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INSTITUTO POLITÉCNICO DE PORTALEGRE

ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS

Licenciatura em Serviço Social

Unidade Curricular: Seminário de Projeto

Docentes: Isabel Munoz; Tatiane Valduga; Elisete Simões; Paula Ramos

Projeto de estágio
“Capacitação dos cuidadores informais”

Discente: Catarina Teixeira nº20035

Ano Letivo 2021/2022


INSTITUTO POLITÉCNICO DE PORTALEGRE
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS

Licenciatura em Serviço Social

Unidade Curricular: Seminário de Projeto

Docentes: Isabel Munoz; Tatiane Valduga; Elisete Simões; Paula Ramos

Projeto de estágio
“Capacitação dos cuidadores informais”

Discente: Catarina Teixeira nº20035

Ano Letivo 2021/2022

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RESUMO

O cuidador informal, na sociedade, é considerado muito importante, apesar de só


ter tido reconhecimento legal em Portugal muito recentemente. A prestação de cuidados
aos utentes traz muitas consequências como stress e sobrecarga, o estado de humor muda
e isso pode implicar o desregulamento das práticas dos cuidadores informais no processo
de cuidar assim como em manter o seu bem-estar e estabilidade na sua vida pessoal.

Através da realização de um Diagnóstico Social da Unidade de Saúde da ilha


Terceira, foi possível identificar os principais problemas em relação aos cuidadores
informais, identificando as principais necessidades dos mesmos.

Este projeto tem como finalidade diminuir a sobrecarga dos cuidadores da USIT
e capacitar os mesmos.

Apontando enquanto problemas centrais o cansaço físico, mental, psicológico e


emocional; problemas económicos; problemas profissionais e falta de partilha de
cuidados com outros membros familiares, o objetivo é minimizar estes fatores, através de
apoio e acompanhamento por parte da criação de uma linha telefónica de apoio,
envolvendo outros profissionais e indo ao encontro das necessidades detetadas nos
cuidadores, inclusive no seu domicílio, contribuindo para o bem-estar, tanto do cuidador
como do utente que está a ser cuidado, de modo a garantir que nada lhe falte.

Com este trabalho pretende-se compreender o nível de exaustão existente nos


cuidadores informais inscritos na Unidade de Saúde da ilha Terceira e capacitar os
mesmos. Para o concretizar pretende-se realizar um estudo descritivo dos cuidadores.
Como instrumento de recolha de dados, irei recorrer à realização e aplicação de um
inquérito a cada cuidador como uma estratégia e tratar dos dados recolhidos para poder
passar a uma outra atividade que será colocar em prática a linha telefónica de apoio e de
seguida divulga-la a toda a população e não só aos cuidadores.

Considero este projeto como um complemento aos cuidados prestados pela equipa
de saúde, reconhecendo-o como fundamental e necessário para um maior apoio aos
cuidadores e na melhoria da qualidade de vida dos mesmos.

Palavras-chave: Sobrecarga; Cuidador Informal; Problema; Cuidados

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ABSTRACT

The informal caregiver, in society, is considered very important, even though it


has only had legal recognition in Portugal very recently. The provision of care to users
brings many consequences such as stress and overload, mood changes, and this may imply
the dysregulation of the informal caregivers' practices in the care process as well as in
maintaining their well-being and stability in their personal life.

By performing a Social Diagnosis of the Terceira Island Health Unit, it was


possible to identify the main problems regarding informal caregivers, identifying their
main needs.

The purpose of this project is to decrease the burden on USIT caregivers and to
empower them.

Pointing out as central problems the physical, mental, psychological and


emotional fatigue; economic problems; professional problems and lack of sharing of care
with other family members, the goal is to minimize these factors, through support and
monitoring by the creation of a telephone helpline, involving other professionals and
meeting the needs detected in caregivers, including at home, contributing to the welfare
of both the caregiver and the patient being cared for, to ensure that nothing is missing.

This study aims to understand the level of burnout among the informal caregivers
enrolled in the Health Care Unit of Terceira Island and empower them. To accomplish
this, we intend to conduct a descriptive study of the caregivers. As a data collection tool,
I will use the completion and application of a survey to each caregiver as a strategy and
process the data collected in order to move on to another activity which will be to
implement the telephone helpline and then disseminate it to the entire population and not
only to the caregivers.

I consider this project as a complement to the care provided by the health team,
recognizing it as fundamental and necessary for greater support to caregivers and in
improving their quality of life.

Keywords: Overload; Informal Caregiver; Problem; care

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ABREVIATURA E SIGLAS

OMS – Organização Mundial de Saúde

SNS – Serviço Nacional de Saúde

RNNCI – Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

CSP – Cuidados de Saúde Primários

DLR – Decreto Legislativo Regional

ACES – Agrupamento de Centros de Saúde

SREA – Serviço Regional de Estatística dos Açores

USIT – Unidade de Saúde da ilha Terceira

RENNDA – Registo Nacional de Não Dadores

MGF – Medicina Geral e Familiar

ORAA – Orçamento da Região Autónoma dos Açores

SISA – Sistema de Informação do Atendimento aos Usuários

GLACI – Gabinete Local de Apoio ao Cuidador Informal

E.P.E.R. – Entidade Pública Empresarial Regional

ACM – Associação Cristã da Mocidade

SCMAH – Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo

CI – Cuidador Informal

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ÍNDICE

Resumo ........................................................................................................................................................ 3
Abstract ....................................................................................................................................................... 4
Abreviatura e Siglas ................................................................................................................................... 5
Índice ........................................................................................................................................................... 6
Índice de Tabelas ........................................................................................................................................ 7
Introdução ................................................................................................................................................... 8
Capítulo 1 – TEMÁTICA E PROBLEMÁTICA ................................................................................... 10
História do serviço social ..................................................................................................................... 10
Serviço social na saúde ......................................................................................................................... 11
Cuidados de Saúde Primários ............................................................................................................. 12
Estatuto do Cuidador Informal ........................................................................................................... 13
Sobrecarga dos cuidadores .................................................................................................................. 14
Capítulo 2 – CARACTERIZAÇÃO GERAL DO TERRITÓRIO, DA ORGANIZAÇAO E DO
SERVIÇO/RESPOSTA SOCIAL ........................................................................................................... 15
Características do território ................................................................................................................ 15
Características da organização............................................................................................................ 16
Unidade de Saúde da ilha Terceira – USIT .................................................................................... 16
Instalações ......................................................................................................................................... 17
Estrutura ........................................................................................................................................... 17
Missão ................................................................................................................................................ 17
Objetivos ........................................................................................................................................... 17
Visão .................................................................................................................................................. 17
Recursos Humanos ........................................................................................................................... 18
Características do serviço/Resposta Social ......................................................................................... 18
Gabinete Local de Apoio ao Cuidador Informal – GLACI .......................................................... 18
Serviço Social na Instituição ................................................................................................................ 19
Análise SWOT ...................................................................................................................................... 19
Capítulo 3 – Projeto de Intervenção ....................................................................................................... 21
Diagnóstico Social ................................................................................................................................. 21
Objetivos ............................................................................................................................................... 25
Metodologia ........................................................................................................................................... 26
Cronograma .......................................................................................................................................... 27
Recursos ................................................................................................................................................ 28
Avaliação ............................................................................................................................................... 28

