intenção de alcançar objetivos gerais.

Com outras palavras, diz o pragmatismo humanista eclesiástico: “Todas as


pessoas têm direito de pensar como quiser e praticar a religião como achar melhor”.
Quem é o autor dessa “teologia”? Deus não pode ser, porque a Bíblia não concorda com
esta afirmação e, ao contrário, condena.

Estamos mudando o conteúdo pelo estilo, a verdade pelas impressões, a base da


fé por emoções, o compromisso pelo espetáculo, a vocação pela manipulação
psicológica, o arrependimento pela decisão sem mudança de vida, a centralidade da
Palavra pela hegemonia dos sentidos (SALINAS E ESCOBAR, 2002, p. 54).

A nova geração de líderes neoliberais parece unida em acordo para oferecer um


tipo de alimento espiritual que não nutra, não sustente, não ilumine e, ao contrário,
entenebreça a visão religiosa das pessoas, a ponto de se misturar salvos com incrédulos
sem quase nenhuma diferença nas palavras, nas atitudes, aparência externa,
espiritualidade, etc. Isso não é evangelismo! Isso é impedir salvação!

Troca de foco

A busca de abrigo no pragmatismo influencia o líder a mudar o foco de sua visão


cristã. Aquele que enquanto foi membro da Igreja – de Mt 16.18 e Ef 5.27 – tinha uma
forma santa e submissa de ver as coisas sob o ponto de vista de Deus, hoje, como líder
neoliberal, julga o sucesso do trabalho à luz do pragmatismo filosófico.

Este, aliás, é julgado pelos resultados imediatos e para o bem-estar do corpo e da


alma, não se importando com o desprezo em que viva o espírito longe de Deus.

O básico do efeito é que houve uma mudança drástica de foco: antes era
teocentrismo (Deus no centro), hoje é praticismo, praticalismo, utilitarismo ou
pragmatismo sob o ponto de vista do homem – antropocentrismo ou androcentrismo.
Não é necessário Deus entrar nesse negócio, pois, talvez, a Sua presença seja
interpretada como inconveniente ou ‘mata alegria’.

Há um choque real entre a visão do desejo e a interpretação da necessidade. Isso,


para ficar mais claro, ocorre à parte da vontade de Deus. Não há preocupação em que se
façam as coisas sob a orientação da Bíblia e do Espírito Santo. Este é um tema de pouco
ou nenhum interesse do neoliberalismo pragmático que visa primeiro a resultados.

Quem descansa à sombra do pragmatismo (não à sombra do Onipotente),


trabalha tranqüilo apoiado na proteção garantida pela dedicação cujo retorno
dificilmente falha. Todavia, quem se sente descansado nos braços da falsidade e do
adultério espiritual terá seu ‘sossego’ garantido no fogo do inferno.

Líder profissional

Há alguns anos, certo pastor evangélico, disse a um colega seu de ministério em


tom de ‘aconselhamento’: “Fulano, você precisa pastorear Igreja! Você não pode correr
o risco de deixar sua família sofrer necessidade! O pastor tem de ter uma Igreja por trás
dele! Se faltar a saúde, a Igreja garante o seu sustento e ele e a família estarão
tranqüilos”.

O que você acha desse ‘conselho’? Qual era a filosofia daquele conselheiro?
Para ele, que objetivo tem o ministério pastoral? Agradar a Deus ou buscar segurança
material, seguro de vida, aposentadoria, status, fama, conforto?

Muitos homens de Deus trocaram o foco de seu ministério e não perceberam!


Hoje, ao invés de lutar para atingir o alvo de Deus, a maioria corre atrás de seus
próprios objetivos, de realizar os seus próprios sonhos.

Eles trabalham na canoa de Deus, mas pescam os peixes para si mesmos! O


cesto divino continua vazio, pois os peixes vão para o balcão do shopping da fé, de onde
o líder neoliberal retira o seu luxo. Porém, vale lembrar que mordomia e luxo materiais
à custa de dízimo é uma coisa perigosíssima! As conseqüências serão incalculáveis!

Por quê? Os dízimos e as ofertas dos crentes são recursos de Deus e da Igreja,
não do líder em particular! Cada centavo gasto além da espórtula justa e suficiente para
a sobrevivência digna será anotada no céu como dívida.
E como pagar isso depois da morte, já que a maioria dos líderes que exageram
nos gastos não está disposta a pagar aqui? Isso é um problema de quem não vigia e
excede em sua forma de administrar os recursos de Deus!

Inversão de objetivos

Veja, porém, que há uma inversão perniciosa de objetivos, pois quem quer correr
atrás de seus desejos pessoais deve, no mínimo, ser sincero e desocupar o púlpito da
Igreja para que se coloque (que Deus coloque) outro que seja realmente servo e busque
fazer a vontade do Senhor.

Um líder carismático, conquistador de corações, capaz de encher templo com


certa facilidade e exagerado na administração financeira da Igreja se torna, em vez de
uma bênção, um tropeço nas vidas de muitos crentes!

Exemplo perfeito

O melhor exemplo é o de Jesus que agiu na administração com muita qualidade,


conforme Jo 6.38, que diz: “Eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a
vontade daquele que me enviou”.

Todos os líderes cristãos que se escondem debaixo da proteção do pragmatismo


sem sair do púlpito da Igreja são também bons atores, pois têm a capacidade rara de
mostrar ser o que não são e de convencer o povo quanto à interpretação ontológica e
metafórica que deixam transparecer. Esta é a arte profunda do ludíbrio!

A maioria das pessoas que se embrenham na religião em nome de uma busca


saudável – a salvação eterna – está presa pelos laços do pragmatismo de seus líderes e
não percebe. A consciência e o senso de juízo parecem cauterizados e impotentes diante
da realidade cruel em que vivem.

Muita gente caminha arrastada pela filosofia de seus líderes eclesiásticos como
peixe puxado pelo anzol do pescador. Esses estão indo para onde? Ora! Para o cesto do
interessado na venda do peixe e no faturamento no fim do mês! Isso é troca de foco,
pois o foco da Igreja está apontado e determinado por Deus nas páginas da Bíblia! Não
há oportunidade – dentro do plano de Deus, claro! – para a criatividade maldosa!

Cadê as respostas?
Pouca gente consegue dar respostas corretas e reais a estas quatro perguntas no
campo da espiritualidade: De onde eu vim? Por que estou aqui? O que estou fazendo?
De quem sou escravo? Para onde estou indo?

As pessoas – pelo menos a maioria das que se submetem às proposições


neoliberais – caíram no vício nocivo de acreditar nas pregações sem investigar sua
origem e sem analisar seus verdadeiros objetivos e efeitos psicológicos.

Pode-se comparar esta atitude como alguém que come um quilo de comida com
os olhos fechados e pelas mãos dos outros. Qual é a realidade? Não sabe o que está
comendo, come na base da confiança! Aí vem Jeremias, o profeta, e afirma: “Maldito o
homem que confia no homem”.

Você sabe para onde está indo?

O excesso de confiança na pregação do líder faz com que o povo caminhe sem
saber para onde. Todo bom cristão confia no sermão que vem do púlpito de sua Igreja,
mas a confiança cega e exageradamente passiva tem jogado milhões de crentes no risco,
na dúvida e no perigo de chegar frustrado ao fim da jornada cristã.

As empresas não se preocupam obrigatoriamente se o passageiro entrou no


ônibus de forma errada, pois o dever maior de saber isso é, primeiramente, do
passageiro que definiu o seu destino e que deseja chegar lá.

Quem viaja sem ter a certeza saudável de que está indo para o lugar certo pode,
na verdade, chegar a um destino não desejado! O pragmatismo não olha o objetivo do
outro, pois a luta dos pragmáticos é pela satisfação de seus desejos e realização de seus
sonhos – através das massas humanas, claro!

Muitos membros de igreja estão nas vitrines como mercadoria para gerar lucro
para os seus líderes e, o pior, uma grande parte não viu nem aceita que alguém lhe
mostre a realidade em que vive. Eles estão reagindo mais ou menos assim: “Não me
correge não, deixa eu viver como eu querer”. O excesso de liberdade vira
licenciosidade, relativismo e apostasia e, em conseqüência, gera dívida diante de Deus!
A situação não é boa e o futuro não promete muito nem garante nada!
Os salvos têm de acreditar na Palavra, mas, por outro lado, não têm de
acompanhar líderes neoliberais que os guia para destino errado visando a despejá-los no
inferno certo. Cada sermão neoliberal tem o seu valor de tabela segundo a cotação
sujeita a reajuste sem aviso prévio.

Evidentemente, a busca de abrigo no pragmatismo neoliberal vem,


paulatinamente, construindo um reino de sacerdotes falsos e de ovelhas inocentes que
não se preocupam em investigar o resultado de sua dedicação cristã.

Dessa forma, estão indo sem saber pra onde, fazendo sem saber o quê, vivendo
sem saber pra quem e escravos sem saber por quê. Ai deles!

CAPÍTULO IX – UMA RE(LEITURA) DO

DENOMINACIONALISMO

As denominações cristãs já produziram uma leitura simplória e repleta de


santidade no passado, quando ser evangélico era sinônimo de ter qualidade de conduta
interna e externa. Hoje, porém, a realidade embala outra visão, lança outra luz e joga um
véu diferente no cérebro para a interpretação de quem as lê.

A leitura do passado era feita com base no real que se apresentava à luz do dia, à
lógica da prática e ao entendimento de todos que contemplavam a simplicidade em que
viviam os crentes, os protestantes, os ‘bíblias’.

No terceiro milênio, porém, já não é possível se fazer apenas uma leitura como
se fez com tanta facilidade em dias remotos. A necessidade nos força a fazer, sim, uma
releitura, ou uma leitura superior com visão de investigador secreto.

Ver uma igreja nova aberta já não gera mais curiosidade como, de fato, gerou
algum tempo atrás. É possível que muitas pessoas passem na frente de um templo
evangélico cheio de adoradores realizando o seu culto e não se sintam atraídas pelo
desejo de entrar e descarregar ali sua alma cheia de pecados, seu corpo carregado de
doenças, sua mente travada de estresse e depressão; sua vida estragada pelos tropeços
do cotidiano, pelos desvarios da má influência e do pós-modernismo ateu.

