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MACROECONOMIA 1 Joaquim Andrade 02/97

CAPÍTULO I

REVISÃO MACRO 1

1. INTRODUÇÃO

O foco central da macreoconomia é explicar os ciclos economicos - o que parecem


expansões e recessões.

Decomposição da série de produto: em tendência e desvios da tendência. Uma maneira de


pensar é que a tendência corresponde aos níveis de equilíbrio do produto e que os desvios
da tendência correpondem aos componentes de desequilíbrio. Se concordarem que o
produto de equilíbrio corresponda a taxa natural de produto a questão seria a seguinte: as
flutuações são devidas as mudanças no produto natural ou desvios em relação ao produto
natural?

Em geral considera-se que a tendência seja determinística e não sujeita a choques yt = αt


n

e que os desvios respondam a choques estocásticos. Na verdade as flutuações seriam uma


1
série autoregressiva e de médias móveis ARMA (pq).

xt = φ1 xt −1 + φ2 xt −2 +...+φ p xt − p + εt + θ1εt −1 + θ2εt −2 +...+ q εt −q

Este modelo possue p componentes autorregressivos e q componentes de médias móveis.


Ele pode ser sempre reescrito como:

xt = ∑ ϕi εt −i esta é uma representação de média móvel de x em função de um choque.


i =0
Importa com isto poder entender o que está por trás deste modelo. Quais os fatos estilizados
que o modelo teria que replicar?

Produto e seus componentes: (Economia fechada)

Y = C+ I +G
Todos os componentes são correlacionados positivamente isto é eles se movimentam
conjuntamente:

1. elasticidade do consumo com respeito ao produto é 0.35;


2. elasticidade do investimento fixo em relação ao produto é 1.2;
3. durante a recessão a queda dos estoques representam 50% do declinio do Produto.

O consumo varia muito e os estoques variam na mesma direção quando se suporia que
deveriam variar no sentido oposto já que os estoques são reguladores - “production
smoothing”- quando aumentam as vendas os estoques caem e quando diminuem as vendas
os estoques aumentam ou pelo menos deveriam aumentar.

Produto e preços relativos:

1. Salários Reais e Produto não apresentam relação;


2. Produto e preço do pretróleo são negativamente relacionados;
3. Duráveis apresentam uma correlação procíclica de preços;.
4. Taxa de juros reais não apresentam relações com o produto;.
5. Taxas de juros nominais são positivamente relacionadas ao produto corrente e passado e
apresentam uma correlação negativa defasada de dois ou quatro quarters.

Produto e variáveis nominais:


1. Pouca relação entre produto e inflação;
2. Relação positiva entre o produto e a inflação salarial - curva de Phillips;
3. Crescimento da moeda e produto são relacionados positivamente.

• Oferta e Demanda Agregada

O instrumental que os economistas usam pode ser expresso nos próximos tres gráficos:

Os diagramas lembram os diagramas de microeconomia de demanda e oferta no espaço


preço quantidade. Apesar da semelhança o mecanismo é bem outro.

1. Curto Prazo a oferta é pouco inclinada quase horizontal. Aumentos de demanda


provocarão aumentos de produto.
2. Longo Prazo a oferta é vertical e aumentos de demanda provocarão apenas aumentos de
preços;
3. Dinâmica: os preços vão se elevar de forma a que o produto retorne ao produto “natural”.

Esta é a maneira em que os macroeconomistas organizam o seu pensamento.

Ilustra também o que foi dito antes:

1. Choques permanentes são choques de oferta.


2. Choques transitórios são choques de demanda.

A economia sempre orbita em torno da oferta de longo prazo.


A rapidez maior ou menor de ajuste para o produto natural depende da rapidez com que os
preços se ajustam.Dependendo da opinião quanto a este ponto os macroeconomistas vão
defender uma maior ou menor participação do governo.

C
P P

A B A

Y YA YB Y Y*

P
C

B
A

Y
• Principais Mercados:

A Macroeconomia trabalha com tres mercados:

i) Mercado de Bens
ii) Mercado de Ativos Financeiros
iii) Mercado de Trabalho
• Mercado de Bens:

Y ≡ C + I + G + X − Q + Is

• Demanda de Consumo:

Expressa-se através da equação:

C = c0 + c1 ( Y − T )

∆C
A restrição básica é que 0< <1
∆YD
• Demanda de Investimento:

I = d 0 + d1Y

• Equilíbrio:

Y = C+ I +G
Y = ( c0 + d 0 ) + (c1 + d1 ) Y + G − c1T
Y = (1 / (1 − c1 − d1 )) [ c0 + d 0 + G − c1T ]
• Importância das defasagens

1. Modelo com estoques

Vamos supor que a produção leve um período para se ajustar:

Z t = Ct + I t + G t
Z t = c0 + d 0 + ( c1 + d1 )Yt + ( Gt − c1Tt )
Yt +1 = Z t
Yt +1 = c0 + d 0 + ( c1 + d 1 )Yt + ( Gt − c1Tt )

Yt+1

Yt
2. Modelo do acelerador

Consumo função da renda defasada e Investimento função da variação da renda.


Ct = c0 + c1 (Yt −1 − Tt −1 )

I t = d 0 + d1 ( Yt −1 − Yt −2 )

• Equilibrio e dinâmica:

Yt = ( c0 + d 0 ) + c1Yt −1 + d1 ( Yt −1 − Yt −2 ) − c1Tt −1 + Gt

• Mercado dos Ativos Financeiros:


Mercado Monetário:
Representação linear:

Ms = M
M d = L( Y , i ) = kY − hi
M = L (Y , i ) = kY − hi

Locus LM - equilibrio renda taxa de juros

EO

i1

i0 ED

M
P Y0 Y1

Locus IS - equilibrio renda taxa de juros

Investimento depende também da taxa de juros:

( )
I = I Y , i com representação linear I = d 0 + d1Y − f i
Usando esta especificação na demanda agregada temos:

Y = c0 + d 0 + ( c1 + d1 )Y + G − c1T − f i

Há uma relação inversa entre taxa de juros e investimento e portanto entre taxa de juros e
demanda agregada.

Representação gráfica IS:

(i1 )
Y1

(i0 )
Y0

EO
i0

i1
ED IS

Y0 Y1
Colocando os mercados juntos:

LM
i

IS
Y

c0 + d 0 + G − c1T fi
Y = c 0 + d 0 + ( c1 + d1 )Y + G − c1T − f i ⇒ Y = −
1 − c1 − d 1 1 − c1 − d 1

M 1 M
= kY − h i ⇒ i =  kY − 
P h P

Variáveis exógenas?
Variáveis endógenas?

Solução:

 f  M 
( c0 + d 0 + G − c1 T ) −  kY −
1
Y=  
1 − c1 − d1  h P 
f 1  f M 
Y+ kY =   c0 + d 0 + G − c1T + 
h( 1 − c1 − d1 ) 1 − c1 − d1  h P 

h  f M 
Y=  c0 + d 0 + G − c1T + h P 
h( 1 − c1 − d1 ) + fk

Poderia se obter uma solução para a taxa de juros.


A dinâmica de ajustamento é fundamental. Normalmente supõe-se que o mercado mais
rápido é o mercado monetário. Neste caso podemos pensar que a economia encontra-se
sempre sobre a LM.
A discussão sobre ajustamento é importante pois dela depende a dinâmica da economia e a
sua estabilidade. No caso em questão podemos ver que os vetores de força de ajustamento
todos estão apontando em direção ao equilíbrio. O modelo é estável.
Foi feito o suposto que os sistemas eram lineares o caso geral será considerado a seguir:

2
2.MODELOS AGREGATIVOS

2.1. Modelo Geral:

O objetivo desta seção é apresentar o modelo padrão de oferta e demanda


agregada, examinar as suas propriedades para depois poder examinar mais a fundo as suas
versões neoclássica e keynesiana.