6
Divulgação ............................................................................................................................................. 29
Conclusão .................................................................................................................................................. 31
Autoavaliação........................................................................................................................................ 32
Referencias Bibliográficas ....................................................................................................................... 33
Anexos ....................................................................................................................................................... 35
Anexo 1 – Ornograma da Unidade de Saúde da ilha Terceira ............................................................... 35
Anexo 2 – Análise SWOT da Unidade de Saúde da ilha Terceira ......................................................... 35
Anexo 3 – Número de Colaboradores por carreira e situação ................................................................ 36
Anexo 4 – Panfleto do Gabinete Local de Apoio ao Cuidador Informal................................................ 36
Anexo 5 – Questionário aplicado à Assistente Social ............................................................................ 37

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – cronograma ............................................................................................................................... 28

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INTRODUÇÃO

O presente relatório do projeto é realizado no âmbito da Unidade Curricular de


Seminário do Projeto, do 3º ano do curso de Serviço Social da Escola Superior de
Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Portalegre, onde me foi proposta
a elaboração de um Projeto de Estágio de forma a planear a intervenção na instituição
escolhida. O trabalho teve a orientação e supervisão da professora Isabel Munõz.

Este projeto aborda a temática dos cuidados de saúde primários, mais


especificamente na área de intervenção de saúde, desenvolvido na Unidade de Saúde da
ilha Terceira, tutelado pela Secretaria Regional da Saúde e Desporto, com sede em Angra
do Heroísmo, com a orientação da Assistente Social Anabela Ferreira.

O objetivo geral deste projeto consiste em garantir o apoio aos cuidadores


independentemente da dificuldade que a pandemia trouxe para os mesmo, dispensando
as visitas domiciliárias e dificultando a comunicação com os profissionais, podendo assim
ajudar à distância assegurando o bem-estar tanto dos cuidadores como dos utentes. Assim,
a problemática do meu projeto é a sobrecarga dos cuidadores informais.

A escolha desta instituição deve-se ao facto de sempre ter tido curiosidade e


vontade de aprofundar a área da saúde, uma vez que era uma área que sempre me
despertou interesse.

Quanto à escolha da instituição, preocupei-me em estar próximo da minha zona


de residência, à qual tenho fácil acesso em termos de deslocação e informação, apesar de
saber da dificuldade de realizar o Seminário de Projeto, uma vez que não conseguia
deslocar-me com facilidade à instituição. De todas as instituições, esta contém um
Gabinete que trabalha com várias áreas, o que despertou ainda mais o meu interesse.

Os Cuidados de Saúde Primários são uma abordagem de toda a sociedade à saúde


e bem-estar, centrada nas necessidades e preferências das pessoas, famílias e
comunidades. Prestam cuidados completos às pessoas, de acordo com as suas
necessidades de saúde durante toda a vida e não só para um conjunto de doenças
específicas e asseguram que as pessoas recebam cuidados completos, desde a promoção
e prevenção ao tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, tão perto quanto possível
do seu ambiente diário. (OMS, 2021)

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O projeto é dividido em três capítulos distintos:

No primeiro capítulo, Temática e Problemática, onde irei apresentar o tema


através de conceitos, teorias, estatísticas técnicas metodológicas, em suma o papel do
assistente social e irei definir o objeto de intervenção, problematizando-o, de forma crítica
e fundamentada. Isto tudo com o apoio de pesquisas bibliográficas e revisão da literatura,
através de artigos, livros, relatórios, projetos, entre outros.

No segundo capítulo, caracterizado por Caracterização Geral do Território, da


Organização e do Serviço/Resposta Social, irei caracterizar o território onde se insere
a instituição, de uma forma geral e com alguns dados estatísticos, assim como o
serviço/resposta social. Irei ainda caracterizar a organização da Unidade de Saúde da ilha
Terceira, tendo em conta as suas instalações; estrutura; missão; objetivos; visão e recursos
humanos e finalizando com uma análise SWOT.

No terceiro e último capítulo, o Projeto de Intervenção, irei apresentar o meu


projeto de intervenção, onde apresentarei uma pequena apresentação teórica de como se
deve desenvolver um diagnóstico social e também a realização do mesmo, que me
permitiu obter respostas para os objetivos deste projeto, metodologia, cronograma,
recursos, avaliação, destinatários e divulgação, tal como as atividades que irão ser
desenvolvidas no projeto.

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CAPÍTULO 1 – TEMÁTICA E PROBLEMÁTICA

HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL

A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1947, definiu a Saúde como:

“Um estado de completo bem-estar físico, mental e social e, não, simplesmente, a


ausência de doenças ou enfermidades”.

No ano de 1899 foi iniciada uma organização dos serviços de saúde pública, com
o Decreto-Lei de 28 de dezembro e o Regulamento Geral dos Serviços de Saúde e
Beneficência Pública, de 24 de dezembro de 1901. Um ano depois, a lei n.º 2011, de 2 de
abril de 1946, determina a organização dos serviços prestadores de cuidados de saúde
existentes, gerando as bases para uma rede hospitalar. Inicia-se um programa de
construção de hospitais que serão entregues às misericórdias. No ano de 1958, o
ministério da saúde e da Assistência surge devido ao Decreto-Lei n.º 41825, de 13 de
agosto. A tutela dos serviços de saúde pública deixam de pertencer ao Ministério do
Interior (SNS, 2021)

Em 1976, é aprovada nova Constituição, cujo artigo 64.º dita que todos os
cidadãos têm direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover. Alguns anos
depois, no ano de 1990 a lei n.º 48/90, de 24 de Agosto, aprova a Lei de Bases da Saúde,
onde a proteção da saúde é perspetivada não só como um direito, mas como uma
responsabilidade conjunta dos cidadãos, da sociedade e do estado, em liberdade de
procura e de prestação de cuidados. (SNS, 2021)

Em 2003, o Decreto-Lei n.º 60/2003, de 1 de abril, cria a rede de cuidados de


saúde primários. No ano de 2006, o Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de junho, cria a Rede
Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Em 2015, é regulamentada, através da
Portaria n.º 340/2015, de 8 de outubro, a Lei de Bases dos Cuidados Paliativos, no que
diz respeito aos serviços, à admissão nas equipas locais e às instalações de cuidados
paliativos. (SNS, 2021)

Em 2017, é publicada a Carta de Direitos de Acesso aos Cuidados de Saúde pelos


Utentes do SNS que visa garantir a prestação dos cuidados de saúde pelo SNS e pelas

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entidades convencionadas em tempo considerado clinicamente aceitável para a condição
de saúde de cada utente do SNS, nos termos da lei. (SNS, 2021).

SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE

A intervenção do Assistente Social com os indivíduos que procuram a sua ação


baseia-se no modelo psicossocial. O mesmo tende a intervir na resolução de problemas
que os indivíduos apresentam. No entanto, este processo desenvolve-se a partir da
elaboração de um diagnóstico social, que é o centro da intervenção do Assistente Social,
pois só através deste é que vai conseguir reter todos os elementos que necessita para a sua
intervenção com o utente.