Certo tédio e saturação invadem as mentes das pessoas que convivem com
cristãos e, no entanto, não sentem nem vêem nada de novo – de Deus – nas suas vidas!

O brilho de Deus continua o brilho de Deus em Deus, mas o brilho de Deus nos
crentes já não brilha como antes, porque os sermões que se fundamentavam na Palavra e
na unção, hoje se debandam para o campo da prosperidade material, fazendo propostas
que caracterizam um novo tipo de ateísmo nascente no meio das multidões que afirmam
viver pela fé.

Sim, viver pela fé na esperança e na possibilidade de os sermões serem


verdadeiros e a prosperidade prometida se torne real em suas vidas. Quem não quer ser
bem-sucedido na vida?
As técnicas de leitura da religião, mais restritamente da prática evangélica no
Brasil, merecem ser refeitas, reformuladas e reinterpretadas. Somente olhos de raios
lasers podem penetrar nas entrelinhas do shopping da fé neoliberal e perceber os sonhos
sendo realizados, sim, os sonhos dos líderes! É pena que não são os de Deus!

Umas duas ou três décadas atrás, entrar em um templo evangélico pela primeira
vez era uma experiência relevante e capaz de mudar a cabeça da pessoa. Hoje, todavia, é
necessário reler essa prática e reinterpretar os resultados.

A visão de evangelizar o perdido já não é mais prioridade, pois os sonhos dos


líderes neoliberais têm a boca grande e, por isso, engolem todos os recursos ou, pelo
menos, a maior parte deles.
A mordomia é cruel e não tem dó de quem está caminhando para o inferno nos
trilhos do pecado, nos comboios da apostasia e na jardineira do ateísmo revestido de um
cristianismo deformado e sem fundamento bíblico.

Quem mudou?

Interessante é que a Igreja de Mt 16.18 e Ef 5.27 não mudou; o Evangelho não


mudou; a sã doutrina não mudou; os objetivos da verdadeira Igreja não mudaram; Deus
não mudou! Quem mudou? De onde vieram tantas mudanças drásticas?
As propostas evangelísticas e doutrinárias à luz da Bíblia ortodoxamente
interpretada jamais mudarão! A verdade divina nunca vai mudar! A justiça de Deus será
sempre a mesma! A santidade pura do céu nos salvos não pode mudar! Nunca vai
mudar!

Mas como as pessoas realmente lêem ou, de fato, relêem o denominacionalismo


hoje? O que dizem os cérebros desses re-leitores desta nova realidade da fé?

A necessidade de arrependimento continua a mesma; a obrigação do pecador em


relação a Deus e à Sua Palavra em nada mudou; a urgente necessidade de perdão de
pecados nunca mudou e se pode garantir que não vai mudar.

Por que, então, tudo funciona tão diferente nas igrejas neoliberais? Qual é o seu
verdadeiro objetivo? O que pensam seus líderes? Os critérios do juízo de Deus, também,
permanecem os mesmos! Tudo intactos! Nada diferente! Tudo igual como sempre!

Portanto, uma releitura do denominacionalismo só será bem-feita mediante o uso


dos óculos de grau da unção do Espírito. Não dá mais para ler sem esse equipamento.

Uma leitura comum como se fazia antes – há uns quarenta anos, talvez –
nenhum resultado positivo terá. Para ser mais claro, será tempo perdido essa busca de
sentido do trabalho dos neoliberais. É preciso mesmo usar novas regras capazes de
decifrar o enigma do desencontro entre os sonhos de Deus e os sonhos dos líderes da
mídia, da moda e do medo.

A Igreja de Mt 16.18 e Ef 5.27 tem a tendência a pensar como Deus pensa; olhar
como Deus olha; querer como Deus quer; gostar como Deus gosta; rejeitar como Deus
rejeita; amar como Deus ama; odiar como Deus odeia; disciplinar como Deus
disciplina; perdoar como Deus perdoa e fazer tudo da forma como Deus faz.

E as igrejas neoliberais? Você é capaz de julgar essa causa com justiça? O que
há nelas que se parece com Cristo? Todos nós, cristãos professos e decididos a servir a
Deus, temos a obrigação de lutar permanentemente para nos parecer com o Filho de
Deus, conforme diz Paulo: “Porque [Deus...] os predestinou para serem conformes à
imagem de seu Filho”, Rm 8.29.

Forma nova de profetizar

Da forma antiga não se pode mais ler as práticas de certos cristãos evangélicos,
pois hoje a interpretação é muito mais profunda e cheia de figuras de linguagem, de
implícitos, enigmas, símbolos e, no meio de tudo isso, muitas profetadas elaboradas
pelos próprios líderes que costumam dizer nos seus sermões: “Profetiza aí para o seu
irmão do lado! Diga a ele que Jesus vai fazer dele um grande vencedor. Pode profetizar
que o Senhor vai lhe dar uma casa nova, um carro do ano”. Quem não gosta desse tipo
de profecia? Pode ser carnal, mas os leigos aceitam e gostam!

Que fundamento tem uma profecia falada por insinuação do pregador, sem a
intervenção do Espírito, sem nenhuma ordem de Deus? Pelo que parece, o shopping da
fé tem também entretenimento, brincadeiras, abusos religiosos, desvios da seriedade
para a profanação.

É Deus quem manda esse tipo de pregador insinuar essa profecia, como se a
mensagem profética estivesse com ele e que ele possa distribuir a quem quiser? Ou, por
outro lado, ele caiu mesmo no sacrilégio? Já pode fazer as vezes de Deus profetizando a
mandando profetizar?

Quem deve determinar as palavras de um sermão bíblico para tocar o coração


dos ouvintes? Você tem uma idéia clara a respeito disso? De quem vêm as palavras da
verdadeira profecia?
Onde está na Bíblia que o pregador tem direito de insinuar o ouvinte – seja lá
quem for que esteja sentado no banco do templo – a profetizar para o seu colega de
banco como se profecia fosse arranjada de qualquer maneira, por qualquer um e para
todas as pessoas que estejam ouvindo um sermão?

É tempo de parar com esse tipo de brincadeira no púlpito das igrejas! É tempo de
parar de usar a palavra ‘profetizar’ de forma indevida e com objetivos escusos! Sim, é
tempo! Pare, em nome de Jesus! Não brinque com as coisas de Deus; não abuse da
profecia divina; não insinue carnalmente os seus ouvintes! Pare! Pare! Pare, em nome
de Jesus! Pare!

Onde estão elas?

À guisa de amostra, faz-se, de forma despretensiosa, algumas perguntas


relacionadas a certas virtudes práticas que fazem parte da Igreja de Mt 16.18 e Ef 5.27,
mas que nem sempre estão presentes nos movimentos neoliberais.

Tente responder: cadê a simplicidade cristã? E a humildade como imitação de


Cristo? E a mansidão diante das palavras e ações de Deus?

E a sinceridade irrepreensível? Onde está a retidão de vida diante de Deus e dos


homens? E a justiça, para onde foi? E a verdade que caracteriza a presença real de
Cristo e da Palavra? E a santidade, de que depende toda pessoa que deseja ver o Senhor
no arrebatamento?
E o amor, a maior de todas as virtudes? E o respeito com que as pessoas de bem
tratam as outras? E o perdão tão característico de quem ama de verdade? E aquela
solidariedade que leva o cristão a pensar também no sucesso do outro? E o esforço para
ajudar o outro crescer na vida?

Tudo isso faz parte da razão para se realizar uma releitura do


denominacionalismo neste terceiro milênio. Na verdade, algumas indagações bastante
profundas ficam na mente de quem tenta ler ou reler e interpretar ou reinterpretar as
práticas dos líderes neoliberais.

O que eles pensam realmente que é ser líder cristão? Como eles entendem a
palavra ‘igreja’? Que sentido tem o termo (que eles consideram chato) doutrina? Para os
neoliberais, o que é fé vinda de Deus e sem a contaminação das tendências mundanas?
De onde vem a fé que leva as pessoas a abraçarem uma denominação neoliberal que é,
também, rebelde em relação à Igreja que vai subir no arrebatamento (a de Mt 16.18 e Ef
5.27)? Você consegue identificar estas coisas?

Estas perguntas soam forte nos ouvidos de quem se sente curioso diante desse
neoliberalismo autoritário, ousado, arrogante, ditador, déspota, mandão, anárquico,
hipócrita, rebelde, revoltado, abusivo, sacrílego, apóstata e dono da verdade!

Eles fazem tudo que querem no culto e quanto mais longe da Bíblia, mais
adeptos conseguem atrair. Por quê? Esta pergunta está viva e ativa no planeta Terra
buscando resposta! A sede da solução é forte, a fome da verdade é grande e o desejo do
retorno dos neoliberais se mostra ainda mais intenso!

Conservador versus neoliberal

Conservador, de quê? Neoliberal, por quê?

Conservador

A palavra ‘conservador’ tem sido objeto de polêmica no meio evangélico, desde


longa data. Aliás, a forma de julgar o termo tem sido desviada do centro da semântica.

Ser conservador não quer dizer fiel a Deus nem rebelde diante do Todo-
Poderoso. Porque, antes de tudo, se faz necessário uma definição clara e bem-elaborada.
A palavra ‘conservador’ pode ser definida com pelo menos três visões distintas:
Visão química. Conservar é o mesmo que preservar a natureza, a substância, a
qualidade, o sabor, o valor, a aparência, etc. Todos os alimentos precisam ser
conservados de forma adequada para que sejam consumidos sem nenhum risco. Aliás,
não só os alimentos, mas os medicamentos, os produtos de cuidado pessoal, as roupas,
etc.

Visão religiosa tradicional. Segundo este ponto de vista, conservar é amar,


preservar, observar e ensinar as doutrinas da tradição da Igreja ao longo do tempo, com
todos os seus desvios doutrinários.

Nessa prática, estão incluídas muitas doutrinas de origens diferentes, pois a


história da Igreja é recheada de tendências idólatras, mau comportamento cristão,
violência religiosa e tantas outras registradas nas páginas elaboradas pelos historiadores.
A tradição preserva boas doutrinas, mas mistura estas com fé escusa e obediência
estranha.

Tradição bíblica. Contudo, há o lado bom da tradição, segundo o ponto de vista


dos cristãos fundamentalistas radicais que, têm algo a se aproveitar no meio do seu
radicalismo.