• Equações estruturais:

As equações que compõem o modelo são as seguintes:


Y =C+I+G (1)
C = C(Y ) (2)
I = I (Y , r ) (3)
M
= L( Y ,i ) (4)
P

P Y −Y 
= H +π
 Y 
(5)
P
As variáveis são:

Y: renda real C: consumo I: investimento


G: gastos do governo r: taxa de juros real i: taxa de juros nominal
P: nível geral de preços M: meios de pagamento π: taxa de inflação esperada

P
: taxa de inflação Y: produto potencial ou
P produto de pleno emprego

O modelo é estático no sentido de que assume-se que a inflação esperada seja igual
a zero isto é π = 0.
As primeiras quatro equações compõem um modelo de preços fixos tipo IS/LM. O
mercado de trabalho não encontra-se explicitado no modelo.
A quinta equação, representa a chamada curva de Phillips que explica a dinâmica de
preços em função do nível de atividade da economia.
Define-se o curto prazo como sendo aquela situação em que os preços são dados,
isto é P = P , e o longo prazo a situação em que as quantidades são dadas, isto é Y = Y . A
curva de Phillips apresenta o longo prazo como sendo aquela situação em que o produto

P
corrente corresponde ao produto potencial e = π = 0.
P
As características do modelo podem ser melhor entendidas na tabela abaixo:

CURTO PRAZO LONGO PRAZO


Endógenas Exógenas Endógenas Exógenas

Y P Y
P
C G C G
I Y I Y
i M i M

P
P
A taxa de juros real (r) que aparece na equação (3) equivale a taxa de juros nominal,
pela relação de Fisher: i = r + π e pela hipótese de expectativas estáticas, isto é π = 0.
Substituindo os valores de C e de I da equações (2) e (3), respectivamente, em (1)
obtém-se a chamada curva IS, que relaciona os valores de renda , Y, e de taxa de juros, i,
que mantém o equilíbrio no mercado de bens. A equação (4) apresenta o conjunto de pares
(Y, i) que satisfaz o equilíbrio no mercado de moeda e corresponde a chamada curva LM.

Y = C (Y ) + I (Y , r ) + G (1')
M
= L(Y , i ) (2' )
P

Para um determinado valor das variáveis exógenas, isto é, M, G e P, existe um par de


valores da renda e da taxa de juros, (Y *, i*) que equilibram o sistema isto é satisfazem
simultâneamente o mercado de bens e o mercado de moeda. Como os valores de Y e i de
equilíbrio dependem das variáveis exógenas, sabemos que a solução pode ser representada
pelas seguintes funções:

Y * = Y ( P , G, M ) (6)
i* = i ( P , G, M )

Considerando a equação (6) e fazendo variar o nível de preços, P, mantendo as


demais variáveis exógenas constantes, obtém-se um conjunto de pares (Y *, P) que
satisfazem o equilíbrio no mercado de bens e no mercado de moeda. Costuma-se chamar
esta relação como a função demanda agregada, no espaço Y, P. A analogia com a função
demanda de um produto, ao nível do equilíbrio parcial, está na relação decrescente entre
quantidade e preço e no "efeito renda", que aqui é conhecido por "efeito Keynes". Fica fácil
entender a demanda agregada a partir do deslocamento da função LM, no gráfico da IS/LM.

LM (P0)
i
LM (P1)
i0
i1 LM (P2)
i2

IS

P Y0 Y1 Y2

P0
P1
P2

Y0 Y1 Y2 Y

Uma redução do nível geral de preços de P0 para P1 irá deslocar para baixo a curva
LM, já que a liquidez real da economia aumenta, efeito Keynes.Com isto segue-se um
aumento do nível de renda de equilíbrio de Y0 para Y1. Marcando-se no quadrante inferior os
níveis de renda e os níveis de preços correspondentes chega-se a dois pontos de equilíbrio
no mercado de bens no espaço (Y, P). O locus (Y, P) de equilíbrio no mercado de bens e no
mercado de moeda está representado no quadrante inferior como uma reta decrescente, que
vai ser chamada de Demanda e expressa como a função D (P).
Observa-se de imediato que a declividade da curva de demanda poderá ser maior ou
menor dependendo das declividades da IS e da LM. Dois casos polares tem sido enfatizado
na literatura e tem participado da controvérsia entre monetaristas e keynesianos: A Demanda
Vertical e a Demanda hipérbole equilátera.
Como o preço é dado, podemos considerar que a Oferta seja horizontal. A
representação gráfica do modelo está abaixo:

O (P)
A B

D1 (P)
D (P)
0

O curto prazo no modelo apresentado acima é caracterizado pela oferta AB, os preços são
dados. O nível da renda é determinado pela demanda. Variações de demanda provocam
variações de quantidades, os preços são fixos.
O trecho vertical da curva de oferta representa a situação de pleno emprego dos fatores, ou
de produção ao nível do produto potencial. Esta oferta caracteriza a situação de longo prazo.
Neste vairações de demanda provocam apenas variações de preços.
A curva de Phillips mostra que os preços são fixos a cada instante mas mudam de um curto
prazo para outro curto prazo. Tudo se passa como se a curva AB fosse se deslocando para
cima.

2.2. Análise do Curto Prazo:

Cabe salientar a controvérsia monetarista - keynesiana. Podemos representar no


gráfico as duas proposições extremadas. A demanda monetarista é uma hipérbole equilátera
e a demanda keynesiana é uma reta vertical.

M
V
P

D (P,G)

Y
Monetaristas Keynesianos

∂I ∂I
= I r = −∞ = Ir = 0
∂r ∂r
∂M ∂M
= Li = 0 = Li = −∞
∂i ∂i

O sistema composto das equações (1') e (2') representa um sistema de funções


implícitas tendo como dependentes, as variáveis Y e i. Normalmente as funções são lineares
e fica fácil explicitá-las, isto é encontrar a sua forma reduzida. É oportuno, contudo,
supormos que as funções são não lineares.

2.3 Estática Comparativa

Vamos indagar os efeitos que o equilíbrio apresenta quando alterarmos o nível das
variáveis exógenas. Para tanto é preciso linearizar o sistema, isto é diferenciá-lo.
O modelo IS/LM acima apresentado constitui um sistema de funções implícitas que
pode ser representado conforme abaixo:
φ1 ( Y , r ; G, M , P) = 0
φ2 ( Y , r ; G , M , P) = 0

supondo que existam as funções o sistema satisfaz:


φ1 ( Y ( G , M , P) , r( G, M , P) ; G, M , P) = 0
φ2 ( Y ( G, M , P ) , r ( G, M , P) ; G, M , P) = 0

A diferenciação do sistema:
 dY 
 ∂φ 1 ∂φ 1 ∂φ 1 ∂φ 1 ∂φ 1   d r 
 ∂Y ∂r ∂G ∂M ∂ P    0
∂ φ ∂φ2 ∂φ 2 ∂φ 2 ∂φ2  d G = 
 2
 d M   0
 ∂Y ∂r ∂G ∂M ∂ P  
d P
Passando para o lado direito os parâmetros obtemos:
 ∂φ 1 ∂φ 1   ∂φ 1 ∂φ 1 ∂φ 1 
 ∂Y dG 
∂r  d Y   ∂G ∂M ∂P  d M 
  d r  =−   
 ∂φ 2 ∂φ 2     ∂φ 2 ∂φ 2 ∂φ2 
 ∂Y  d P 
∂r   ∂G ∂M ∂ P 
Para que o sistema possa ser resolvido isto é avaliado o efeito das variáveis exógenas sobre
as endógenas é necessário que a matriz Jacobiana, [ J ( φ) ] :

 ∂φ 1 ∂φ 1 
 ∂Y ∂r 
∂ φ ∂φ 2  seja não singular, isto é possa ser invertida.
 2

 ∂Y ∂r 
Esta é a condição para que as funções possam ser explicitadas, o que também é conhecido
como o teorema das funções implícitas. Aplicando esta formalização para o modelo IS/LM
temos:
dY − CY dY − I Y − I r − dG = 0 ( 7)
1 M
− LY dY − Li dr +  dM −  2 dP = 0 ( 8)
P P 

Vamos arranjar as equações acima na forma de matriz, colocando em evidência as


variáveis e levando para o lado direito as variáveis exógenas, ou parâmetros.
 