A sua intervenção divide-se em três pontos principais, tais como, a elaboração do


diagnóstico, o planeamento da intervenção que vai realizar e a avalização da mesma,
sendo que este processo se desenvolve a partir da realização de diversas reuniões e
entrevistas, entre o Assistente Social e o indivíduo para que este consiga identificar e
compreender o problema principal e assim focar o seu trabalho, nas causas, nas
consequências e nas dificuldades encontradas, a fim de conseguir a resolução do problema
do utente, ocupando a sua intervenção sempre junto do mesmo. (Lameiras, 2015)

Desta forma, o Serviço Social atua em diversos níveis, sendo que a sua área de
intervenção na saúde é muito diversificada. Sendo assim, este age ao nível dos cuidados
de saúde primários, secundários e terciários, ou seja, o Assistente Social pode exercer
funções em muitas vertentes desta, nomeadamente, em centros de saúde, hospitais, na
própria RNCCI e na área da saúde mental e toxicodependências. (Carvalho, 2012)

O perfil profissional catalisador de uma abordagem psicossocial e holística em


saúde confere ao Serviço Social, na atual divisão técnica e social do trabalho na saúde,
um papel relevante de integração e articulação sistémica. Dada a predominância do
modelo biomédico, no qual os fatores psicossociais e/ou as determinantes
socioeconómicas não são entendidas como dimensões constituintes das situações de
doença e saúde, e dadas também a desarticulação e as insuficiências das diferenças
políticas setoriais, a intervenção do Serviço Social, assumindo um cunho compensatório
da fragmentação das abordagens e da desarticulação institucional, é essencial ao

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funcionamento e sustentabilidade do sistema de saúde na sua configuração e filosofia
atuais, uma vez que se trata de um trabalho económico e sociocultural aos cuidados de
saúde de setores vulneráveis da população utente. (Carvalho, 2012)

CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os Cuidados de Saúde


Primários são uma abordagem de toda a sociedade à saúde e bem-estar, centrada nas
necessidades e preferências das pessoas, famílias e comunidades.

Os CSP prestam cuidados completos às pessoas, de acordo com as suas


necessidades de saúde durante toda a vida e não só para um conjunto de doenças
específicas e asseguram que as pessoas recebam cuidados completos, desde a promoção
e prevenção ao tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, tão perto quanto possível
do seu ambiente diário. (OMS, 2021)

São muitas as vezes que o conceito de Cuidados de Saúde Primários é


reinterpretado e redefinido. Em algumas situações, refere-se à prestação de serviços de
saúde pessoais ambulatórios ou do primeiro nível. Noutras situações, são compreendidos
como um conjunto de intervenções de saúde prioritárias oferecidas às populações que
possuem um baixo rendimento. No entanto, ainda há quem entenda os cuidados de saúde
primários como uma componente essencial do desenvolvimento humano, centrada em
aspetos económicos, sociais e políticos. (Carvalho, 2012)

As funções do Assistente Social nos cuidados de saúde primários são: Participa e


realiza diagnósticos de nível individual, grupal e comunitário; Informa o utente sobre
direitos, apoios e recursos da comunidade; Realiza apoio psicossocial; Promove a
articulação com outras instituições; Informa os médicos e outros membros da equipa
sobre as condições sociais dos doentes, contribuindo para um diagnóstico
multidisciplinar; Viabiliza o acesso aos serviços; Realiza o aconselhamento e consultoria
de outros prestadores de cuidados sobre fatores biopsicossociais e as suas implicações na
saúde; Promove a educação acerca destes fatores e das estratégias de intervenção sobre
os mesmos; Participa em ações de promoção e prevenção da doença dirigidas a grupos de
risco, nos domínios da organização, sensibilização e coordenação; Colabora na definição

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de temas de sessões de educação para a saúde, formas de organização e programação e
divulgação das iniciativas; Faz a mediação entre os cuidados de saúde e parceiros da
comunidade; Participa em estudos epidemiológicos. (Costa, 2000)

As atribuições do Serviço Social nos cuidados de saúde primários configuram,


deste modo, um profissional que exerce um conjunto diversificado e amplo de papéis.

ESTATUTO DO CUIDADOR INFORMAL

O Estatuto do Cuidador Informal foi aprovado pelo Decreto Legislativo Regional


nº22/2019/A de 5 de novembro de 2019. Este regime jurídico estabelece um conjunto de
apoios ao cuidador informal, que vão desde o acesso à informação e formação, ao apoio
psicológico, ao apoio na adaptação das habitações, ou ao apoio financeiro. (DLR
Nº22/2019/A, 2019)

É garantido, através de uma estreita articulação entre os serviços públicos,


nomeadamente das áreas da solidariedade social e da saúde, um plano de cuidados
adequado às necessidades, quer da pessoa cuidada, quer do cuidador informal. (DLR
Nº22/2019/A, 2019)

Considera-se cuidador informal, “a pessoa que presta cuidados a pessoa com


dependência, no domicílio, sem auferir retribuição pecuniária”.

O cuidador pode desfrutar de um tempo de descanso, tendo oportunidade de


integrar em unidades de longa duração e preservação por um tempo máximo de 90 dias,
podendo ser garantido num tempo único ou em tempos distanciados. Quando este
processo for efetivado, os cuidadores ou os familiares devem entrar em contacto com
qualquer profissional do Centro de Saúde da sua localidade. (DLR Nº22/2019/A, 2019)

Seguidamente, será feita uma sugestão de referenciação que será remetida para a
Equipa Coordenadora Local da área de atuação dos ACES, com a finalidade de
determinar a alternativa do utente agregar este tempo de repouso que tinha sido solicitado.
(DLR Nº22/2019/A, 2019)

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SOBRECARGA DOS CUIDADORES

A problemática a abordar e a trabalhar no meu projeto é a sobrecarga dos


cuidadores informais e o impacto que esta tem na vida dos mesmos.

A prestação de cuidados pelo cuidador informal é considerada uma atividade


muito cansativa, com consequências a nível físico, psicológico e social, resultado de um
conjunto de tarefas que os cuidadores prestam e na mudança de vida que este papel traz.
Quando uma pessoa se torna um cuidador informal, isto implica-lhe um grande gasto de
energia e de tempo, conflito com a restante família e amigos e uma sobrecarga psicológica
que normalmente provoca exaustão, frustração, alteração de autoestima, depressão, stress,
entre outros.

O ato de cuidar de alguém, sendo um ato de cidadania relevante, assume-se a um


risco de desenvolvimento de doença física ou mental, para o cuidador, são direcionadas
para este, as maiores incumbências. No entanto, cuidar de um familiar debilitado ou
dependente representa retribuir sentimentalmente a quem, de alguma forma, também
cuidou de nós, dedicando, assim, um enorme carinho ou o cumprimento de uma
“obrigação moral”. (Caldas, 2005, p.194)

Estudos realizados revelaram que os principais fatores que influenciam o nível de


sobrecarga no cuidador são a idade e género do cuidador, os problemas de saúde,
principalmente a ansiedade e depressão, o grau de dependência da pessoa, os recursos
económicos, a falta de conhecimentos do cuidador e a falta de apoio formal e informal.
(Laroz, 2009)

Outros estudos indicam que sem suporte e a devida orientação à prestação de


cuidados, o cuidador é sobrecarregado e pode inclusivamente adoecer. (Cardoso, 2011)

No final de contas, o cuidador representa um aliado para os profissionais de saúde


e uma ajuda relevante para a sociedade. Contudo, o valor a pagar associado a esse papel
pode acarretar um enorme stress nos cuidadores. Quando atingem a exaustão, esgotam-
se todos os outros recursos e a única alternativa é a institucionalização do utente
dependente. (Ferreira, 2013)

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CAPÍTULO 2 – CARACTERIZAÇÃO GERAL DO TERRITÓRIO,
DA ORGANIZAÇAO E DO SERVIÇO/RESPOSTA SOCIAL

CARACTERÍSTICAS DO TERRITÓRIO
O concelho de Angra do Heroísmo, com 33 829 habitantes (Censos 2021) e 239.88
Km2, tem cerca de 60% da área total da Ilha Terceira, uma ilha do grupo central do
Arquipélago dos Açores. O concelho é constituído por 19 freguesias, cinco das quais
compõem a sede do Concelho, sendo as restantes 14, freguesias rurais.