Os cristãos fundamentalistas têm algumas propostas dignas de aceitação,


principalmente a defesa que fazem da inerrância e da inspiração divina da Palavra de
Deus, da divindade de Cristo, da ressurreição corporal da Igreja para o arrebatamento,
etc. Eles têm um respeito especial pela Palavra de Deus na sua forma primária, sem
nenhuma alteração humana.
Além disso, os fundamentalistas respeitam com todo o carinho os originais da
Bíblia e não aceitam, em hipótese alguma, traduções por equivalência dinâmica (que
incluem a lógica e a visão do tradutor), formal e paráfrases ou paródias fraudulentas.
Eles só aceitam as traduções por equivalência verbal, literalmente, palavra por palavra.
Isso tem valor, embora exija cuidado para não cair no exagero pernicioso e
inconveniente.

Aliás, a tradição bíblica – sem definir uma teoria de interpretação, porque este
assunto não tem acordo entre os eruditos e expositores teológicos – se mostra, em certo
sentido, radical, pois defende a observação da verdade bíblica interpretada
corretamente, sem nenhum tipo de alteração.

Neoliberalismo
Pelo fato de o neoliberalismo ser contra os conservadores, ele, obrigatoriamente,
não conserva nada, considera tudo liberado e cada um que se cuide.

O respeito dos líderes para com o povo chega a ser idólatra, pois reverencia as
opiniões e os direitos de cada um e deixa a ‘coisa’ correr livre, à vontade.

Nesse caso, os atos de disciplina se limitam a expulsar os rebeldes, ou seja,


aqueles que discordam das idéias do líder. Isso, porém, à luz da Bíblia, nunca foi
disciplina e, sim, arbitrariedade e usurpação de cargo, pois os motivos justos de
disciplina dos membros da igreja são baseados na desobediência à Palavra de Deus e
não em confrontos com os líderes, os quais podem ter culpa em alguns casos.

Enquanto os conservadores têm o compromisso de conservar a verdade sem


alterá-la, os neoliberais têm a responsabilidade de deixar a questão disciplina para que
cada crente decida a seu modo e ninguém se envolva nas questões relacionadas às vidas
dos outros. Essa prática é cômoda para o homem na sua vaidade e fraqueza!

CAPÍTULO X – REINVENTANDO
O EVANGELHO

O Evangelho original nunca precisou de reinvenção, mas o evangelho neoliberal


precisa ser reinventado! A busca da pureza no meio da mistura não é simples, porque
requer equipamentos espirituais procedentes do céu – o fruto do Espírito, Gl 5.22,23, e a
armadura de Deus, por exemplo, Ef 6.10-18 – os quais nem todos os interessados
possuem nem estão dispostos a pagar o preço para adquiri-los.

Analise, a seguir, três tipos de evangelho:


Evangelho puro

Esse não tem tendência, não tem dono, exceto Deus. É original, não foi
deformado, não sofreu os ataques dos inimigos da Palavra de Deus, ou melhor, resistiu a
todos os ataques como, de fato, Jesus profetizara, Mt 16.18.

A autoridade do Evangelho puro é total, irresistível por parte da Igreja no


sentido coletivo e do cristão no aspecto individual. Ele é autoridade máxima na
instrução da Igreja para fazer a vontade de Deus nos sentidos passivo (para si mesmo) e
ativo (para os outros).

Não existe apóstolo, bispo, presidente, pastor ou líder que mande mais na Igreja
do que o Evangelho puro. Ele é considerado a verdadeira Palavra inspirada de Deus e
definida como única regra de fé e prática para os cristãos submissos a Cristo, obedientes
a Deus, guiados pelo Espírito e que esperam Jesus Cristo para a salvação, Hb 9.28.

Ele é o fórum máximo, a última instância em poder para dirimir as dúvidas do


cristão e resolver, de vez, o rumo da fé e da obediência religiosas. Nenhuma proposta
paralela é aceita, ao contrário, todas são vistas como concorrentes da verdade, inimigas
de Deus e nocivas ao crente.

Evangelho falso

Esse tem nome e aparência de piedade, mas nega o poder. Não confirma as
propostas feitas nos sermões profissionalizados e estratégicos. O objetivo do evangelho
falso não está no plano de Deus, não faz parte da doutrina de Cristo e nunca foi
registrado pelos apóstolos do Senhor.

Esse evangelho é de origem estranha, extrabíblica e não pode ser confirmado nas
páginas do Livro de Deus. A maioria dos sermões desse tipo de evangelho é embasada
na psicologia prática, na neurolingüística e na teologia da prosperidade material. Nada
tem que ver com o objetivo de Deus para os pecadores.

Assim sendo, o evangelho falso é de natureza duvidosa e não se submete às


regras da sã doutrina bíblica. Pelo contrário, se rende mais ao relativismo filosófico que,
por sinal, agrada às multidões compostas de pessoas que desejam a salvação, mas não
concordam em obedecer à sã doutrina. “Pra que tantas regrinhas? Cada um sabe o que
deve fazer da sua vida”, dizem. Esta filosofia não tem origem na Bíblia nem na Igreja,
mas no mundo, nos ditames do diabo e nas aulas dos demônios.
Evangelho neoliberal

Na verdade, este se parece com o anterior – o falso, mas tem algumas


características diferentes. Enquanto o precedente é embasado em ciências seculares e
influência maligna com fragmentos práticos da verdade, este é bíblico com distorções
voltadas para a teologia da prosperidade material e do relaxo no ensino e prática da
doutrina bíblica.

A partir da década de oitenta, no século XX, o evangelho neoliberal tomou mais


força e atraiu mais seguidores que, por princípios, começaram uma geração de neo-
igrejas com novas propostas voltadas mais para o gosto do povo em detrimento do
plano de Deus.

Pelo que parece, alguns líderes neoliberais descobriram que o povo – que
sustenta tudo na igreja com seus dízimos e ofertas – gosta mais de sermões light e
pouco de doutrinas bíblicas verdadeiras, puras e ortodoxas.

Aí, então, dominados pela fraqueza humana, começaram a adaptar o Evangelho


à tendência do homem e foram deixando a simplicidade e a essência do Evangelho puro
de lado.

O resultado, depois de mais de duas décadas, é uma geração de novas, muitas e


pequenas igrejas mescladas com objetivos divinos e humanos nos mesmos sermões,
cuja ênfase está no segundo caso, na proposta de fazer de todos os crentes grandes
vencedores na vida material – objetivo do homem!

O que caracteriza, aliás, o evangelho neoliberal é o rompimento com a Igreja de


Mt 16.18 e Ef 5.27. Os líderes neoliberais não aceitam, em hipótese alguma, ingerência
da Igreja na sua forma de crer, ensinar e administrar os talentos espirituais (meio) e o
patrimônio material (fim). Aliás, a Igreja bíblica age de forma contrária: o espiritual é o
fim e o material apenas meio.

Eles são independentes e não querem deixar de sê-lo nunca. Para os neoliberais,
a independência deles é importante, pois gera uma liberdade – que não foi Deus que
lhes dera, mas eles a apreciam assim mesmo – que encaixa direitinho nos seus
propósitos e sonhos pessoais.

As características do evangelho neoliberal são muitas, mas pode-se, aqui,


considerar três delas por serem as mais relevantes: independência total da Igreja de Mt
16.18 e Ef 5.27; liberdade para levar a vida como quiser com a privacidade garantida; e
a esperança de fazer da igreja uma multidão de vencedores na prosperidade material.
O sintoma mais forte de uma igreja neoliberal, todavia, é a arrecadação
financeira, o que foge ao teor geral da Bíblia. Ser fraco para pedir oferta é sinônimo de
não ter chamada de Deus para exercer liderança.

Como reinventar o Evangelho?

A reconstrução do Evangelho, a partir de práticas neoliberais é uma tarefa


difícil, quase impossível. Implantar o sistema bíblico nas cabeças de um povo que já
está viciado a ouvir sermões horizontais (do homem para o homem) gera um choque
bastante pesado e complexo.

Na verdade, o ser humano é adaptável a várias situações, mas a mudança de uma


para outra não ocorre tão facilmente. A carne gosta de ouvir um evangelho imediatista,
socorrista, assistencial e agradável, além de desprovido de disciplina da conduta à luz da
Bíblia.

Então, reconstruir, refazer e reinventar o Evangelho com elementos neoliberais


precisa acontecer duas coisas fortes, radicais e dogmáticas: deixar de praticar o que
estão praticando e passar a praticar o que não estão praticando, o que, na verdade, mexe
nas estruturas firmadas e aceitas. Assim, o primeiro passo é decidir esta mudança e o
segundo, partir para a prática.

O que deixar de praticar?

A realidade não cede espaço para a ilusão. Para se reinventar o Evangelho se faz
necessário abandonar cinco práticas: independência da Igreja, evangelho horizontal,
respeito exagerado à privacidade, teologia da prosperidade material, liberalismo
exagerado. Estas representam pouco, mas servem de amostra.

Independência da Igreja

A igreja que se tornara independente da Igreja não faz parte da Igreja, porque
esta é escrava da vontade de Deus e não tem vontade de deixar de sê-lo nunca. Um povo
que se diga igreja e se mostre, ao mesmo tempo, independente da verdadeira Igreja
prova adultério espiritual, que é caracterizado pela falsificação da verdade, 2Co 4.2; 2Pe
3.16. Logo, para reinventar o Evangelho é preciso deixar de ser independente da Igreja e
se tornar parte legítima dela.

Evangelho horizontal

É necessário, também, se libertar do evangelho horizontal e se escravizar


novamente debaixo do poder do Evangelho vertical. Este, por sua vez, nasceu do céu
com a encarnação do Verbo através de Maria, em Belém de Judá, perto de Jerusalém.

Assim, o sermão do pregador não pode partir do homem para o homem, mas de
Deus para o pecador, contendo as propostas divinas para sua salvação eterna, a qual
deve ser preservada na graça com ou sem prosperidade material. Leia Mt 6.19-34; Lc
12.13-21; 2Co 8.9; 1Tm 6.8-10.

Respeito exagerado à privacidade

Isso é bom e todo mundo gosta, mas diante do onisciente não pode existir – é
impossível praticar. O cristão não é preso diretamente a Deus, como o último dos
grupos de Corinto, 1Co 1.12; pelo contrário, como indivíduo é membro do Corpo (a
Igreja) e não da Cabeça (Cristo). O Corpo é ligado à Cabeça, mas cada membro
individualmente é parte do Corpo. “Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo
em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros”, Rm 12.4,5.