1 − CY − I Y − I r   dY  1 0 0   dG 
 − L =  1 M
− Li   dr  0 − P + 2   dM  (9)
Y P   dP 

Vamos chamar de ∆ = J onde J é o Jacobiano do sistema de funções implícitas e


∆ YX = J YX onde JYX é o Jacobiano em que os coeficientes da variável exógena X são
introduzidos no Jacobiano em lugar dos coeficientes da variável endógena. Y. Aplicando a
regra de Cramer chega-se à:
 dG 
 dY  1  ∆ YG ∆ YM ∆ YP   
 dr  = ∆  ∆ ∆r M ∆ r P  
dM  (10)
 rG
 dP 

O efeito de mudanças nas variáveis exógenas sobre as endógenas pode ser


fácilmente calculado a partir do determinante dos jacobianos do sistema. O interesse em
examinar o sistema acima não é calcular o valor específico das derivadas parciais do
sistema, mas sim entender as propriedades gerais. O exame do determinante do Jacobiano,
∆, indica contudo que nada podemos dizer sobre o seu sinal e portanto pouco ou nada
podemos dizer sobre o sinal das derivadas.

[
∆ = −( 1 − CY − I Y ) Li − LY I r ] (11)

As hipóteses iniciais do modelo são que:

0 < CY < 1 Li < 0 Ir < 0

Estas restrições iniciais não são suficientes contudo para definir o sinal do
determinante. É interessante que só faz sentido o exercício de estática comparativa se o
sistema for estável. Caso contrário é possível que a economia não atinja o novo equilíbrio. A
análise da estabilidade dinâmica do sistema vai definir as condições para que o modelo
converja para o novo equilíbrio. É interessante que estas vão permitir também que se
encontre o sinal do Jacobiano e portanto qualificar os multiplicadores. Este é o chamado
princípio da correspondência entre a estabilidade dinâmica e a estática comparativa.
Uma maneira de examinar a estabilidade é empregar a curva de Phillips como
função de ajuste de preços:
P& Y − Y 
== H 
P  Y 

Passando o P para o outro lado, obtemos a equacão diferencial da dinâmica de preços:

Y −Y 
P& = H  P
 Y
Esta corresponde a uma equação diferencial não linear. Vamos considerar a
aproximação linear da função na posição de equilíbrio, isto é de pleno emprego, onde Y = Y
Lembremos que a linearização de uma função H ( P ) pode ser procedida com a
( ) ( )(
seguinte aproximação de Taylor de 1. ordem: H ( P) ≅ H P + H ′ P P − P onde ) P éo
valor em torno do qual se dá a expansão de Taylor. Note que no caso
∂H ∂H ∂Y
H ( P) = H ( Y ( P) ) ⇒ =
∂ P ∂Y ∂P
Procedendo a aproximação obtemos:

 P × H ′ dY 
P& = 
 Y dP 
( P − P)
Para que a equação diferencial acima converja é necessário que o coeficiente de P
dY
seja negativo. Como H'>0 é necessário que < 0 A condição para que o sistema seja
dP
dY 3
estável é que seja menor do que zero. Observando o multiplicador apresentado
dP
acima conclui-se que para que ele seja negativo é necessário que o denominador seja
positivo, isto é que:

[ −( 1 − C − I ) L − L I ] > 0
y Y i Y r

Tudo se passa como se estivessemos trabalhando com a função implícita do nível geral dos
preços:

P& = φ ( P ) = D( P ) − Y

Linearizando temos:

∂φ dY
P& = P= P
∂P dP

Note-se que esta é a mesma condição obtida antes.


Para entender melhor o significado desta condição façamos algumas simplificações:

Dividir por Li e por Ir:

−
(
 1− C − I
y Y LY )

− >0
 Ir Li 

Passando o primeiro termo para o outro lado da expressão:

LY 1 − CY − IY
− >
Li Ir

O primeiro termo representa a declividade da LM e o segundo a declividade da IS. Isto


significa que a condição para que o modelo seja estável é que a declividade da LM seja
maior do que a declividade da IS. Isto pode ser visto gráficamente através da IS e da LM ou
através da Demanda Agregada, D(P).

LM

IS
LM

IS
_ _
Y Y

IS
LM

_
Y

O último gráfico mostra uma situação de instabilidade dinâmica. Neste caso a


economia vai se afastar cada vez mais da posição de equilíbrio. A condição de estabilidade
pode também ser ilustrada pela função demanda agregada.

P
P
_
P

_
P

_
_
Y
Y

Note-se que a indeterminação do sinal dos multiplicadores ficou resolvida se


supusermos que o modelo é dinâmicamente estável. Relembrando os principais
multiplicadores são:
I M ×Ir
− r
dY − Li dY
= P >0
dY
= P2 <0
=
dG − (1 − CY − I Y ) li − LY I r
>0
y(
dM − 1 − C − I L − L I
Y i Y r ) ( )
dP − 1 − C − I L − L I
y Y i Y r

dr − (1 − CY − I Y )
1
P dr ( 1− CY − I Y ) PM2
= <0 = >0
dr
=
LY
>0 ( )
dM − 1 − Cy − I Y Li − LY I r ( )
dP − 1 − C − I L − L I
( )
y Y i Y r
dG − 1 − Cy − I Y Li − LY I r

O equilíbrio de pleno emprego pode ser caracterizado como aquele em que Y = Y . Neste
caso o nível de preços passa a ser endógeno. O modelo é recursivo. Pela IS, dado um nível
de renda de equilíbrio, de pleno emprego, obtém-se uma taxa de juros de equilíbrio - aquela
que os economistas clássicos chamavam de taxa de juros natural.

(
IS: φ Y , r = 0 → r
Y
)
Substituindo a renda e a taxa de juros de pleno emprego na LM, obtém-se o nível geral de
preços:

 M
LM: φ
r
Y ,r , = 0 → P
 P

Diferenciando o sistema IS/LM e lembrando que o nível de renda é exógeno e constante, e o


nível de preços é endógeno, chega-se a:
 0 − I r  d P  1 0  d G 
M  = 1 
Li  d r   0 d M 
 P 2 P 

É interessante observar que:

1
dP Li × Ir
= >0 dP
= P =
P
dG M
× Ir dM M M
P2 2 × Ir
P
M
− 2 dr
dr
= P =−
1
>0 =0
dG M I dM
× Ir r
P2
Deve-se chamar a atenção para o fato de que a moeda é neutra, isto é não afeta a taxa de
juros. A razão é que, estando a economia em pleno emprego, os preços variam na mesma
proporção que a moeda. A liquidez real da economia é constante. Por outro lado os gastos
do governo não são neutros. Isto se refere ao efeito de congestionamento no mercado de
capitais. A taxa de juros aumenta o suficiente para que o investimento privado ceda lugar ao
gasto do governo. Ao mesmo tempo há um efeito sobre os preços na medida em que os
gastos do governo afetam o mercado de bens.Este último efeito pode ser visualizado pelo
gráfico da demanda e oferta, em que esta última é vertical, e a primeira sofre um
deslocamento para a direita.