A riqueza da sua história e património edificado levou a que Angra do Heroísmo


fosse classificada como Património Mundial pela UNESCO a 7 de Dezembro de 1983. A
cidade é sede do Regimento de Guarnição n.º 1, uma das mais antigas unidades militares
portuguesas. (Terras de Portugal)

A economia e a ocupação do território concelhio são determinadas pelo


dinamismo da cidade de Angra. A economia da ilha assenta sobretudo na agropecuária e
nas indústrias associadas à transformação de laticínios. (Terras de Portugal)

Relativamente ao efetivo populacional, e segundo os censos 2021, desde 2001 que


o município de Angra do Heroísmo viu diminuir, sucessivamente, a sua população
residente, tendo esta passado de 35 581 para 33 829 habitantes em 2021, dos quais 17 454
são do sexo feminino e 16 375 são do sexo masculino. Do total de habitantes, 14% tem
menos de 15 anos (jovens), 68% tem idade compreendida entre os 15 e os 64 anos (idade
ativa) e 18% tem 65 ou mais anos (idosos). (PORDATA)

No que diz respeito ao tecido empresarial deste concelho, entre 2009 e 2019, o
número de empresas não financeiras aumentou de 4 071 para 4 585, sendo que a grande
maioria são pequenas empresas com 10 ou menos pessoas ao serviço. Quanto à saúde,
entre 2009 e 2019 o número de empresas não financeiras do setor da saúde e apoio social
aumentou de 231 para 317.

As áreas de empregabilidade deste concelho são: alojamento, restauração e


similares; agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca; indústrias
transformadoras; construção; comércio por grosso e a retalho e atividades administrativas
e dos serviços de apoio. Em 2019, no universo dos trabalhadores por conta de outrem, os
homens ganhavam em média, por mês, 1 057 euros e as mulheres 1 048 euros.
(PORDATA)

15
Segundo o Boletim Trimestral do SREA, no 3.º trimestre de 2021 a taxa de
desemprego foi de 6,9% e a taxa de atividade (16-89 anos) foi de 59,2%, tendo assim
111,3 milhares de pessoas empregadas. (Boletim Trimestral do SREA)

O concelho de Angra do Heroísmo oferece várias respostas sociais, sendo elas


distribuídas pelas freguesias do concelho: centros de convívio; centros de dia; serviços de
apoio domiciliário e estruturas residenciais para pessoas idosas.

CARACTERÍSTICAS DA ORGANIZAÇÃO

UNIDADE DE SAÚDE DA ILHA TERCEIRA – USIT

A Unidade de Saúde da Ilha Terceira é uma instituição pública dotada de


autonomia administrativa e financeira, integrada no Serviço Regional de Saúde da Região
Autónoma dos Açores, funcionando em dois Centros de Saúde localizados em Angra do
Heroísmo e na Praia da Vitória, aos quais estão agregados 17 Núcleos de Saúde Familiar
e 6 Extensões de Saúde. (Unidade de Saúde da ilha Terceira)

A instituição exerce a sua atividade sob a superintendência e tutela do membro do


Governo Regional cometente na área da saúde. A coordenação, orientação e avaliação do
seu funcionamento compete à Direção Regional competente em matéria de saúde.
(Unidade de Saúde da ilha Terceira)

Como parceiros privilegiados, a USIT coopera com instituições do Serviço


Regional de Saúde (Centro de Oncologia dos Açores, outras Unidades de Saúde e o
Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, E.P.E.R.) e com entidades com objetivos
convergentes com os da saúde, nomeadamente Casas do Povo, Juntas de Freguesia,
Estabelecimentos de Ensino, entre outros, através da celebração de protocolos e de
convenções, para assegurar a promoção da saúde na ilha Terceira, através de ações de
educação para a saúde, de prevenção e de prestação de cuidados na doença.

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INSTALAÇÕES

Este Centro de Saúde dispõe de 14 extensões locais, situadas em áreas de


influência e funcionamento com postos de saúde em Casas do Povo, Juntas de Freguesia
ao longo do concelho. (Plano de Atividades da Unidade de Saúde da ilha Terceira, 2019)

ESTRUTURA

A Unidade de Saúde de Angra do Heroísmo é caracterizada por dimensão e


estrutura em função da população base que servem. O edifício principal é constituído por
dois pisos, um pátio interior ajardinado e um parque de estacionamento exterior com
capacidade para 30 viaturas. (Plano de Atividades da Unidade de Saúde da ilha Terceira,
2019)

MISSÃO

A USIT tem como missão a promoção da saúde na sua área geográfica, através de
ações de educação para a saúde, prevenção e prestação de cuidados na doença. Pode,
ainda, prestar cuidados de saúde diferenciados e desenvolver atividades de vigilância
epidemiológica, de formação profissional, de investigação em cuidados de saúde, de
melhoria da qualidade dos cuidados e de avaliação dos resultados da sua atividade. (Plano
de Atividades da Unidade de Saúde da ilha Terceira, 2019)

OBJETIVOS

Os objetivos estratégicos e operacionais que estruturam o Plano de Atividades da


Unidade de Saúde da Ilha Terceira para 2020 estão alinhados com as orientações
estratégicas do Serviço Regional de Saúde dos Açores são: Plano Regional de Saúde
2014-2016 (com extensão para 2021); Estratégia Regional de Combate à Pobreza e
Exclusão Social 2018-2028; Programas de Saúde Prioritários.

VISÃO

A USIT pretende ser reconhecida como a Unidade de Saúde fortemente


empenhada na satisfação das necessidades dos seus utentes. Visa-se, assim, criar
condições para oferecer aos utentes, por um lado uma assistência qualificada,

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diversificada e personalizada e, por outro, uma resposta célebre, eficiente e eficaz. (Plano
de Atividades da Unidade de Saúde da ilha Terceira, 2019)

RECURSOS HUMANOS

No final de 2018, ao serviço na USIT existia um total de 294 trabalhadores.


Destes, 6 são dirigente; 34 são médicos; 111 são enfermeiros; 5 são técnicos superiores
de saúde; 19 são técnicos superiores; 15 são técnicos de diagnóstico e terapêutica; 50 são
assistentes técnicos; 49 são assistentes operacionais e 5 são informáticos.

CARACTERÍSTICAS DO SERVIÇO/RESPOSTA SOCIAL

A USIT oferece como respostas sociais: os Serviços Médicos; os Técnicos de


Saúde; os Serviços de Diagnóstico e Tratamento; os Serviços de Enfermagem; as
Equipas Multidisciplinares e o Gabinete Local de Apoio ao Cuidador Informal. (Plano
de Atividades da Unidade de Saúde da ilha Terceira, 2019) O meu projeto será focado
no Gabinete Local de Apoio ao Cuidador Informal.