Como cidadãos brasileiros, podemos ter (e temos) nossa privacidade, mas como
cidadãos do céu, a Bíblia nos impede de ter privacidade, porque Cristo nos contempla
em todos os lugares, em todos os momentos e nossa prática não escapa aos Seus olhos
penetrantes.

Quem quer viver em privacidade diante da Igreja tem dificuldade para obedecer
à Bíblia! Não se esqueça de que “individualmente somos membros uns dos outros” e,
como tais, todos têm compromisso com todos, Mt 18.15-17. Não há nem pode haver
isolamento, particularidade e independência! Como ter privacidade?

Se todos têm de considerar os outros superiores a si mesmos, como poderá


alguém poderá viver em privacidade? Nem os líderes têm esse privilégio! Leia Fp 2.1-8.
“Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é
dos outros”, v. 4.
Todos têm de ajudar a todos, todos precisam da ajuda de todos e ninguém pode
fugir de colaborar com ninguém. E, nesse caso, a privacidade diminui muito, fica bem
pequena, quase ausente, morta mesmo.

Teologia da prosperidade material

O homem como homem e/ou a mulher como mulher gosta muito da


prosperidade material, mas o crente como crente não pode ter a prosperidade material
como alvo da vida, porque tem compromisso de crer na Palavra de Deus e de observar
os seus preceitos que condenam esse asserto.

A Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, não contém uma passagem que apóie a


teologia da prosperidade material como carro-chefe da pregação. Muitos homens de
Deus foram ricos de bens materiais, mas nunca receberam uma promessa de Deus de
que ser rico em bens materiais seria o alvo da vida.

Os salvos podem ser ricos, mas os ricos têm dificuldade para ser salvos, porque
priorizam os bens materiais e deixam de lado (ou em segundo plano) o Reino de Deus, o
que ofende ao Todo-Poderoso. “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma
agulha, do que entrar um rico no reino de Deus”, Mc 10.25. “Louco, esta noite te
pedirão a tua alma, e o que tens preparado para será? Assim é aquele que para si ajunta
tesouros, e não é rico para com Deus”, Lc 12.20,21.

Liberalismo exagerado

Certos costumes são locais e não representam obediência nem desobediência ao


Evangelho de Cristo. Mas esta não é uma regra que se possa estabelecer como lei para a
vida cristã, pois faz parte da cultura e não da doutrina. O máximo que se pode fazer com
certos costumes – aqui não se tem o objetivo de mencioná-los – é deixá-los de lado,
desde que isso não seja regra.

Porém, o liberalismo exagerado das neo-igrejas assumiu um papel pernicioso à


Igreja do Senhor. Muitas regras impostas ao contrário da doutrina do Novo Testamento
criaram um código que tem a mesma natureza das instituições: independência. Esta,
aliás, não é boa notícia, pois só Cristo e os apóstolos têm autoridade para estabelecer
doutrinas e disciplina espiritual para a Igreja observar.
O Senhor Jesus detesta doutrinas criadas pelos homens para a Sua Igreja. Ele
disse: “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios,
mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas
que são preceitos dos homens, Mt 15.8,9.

Percebeu como a adoração dos criadores de doutrinas é em vão? Sim, porque


Deus não recebe, Ele não considera a adoração falsa. Portanto, o liberalismo exagerado
dessas novas instituições tem de ser eliminado do meio do povo que pretende ser salvo
em Cristo. O Senhor não aceita ser substituído por criadores de doutrinas para a Sua
Igreja, pois Ele já estabeleceu todas que julgou necessário.

Quem muda a doutrina está em confronto com Deus e todos que se chocam as
verdades divinas, se não se converterem em tempo serão condenados. Por quê? Deus
teria prazer em salvar quem condena as Suas atitudes e a Sua Palavra? Isso é um
absurdo!

CAPÍTULO XI – A PROFANAÇÃO

DO SAGRADO

Conheça, a seguir, a realidade da profanação do Sagrado e o tipo de pessoas que


a pratica.

Profano versus Religioso

A coisa profana e a realidade da religião no sentido da palavra revelam,


atualmente, a existência de um grande choque de idéias no meio do Cristianismo
brasileiro.

As palavras ‘leigo’, ‘secular’ e ‘profano’ todas têm significados contrários ao da


expressão ‘religião verdadeira’. Deve-se, no entanto, descartar o sentido do ponto de
vista tradicional, mas considerá-lo à luz de seu significado correto e embasado na
verdade histórica.
A partir da origem etimológica, a palavra ‘religião’ vem do latim ‘religio’ e este
termo é derivado de ‘religare’ (re + ligare) e significa, literalmente, religar, cujo sentido
primário é levar o homem a se ligar a Deus novamente, tendo em vista que esse homem
fora criado à imagem e semelhança de Deus.

Este ato de ligar (ou melhor, religar), todavia, tem natureza de graça, perdão,
comunhão perfeita, dependência para sobreviver e submissão para servir ao Deus
verdadeiro e Criador do céu e da Terra.

Por outro lado, o laicismo, o secularismo e a profanação do Sagrado se


infiltraram na religião de tal forma que geraram forçosamente uma mistura perniciosa,
principalmente diante do leigo.

Os neoliberais da religião falsamente chamada evangélica estragaram muito o


trabalho de manutenção e crescimento do Reino de Deus. Hoje, as pessoas que estão
fora das igrejas olham para os crentes e têm dificuldade para acreditar nas propostas que
os pregadores apresentam o Evangelho como instrumento de libertação.

“O que é libertação?”, pergunta e questiona muita gente que vê os neoliberais


pregando prosperidade material e vivendo de forma estranha à santa Palavra de Deus.
Por que os ímpios perguntam assim? Porque ouvem a pregação e comparam-na com a
conduta dos pregadores e não confirmam a badalada diferença (transformação,
libertação, mudança de vida, santificação, humildade, verdade, justiça, amor, etc.).

“Eles pregam diferente de nós, mas vivem como nós e querem nos conquistar
para sermos cristãos diferentes deles”, questionam alguns, com base na incoerência
entre a mensagem (santidade) e a conduta (leviandade).

A forte manipulação de dinheiro como aparente alvo de trabalho choca muitas


pessoas que já ouviram o Evangelho de verdade e ouvem, hoje, esse tipo de mensagem.
Aqueles que podem comparar o ensino de antes com a pregação de hoje
percebem a distância entre as duas realidades. E, pelo fato de estarem fora do Reino de
Deus, são susceptíveis aos ataques do diabo e estão ‘cheios’ de razão para continuarem
fora, pois “não adianta virar crente para viver como Fulano”.
Agora, para maior clareza, analise a situação caótica em que está muita gente
que, às vezes, tem vontade de se converter, mas se sente presa pela realidade estampada
diante dos seus olhos: por um lado, essas pessoas estão vivendo fora do Evangelho; por
outro, estão vendo e analisando a teologia da prosperidade material como carro-chefe da
dedicação de muitos pregadores; e, em terceiro lugar, não vêem transformação nesses
pregadores. Que motivação esses ouvintes têm para se ‘converter’ junto dessas pessoas
duvidosas, que enfatizam tanto a prosperidade material?
Por que tudo isso? A profanação do Sagrado é a marca dessa derrota. O povo
quer ver Deus no crente e não o crente em Deus! No primeiro caso, o Senhor é que
domina a situação, manipula a mente, usa Seus servos e faz a obra. No segundo,
todavia, é o homem que manipula Deus, determina o sistema, arma estratégias, marca
agenda, promete bênçãos fáceis e define objetivos. E qual o papel de Deus nesse
processo? “Obedecer às determinações dos líderes neoliberais”. Hum! Esquisito!

Nesse caso, então, Deus fica de fora da pregação neoliberal, haja vista Ele não
ter liberdade de determinar a conduta dos pregadores, as doutrinas da igreja, a forma de
culto, o sistema de adoração, a interpretação da Bíblia e o que deve ser ensinado à
igreja.

Se Deus não é o presidente, que interesse Ele tem de estar lá? A igreja local que
não permite Deus ser o centro do seu culto não pode garantir a salvação dos pregadores,
quanto mais dos adeptos (pobres vítimas do engano!).

Ao contrário, muitos líderes neoliberais adotaram o costume de marcar agenda


para Deus: amanhã Deus vai fazer isso; tal dia Deus vai fazer aquilo; e tal dia, aquilo
outro e assim vai.

Ao invés de Deus determinar Suas atividades como Soberano, ao contrário,


alguém que se sente secretário direto d’Ele é que marca no calendário as atividades do
Senhor: hoje em tal lugar, Deus fará isso; amanhã, em lugar X, Ele fará tais milagres.
Quem obedece nesse sistema?

Essas práticas, juntamente com a conduta desses líderes, vêm provando a


profanação do Sagrado, dificultando a transformação dos perdidos e fazendo muitas
pessoas crerem que mesmo no erro estão certas. Os ouvintes se acostumam com a
religiosidade superficial sob a motivação da prosperidade material; e, dessa forma,
acabam achando que não precisam de nada mais, ou seja, de nada melhor nem mais
correto! Quanto a se acostumar, isso não deve espantar ninguém, pois o homem se
acostuma até com a religião do diabo. E como tem gente freqüentando as reuniões!

Evangelho: incômodo e fanatismo.

O Evangelho genuíno se torna um incômodo, uma chatice, doutrina dura,


conservadorismo, fanatismo e mais um monte de coisas e de conceitos, segundo o ponto
de vista dos neoliberais.
Mas o termômetro de Deus está aí para marcar a temperatura da fé, do
entusiasmo, da obediência à Palavra e do exercício do ministério. Desse ninguém
escapa!

A consciência dos neoliberais, se não estiver morta, já está quase inerte e


cauterizada, pois parece ter perdido o senso de responsabilidade em relação à verdade
divina – esta que nunca muda!

Diferenças

O evangelho dos neoliberais é humanista, horizontal, do homem para o homem e


visa a lucro. Ele não se parece com a Palavra de Deus em muita coisa, pois esta se
mostra invariável, permanente, imutável, eterna: “A palavra do Senhor permanece para
sempre”, 1Pe 1.25 (ARC95). As mudanças doutrinárias são por conta do homem, Deus
não tem nada que ver com isso! Quem mudou que assuma as conseqüências!