2.4. Política Monetária e a questão da estabilidade:

Podemos utilizar este modelo para examinar o efeito da política monetária de


perseguir a taxa de juros sobre a estabilidade. Neste caso a taxa de juros passa a ser
exógena, variável de política, e a quantidade de moeda passa a ser a variável endógena.
Fazendo estas modificações no sistema (9) chega-se:

1 − CY − I Y 0   dY   1 Ir 0   dG
 1   =  M   dr 
 − LY P 
dM   0 Li + 2
P   dP 

dY
Nota-se que = 0, logo o sistema é instável. A endogeneidade do agregado monetário
dP
torna inoperante o efeito do mecanismo de preços sobre a demanda agregada. Tudo se
passa como se a função demanda fosse vertical. Nesse caso fica fácil perceber que o nível
geral de preços fica indeterminado.
Utilizando o modelo IS/LM fica fácil visualizar as diferenças entre as políticas
monetárias de controle do agregado versus o controle da taxa de juros. Faça voce mesmo
este exercício: imagine duas situações, uma em que a IS está sujeita a choques aleatórios e
a outra em que a LM é que apresenta mudanças estocásticas. Examine os efeitos das
políticas de controle da moeda e da taxa de juros em ambas as situações. A conclusão é que
se o choque estiver atrelado a IS a política mais indicada é a de controle da moeda enquanto
o inverso é verdadeiro quando a curva LM for flutuante.

3. O MODELO CLÁSSICO VERSUS O MODELO KEYNESIANO:

A diferença entre o modelo Clássico e o modelo Keynesiano depende do que é


considerado Keynesiano. Num certo sentido podemos dizer que os Neokeynesianos, em
particular os Novos Keynesianos propõem um modelo em que os mercados, não se
equilibram, enquanto os Clássicos, em particular os Novos Clássicos acreditam que os
mercados sempre se equilibram. A razão para o desequilíbrio Keynesiano está em que os
preços são rígidos. Uma distinção alternativa e mais fundamental e que não está
incorporada na literatura corrente, é que para Keynes o sistema econômico não é estável.
Neste sentido a maior flexibilidade dos preços não é recomendável, ao contrário da visão
neoclássica. A rigidez dos preços, no caso da economia keynesiana é uma forma dos
agentes lidarem com a incerteza do mercado e é recomendável para evitar uma espiral
deflacionária. Vamos examinar neste momento a questão da rigidez dos preços e como esta
afeta o equilíbrio do sistema.

3.1. O Modelo Clássico de flexibilidade de preços:

O modelo anterior será expandido para incorporar o mercado de trabalho,


dispensando-se a curva de Phillips:
Y = C [ (1 − k ) Y ] + I ( i ) + G (12)
M
= L( Y , i ) (13)
P
Y = F ( N , K) (14)
W = P × FN ( N , K ) (15)
W ( 1 − k ) = P × S( N ) (16)

As equações, 12 e 13 correspondem a IS e a LM, as equações seguintes


correspondem respectivamente a função de produção, a função demanda de trabalho e a
função oferta de trabalho. O parâmetro k é a alíquota do imposto de renda É interessante
observar que o sistema é resolvido por partes, é recursivo. O mercado de trabalho, composto
W
pelas equações 15 e 16, determina simultâneamente o salário real, , e o nível de
P
emprego, N. Substituindo-se este último na função de produção, equação 14, encontra-se o
nível de produção e de renda, Y. O bloco das equações 14, 15 e 16 compõem o lado da
oferta do modelo. Deste resulta uma curva de oferta vertical, no espaço P, Y. A oferta é
homogênea de grau zero nos preços, isto é no nível geral dos preços e no nível dos salários.
Isto implica que se aumentarem os preços e salários na mesma proporção não haverá
mudança na quantidade produzida. É exatamente isto que diz o lado da oferta do modelo.
Como consequência do equilíbrio no mercado de trabalho, ou, o que vem a ser o mesmo, da
flexibilidade de preços e salários, o nível de emprego fica determinado, bem como o nível de
produção. Uma vez determinado o nível de renda, a função IS, que corresponde ao
"locus"dos pares de renda e taxa de juros que equilibram o mercado de bens, determinará a
taxa de juros de equilíbrio. Esta portanto, é determinada no mercado de bens, para a renda
de equilíbrio. Descobre-se por detrás da curva IS, o mercado poupança/investimento
clássico. Para tanto basta passar para o lado esquerdo da expressão o valor do consumo:

Y − C[ ( 1 − k )Y ] = S = I ( i ) + G (17)
Esta relação pode ser visualizada no gráfico abaixo. Neste a curva de poupança é
inelástica a taxa de juros. Esta hipótese não é fundamental e poderia ser relaxada. O ponto
importante a observar é que a taxa de juros passa a ser um conceito real, isto é depende da
"eficiência marginal do capital"de um lado e de outro, da "preferência intertemporal" das
famílias. Esta taxa de juros não é influenciada pela liquidez real da economia.

I(i)+G

S I

Aliás, devemos observar que o mercado monetário terá apenas um papel, que é o de
determinar o nível geral de preços. Esta é a famosa dicotomia clássica. A moeda não entra
no mercado de bens. Não há efeito liquidez real no lado do consumo, ou do investimento. O
equilíbrio do mercado de bens não depende da moeda. O equilíbrio do modelo clássico pode
ser representado no seguinte diagrama de quatro quadrantes:

Y
Y

N Y

PxS(N)
W (1-k)
i LM

A
A

B
B
PxF
N IS

_
N
N Y
Os multiplicadores monetários e fiscais deste modelo são idênticos aos do modelo
anterior na situação de pleno emprego. Gráficamente pode-se visualizar os efeitos de um
aumento em M através do deslocamento para a direita da LM. Isto provoca um desequilíbrio
no mercado de bens, através do rebaixamento transitório da taxa de juros. O excesso de
demanda provocará elevação dos preços que reduzirá a liquidez real até que a curva LM
retorne a posição anterior. Mudanças nos gastos do governo tem um impacto no nível de
preços e salários, na medida em que afetam a taxa de juros e portanto a demanda de
moeda. Uma redução de G pode ser examinada no gráfico acima como um deslocamento
para a esquerda da curva IS. Isto provoca uma redução de demanda e portanto um excesso
de oferta. Este por sua vez acarreta uma redução de preços. A redução de preços leva a um
deslocamento da curva LM para a direita, através do aumento da liquidez real. Os efeitos
sobre os preços podem ser examinados no mercado de trabalho, através do deslocamento
da oferta e demanda de trabalho. O deslocamento para a direita da LM, por sua vez, leva o
mercado de bens de volta ao equilíbrio através de um aumento da demanda agregada, via
rebaixamento da taxa de juros.