GABINETE LOCAL DE APOIO AO CUIDADOR INFORMAL – GLACI

O Gabinete Local de Apoio ao Cuidador Informal, da Unidade de Saúde da Ilha


Terceira, iniciou as suas funções no dia 1 de setembro de 2020 é uma estrutura que aponta
criar condições e capacitação dos cuidadores informais, de forma a promover e manter o
seu bem-estar. É constituído por uma equipa de âmbito regional composta por
profissionais da área da saúde, ação social e cuidados continuados integrados.
(Movimento de Cuidadores Informais)

O regime do apoio ao cuidador informal estabelece um conjunto de apoios que


vão desde o acesso à informação e formação, ao apoio psicológico, ao apoio na adaptação
das habitações ou ao apoio financeiro, entre outros. Garante, ainda, um plano de cuidados
adequado às necessidades quer da pessoa cuidada, quer do cuidador informal. Este regime
visa apoiar o cuidador informal no domicílio, sem auferir retribuição pecuniária.
(Movimento de Cuidadores Informais)

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O GLACI abriu em tempos de pandemia, mas a trabalhar de forma normal. No
entanto com o agravamento da pandemia, as visitas domiciliárias tiveram que ser
suspensas o que levou a uma maior procura do gabinete para esclarecimento de dúvidas
e certificação dos cuidados prestados, sendo que os profissionais sempre mostraram
disponibilidade para ajudar e dar o apoio necessário.

Neste gabinete estão inscritos um total de oitenta cuidadores, no entanto


aprovados só contam com quarenta e dois, o resto estão em processo de aprovação (pré-
aprovados) ou arquivados.

SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO

Na USIT existe o Gabinete do Utente onde a intervenção tem como objetivo


promover a integração dos cuidados de saúde, em articulação com os restantes
profissionais da Unidade, e com a comunidade, contribuindo para a qualidade e
humanização da prestação de cuidados. Os técnicos de Serviço Social intervêm também
no diagnóstico social na saúde, efetuando a avaliação do suporte social da pessoa doente,
com vista à promoção de uma melhoria da qualidade de vida da pessoa. (Unidade de
Saúde da ilha Terceira)

São vários os programas específicos do Gabinete do Utente e onde o Assistente


Social trabalha e intervém, sendo eles: Balcão de registo RENNDA; Balcão de registo
RENTEV; Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência; Equipa de Avaliação para
Ingresso na Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados (RRCCI); Equipa de
Cuidados Continuados e Paliativos; Equipa Técnica de Intervenção Precoce; Equipa de
Saúde Escolar; Núcleo de Apoio a Crianças e Jovens em Risco e Equipa do Núcleo Local
de Inserção (RSI).

ANÁLISE SWOT

A análise SWOT relaciona os pontos fortes e fracos da Unidade de Saúde por uma
perspetiva interna e externa, identificando também as ameaças e oportunidades do
mercado. As forças e fraquezas são fatores internos, enquanto as oportunidades e ameaças

19
são fatores externos. Como o nome indica, os fatores internos derivam do seu e-
commerce, e os fatores externos surgem do ambiente em que ele está inserido. (Plano de
atividades da Unidade de Saúde da ilha Terceira)

As forças e fraquezas concentram-se principalmente no presente, e as


oportunidades e ameaças estão mais relacionadas com o futuro. No caso da USIT as
forças, na perspetiva de processos, são o maior controlo de execução orçamental; registos
informáticos generalizado; experiencia de trabalho em equipas multidisciplinares; na
perspetiva de recursos, são os profissionais motivados e qualificados; grupo de internos
de MGF e instalações criadas de raiz para os serviços de saúde.

As fraquezas, na perspetiva de processos, são a acessibilidade; a manutenção de


equipamentos; inventário do património (equipamentos); baixa fiabilidade dos sistemas
de informação e operacionalização de normas e procedimentos; na perspetiva de recursos,
são a ausência de chefias intermédias; absentismo elevado; inadequação da instalação
elétrica para a crescente utilização de equipamentos eletrónicos; insuficiência de
especialistas MGF; insuficiência de profissionais de enfermagem e parque automóvel em
fim de vida. (Plano de atividades da Unidade de Saúde da ilha Terceira)

Por outro lado, as oportunidades e ameaças costumam estar fora do controle.


Como ameaças, na perspetiva global, da USIT estão o envelhecimento da população e as
doenças civilizacionais; na perspetiva operacional estão a forte dependência do ORAA;
múltiplas (in)decisões em consequência de alterações legislativas com implicações em
termos de execução orçamental; restrições orçamentais em resultado do enquadramento
macroeconómico; ausência de investimento; limitação à formação externa; dificuldades
e custos decorrentes da insularidade e dificuldades do recrutamento e progressão nas
carreiras, em consequência da legislação em vigor.

Como oportunidades, na perspetiva global, estão as condições ambientais


propícias à saúde e na perspetiva operacional, estão o processo de Certificação em
Qualidade e o acesso a informação sobre a atividade através do SISA. (Plano de atividades
da Unidade de Saúde da ilha Terceira)

20
CAPÍTULO 3 – PROJETO DE INTERVENÇÃO

DIAGNÓSTICO SOCIAL

O diagnóstico social surgiu em 1917 com o livro Diagnóstico Social de Mary


Richmond, onde foi definido como um instrumento assente no método de serviço social.

Idáñez e Ander-Egg (2007) definem o diagnóstico social como:

“um processo de elaboração e sistematização de informação que


implica conhecer e compreender os problemas e necessidades
dentro de um determinado contexto, as suas causas e a evolução
ao longo do tempo, assim como os fatores condicionantes e de
risco e as suas tendências previsíveis; permitindo uma
discriminação dos mesmos consoante a sua importância, com vista
ao estabelecimento de prioridades e estratégias de intervenção, de
forma que se possa determinar de antemão o seu grau de
viabilidade e eficácia, considerando tanto os meios disponíveis
como as forças e atores sociais envolvidos nas mesmas”.

O Assistente Social, ao fazer uma intervenção, deve sempre criar um diagnóstico


social, tendo como finalidade o planeamento da sua intervenção com os utentes e ter a
apreensão da comunidade ou do meio onde este está introduzido. (Idáñez e Ander-Egg;
2007)

Na realização do diagnóstico social, o Assistente Social, quando procede à


identificação das adversidades nas quais vai focalizar a sua mediação, deve investigar
saber o porquê do mesmo, tanto na comunidade em geral como na instituição, bem como
deve estipular precedências e técnicas, de modo a ter uma perceção de eficiência que o
procedimento pode ter. (Idáñez e Ander-Egg; 2007)

É necessário entender as necessidades detetadas tendo em conta as causas e


consequências identificadas, assim como as consequências que as mesmas poderão
acarretar na vida do utente em questão. (Idáñez e Ander-Egg; 2007)

21
O meu projeto de intervenção a desenvolver durante o seguimento de estágio irá
focar-se na sobrecarga dos cuidadores informais, que estão inscritos no Gabinete Local
de Apoio ao Cuidador Informal da Unidade de Saúde da Ilha Terceira.