Considere o seguinte versículo bíblico em cinco versões bíblicas diferentes: Lc


23.43:

1 – ARC95
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”.

2 – LTT07
“Em verdade te digo que hoje estarás coMigo no Paraíso”

3 – BV88
“Hoje você estará comigo no Paraíso”

4 – BLH
“Eu lhe afirmo que hoje você estará comigo no paraíso”

5 – TNM67
“Deveras, eu te digo hoje: estarás comigo no Paraíso”

As versões de um a quatro, embora sejam diferentes entre si, não apresentam


distorção de mensagem, conceito e doutrina. Porém, este não é o caso da versão cinco,
TNM67, Tradução do Novo Mundo das Escrituras, que troca duas verdades primárias:
primeira, o tempo da chegada ao Paraíso; e segunda, o Paraíso.

Assim, nas quatro versões primeiras o tempo é “hoje” (no dia da morte de Jesus
e do ladrão arrependido); e o Paraíso seria o seio de Abraão, no centro da Terra, uma
parte do hades onde ficavam os justos (hoje no céu, 2Co 12.4). Na última citada, porém,
o tempo seria no milênio após o arrebatamento da Igreja e o Paraíso seria a Terra.

Os neoliberais fazem também assim: trocam a direção da mensagem e do culto


(vertical, do homem para Deus e de Deus para o homem) e a emprega e adora no
sentido contrário ou diferente (horizontal, do homem para o homem). Quem vai arcar
com as conseqüências dessa virada? Só pode ser eles mesmos, pois quem faz seu angu
que coma sozinho!

CAPÍTULO XII – FARISEUS

PÓS-MODERNOS

Segundo a história e a Bíblia, os fariseus do tempo de Jesus era um grupo de


judeus radicais que reivindicavam autoridade por obedecer fielmente às leis mosaicas,
embora vivessem de forma diferente na prática.

Os fariseus ensinavam verdades aos outros, mas eles mesmos não tinham
disposição para observar tais verdades, ou seja, tinham a teoria, mas não demonstravam
a prática, Mt 23.1-7. Eles estavam sempre acusando Jesus, criticando as Suas atividades
e criando algum tipo de problema para o Mestre resolver.

Os neoliberais, também, pregam, mas não vivem o que pregam. Ao contrário, os


verdadeiros filhos de Deus têm de crer e obedecer à verdade, pregar o que vivem e viver
o que pregam. Isso indica que a verdadeira vida cristã é práxis – teoria seguida de
prática, ensino com disciplina.
O disfarce desses fariseus pós-modernos vem causando transtornos entre o povo
de Deus. O poder de influência por meio da mídia tem sido forte e, em parte, invencível,
pois eles sabem agradar e conquistar o povo.

Todavia, não se limita a analisar apenas um lado da moeda, pois a Igreja de


Cristo tem compromisso com a Palavra do Senhor e seus membros não podem ficar
isentos de censura quando falham, Mt 18.15-17.

Quem são os responsáveis?

Dois tipos de líder são culpados diretamente pela realidade dominante nesse
campo: os líderes neoliberais e grande parte dos líderes da Igreja. Os primeiros não
teriam meios de sobrevivência se os segundos fossem fiéis, porque, sem dúvida, a
marca divisória entre o azeite e a água seria incapaz de ser camuflada.

As características dos líderes neoliberais estão quase no mesmo patamar das


formas vistas oriundas dos líderes das igrejas consideradas parte legítima da Igreja. Essa
aproximação não era para existir!

Contudo, as vítimas da manipulação olham para um lado e para o outro e


chegam à conclusão de que estão entre duas alas que se digladiam e, ao mesmo tempo,
se mostram quase iguais, parecidas e com idênticas motivações.

E aí, como as pessoas vão se defender da corrupção espiritual, da fé nominal, da


influência poderosa negativa e da dificuldade para se mostrar diferente, escravo de
Deus, daqueles que têm as orelhas furadas? Ser diferente no meio dos diferentes é fácil,
ou melhor, mais simples, mas ser diferente no meio dos iguais – dos falsos considerados
verdadeiros – é coisa para Daniéis, Sadraques, Mesaques e Abede-Negos.

Os cristãos do terceiro milênio têm também seus pontos fracos e, por isso, se
mostram impotentes diante da massa humana que acompanha – contrário à natureza da
Igreja – a influência dos neoliberais que são, hoje, os fariseus pós-modernos.

Os que saíram da Igreja e se tornaram neoliberais, porque não aceitam


ingerência da mãe, conseguiram, não se sabe por quê, tomar o governo da influência e,
devido a isso, eles é que estão influenciando.

No passado, a influência acontecia de cima para baixo, hoje, de forma contrária,


ela está acontecendo de baixo para cima! Esta afirmação provoca dor no osso da alma
de quem sente com tristeza a realidade vigente nesse campo!
No começo da queda, eles eram vistos como rebeldes, apóstatas e sedutores, mas
hoje já não se pode mais falar isso sem cometer equívocos. Por quê? Parte dos que
ficaram está hoje no mesmo barco, na mesma apostasia.

Enquanto a ovelha cem se perdeu nas montanhas e entre os lobos (os


neoliberais), a dracma está sendo perdida dentro de casa (parte dos líderes da Igreja).
Este, aliás, tem se tornado um caso real que precisa ser revisto e repensado.

Muitos que estão do lado de cá criticam os que se postaram do lado de lá. No


entanto, os imitam, aprendem com eles, pensam da forma que eles pensam, agem dentro
de práticas influenciadas por eles e, mesmo assim, continuam, injustamente, criticando,
tentando como falsos se passar por verdadeiros.

Quem imita o erro não deve criticar de quem pratica o erro. Quem censura o
errado não pode fazer o que o errado faz. Muitos líderes que ficaram – e, na verdade,
estão já influenciados pelos que saíram – pisam igualmente na palavra de Deus escrita
por Paulo que disse:

“E estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa
submissão”, 2Co 10.6. O que significa isso, na realidade de uma interpretação ortodoxa
e responsável?

Não adianta tentar fugir, correr ou esconder da verdade, pois tudo que está
oculto será revelado, Lc 12.1-3. Quem censura o errado tem de viver certo e quem vive
errado não pode censurar quem erra! Deus não gosta disso! Quem tem direito de
censurar o errado é quem crê certo, vive certo, anda certo!

Quem critica os que andam errados tem de andar certo e quem anda errado não
pode censurar ninguém! Hoje a guerra nesta área está muito bem travada, pois parte dos
que ficaram de cá está, na prática, imitando os que passaram para lá. Isto é lamentável!
Esta é uma notícia triste!

Aqueles que são neutros – não fazem parte de nenhum dos grupos em análise –
que o digam depois de investigação fria, calculista e justa, dentro de uma filosofia
também neutra sem elogiar nem condenar ninguém.
Os que têm a visão aberta à luz da verdade divina estão vendo, com tristeza, as
aparências dos dois grupos se aproximando. A tendência, aliás, é se ajustarem fielmente
e se confundirem de tal forma que ninguém seja capaz de separar quem é quem nessa
briga.

Há um projeto maligno nessa tendência. O diabo quer que todos cheguem a se


considerarem incapazes de censurar os outros, ou seja, sentir-se proibidos de disciplinar
os errados por todos errarem igualmente e ninguém ter mais autoridade para disciplinar
ninguém! Isso alegra o inimigo de Deus e da Igreja.

Pode-se afirmar, sem medo de falha e de erro, que os fiéis a Deus estão ficando
cada vez mais no canto da parede sem saber para que lado olhar, para o que olhar, para
quem olhar! Confira Mt 5.13-16; 11.29; Rm 8.29; 1Co 11.1; 4.16; Fp 3.17; 1Jo 2.6.

A Igreja fiel a Deus e obediente à Sua Palavra nunca realizou culto horizontal,
no entanto, o que se vê hoje é esse tipo de ‘latréia’ partindo do homem e sendo
direcionada para o homem, deixando, assim, Deus do lado de fora do processo do culto.
Este, aliás, é feito com compromisso fechado para a busca da prosperidade material e da
vida fácil aqui na Terra.

O que fazer? Para onde ir? Onde se esconder? Como se livrar? É Ló em


Sodoma? Noé na arca? Só Deus pode ajudar aqueles que, mesmo sofrendo, têm
interesse de permanecer do lado de Cristo, do lado da Bíblia e do lado do amor à
verdade divina e neutra.

CAPÍTULO XIII – O QUE A IGREJA

DEVE FAZER

Abordam-se, neste capítulo, doze tópicos relacionados ao que a Igreja deve fazer
para cumprir o seu papel como verdadeira representante de Cristo na Terra: manter-se
na Palavra, corrigir os líderes que permanecem, forçar a diferença entre a verdade e o
erro, não permitir a censura falsa. Deve, também, publicar a Bíblia traduzida dos
originais, destacar a identidade dos fiéis, ensinar a importância do sacrifício de amor,
instruir todos a renunciarem aos bens materiais.

Explicam-se, ainda, a respeito dos instrutores darem bom exemplo, não aceitar
duvidosos instruir, nunca bater no peito e, por fim, definir a verdadeira vida cristã à luz
da Palavra de Deus.
Manter-se na Palavra

Não tem coerência nem lógica um cristão reivindicar a qualidade de membro do


Corpo de Cristo e viver influenciado por neoliberais – que não aceitam ingerência da
verdadeira Igreja, do próprio Corpo que se diz ser membro.

Assim sendo, os líderes que permanecem na verdade têm de manter-se na


Palavra de Deus tanto na teoria quanto na prática, assim na passiva (em relação à
edificação de si mesmos) como na ativa (com respeito à ministração aos outros).

O fiel é o sal da terra (foi levantado por Deus para influenciar) e o neoliberal é a
terra do sal (foi arrastado pelo diabo e pelo mundo para ser influenciado). A Igreja,
porém, não pode cair em digressão, isto é, fugir ao compromisso de crer na verdade
divina e de viver orientada por ela em todas as circunstâncias, mesmo diante da cova
dos leões e da fornalha ardente.

Sê fiel até a morte; mantenha-se firme em Cristo mesmo diante das ameaças
violentas; seja crente de qualidade com base na verdade divina; não se mova da
coerência cristã. A Igreja como tal é um Corpo, mas representa a própria Cabeça e os
membros individualmente dependem de sua firmeza para se apoiarem, se espelharem, se
nortearem por sua orientação.