3.2. O Modelo Keynesiano de rigidez de preços:

Apresentamos a seguir a versão keynesiana do modelo acima, que incorpora desequilíbrio


no mercado de trabalho. Supõe-se que existam contratos de trabalho que impõem uma
rigidez nos salários nominais. O salário nominal será considerado variável exógena. Neste
sentido, somente por acaso ocorrerá equilíbrio no mercado de trabalho. Na medida em que
o mercado não se equilibra, é importante distinguir a oferta, Ns , da demanda, Nd. Isto
significa que aumentou o número de variáveis e haveria indeterminação (a variável salário
tornou-se pré-determinada, em compensação foram adicionadas a demanda de trabalho e a
oferta de trabalho). A função a ser incorporada corresponde a regra de que o emprego seja
igual a menor das duas, da demanda ou oferta:

N = min (N d, Ns )

O modelo pode ser apresentado como segue:

Y = C [( 1 − k ) Y ] + I ( i ) + G

= L( Y , i )
M
P
Y = F( N , K)
W = P × FN ( N d , K) (15' )
W (1− k ) = P × S( N s ) (16')
N = min( N d , N s ) (17)
Sempre que o salário real estiver acima do salário que equilibra o mercado
de trabalho, a demanda será menor do que a oferta de trabalho. Caso contrário a oferta será
menor do que a demanda. Isto pode ser visualizado no gráfico abaixo:
A C
a
W
P
* O
W
P

b
W
P
B
_
N

Quando o salário real estiver acima do salário de equilíbrio, a demanda será maior do que a
oferta e ocorrerá desemprego involuntário: isto é os trabalhadores estão dispostos a aceitar
uma redução do seu salário mas não encontram emprego, no gráfico o segmento de reta OA.
Quando o salário real estiver abaixo do salário de pleno emprego, a oferta passa a ser menor
do que a demanda, e o trecho relevante passa a ser o segmento BO. Para entender os
efeitos de mudanças na demanda agregada sobre o nível de emprego e renda é interessante
deduzir a oferta agregada respectiva.

Quando o lado curto do mercado é a demanda de trabalho utilizamos a função (15').


Diferenciando obtém-se:

dW = FN ( N , K ) dP + PFNN ( N , K ) dN (18)

Diferenciando a função de produção (14) chega-se:

dY
dY = FN ( N , K) dN → dN =
FN ( N , K )

Substituindo-se em (18) e considerando o salário fixo obtém-se a declividade da função


oferta:
dY
0 = FN ( N , K) dP + PFNN ( N , K)
FN ( N , K)

FN 2 ( N , K )
dY = − dP (19)
PFNN ( N , K)

Como FNN < 0 a declividade da oferta é positiva.

Quando o lado curto do mercado é a oferta de trabalho temos que considerar a equação
(16'). Diferenciando obtemos:

S( N ) PS N ( N )
dW = dP + dN (20)
(1 − k ) (1− k )
Usando a função de produção, como antes, e considerando o salário constante, chega-se a
função oferta decrescente:

S( N )
dY = − dP (21)
PS N ( N )
É útil visualizar as funções oferta e demanda para entender os efeitos de mudanças nas
variáveis exógenas, G, M e W.

P
B

_
P O

G=G
B

P
D(P) _
A
G=G
G=G A
A
_
Y Y

É interessante observar que, dependendo da declividade da oferta OB, um aumento


dos gastos do governo reduz a renda de equilíbrio da economia.
O exercício de estática comparativa que incorpora rigidez de salário, considerando o lado
curto do mercado a demanda de trabalho, pode ser visualizado, diferenciando o sistema
respectivo, conforme abaixo:

 
 CY + I Y − 1 I r 0  dY   −1 0 0 dG 
 M    1  
  dr = 0
P 2   
LY Li 0 dM 
  dP   0
P
1 dW 
 PFNN 0
0 FN 
 FN 

1 M
− Ir F Ir
dY − Li FN dY P N dY P
= >0 = >0 = <0
 FNN M     
( CY + IY − 1) Li FN − Ir  LY FN − FFNN PM  ( CY + IY − 1) Li FN − Ir  LY FN − FFNN PM 
dM dW
( Y Y ) i N r  Y N F P 
dG
C + I − 1 L F − I L F −
N N N

dr
LY FN −
PFNN M
FN P 2 dr ( CY + I Y − 1) P1 FN dY −( CY + I Y − 1)
M
P2
= >0 = <0 = <0
     
( CY + IY − 1) Li FN − Ir  LY FN − FFNN PM  ( CY + IY − 1) Li FN − Ir  LY FN − FFNN PM 
dM dW
( CY + IY − 1) Li FN − Ir  LY FN − FFNN M
dG

NP  N N

PFNN 1 PFNN
L − × I
dP
=
FN i
>0
dP
=
P FN r
>0 dP (C + I Y − 1) Li − LY I r
= >0
Y
 F M  F M  FNN M 
( CY + IY − 1) Li FN − Ir  LY FN − FNN P  ( CY + IY − 1) Li FN − Ir  LY FN − FNN P 
dG dM
( CY + IY − 1) Li FN − Ir  LY FN − F P 
dW
N N N
É importante notar que o multiplicador dos gastos do governo é menor, neste caso,
do que no caso dos preços fixos. A razão é que agora um aumento do nível de atividade
implica uma elevação do nível de preços pelo efeito da produtividade marginal decrescente.
Fica fácil perceber isto num gráfico, onde se dispõem de uma oferta horizontal, a situação
dos preços fixos, e uma oferta inclinada, a situação em que os salários são fixos.

Oferta salário fixo

Oferta preço fixo


O A
D(P)
G=G1

G1>G0
G=G0

A B C Y

4. EXPECTATIVAS ADAPTATIVAS E A QUESTÃO DA ESTABILIDADE UMA VEZ MAIS:

O modelo anterior apresentava expectativas estáticas. Dentro daquele arcabouço


uma deflação poderia ser uma solução. Isto obviamente tem pouco a ver com Keynes
propriamente dito. Conforme já dissemos antes, a rigidez de preços era entendida por
Keynes como uma espécie de âncora de estabilização necessária para evitar uma
instabilidade de preços e de produto/emprego. Esta seção se propõe contemplar
parcialmente esta questão introduzindo dentro do modelo IS/LM expandido, um modelo de
formação de expectativas conhecido como expectativas adaptativas.

4.1. Expectativas Adaptativas:

O modelo de expectativas adaptativas para o tempo discreto pode ser apresentado


como segue:
 ∆P  
πt − πt −1 = λ  − πt −1  (22)
 P t −1 
∆P
Onde π é para inflação esperada e indica a inflação realizada.
P
Esta expressão destaca o fato de que os agentes aprendem dos erros. O que o modelo diz é
que os agentes corrigem as expectativas como uma proporção do erro.
Uma outra interpretação do modelo é que a expectativa representa uma projeção baseada
na média ponderada dos valores passados da inflação com pesos decrescentes.
Vamos utilizar o operador lag L - tal que Ln (X) = Xt-n na expressão acima, desprezando o
símbolo (t):
 ∆P  
πt − Lπt = λ  − Lπt 
 P t − 1 
 ∆P 
πt − (1 − λ) Lπt = λ 
 P t −1
 ∆P 
λ 
 P t −1 1
πt = e considerando a soma de uma progressão geo mé trica segue - se:
1 − ( 1 − λ) L 1 - (1 - l ) L
 ∆P 
πt = [( 1 − λ) 0 L0 + (1 − λ) 1 L1 + (1 − λ) 2 L2 +L+(1 − λ) n Ln ] λ 
 P  t −1
 ∆P   ∆P   ∆P   ∆P   ∆P  
π = λ  + (1 − λ)  + ( 1 − λ) 2   + ( 1 − λ) 3   L+( 1 − λ) n   
 P t −1  P t −2  P  t− 3  P t −4  P t −( n +1 ) 

A inflação esperada passa a ser função da inflação passada, com pesos decrescentes:
i =t
 ∆P 
πt = λ∑ (1 − λ) × 
i −1
(23)
i− ∞  P t −i

Note-se que poderiamos ter obtido a mesma expressão por substituição:


 ∆P 
πt = (1 − λ) πt −1 + λ 
 P t −1
 ∆P 
πt −1 = ( 1 − λ) πt − 2 + λ 
 P t −2

Substituições sucessivas levam a mesma expressão (23).