Os problemas principais identificados, através do Diagnóstico Social, focam-se,


principalmente, na sobrecarga dos cuidadores.

Para Sousa, Figueiredo & Cequeira (2006, p.53), o termo sobrecarga “refere-se
ao conjunto de problemas físicos psicológicos, socioeconómicos que decorrem da tarefa
de cuidar, suscetíveis de afetar diversos aspetos da vida do indivíduo, nomeadamente as
relações familiares e sociais, a carreira profissional, a intimidade, a liberdade e o
equilíbrio emocional”.

Diversos estudos (Baumgarten et al., 1992; Haley, Levine, Brown, Berry &
Hughes, 19887; Kiecolt-Claser et al., 2003; Liu & Gallagher-Thompson, 2009) apontam
que os cuidadores informais, em comparação com os não cuidadores informais,
experienciam mais stress, apresentam problemas de saúde aumentados (como hipertensão
arterial, doença coronária) acabando por tomar mais medicação e têm comportamentos
de risco relacionados com a sua saúde. (Gallant & Connel, 1998)

Outros estudos referem ainda que os cuidadores informais sofrem uma diminuição
do sistema imunitário, refletindo-se numa maior frequência de doenças infeciosas e um
maior risco em desenvolver doenças cardiovasculares, problemas respiratórios, distúrbios
ao nível do sono e distúrbios músculo-esqueléticos. (Kiecolt-Glaser, Glaser, Gravenstein,
Malarkey & Sheridan, 1996; Kiecolt-Glaser, McGuire, Robles & Glaser, 2002).

Para além de pensar na qualidade daqueles que envelhecem e necessitam de ajuda,


é necessário pensar e estudar nas consequências que a tarefa de cuidar acarreta, para que
se consiga também cuidar dos cuidadores. (Loureiro, 2009)

A sobrecarga social também é considerada uma dimensão geradora de stress, uma


vez que a vida social do cuidador informal também se mostra afetada. A falta de tempo
disponível para cuidar de si próprio, associado ao sentir-se física e psicologicamente
condicionado ao cuidado do doente com demência, pode contribuir para sentimentos de
culpa nestes cuidadores informais ao pensarem em si próprios. Ocorre uma diminuição
de contactos sociais conduzindo ao isolamento, o cuidador informal não tem tempo
disponível para si próprio, para tirar ferias, passear, para visitar amigos ou familiares e,

22
por vezes, confronta-se também com a necessidade de abdicar da sua atividade
profissional. Estas repercussões podem desencadear sentimentos de frustração,
sentimentos de perda de intimidade e de afeto, dificuldades económicas e conflitos
familiares motivados tanto pela partilha de responsabilidade como pela falta de atenção
com alguns membros da família. A ausência da partilha de cuidados com outros
elementos da família, por norma, as responsabilidades dos cuidados recaem apenas por
um familiar, sendo este o cuidador informal principal, o qual acaba por ficar muito
sobrecarregado. (Paúl, 1997)

Figueiredo (2007) refere que só depois de estudar, identificar e clarificar as


necessidades dos cuidadores é que os profissionais de saúde e da ação social estarão aptos
a focar a atenção e a conceber medidas que contribuam para o êxito a longo prazo dos
cuidados no domicílio.

A equipa multidisciplinar do GLACI a Unidade de Saúde da ilha Terceira reúne


no sentido de identificar soluções adequadas aos problemas encontrados, sempre que
necessário recorre aos parceiros sociais da comunidade. Estes parceiros podem ser:
Associação Cristã da Mocidade; Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo;
Segurança Social; USIT e o Lar D. Pedro V.

Através da aplicação de um questionário à Assistente Social do GLACI, foram


diagnosticados quatro principais problemas, onde vou explicitá-los a seguir.

O primeiro problema identificado e que considero de extrema importância é o


cansaço físico, mental, psicológico e emocional que os cuidadores deste gabinete
apresentam, uma vez que com o passar do tempo e com o agravamento de algumas
situações de dependência, os constrangimentos físicos e emocionais dos cuidadores foram
aumentando, bem como o seu estado de saúde. As causas deste problema foram o facto
de muitas pessoas cuidarem há muito tempo do utente e sentirem-se sobrecarregados,
tendo assim, como consequência o cansaço extremo; a possibilidade de maus-tratos ao
utente que está a ser cuidador; negligência e depressão. Todos os cuidadores verbalizam
que estão cansados, mas nenhum diz estar em cansaço extremo.

O GLACI como resposta a este primeiro problema, dá a opção de o cuidador


usufruir dos 90 dias de descanso ou então internar o utente nos cuidados continuados ou

23
num lar mas, normalmente, os cuidadores recusam esta ajuda porque não conseguem
manter-se afastados do seu familiar.

O segundo mais importante prende-se com a falta de apoio financeiro e problemas


económicos. Nem todos os cuidadores informais dispõem de rendimentos suficientes para
satisfazer todas as necessidades básicas do utente que está ao seu cuidado e são escassos
os apoios financeiros que são dados, levando consequentemente a problemas
profissionais.

No entanto, o apoio financeiro é restrito e todos os cuidadores dizem que têm


necessidades mas não possuem os requisitos suficientes para pedir apoios. Por exemplo,
a maioria dos cuidadores do GLACI apresentam rendimentos de trabalhado e estes não
podem receber apoio financeiro, o mesmo se aplica aos cuidadores aposentados, assim,
são poucos os cuidadores inscritos que recebem subsídios. Deste modo, o GLACI não
pode responder a esta necessidade mas acredita que o governo faça ajustes neste aspeto
de modo a garantir apoios financeiros menos restritos.

O terceiro problema está relacionado com a falta de tempo do cuidador para


prestar assistência ao utente, uma vez que por vezes este tem que aliar o seu trabalho com
a de cuidador, o que se torna difícil tendo em conta que não tem tempo para estar com os
seus familiares nem tempo para cuidar de si próprio e manter o seu bem-estar, levando a
situações de stress, frustração e exaustão e pode ainda ter problemas profissionais até ao
autodespedimento e ao disfuncionamento familiar.

Por último, a falta de partilha de cuidados com outros membros da família uma
vez que, o conhecimento do diagnóstico e cuidados adequados à pessoa em questão leva
o cuidador a aplicar técnicas funcionais que vai além do seu alcance e abrangem novas
informações podendo consequentemente levar a uma má aplicação das técnicas de cuidar.
O cuidador procura explicações para a doença, a expressão de sentimentos e a
reestruturação da estrutura familiar.

O GLACI, quanto a este último problema, fornece uma formação formal a todos
os cuidadores, no entanto, com a pandemia, estas foram suspensas. Apesar disso, o
GLACI está sempre disponível, através de telefonemas, para ajudar, explicar e corrigir os
problemas dos cuidadores e dar orientações, dentro das suas competências através da
parceria com a equipa de enfermagem.

24
As estratégias e recursos que dão resposta aos problemas e necessidades
identificadas são:

- Numa primeira dimensão, a aplicação de um pequeno inquérito aos cuidadores


informais para perceber o seu nível de exaustão, os seus problemas, saber se tiveram
acesso ou não aos serviços e apoios em tempo de pandemia e se sim, como, uma vez que
com as visitas domiciliares suspensas tornou-se mais difícil o acesso aos serviços. No
inquérito também será questionado a necessidade de criar uma linha telefónica de apoio
e de resposta somente dedicada aos cuidadores, para responder a todas as suas
necessidades e questões à distância. Conforme o tipo de adesão, será assim passado para
uma segunda dimensão do projeto.