O cristão vitorioso está firmado em cinco esteios inabaláveis: O Pai, o Filho, o


Espírito Santo, a Palavra e a Igreja fiel, Mt 16.18. Ser fiel no meio de uma congregação
desviada, além de ser difícil, é também incoerente, ilógico e até estranho. Compare Fp
2.15.

Não é justo nem conveniente um membro ou líder da Igreja firme em Cristo


censurar os neoliberais e, por trás dos panos, viver influenciado por suas práticas
irresponsáveis. Nesse caso, tal cristão é mais um que logo estará do lado de lá
fortalecendo as fileiras dos inimigos de Deus.

As muitas práticas rotineiras dos cultos horizontais são verdadeiras marcas de


identidade da escravidão ao neoliberalismo, isso da parte daqueles que afirmam não ter
saído do Corpo para estar no meio dos neoliberais. É tempo de falar a verdade e deixar
os subterfúgios para os falsos!

O líder que não é influenciado pelo Pai, pelo Filho, pelo Espírito, pela Bíblia e
pela Igreja fiel não é digno de reivindicar comunhão no Corpo de Cristo. Um membro
comum fazer isso já está errado, mas um líder? De forma alguma isso deve ser
permitido.
Este não é composto de falsos, neoliberais, desviados, disfarçados, lobos
vestidos de ovelha e coisas parecidas. Pelo contrário, é constituído de pessoas
convertidas a Cristo que, como os verdadeiros mártires da história, se mantêm intactos
diante das influências negativas oriundas do mundo e do maligno. Assim como o
organismo humano rejeita os corpos estranhos que se alojam nele, da mesma forma o
Corpo de Cristo não aceita pessoas de reino contrário, ou seja, não colocadas por Deus.
“Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada”, Mt 15.13.

“Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer”, Jo 6.44. Esta
é uma regra divina revelada por Cristo e não pode ser mudada por ninguém, nem pelos
falsos nem pelos verdadeiros.

Os manipuladores do evangelho, aliás, estão manipulando a mentira, não a


verdade! Esta é utilizada por Deus para firmar a Igreja em Cristo, convencer os
pecadores a se converterem e assim por diante.

Ninguém pode, em sã consciência, afirmar que os neoliberais estão manipulando


a verdade pura de Deus, se esta não está nas mãos deles. Eles trabalham com o
evangelho manipulado, a doutrina do ôba-ôba, do aplauso a pregadores e cantores (por
que eles têm o costume de bater palmas nos finais de cânticos e de sermões?), dos
panegíricos e da realização dos sonhos pessoais.

A Igreja tem uma moral a cumprir e cada membro dela tem um moral a
preservar. Enquanto os neoliberais alimentam uma fé subjetiva (particular), os fiéis
membros da Igreja santa são obrigados a se manterem na fé objetiva, vinda de fora,
extraída da santa Palavra de Deus (externa, divina e dogmática).

É impossível evitar totalmente o subjetivismo, mas a Igreja luta para viver uma
vida cristã objetiva, à luz da verdade divina e não à mercê das opiniões de seus líderes.

Evidentemente, o líder da Igreja que impõe a sua vontade na administração


eclesiástica já deixou de ser da Igreja e, infelizmente, trabalha para o inimigo. Igreja de
Deus é aquela que vive dia e noite ocupada nos projetos do Todo-Poderoso e nunca
aceita se comprometer com qualquer tendência oriunda do diabo e de seus adeptos.

Corrigir os líderes que permanecem

Desde o começo do mundo, Deus agiu em relação ao homem com duas cordas
para lhe amarrar no plano celestial: o ensino e a disciplina. Na verdade, o primeiro sem
a segunda não atinge o objetivo de Deus nem a segunda sem o primeiro, pois ensinar e
não disciplinar é o mesmo que disciplinar e não ensinar. Os romanos fazem isso!
A Igreja não pode ceder sua autoridade para seus líderes, pois se ela fizer isso
estará derrotada. O grupo sustenta o indivíduo, mas o indivíduo não sustenta o grupo.

Assim sendo, se a Igreja fiel não disciplinar seus líderes quando estes erram,
falham em alguns aspectos do ministério, com certeza a maioria dos ministros despenca
água abaixo, perde a autoridade e a santidade.

Logo, o bom exemplo é maravilhoso e o ensino, indispensável; mas se faltar a


correção da conduta tudo se perde, nada se aproveita. O homem que não é disciplinado
se acha no direito de agir como quiser, pois ele considera que a não-disciplina é uma
prova de que ele é mesmo importante e está com tudo. Isso não compensa para uma
igreja local. O ato de não disciplinar é uma forma de aprovar.

A Igreja, portanto, precisa saber agir em relação a seus ministros fiéis e


obedientes, pois a tendência não é os bons atraírem os maus, mas o contrário, estes
arrastarem aqueles. Só a disciplina pode manter os ministros de qualidade na qualidade,
os fiéis na fidelidade e os santos na santidade. Se faltar a disciplina tudo despenca para
o erro!

Quando uma Igreja entrega a autoridade para seus ministros ela,


automaticamente, assina aprovando a sua derrota. Vale reiterar que o grupo sustenta o
indivíduo, mas o indivíduo não sustenta o grupo e, ao contrário, tem a tendência a
acompanhar a tendência.

A disciplina nunca foi aceita com bons olhos, mas sempre cumpriu o seu papel
com eficácia e bons resultados. A maioria dos grupos que impõe verdadeira disciplina
tem força para superar dificuldades, mas aqueles que afrouxam a maneira de corrigir os
erros e os errados sempre perdem e dificilmente ganham.

O pecado estragou a natureza humana e esta, embora restaurada por Cristo,


continua fraca. O próprio Cristo disse: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação;
porque o espírito, na verdade está pronto, mas a carne é fraca”. A disciplina ajuda a
complementar ta fraqueza da carne e, com isso, manter o líder no caminho da vitória.

O mesmo Cristo que ordenou o ensino determinou a disciplina com base no


ensino dado. Não é justo cobrar conduta de quem não conhece a verdade, assim como
também não é correto deixar de cobrá-la de todos que sabem o caminho em que devem
andar, mas não o faz corretamente.

O ensino verdadeiro é meia bênção e a outra parte só poderá ser completada com
a disciplina correta. O ensino bíblico acompanhado da verdadeira disciplina da conduta
dos ouvintes ou leitores da sã doutrina é sustentado por esta. Por outro lado, todavia, o
ensino sem disciplina é um convite para a queda e homologação do erro.
Quem ensina e não disciplina está dizendo: “A verdade é esta, mas você a segue
se quiser”. Porém, quem ensina e disciplina de maneira correta está dizendo diferente:
“A verdade é esta e se você não aceitá-la estará fora do plano de Deus e da lista dos
salvos”.

Forçar a diferença entre a verdade e o erro

A diferença entre o santo e o ímpio é necessária e indispensável. Por que a Igreja


perdeu muitos membros e ministros para o neoliberalismo? A diferença, porém, entre os
dois tem de ser clara e não confusa nem ambígua. Nunca o ímpio imitou o santo nem o
santo imitou o ímpio. Os dois têm motivações distintas e antagônicas entre si.

A experiência dos apóstolos quando acharam que Jesus era um fantasma não
pode ser reproduzida hoje, Mt 14.26. Quem tem esse tipo de visão não consegue liderar
um grupo no caminho da Canaã Celestial, da Nova Jerusalém, pois lá não entra
contaminação, Ap 21.27.

“Então vereis outra vez a diferença entre o justo e perverso, entre o que serve a
Deus e o que não o serve”, Ml 3.18. Qualquer das partes quando passa pela outra tem
algo errado, pois a cor branca não é a cor azul nem a cor azul é a cor branca. O certo
não é errado e o errado é certo.

Não permitir a censura ofensiva

A Igreja do Senhor não foi estabelecida para censurar o errado de modo a


ofender suas almas. Ao contrário, ela foi levantada para ajudar as pessoas, não
importando a posição em que se encontram.

A igreja local que permite seus membros cair no vício de viver criticando outras
denominações não tem boa qualidade cristã, pois a santidade evita essas práticas.

Em vez disso – algo negativo – é preferível partir para uma campanha de


conscientização de todos os membros para que adquiram um trato especial, saibam usar
boas maneiras, fina educação e, acima de tudo, muita espiritualidade e unção do Senhor.

A boa comunicação atrai pessoas de elevada categoria, mas a má as repele e as


expulsa. Toda pessoa gosta de ser bem tratada, reconhecida, amada, honrada e
respeitada, inclusive você que lê este livro.
Em nenhum sentido, se justifica o mau trato no meio dos santos, a falta de
cortesia, de delicadeza e de prova de ser educado por Deus. “E serão todos ensinados
por Deus”, Jo 6.45. A igreja local que sabe instruir seus membros nesse aspecto tem
maior vitória em sua jornada cristã. Tudo, porém, parte dos líderes, pois concordando
ou não, a igreja local é a cara do seu administrador.

Publicar a Bíblia traduzida dos originais

O tempo de a igreja comer com as mãos dos outros já passou. Hoje vivemos uma
nova época, novo tempo, cuja visão é mais ampla, a experiência mais madura e a
capacidade para enfrentar desafio, muito maior.

Está na hora – ou já passando da hora – de se partir para uma tradução


responsável à luz do Texto Massorético (hebraico do Antigo Testamento) e do Textus
Receptus (grego do Novo Testamento).

Chega de usar Bíblias moderninhas, mutiladas, cheias de omissões, acréscimos e


alterações – cujo objetivo principal de várias editoras é auferir grandes lucros e enormes
vantagens em cima do povo humilde, manipulável e indefeso –, se podemos preparar
uma boa tradução para uso seguro do nosso povo. Os especialistas em hebraico e grego
estão por aí, basta dar-lhes oportunidade e o trabalho fluirá satisfatoriamente.

É covardia e também pecado explorar as pessoas simples que não sabem separar
o trigo do joio com relação às Bíblias corretas e as Bíblias erradas. Muitas pessoas
simples compram Bíblias pela aparência, os recursos adicionais e o preço, sem levar em
conta a mensagem que a mesma contém com relação ao hebraico e ao grego. E este
assunto é muito mais sério do que se imaginam!