A principal limitação deste modelo de expectativa é que ele é coerente com erros
sistemáticos. De fato a inflação esperada sempre difere da inflação corrente a menos que
esta esteja estacionária. O que a expressão (23) diz é que a inflação esperada corresponde
a inflação realizada quando esta última for constante. Observe que a expressão acima
mostra que neste caso a inflação esperada é a soma de uma progressão geométrica do tipo:
1  ∆P 
π= λ 
( 1 − (1 − λ) )  P 
4.2. Estabilidade de Cagan:

A introdução de expectativas adaptativas no modelo IS/LM expandido, significa que uma


distinção deve ser feita entre a taxa de juros nominal e a taxa de juros real. Admitindo que
prevaleça a relação de Fisher podemos expressar o modelo conforme abaixo:
Y = C( Y ) + I ( i − π ) + G (24)
M
= L( Y , i ) (25)
P
P& Y − Y 
= f × +π (26)
P  Y 
 P& 
π& = λ − π  (27)
P 
A diferença entre a taxa de juros nominal e real introduzida pelas expectativas de inflação
permite examinar o papel destas no modelo. As expectativas de inflação afetam a curva IS,
através da redução da taxa de juros real. Examinemos esta questão através do gráfico IS/LM
modificado:

Β LM (Y,i)

π1 - π

i Α C
(Y,i - π1 )
IS (Y,i - π )

Observemos no gráfico que uma mudança na expectativa de inflação provoca um


deslocamento da IS para cima, sendo este equivalente a mudança das expectativas: ∆π. A
questão fundamental é saber se a dinâmica das expectativas é estabilizadora ou
instabilizadora. Olhando novamente o gráfico, notamos que assim como uma mudança na
inflação desloca a IS através de mudanças nas expectativas, percebe-se que a inflação
desloca em sentido contrário, a LM, via encurtamento da liquidez real do sistema. O impacto
expansionista da inflação, através das expectativas pode ser superior ao impacto recessivo
da inflação via redução da liquidez. O elemento novo, introduzido pelas expectativas, então,
é justamente o efeito expansionista da inflação, que antes não ocorria. Aliás este elemento é
plenamente reconhecido por Keynes, quando discute o efeito de uma redução dos salários
4
nominais no produto. A preocupação de Keynes era de que o efeito de uma redução de
salários provocasse uma espiral recessiva, na medida em que a expectativa de deflação
provocaria adiamento no consumo e desestimularia o investimento.
Do modelo de funções implícitas acima podemos derivar a demanda agregada usando as
duas primeiras equações:

 M 
Y = Y G, ,π 
 P 

Vamos supor que esta função fosse log linear, e vamos manter constante G.

y = θ ( m − p) + ψπ (28)

onde as variáveis minúsculas são o log das respectivas variáveis


As versões log lineares das funções 26 e 27 são:
p& = f × ( y − y ) + π (26' )
π& = λ( p& - π ) (27' )
A versão linear do modelo anterior passa a ser então o seguinte:

y = θ ( m − p) + ϕπ
p& = f × ( y − y ) + π
π& = λ( p& − π )

Diferenciando a função 28 obtemos:

y& = θm
& − θp& + ϕπ
& (29)

Substituindo a curva de Phillips na equação das expectativas adaptativas:

(
π& = λ π + f × ( y − y ) − π )
π& = λf × ( y − y ) (30)

Substituindo na equação do ajustamento do produto juntamente com a curva de Phillips,


temos:
[ ]
y& = θ m& − θ f × ( y − y ) + π + ϕλf × ( y − y )
y& = θ m& − θπ + f ( ϕλ− θ )( y − y ) (31)

As equações 30 e 31 compõem um sistema de equações diferenciais em y e π, da seguinte


forma:
π& = λf × y − λf × y
y& = −θπ + f ( ϕλ− θ ) y + θ m& − f ( ϕλ− θ ) y

Este sistema pode ser apresentado em forma matricial:


π&   0 λf  π
 y&  =  −θ f (ϕλ − θ)  y  + termos exógenos (32)
    

Este sistema descreve o comportamento dinâmico das variáveis endógenas, y e π.


Conhecido este, podemos determinar o comportamento de p & . Para examinar a estabilidade
do sistema basta examinar o sinal dos auto-valores da matriz - A - dos coeficientes do
sistema. Para que o sistema seja estável é necessário que o det A seja positivo e que o tr de
A seja negativo.

det A = θλf > 0


tr A = f ( ϕλ− θ ) < 0 ∴ ϕλ < θ

A primeira restrição, do sinal do det, não ajuda já que é sempre satisfeita, dado as hipóteses
iniciais do modelo. A segunda restrição é importante e diz que o efeito recessivo da inflação
sobre a demanda deve ser mais forte do que o efeito expansivo das expectativas
inflacionárias.
Resultado semelhante pode ser obtido se examinarmos a dinâmica do produto e da inflação
ocorrida em lugar da expectativa de inflação. Para tanto diferenciamos a função demanda
agregada e a curva de Phillips:
y& = θ ( m& − p& ) + ϕπ& (33)
p&& = π& + f × ( y& − y& ) (34)

Usando a expressão da curva de Phillips, 26', chega-se:


p& − π = f × ( y − y ) (35)

logo, substituindo 35 em 27',

π& = λ f × ( y − y ) (36)

Empregando este resultado em 33 e 34 chega-se:


y& = ϕ λ f y − θ p& − ϕλ f y + θ m & (37)
p&& = λ f y + f y& − λ f y − f y& (38)

Usando o valor de y& de 37 na expressão 38 e expressando na forma matricial temos:


 y&   ϕλ f −θ   y   ϕλ f −θ   y 
 p&& =  f λ(1 + f ϕ) − f θ  p&   f λ(1 + f ϕ) − f θ m& 
   - (39)
  

O sistema de equações diferenciais acima representa a dinâmica do modelo nas variáveis


produto e inflação. A estabilidade do sistema pode ser examinada pelo sinal do determinante
e do traço da matriz - A - dos coeficientes, como antes.

det A = −ϕ λ f 2 θ + f λ( 1 + f ϕ) θ > 0 ∴ 1 > 0


tr A = ϕλ f − f θ < 0∴ ϕλ< θ

Como não podia deixar de ser, chegamos às mesmas condições anteriores.


Podemos examinar o comportamento dinâmico da taxa de inflação e do produto através do
diagrama de fases. Consideremos as equações que compõem o sistema 39. Vamos
& , o locus da equação do ajustamento da renda para y& = 0 .
representar no espaço y , p
0 = ϕ λ f ( y − y ) − θ ( p& − m
&)

y=0

p
.

_
y y

A reta representa pontos de equilíbrio em que a renda permanece constante. Abaixo


da reta haverá excesso de demanda e a produção vai aumentar enquanto acima da reta
haverá excesso de oferta e a produção vai diminuir, como expressam as setas.
Da mesma forma, representemos o locus de equilíbrio da inflação, utilizando a
equação do ajustamento da taxa de inflação do sistema 39.
0 = f λ( 1 + fϕ)( y − y ) − f θ ( p& − m
&)

..
p=0
.
p
.
m

_
y

Os pontos acima da reta representam posições fora do equilíbrio e que implicam em


redução da taxa de inflação e pontos abaixo da curva representam pontos de aceleração da
inflação. Juntando os dois locus num diagrama pode-se representar a dinâmica de
ajustamento da economia a um choque nas variáveis exógenas, no caso crescimento da
oferta de moeda.