- Numa segunda dimensão, será então a criação de uma linha telefónica para
ajudar os cuidadores informais a controlar o seu cansaço e para esclarecimento de dúvidas
quanto às suas responsabilidades com o utente, aos apoios, direitos e benefícios a que tem
direito e o que podem ou não disfrutar e expetativas de uma possível recuperação do seu
familiar mostrando a relevância que a mesma tem na vida do utente, como uma alternativa
de como apoiar os cuidadores informais à distância.

O projeto torna-se, assim, renovador no sentido em que pode enriquecer os


profissionais, os utentes, mas essencialmente os cuidadores, melhorando a qualidade de
vida de ambos.

OBJETIVOS

Após a elaboração do diagnóstico social e da programação das tarefas a


desenvolver no desenrolar deste projeto de estágio, foi possível a identificação do objetivo
geral, que pretende compreender a ideia geral do processo.

Este projeto tem como finalidade a diminuição da sobrecarga dos cuidadores


informais, no sentido de lhes ajudar à distância, tendo em conta a pandemia pela qual
passamos, para que este consiga continuar a prestar os cuidados de saúde necessários ao
utente, garantindo-lhe uma boa qualidade de vida e bem-estar de ambos, dentro dos
possíveis.

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Os objetivos gerais deste projeto têm o propósito de compreender o nível de
exaustão dos cuidadores e capacitar os mesmos, de modo a melhorarem os cuidados
prestados aos utentes.

Os objetivos específicos traduzem-se pela avaliação do grau de exaustão e


problemas dos cuidadores; criar uma linha telefónica de apoio aos cuidadores informais
para esclarecimento de dúvidas e ajuda à distância, uma vez que as visitas domiciliárias
voltaram a ser suspensas e garantir que os cuidadores obtêm a resposta necessária e, por
fim, a divulgação da linha telefónica criada.

Com o resultado ideal deste projeto pretende-se atingir vários fins e efeitos,
nomeadamente a aderência e satisfação dos cuidadores e/ou familiares de referência dos
utentes, relativamente à criação da linha telefónica como uma capacidade de resposta
muito maior do que aquela que teriam antes.

METODOLOGIA

No meu projeto de intervenção irei usar como modelos de intervenção em Serviço


Social, o Modelo Biopsicossocial, pois este modelo visa estudar a causa ou progresso de
doenças através de fatores biológicos, fatores psicológicos e fatores sociais. Este abrange
disciplinas que vão desde a medicina à psicologia e à sociologia, dando assim lugar ao
papel da psicologia como complemento das interações biomédicas na eliminação da
doença e as suas consequências.

Os métodos a utilizar no decorrer deste projeto são a partilha de documentos e


informação tanto na instituição como nas redes sociais da mesma.

Neste projeto irão ser desenvolvidas várias atividades.

As atividades do primeiro objetivo geral dos projeto serão: a criação do inquérito


para aplicar aos cuidadores informais; os contactos telefónicos a cada um dos cuidadores
para a aplicação dos inquéritos e após as respostas dos mesmos, o tratamento dos dados
recolhidos, utilizando como instrumento a criação de tabelas de avaliação dos dados.

As atividades a desenvolver para o segundo objetivo geral serão: fazer uma


pesquisa documental sobre como criar uma linha telefónica através de leituras

26
bibliográficas; reuniões com a equipa multidisciplinar do GLACI para discutir e refletir
sobre a pertinência da linha; a definição do modelo da linha telefónica após consultar
outras linhas telefónicas e perceber se existem linhas gratuitas ou não e explicitar o tipo
de linha pretendido (linha de apoio) e a quem se solicita; a proposta do projeto à
instituição; colocar em prática a linha telefónica após todos os contactos com várias
entidades moderadoras de linhas telefónicas e finalmente a divulgação da mesma através
de panfletos e nas redes sociais.

A população alvo desta intervenção, são os cuidadores informais e/ou familiares


de referencia do utente que se encontram inscritos no Gabinete Local de Apoio ao
Cuidador Informal. A mesma é caracterizada por serem sensíveis e com um nível alto de
exaustão e cansaço. Muitas deles têm problemas económicos e não conseguem responder
a todas as necessidades do utente.

O meu estágio curricular terá a duração de quinhentas horas, sendo que o mesmo
terá início no dia 28 de fevereiro e o seu término prevê-se para o final do mês de junho,
podendo sofrer alterações. O horário semanal é de Segunda-Feira a Sexta-Feira, das 8h30
às 15h30, sendo assim a carga horária semanal de trinta e cinco horas e a carga diária de
sete horas.

Assim, pretende-se garantir a participação dos cuidadores neste projeto a partir da


divulgação dos inquéritos e da possível linha telefónica junto dos destinatários através de
telefonemas e na própria instituição, com uma apresentação atrativa e apelativa de modo
a cativar a atenção e interesse dos mesmos.

CRONOGRAMA

Como já foi referido anteriormente, o meu estágio curricular irá decorrer na


Unidade de Saúde da ilha Terceira, em Angra do Heroísmo.

O cronograma seguidamente apresentado representa todas as atividades que


tenciono realizar. É também importante referir que durante todo o estágio as data previstas
para as atividades poderão ter que ser alteradas devido a situações imprevistas que possam
surgir durante o período de estágio ou outros motivos.

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MÊS/SEMANAS
Março Abril Maio Junho
Atividades 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª
Integração na Instituição
Criação do inquérito
Contactos telefónicos a cada um dos cuidadores informais
Tratamento dos dados recolhidos
Pesquisa documental
Reuniões c/ a equipa multidisciplinar do GLACI
Definição do modelo da linha telefónica
Proposta do projeto à instituição
Colocar em prática a linha telefónica
Divulgação da linha na instituição e nas redes sociais

TABELA 1 – CRONOGRAMA

RECURSOS

Para garantir a concretização deste projeto serão necessários vários recursos,


podendo estes ser humanos e materiais.

Os recursos humanos imprescindíveis para a instrumentalização das atividades do


projeto são os próprios cuidadores informais ou familiares de referência dos utentes, a
Assistente Social, Dr.ª Anabela Ferreira, a equipa multidisciplinar da unidade, e um
técnico de telefones.

Os recursos materiais necessários para a execução destas atividades são um


telefone; canetas; folhas de papel; material informático; fichas de cada cuidador; planos
de intervenção dos utentes; formulários dos apoios que estes podem usufruir e uma mesa
indicada para suporte de telefone para o telefone de apoio criado.

Os parceiros locais associados a este projeto são: a Associação Cristã da Mocidade


(ACM); a Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo (SCMAH); a Segurança
Social e o Lar D. Pedro V.