Depois que uma pessoa se acostuma com uma Bíblia aprende a amar o santo
livro como a verdadeira Palavra de Deus, mas, na realidade, a decisão melhor não é
esta. A maioria dos usuários de Bíblia é constituída de pessoas que não sabem nada de
hebraico e grego e, por causa disso, compram qualquer Bíblia que surge no mercado,
desde que seja bonita e barata.

Acorde, gente! É tempo de os líderes orientarem os membros das igrejas com


responsabilidade também neste aspecto. Até quando permitirão os crentes simples
comparem o livro de Deus pela aparência externa? E o compromisso com os textos
considerados cópias fiéis dos originais, onde fica?

De quem Deus vai cobrar isso? Dos leigos? Dos novos convertidos que não
sabem se defender? Dos analfabetos? Daqueles que mal escrevem e lêem para seu
gasto? Tudo indica que os responsáveis diante de Deus serão os líderes que têm
autoridade sobre milhares e milhões de pessoas e, contudo, ‘deixam o barco correr
frouxo’.

A parábola da ovelha perdida, Lc 15, é uma ilustração clássica para este fato.
Jesus mostra que a ovelha que se desgarrou dependeu do cuidado, amor e dedicação de
seu responsável, pois ela não tinha capacidade para procurar o rebanho, o curral e o
pastor. Compare Mt 9.36.

Se os líderes não defenderem os membros das igrejas, estes, por sua vez, são
incapazes de fazê-lo com segurança, pois lhes faltam recursos técnicos, lingüísticos,
espirituais, políticos e financeiros. Isso só os líderes têm!

Acorde, líder, Deus está lhe despertando para um novo desafio! É hora de abrir
os olhos e fazer alguma coisa a favor do nosso povo, da nossa gente, dos nossos irmãos
que não foram dotados por Deus de certos dons – administrar, por exemplo. Se você,
líder, que foi chamado por Deus para cuidar do rebanho não defendê-lo, quem o fará?
Não se esqueça dos significados dos termos gregos ‘poimén’ e ‘bosko’[1]1.

De quem Deus cobrará a responsabilidade pela negligência? Aguarde! O


Vingador de Hb 10.31 vem aí com o coração cheio de ira e de justiça contra os
negligentes para pedir contas aos líderes que se preocupam mais com a boa nutrição do
seu salário! Acorde, líder, Deus o chama para pensar no acerto de contas!

Existem muitas Bíblias distribuídas pelo Brasil que não são dignas de confiança
em relação às palavras originais de Deus. Não se pode fazer uma pesquisa com a certeza
de que o resultado será benfeitor. Chega de ‘engolir o boi com chifre e tudo’ e ‘tomar
gato por lebre’.

Destacar a identidade dos fiéis

Muitos intérpretes da Bíblia estão levando 1Co 9 para objetivos diferentes


daqueles que o Senhor determina em Sua Palavra. Fazer de tudo para ganhar alguns não
inclui negligência, interpretação falsa, adulteração da verdade, prática para perder em
lugar de estratégias para ganhar.

Abramos os olhos e vejamos as maravilhas do Senhor sem distorcer a Sua santa


Palavra. É preciso destacar a identidade dos fiéis e não permitir que ela se confunda
com a dos ímpios. Desde o começo do mundo, Deus vem separando os fiéis dos ímpios,
pois a palavra ‘santo’ significa separado.
Por que o Senhor escolheu Abrão e seus descendentes como Nação dentre todos
do mundo? Ele queria ter um povo separado. Veja, por outro lado, que todas as vezes
que Israel se misturou com as práticas dos ímpios arrumou encrenca com Deus e foi
castigado duramente. Lembra-se do cativeiro de setenta anos na Babilônia? Foi Deus
que mandou o rei Nabucodonosor levar o Seu povo como escravo.

Ensinar a importância do sacrifício de amor

Os neoliberais ensinam os membros a exigirem prosperidade material de Deus,


“porque foram chamados para ser cabeça e não cauda”. Você já analisou o perigo desta
interpretação? Considere, além de outros aspectos, os seguintes:

Primeiro, Dt 28.13 é promessa de Deus para Israel e não de Cristo para a Igreja.
Se assim não o fosse, qualquer versículo bíblico seria doutrina para os crentes,
enquanto, na realidade, a Palavra de Deus requer uma interpretação cuidadosa e que
separe as promessas de Deus para a Nação de Israel das promessas de Cristo para a Sua
Igreja.

Segundo, se a questão da ‘cabeça’, Dt 28.13, está em vigor, todos os demais


textos do Pentateuco – inclusive a guarda do sábado – também estão e não há diferença
entre Israel e Igreja. Porém, At 13.46; 1Co 10.32 confirmam que Israel não é a Igreja e
que a Igreja não é Israel. A Igreja contém judeus convertidos, mas Israel não pode
conter cristãos convertidos fora da vontade de Cristo. Confira Ef 2.

Ao contrário disso, a Igreja precisa continuar ensinando os crentes a oferecerem


a Deus seus sacrifícios de amor. Quais são as características desse tipo de sacrifício?
Vejam algumas, a seguir:

Primeira, é oferecido a Deus espontaneamente.


Segunda, é gratidão por tudo que o Senhor já fez.

Terceira, não exige recompensa, pois a oferta representa agradecimento por


dívida e não reivindicação.

Quarta, a Bíblia ensina os crentes fiéis a se sacrificarem por amor visando tão
somente a melhorar sua fidelidade a Deus. Confira o exemplo de Paulo em 1Co 9.27.
Leia, ainda, 2Co 13.5. A Bíblia é rica sobre este tema.

Quinta, quem se acha no direito de em todos os cultos determinar suas bênçãos e


reivindicar o que deseja receber, o que sobra das suas atitudes que possam ser
consideradas adoração, serviço voluntário, obediência, submissão e humildade? Quem
exige de Deus está adorando? Quem reivindica prosperidade material está adorando?
Quem determina o que deseja receber está adorando? O que é adorar, então?

Você pode oferecer seu corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, Rm
12.1,2, e, ao mesmo tempo, exigir bênçãos e mais bênçãos, como se o culto fosse
apenas uma reunião para buscar tudo que se deseja ter?

Os neoliberais fazerem isso não é de se estranhar. Porém, a Igreja nunca pode


cair nesse tipo de armadilha. Ela tem compromisso com a verdade simples e pura da
Palavra de Deus. E, por outro lado, o povo do Senhor nunca vai ao templo para exigir
de Deus, mas para adorá-Lo em espírito e em verdade, como, de fato, Jesus ensinou, Jo
4.23,24.

Instruir todos a renunciarem

Por outro prisma, a Igreja santa aprendeu que todos que não renunciam a tudo
quanto possuem não podem ser discípulos do Senhor Jesus. Compare Mt 6.19-34;
16.24; Mc 8.34; Lc 9.33; 14.26,33.

Para os neoliberais – que não aceitam a ingerência doutrinária da verdadeira


Igreja – é comum o crente exigir de Deus a bênção da prosperidade material e da vida
fácil aqui na Terra, mesmo que seja à custa dos pobres e sofredores que não conhecem
nem a Bíblia nem as leis.

A Igreja, porém, tem de viver a vida pautada pela reta Palavra de Deus e, com
muito amor, ensinar esse mesmo cuidado a todos os membros. Por que em vez de a
Igreja, que é grande, influenciar a comunidade neoliberal, que é pequena, acontece o
contrário? É possível perceber que há uma força estranha ajudando a conquistar esse
“sucesso”.
Parece que o sal da terra “descobriu” que não compensa ser fiel a Cristo e, por
isso, deixou de influenciar e passou a ser influenciado? A Igreja sofredora cresceu
assustadoramente e, depois de grande, começou um processo de passividade contrária e
negativa, ou seja, de aprender com as novas comunidades desviadas dela mesma.

O refugo está tendo mais força para influenciar! A cada ano mais de um por
cento da santidade da Igreja cede espaço para os neoliberais e eles parecem crescer com
mais rapidez. Indiretamente, a Igreja está participando e homologando esse crescimento
neoliberal inconveniente.

Antes, enquanto os ímpios viam a Igreja sempre em santidade, eles rejeitavam as


propostas dos desviados dela. Hoje, porém, a realidade é outra, pois os não-evangélicos
vêem que a Igreja que exclui os líderes neoliberais está aprendendo com eles e
defendendo as suas práticas. Assim, pensam, é melhor ir para as comunidades do que
para a Igreja, se as duas estão vivendo da mesma forma, no mesmo liberalismo
desregrado e irresponsável.

Por que esta preferência? Os neoliberais parece que estão mais experientes nas
estratégias de crescimento numérico, porque a Igreja começou há pouco tempo e eles –
os neoliberais – começaram primeiro nessa corrida atrás do ouro. Assim, na disputa por
crescimento material e financeiro da Igreja, os neoliberais são mais maduros, têm mais
“know how”.

O pior é que a Igreja acaba praticando três pecados em um: deixou de


influenciar, passou a ser influenciada e nega (mente) que saiu da vontade de Deus.
Muitos membros da Igreja estão tristes por ver a situação desagradável em que ela
entrou. Alguns se sentem até sem opção!

Por que a Igreja condenou tão duramente o desvio deles e depois passou a
aceitar suas idéias estratégicas para obter conforto material à custa dos contribuintes?
Tem erro feio nesse negócio e os culpados serão responsabilizados por Deus. O ensino
de Paulo em Fp 2.15 está em vigor, pois ele se firmou em Mt 5.13-16, que é ensino de
Cristo.

Assim como uma pulga não é capaz de dominar um elefante, a comunidade


neoliberal não pode, dentro da lógica bíblica, dominar a Igreja. Mas de alguns anos para
cá é o que se vê a todo o momento: os pequenos influenciando os grandes. Parece haver
um mistério para ser explicado!

Os instrutores devem dar bom exemplo

Um peso muito grande nesse emaranhado todo é que os líderes da Igreja têm a
obrigação de dar bom exemplo e, na realidade, esse está difícil de ver. Imagine se um
cristão for viver imitando seus líderes em tudo? Aonde ele vai parar? Como ele vai ser
salvo? O que se vê, com tédio e angústia, é que parte dos líderes da Igreja faz tudo que
pode para manter seus cargos rendosos. Depois que eles entram lá nunca mais querem
sair, como se os outros nunca tivessem direito de nada. Isso pesa! É certo deixar Deus
escolher e decidir, tirar e colocar, aprovar e disciplinar.