..
. p =0
p
.
y =0

B
.
m
1

. A
m0
_
y
Os gráficos acima apresentam a dinâmica de ajustamento da economia a uma mudança na
política monetária, isto é a uma mudança na taxa de crescimento da oferta de moeda.
Percebe-se que, supondo que o modelo seja estável, a economia tende a nova posição de
equilíbrio, com uma taxa de inflação mais elevada e que será idêntica a taxa de crescimento
da oferta de moeda. Na nova posição de equilíbrio, a taxa de inflação corresponderá a taxa
de inflação esperada e o hiato do produto será zero. Nota-se também que a convergência
para o novo equilíbrio passa por períodos de hiato positivo com inflação abaixo do equilíbrio
e por períodos de hiato negativo, ou excesso de capacidade com inflação acima do
equilíbrio. A trajetória, no tempo, da taxa de inflação e do produto pode ser acompanhada no
gráfico seguinte, que mostra o caráter oscilatório porém convergente dos mesmos. Esta
análise demonstra a importância da política monetária da regra fixa bem como a não
neutralidade da moeda no curto prazo.
Considerando a importância da análise de estabilidade é oportuno relacionarmos os
parâmetros das funções acima com as elasticidades das funções originais. A hipótese que
seguimos foi de que a função demanda agregada era log linear. O ponto a ser ressaltado é
que esta hipótese se restringe a vizinhança do equilíbrio. Vamos diferenciar a função
demanda agregada:

∂Y M ∂Y
dY = d + dπ
M  P  ∂π
∂  
P

Dividindo por Y obtemos:

dY ∂ Y 1 M ∂Y 1
= d  + dπ
Y MY  P  ∂π Y
∂  
 P
M
Vamos dividir e multiplicar a primeira parcela da direita por
P
M
d 
dY ∂Y 1 M  P ∂Y 1
= + dπ
Y  M Y P M ∂ π Y
∂ 
 P P

Substituindo as taxas de crescimento pela derivada logarítimica, e considerando como Log, o


correspondente minúsculo chega-se:
∂ y 1∂Y
dy =
M
M
( dm − dp) + dπ
PY Y∂π
∂  
P

Este diferencial é válido na proximidade do ponto de equilíbrio e corresponde à função linear


logarítmica:
y = θ ( m − p) + ϕπ
 
M  ∂Y  1 ∂Y
onde θ =   e ϕ=
PY   M   Y ∂π
∂  
  P 

∂Y −I ∂Y
∆ = −(1 − CY − I Y ) Li − I r LY
I L
Sabemos que = r e = r i onde
M ∆ ∂π ∆
∂ 
P

− MI r I L
Neste caso θ= e ϕ= r i
PY ∆ Y∆

A condição de estabilidade passa a ser: θ > ϕλ substituindo os respectivos valores temos:


− M I r I r Li
>
PY ∆ Y∆
simplificando-se a expressão chega-se:
M L
> − Li λ logo − i × λ < 1
P M
P
Considerando o conceito de elasticidade juro da demanda de moeda chega-se a condição de
estabilidade de Cagan:
eλ i
<1 sendo por definição e = − Li ×
i M
P
É interessante notar que esta expressão tende a se confirmar apenas nos períodos de
inflação elevada, mas não nos períodos de recessão, em que e é elevado e i é reduzido.

1
É possível representar a tendência no Produto como estocástica em lugar de
determinística. O modêlo empregado é o seguinte: yt = ytn + y tc ;
ytn = y tn− 1 + α + µt ,onde µt é ruído branco e o componente cíclico ytc é um processo
stacionário tipo ARMA. Se µt = 0 a tendência se torna determinística como o modelo
anterior. Caso contrário a tendência se move aleatóriamente. Neste modelo o produto é não
estacionário. Alem disso os choques na tendência tem um efeito permanente. Isto não ocorre
com os choques que produzem desvios em relação a tendência.
2
Esta seção reproduz em grande parte os caps. 2, 3 e 4 do livro de W.M.Scarth,
Macroeconomics, An Introduction to Advanced Methods, Harcourt Brace Jovanovich,
1988.
3
De uma maneira geral diz-se que um sistema é dinâmicamente estável se partindo de
condições iniciais quaisquer ele tende ao equilíbrio assintóticamente. Chamando de x as
variáveis endógenas do sistema, e x os valores de equilíbrio diz-se que o sistema é estável
se:

lim x = x
t→∞

Vamos introduzir a questão da estabilidade pelo leiloeiro walrasiano. Vamos supor


que:

p& = f D ( p ) − S ( p )

Admita que f seja uma função identidade:

p& = D( p ) − S ( p )

Suponha que p seja o preço de equilíbrio e portanto:

D( p ) = S ( p )

Vamos linearizar a função no ponto p:

D( p ) − S ( p ) = D( p ) − S ( p ) + D′ ( p ) − S ′ ( p ) ( p − p )

Como D( p ) − S ( p ) = 0 , segue-se:

D( p ) − S ( p ) = D′ ( p ) − S ′ ( p ) ( p − p )

Vamos definir de p$ = p − p , então p$ = p& , a função acima pode ser expressa como:

p& = D′ ( p ) − S ′ ( p ) p$ ,

reinterpretando p$ como p , temos:

p& = D′ ( p ) − S ′ ( p ) p

quando p = p , p$ = 0, e portanto o p = 0.

O problema de estabilidade passa a ser então a questão da convergência da equanção


diferencial do tipo:

x& = a x
Para resolver esta equação diferencial vamos passar o dt para o lado direito e o x para o lado
esquerdo:

dx
= adt
x
Tomando integrais indefinidos chegamos:

∫ dxx = ∫ adt
a solução é:
log( x ) = at + C
x = eat +C
x ( t ) = e C + e at

Se t = 0, x( 0 ) = eC

a solução particular será:

x ( t ) = x ( 0 )e at

lim x ( t ) = 0
t→∞

lim x ( 0 ) e at = 0
t→∞
a condição para a convergência é: a<0

a>0

x = x (0)

a<0

0
t
Aplicando para o problema original temos a seguinte equação diferencial:

p& = D′( p ) − S ′ ( p ) p e a condição de estabilidade é que:

D′ ( p ) − S ′ ( p ) < 0

ou seja que a declividade da demanda seja menor que a declividade da oferta.


Vamos examinar a questão da estabilidade para mercados múltiplos, continuando o
modelo anterior. Consideremos n mercados, com n preços, pi e n demandas excedentes
Ei(p1,p 2,...pn). O leiloeiro walrasiano obedeceria a seguinte dinâmica de preços:

[ ]
p& i = f i E i ( p1 , p2 ,... pn ) para i = 1.. n

considerando, como antes que if corresponda a função identidade, chegamos ao seguinte


sistema:
p& 1 = E 1 ( p1 , p2 ,... pn )
p& 2 = E 2 ( p1 , p2 ,... pn )
M = M
p& n = E ( p1 , p2 ,... pn )
n

Considerando o vetor E = (E 1,E2,...En)T, chamamos de [J(E)], a matriz Jacobiana de E:


 ∂ E1 ∂ E1 
 L 
∂Ei   ∂ p1 ∂ pn 
[ J( E )] =  ( p1 , p2 ,... pn )  =  M M 
 ∂ pj  ∂En ∂ En 
 ∂ p L
1 ∂ pn 