AVALIAÇÃO

Como critérios de avaliação das atividades do primeiro objetivo específico –


Avaliar o grau de exaustão e problemas dos cuidadores – serão tido em conta o número

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de inquéritos realizados; o tipo de adesão dos cuidadores e o número de cuidadores que
responderão ao inquérito. Como instrumentos de avaliação serão os inquéritos; o registo
do levantamento de dados e o tratamento de dados. Através destes critérios e instrumentos
de avaliação será possível obter os dados necessários para conseguir, assim, avaliar o grau
de exaustão dos cuidadores

Como critérios de avaliação das atividades do segundo objetivo específico – Criar


uma linha telefónica para esclarecimento de dúvidas e ajuda à distância – será tido
em conta o número de reuniões realizada; o tipo de motivação; o tipo de adesão dos
parceiros; os tipos de constrangimentos e os tipos de potencialidades. Como instrumentos
de avaliação será o registo das atividades com vários indicadores.

Como critérios de avaliação das atividades do terceiro e último objetivo específico


– Divulgar a linha telefónica de apoio – será tido em conta o tipo de adesão dos
cuidadores e o instrumento de avaliação será o registo de quantas pessoas aderiram à linha
telefónica. Através destes critérios e instrumentos de avaliação será possível verificar se
a divulgação foi bem-sucedida, isto se o número de adesão for alto.

DIVULGAÇÃO

O meu projeto será conhecido através da partilha de informação aos cuidadores


e/ou familiares de referência do utente que se encontram inscritos no GLACI e restante
população que se encontre com os mesmos problemas que os cuidadores, assim como à
própria instituição USIT, aos profissionais da equipa multidisciplinar e auxiliares, através
de panfletos afixados na instituição e através das redes sociais e do portal da instituição
(https://usiterceira.azores.gov.pt/) assim como a divulgação do projeto através de
reuniões com a equipa técnica.

Pretendo criar panfletos, tanto em formato de papel como em formato digital para
divulgar a criação da linha telefónica de apoios aos cuidadores. Os panfletos devem ser
atrativos com a informação necessária para obter o interesse e a adesão do público-alvo.
Os panfletos em formato de papel serão afixados nas várias paredes dos corredores da
instituição e os panfletos em formatos digital serão partilhados nas redes sociais e no
portal para que chegue a informação ao máximo de cuidadores.

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Penso divulgar estes panfletos após a aplicação dos inquéritos e tratamento de
dados, para ter em conta todos os problemas a que os cuidadores necessitam de respostas
e o seu nível de exaustão.

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CONCLUSÃO

Com o aumento da esperança média de vida e, consequentemente, o


envelhecimento da população, cada vez mais surgem pessoas dependentes a necessitar de
cuidados. Assim, surgem os cuidadores informais que são pessoas que prestam cuidados
à pessoa dependente, podendo esta ser da família ou não.

O cuidar de uma pessoa que está dependente revela diversas consequências no


cuidador a níveis físicos, psicológicos e socioeconómicos. Desta forma, o Assistente
Social intervém de modo a diminuir a sobrecarga dos cuidadores informais, garantindo-
lhe um nível de vida estável.

Após a elaboração do Diagnóstico Social deste projeto, verificou-se que o


principal problema identificado corresponde à sobrecarga dos cuidadores informais, deste
modo, é necessário agir de forma a dar resposta a este problema através da criação de
uma linha telefónica de apoio.

O objetivo do Gabinete Local de Apoio ao Cuidador Informal é criar as condições


de capacitação dos cuidadores informais de modo a promover o seu bem-estar. O regime
de apoio ao cuidador informal estabelece um conjunto de apoio onde visa apoiar o
cuidador e o utente dependente.

Apesar de um dos meus objetivos específicos do projeto ser a criação da linha, a


mesma pode não ser implementada até final do meu tempo de estágio curricular devido a
ser um projeto que demora algum tempo a ser concretizado e são necessários vários
recursos que poderão ou não estar disponíveis.

No entanto, com o apoio e disponibilidade de toda a equipa e da própria


instituição, acredito que seja possível concretizar o projeto com sucesso, sabendo que me
irão sempre informar de todos os aspetos necessários e essenciais para o mesmo.

Assim, concluo e acredito que o meu projeto “Capacitação dos cuidadores


informais” é algo inovador, essencial e algo frutífero e contemporâneo para a Unidade de
Saúde da ilha Terceira, uma vez que já existem linhas telefónicas mas esta seria somente
destinada aos cuidadores informais e irá responder às necessidades dos utentes e dos seus
responsáveis.

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AUTOAVALIAÇÃO

No meu primeiro contacto com a instituição, pude conhecer a minha orientadora


institucional, o espaço, as diferentes áreas dentro do Gabinete do Utente onde a Assistente
Social executa o seu trabalho, o funcionamento e esclarecer as minhas dúvidas e encontrar
a problemática que iria trabalhar.

Durante o processo da fase de construção do projeto a minha maior dificuldade


foi o facto de não poder estar o número total de horas em contacto físico com a instituição,
devido ao facto de não me conseguir deslocar à instituição por ser longe, o que dificultou
a realização do diagnóstico social.

No entanto, pude sempre contar com o apoio da minha orientadora pedagógica, a


Professora Isabel Munõz, que sempre me prestou orientação pedagógica de apoio,
responsabilidade, disponibilidade, compreensão e exigência, o que me garantiu uma
realização de projeto muito produtivo.

Contei, também, com a orientação da Dr.ª Anabela Ferreira que, apesar de ter sido
quase toda à distância, tentou com que isso não afetasse o meu trabalho, dando-me uma
grande visão das suas funções e do seu trabalho na instituição, esclarecendo todas as
minhas dúvidas e mostrando estar sempre disponível.

Ambas foram imprescindíveis no decorrer deste recurso de tomada de decisões


em relação ao meu projeto, tendo assim superado as minhas dificuldades.

A elaboração deste projeto permitiu-me assim adquirir várias noções, no que se


refere ao funcionamento da instituição, dos serviços, dos apoios e quanto à problemática
da sobrecarga dos cuidadores, uma abrangência da sua caracterização, vulnerabilidades,
forças e a importância das competências familiares e apoios financeiros, adquirindo assim
também as informações mais importantes do Estatuto do Cuidador Informal e a
importância que estes têm na nossa sociedade nos tem atuais.

Em suma, acredito que todo o meu trabalho, pesquisas, leituras e dedicação tenha
sido o possível para que o projeto seja implementado com êxito.

32
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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para os Assistentes Sociais da Saúde na RNCCI. Lisboa: Ministério da Saúde

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CUIDADORES INFORMAIS DE IDOSOS COM DEMENCIA. Universidade Fernando
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https://movimentocuidadoresinformais.pt/informacao-util/

33
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Plano de Atividades da Unidade de Saúde da ilha Terceira 2018

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http://terrasdeportugal.wikidot.com/angra-do-heroismo

USITERCEIRA. Unidade de Saúde da ilha Terceira. Disponível em: Quem Somos


(azores.gov.pt)

34
ANEXOS

ANEXO 1 – ORNOGRAMA DA UNIDADE DE SAÚDE DA ILHA TERCEIRA

Anexo 2 – ANÁLISE SWOT DA UNIDADE DE SAÚDE DA ILHA TERCEIRA

35
ANEXO 3 – NÚMERO DE COLABORADORES POR CARREIRA E SITUAÇÃO

ANEXO 4 – PANFLETO DO GABINETE LOCAL DE APOIO AO CUIDADOR INFORMAL

36
ANEXO 5 – QUESTIONÁRIO APLICADO À ASSISTENTE SOCIAL

37

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