Cadê o bom exemplo que Jesus requer dos líderes? Cadê o preço que todos eles
têm de pagar? O mau exemplo parece um problema pequeno, mas, na realidade, é
enorme!
Quem quiser ser vitorioso que se cuide, pois a maioria dos líderes está só
acumulando dívida para pagar num momento em que não será capaz, assim como
aquele mordomo que devia dez mil talentos, Mt 18.23-35; Lc 16.1-13.

Hoje – enquanto se diz hoje – pode-se errar e corrigir o erro. Mas se continuar
acumulando erros sobre erros sem nunca corrigi-los chegará um ponto em que não será
possível saldar a dívida e terá que pagar de outra forma no fogo do inferno. Trabalhou
tanto tempo na Igreja para conquistar o inferno! Que contraste! Mt 7.21-23. Não valeu à
pena! Foram enganados e enganaram muita gente!

Quem não tem força espiritual para dar bom exemplo como fez Jesus, talvez seja
mais prudente deixar a liderança, passá-la para outra pessoa e continuar salvo servindo a
Deus como membro.

O que há de importante em ser um líder “bem-sucedido” e depois ganhar a coroa


do sofrimento no lago de fogo eterno? Todos que dão mau exemplo e não se corrigem
nem aceitam correção terão de enfrentar esse mau resultado. Logo, o ato de dar bom
exemplo é importante para todos os líderes, pois sem esta prática cristã a liderança se
torna falsa.

Não aceitar duvidosos instruir

Quem deve ministrar a instrução bíblica doutrinária? Quem está autorizado por
Deus a fazer o trabalho de aplicação da verdade à vida do cristão? Estas e outras
perguntas desse tipo ecoam nos arraiais do Evangelho.

São três os aspectos práticos da padéia bíblica: a fidelidade, o ensino correto e


completo e a disciplina justa à luz da Bíblia. Aquele ‘ministro’ que não tem esses
requisitos não faz bem em instruir ou disciplinar os outros. Por quê? Em vez de merecer
galardão, ele, ao contrário, carecerá de castigo, o que, talvez, não seja muito importante.

Por que um infiel se arrisca a disciplinar outro? Não sabe que estará acumulando
dívida? Praticando incoerência? Fazendo injustiça? Sendo ímpio e passando-se por
santo? Defendendo e praticando a hipocrisia? O preço será muito caro! Caia fora disso!
Fuja enquanto é tempo! Deixe os santos ensinarem!
A instrução para a vida em santidade não deve ser deixada por conta de qualquer
um, pois as conseqüências serão grandes e quem delega poderes para quem não tem
qualidade será também responsabilizado. Só os santos devem instruir e apenas os
comprometidos têm condições de convidar os negligentes para o centro do Evangelho.
Nunca bater no peito

A fraqueza e a vaidade de ‘bater no peito’ são práticas nojentas e provocam mal-


estar. Ninguém tem prazer em ouvir a doutrina direita sendo dada por quem tem a vida
torta; a palavra reta por quem vive em curvas; a instrução santa por quem ama o
mundanismo. Viver na profanação ou negligência e, ao mesmo tempo, ensinar santidade
e santificação é a pior das imoralidades que o mundo poder ver.

Assim sendo, é prudente ser humilde e não reivindicar o direito de realizar


grandes obras. Na simplicidade e na obediência é possível ir mais longe. Quanto mais
humilde, fiel, santo e justo o líder seja, mas possibilidade tem de agradar a Deus e na
medida em que se mostra “o bom” perde espaço, pois o mundo está cansado se saber
que todos nós temos limites e fraquezas.

Um líder que bata no peito reivindicando direito de unção, chamada divina,


ministério, autoridade e algo mais dessa natureza, já não está na simplicidade de um
homem de Deus. Este (o homem de Deus), aliás, tem cuidado na forma como se
apresenta diante das pessoas, porque é sabedor de que elas interpretam e distinguem
entre o sábio e o tolo, o justo e o injusto, o certo e o errado, o correto e o torto, o fiel e o
falso, o fingido e o verdadeiro.

Definir as práticas cristãs

A Igreja não pode deixar por conta do membro a definição da fé, da doutrina, da
obediência e da fidelidade a Deus. Para isto o Senhor levantou ministros: para
interpretar a verdade e determinar, à luz da Bíblia, como devem viver os Seus filhos. Os
crentes são ovelhas e estas não têm definição; ao contrário, são passivas e dependentes.

O relativismo nojento e pernicioso tem prejudicado muito o Reino de Deus, mas


o Senhor não aceita tal prática, pois a mesma deturpa o andamento da Sua obra. Da
parte do Todo-Poderoso existe abertura para certa liberdade limitada dentro do Reino,
mas o cristão não é capaz de tomar decisões firmes em todos os sentidos da fé e da
prática.

Em todas as congregações onde há o relativismo – direito e poder de decisão


particular, cada um definindo o que é certo e o que é errado – Deus não domina, não
manda, não administra, não governa.

Dessa forma, a igreja que não permite Deus lhe governar, o que tem de
característica da verdadeira Igreja? Só o nome! Muitas congregações vivas e
abençoadas já perderam a natureza, a santidade, o compromisso e o respeito à Palavra
de Deus por causa desse tal relativismo – cada um decide, pensa, faz como quiser, como
achar melhor. Para essas igrejas, a Bíblia já não vale mais nada, só serve para manter a
tradição de Cristianismo, mas na essência, o objetivo é outro – prosperidade material.

Desempenhar o seu papel

A Igreja ungida e fiel a Deus é desprovida de poder de decisão quanto à verdade,


à fé e à obediência. A Bíblia King James Atualizada diz o seguinte: “O Filho nada pode
fazer de Si mesmo”, Jo 5.19. Se Jesus, que é o Filho Eterno de Deus, não pode fazer
nada por Si mesmo, que diríamos da Igreja? Jesus, sendo igual a Deus, não teve a
vaidade de e pressionar o povo para exaltá-Lo, Fp 2.5-11.

O Senhor é o nosso maior exemplo quanto à obediência ao Pai e, por isso, a


Igreja verdadeira sabe ser submissa e ocupa o seu lugar no Reino com humildade,
passividade, reverência e fidelidade. Mas, por outro lado, ela tem de desempenhar o seu
papel. Ela não pode permitir seus membros decidirem fé, doutrina, verdade e obediência
a Deus. Ela tem a obrigação de agir com isenção e sem cumplicidade quanto a erro.

Assim como Jesus não criou novas verdades, não omitiu nada da Palavra de
Deus, nunca alterou os conceitos divinos e foi fiel ao Pai à risca, da mesma forma a
Igreja tem de agir, definir e administrar a fé e a obediência.

E para que isso ocorra a contento, se faz necessário que a Igreja observe quatro
aspectos imutáveis: primeiro, nunca acrescentar doutrinas à Bíblia para os membros
praticarem; segundo, nunca omitir verdades bíblicas impedindo os membros de serem
fiéis a Deus; terceiro, nunca alterar os conceitos de Deus; e quarto, ser fiel ao Senhor
com irrepreensibilidade.

A vida cristã isenta de culpa é característica própria da Igreja fiel e a realidade


contrária representa a falsidade de quem se diz ser membro em comunhão, mas não é.
Confira estas referências onde ocorre o termo grego “amemptos” e derivados com o
sentido de irrepreensibilidade: Lc 1.6; Fp 2.15; 3.6; 1Ts 2.10; 3.13; 5.23; Hb 8.7.

A Igreja fiel é santa e ungida, mas não é dona dos seus narizes e, por isso, não
pode fazer o que deseja, haja vista que ela tem a mente renovada, Rm 12.2; e pensa com
o cérebro de Cristo, 1Co 2.16; Rm 8.29; Fp 4.8; 1Jo 2.6.

Quem faz tudo que quer não é membro do Corpo de Cristo, pois esse é
governado pela Cabeça – e esta não permite o Corpo fazer o que quer, pois tem
autoridade e comanda todas as ações das partes.
Para sua edificação espiritual, leia as seguintes referências bíblicas sobre parte
do exemplo e mandamentos do Senhor: Mt 11.29; Jo 5.19,24,30; 6.38; 7.16-18; 8.40,54;
12.43,49; 13.15-17; 14.24,31; 15.15; 17.8,14, 22,26.

CONCLUSÃO

Logo, para que a manipulação do evangelho seja conhecida da maioria dos


cristãos e evitada por todos, se faz necessário uma luta constante no combate desse
“vírus” terrível e capaz de grassar a falsidade em nome de prosperidade material.

Você leu um texto fruto de uma análise séria e profunda entre dois temas
antagônicos: a Igreja e os neoliberais. Na verdade, o que pretendeu foi enfatizar a
diferença que está morrendo e precisa recobrar a saúde com urgência.

Assim sendo, buscou-se uma revelação da verdade a respeito da Igreja e outra


acerca dos neoliberais – desviados capazes de influenciar a antiga mãe. O mistério foi
desvendado, embora em parte, pois o fenômeno é grande e não seria possível esgotar o
tema num volume tão reduzido como este.

Ao Eterno toda glória.

Brasília, 7 de dezembro de 2006.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HUNT, Dave e McMAHON T. A. A sedução no cristianismo – discernimento
espiritual nos últimos dias. 3ª Edição. Porto Alegre, RS: Chamada da Meia-Noite.
Abril de 1995. 272p

NOVO TESTAMENTO Interlinear grego português. Barueri, SP: Sociedade


Bíblica do Brasil. 2004. 992p

SALINAS, Daniel e ESCOBAR, Samuel. Pós-modernidade: novos desafios à fé


cristã. 2ª Edição. São Paulo: ABU Editora. 2002. 100p

[1] Poimén (énos), pastor de ovelhas, Mt 9.36; bósko, apascentar e governar


ovelhas, porcos, reses, etc., e membros da Igreja de Cristo, Mc 5.14; Jo 21.15,17. O
dom de pastor cristão inclui alimentar e governar o rebanho e haverá prestação de
contas a Deus, Hb 13.17. Jesus é Pastor e Bispo das almas e os pastores levantados por
Ele devem ser seus imitadores (N. do E.).

Potrebbero piacerti anche