( )
Vamos definir um vetor de preços p = p1 , p2 ,... pn e supor que o vetor preço represente
os desvios em relação aos preços de equilíbrio e portanto que o preço de equilíbrio seja
p = 0, isto é p1 = 0 , p2 = 0 ,. .. pn = 0 . [J(E)] apresenta a aproximação linear de E,
próximo do vetor de equilíbrio dos preços. Podemos apresentar o sistema acima como:

p& = [ J ( E ) ] p = 0 p

onde p& e p são vetores de dimensão n e [ J ( E ) ] p=0 é uma matriz nxn. A aproximação
linear pode ser representada então como segue:
∂E 1 ∂E 1 ∂E 1
p&1 = p + p L p
∂ p1 1 ∂p2 2 ∂ pn n
∂E 2 ∂E 2 ∂E 2
p& 2 = p1 + p2 L p
∂ p1 ∂p2 ∂ pn n
M
∂E n ∂E n ∂E n
p& n = p1 + p2 L pn
∂ p1 ∂p2 ∂ pn
A forma geral do sistema pode ser representada como:

x& = Ax onde x& e x são vetores de dimensão n e A matriz de números


reais de dimensão nxn. Como antes supõe-se que x( t ) = 0 é solução do sistema. A análise
de estabilidade consiste portanto na análise da convergência de um sistema de equações
diferenciais, lineares e homogêneas de primeira ordem. A condição para que este sistema
converja é que a matriz A seja negativa definida. A analogia com o exemplo de uma equação
só é sugestiva, já que naquele caso a condição era que o parâmetro a fosse negativo. A
condição para que uma matriz A, simétrica e de números reais, seja negativa definida é que
os seus autovalores λ s sejam negativos. Para motivar esta condição suponha que a matriz
i 3

A seja uma matriz diagonal:


 λ1 0
 
 λ2 
 O 
 
0 λn 

Neste caso o sistema x& = Ax pode ser representado como:


x& 1 = λ1 x1
x& 2 = λ2 x 2
M
x& n = λn x n

Neste caso a solução do sistema é simples e corresponde a solução anterior:


x1 ( t ) = x1 ( 0) e λ t
1

x2 ( t ) = x2 ( 0) e λ t
2

M
xn ( t ) = xn ( 0) e λ t
n

Neste caso fica fácil ver que o sistema só converge se os autovalores, λ s forem
i
negativos.
Se A é diagonalizável, os elementos da matriz diagonal são os autovalores da matriz
A.
A solução do sistema x& = Ax é dada pela função:

[ ]
T
x( t ) = x1 ( 0) e λ t , x2 ( 0) e λ t ,... xn ( o) e λ
1 2 n
t

A condição para a estabilidade é que todos os autovalores reais devem ser negativos. No
caso de uma matriz simétrica todos os autovalores são reais.Esta é a condição para que uma
matriz seja negativa definida. Em outras palavras, para que o sistema de equações
diferenciais x& = Ax seja convergente é necessário e suficiente que os autovalores da
matriz A sejam negativos, ou o que vem a dar no mesmo, que a matriz A seja negativa
definida.
Sabe-se que o determinante de uma matriz é idêntico ao determinante da matriz
diagonal correspondente, o mesmo acontecendo com o traço da matriz. Isto é:
n n
det A = ∏ λi tr A = ∑ λi
i =1 i =1
Com isto pode-se testar rápidamente se a matriz A é negativa ou não. Sabemos que para
que a matriz seja negativa é necessário que os autovalores sejam negativos. Neste caso o
sinal do det A tem que ser o mesmo de ( −1) e o traço tem que ser negativo.
n

Não é difícil observar a relação entre este resultado e o exercício de estática


comparativa inicial. As funções que definem a dinâmica de preços no exemplo acima e a
dinâmica das variáveis endógenas, no contexto mais geral, são funções implícitas nas
variáveis endógenas e nos parâmetros. No caso:
φ 1 ( x1 , x 2 ,... xn ) = E 1 ( x1 , x2 ,... xn ) = 0
φ 2 ( x1 , x 2 ,... xn ) = E 2 ( x1 , x2 , ... xn ) = 0
M
φ ( x1 , x 2 ,... xn ) = E n ( x1 , x2 , ... xn ) = 0
n

Nota-se que a matriz A do sistema de equações diferenciais corresponderia ao


Jacobiano do vetor E, [ J ( E ) ] x = 0 , no ponto de equilíbrio. O determinante desta matriz
corresponde ao determinante do Jacobiano isto é ∆ = J ( E ) que corresponde ao
denominador dos multiplicadores do exercício de estática comparativa. Supondo-se o
sistema dinâmicamente estável, sabemos que o sinal do determinante da matriz A deve ser o
sinal de ( −1)
n
e portanto fica determinado o sinal dos multiplicadores. A correspondência
entre a estabilidade dinâmica e a estática comparativa permite definir o sinal dos
3
multiplicadores. Este é o princípio da correspondência de Samuelson.
Utilizando este instrumental podemos examinar a estabilidade do sistema IS/LM
desenvolvido acima. A análise de estabilidade, como vimos, depende da especificação de
um modelo de ajustamento das variáveis endógenas.
Vamos considerar dois modelos. O modelo (I) é coerente com o modelo IS/LM com
preços fixos. Supõe-se que a variável de ajuste do mercado de bens seja o nível de renda e
a variável de ajuste do mercado de moeda seja a variável taxa de juros.O modelo pode ser
apresentado como abaixo:
Y& = φ Y ( Y , r ) = I ( r ) + C( Y ) + G − Y
r& = φ i ( Y , r ) = L( Y , i ) − M

Linearizando o sistema, na posição de equilíbrio chega-se:


Y&   CY + I Y − 1 I r Y 
 & = 
r   LY Li  r 

A condição para que o sistema apresente estabilidade é que o det A , ∆, seja positivo
e o tr A seja negativo:

∆ = [-(1 - CY - IY ) Li - LY Ir] > 0

tr A = (CY + IY-1) + Li < 0

Note-se que a indeterminação do sinal dos multiplicadores ficou resolvida se


supusermos que o modelo é dinâmicamente estável. Relembrando os principais
multiplicadores são:
I M ×Ir
− r
dY − Li dY
= P >0
dY
= P2 <0
=
dG −( 1 − CY − I Y ) − LY I r
>0
(
dM − 1 − C − I L − L I
y Y i Y r ) ( )
dP − 1 − C − I L − L I
y Y i Y r

− (1 − CY − I Y ) ( 1− CY − I Y ) PM2
1
dr P dr
= <0 = >0
dr
=
LY
>0 ( )
dM − 1 − Cy − I Y Li − LY I r ( )
dP − 1 − C − I L − L I
( )
y Y i Y r
dG − 1 − Cy − I Y Li − LY I r

O modelo (II), para a análise da estabilidade, consiste em relaxar a hipótese de


preços fixos e utilizar os preços como variável de ajuste.Tudo se passa como se
estivessemos trabalhando com a função implícita do nível geral dos preços:

P& = φ ( P ) = D( P ) − Y
Linearizando temos:

∂φ dY
P& = P= P
∂P dP
dY
A condição para que o sistema seja estável é que seja menor do que zero. Observando
dP
o multiplicador apresentado acima conclui-se que para que ele seja negativo é necessário
que o denominador seja positivo, isto é que:

[ −( 1 − C − I ) L − L I ] > 0
y Y i Y r

Note-se que esta é a mesma condição obtida antes. Uma maneira alternativa de examinar a
estabilidade é empregar a curva de Phillips como função de ajuste de preços:
P& Y − Y 
= φ ( P) = H 
P  Y 

Passando o P para o outro lado, obtemos a equacão diferencial da dinâmica de preços:

Y −Y 
P& = φ ( P ) P = H  P
 Y

Esta corresponde a equação diferencial não linear. Vamos considerar a aproximação


linear da função na posição de equilíbrio, isto é de pleno emprego, onde Y = Y

 P × H′ dY 
P& = 
 Y dP 
P

Para que a equação diferencial acima converja é necessário que o coeficiente de P


dy
seja negativo. Como H'>0 é necessário que < 0 . Voltamos a condição anterior em que:
dP

[ −( 1 − C − I ) L − L I ] > 0
y Y i Y r
4
Vide J.M. Keynes, Teoria Geral, cap. XIX.

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