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Determinação da constante
elástica de molas
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Engª dos Materiais
Física IA - 2004/2005
Determinação de constantes elásticas de molas
1 OBJECTIVO
Pretende verificar-se a validade da Lei de Hooke, com base nesta lei determinar a
constante elástica de molas e verificar a lei da associação de molas em paralelo.
2 INTRODUÇÃO
As molas em hélice são usadas em muitas aplicações práticas que tiram partido das suas
características:
1 - Uma mola pode ser distendida pela aplicação duma força (por exemplo, muscular).
Quanto maior for a distensão a provocar na mola, maior terá de ser a força aplicada para manter a
mola com essa distensão.
2 - Um corpo suspenso da extremidade livre de uma mola executa um movimento oscilante,
periódico, quando é desviado inicialmente da posição de equilíbrio. O corpo tem tendência a parar
na posição de equilíbrio ao fim de algum tempo (que pode ser bastante longo em circunstâncias
favoráveis), ou seja, o movimento é amortecido.
Um estudo pormenorizado deste movimento revela experimentalmente a respectiva equação
de movimento:
2π
y ( t ) = y 0 cos t + α (1)
T
€Τ o período e α uma constante designada por fase na origem (ver figura 1). A amplitude xo é
considerada nesta equação como uma constante, tendo em conta que, em condições especiais, se
poderão eliminar as causas que provocam o amortecimento por perda de energia (p. ex., o atrito do
ar e nos pontos de suspensão).
A aceleração do movimento é a segunda derivada em ordem ao tempo da função y(t):
d 2 y (t ) 2π 2 2π
a( t ) = = − y 0 cos t + α
dt 2 T T
2π 2
a( t ) = − y ( t ) (2)
T
€
A força envolvida é variável no tempo e é a soma do peso (constante) do corpo suspenso
€ (cuja massa é M) e da força restauradora da mola (variável):
r r r r 2π 2 r
F ( t ) = P + Fr = Ma(t) = −M y ( t )
T
_____________________________________________________________________________________________
€ 4.2
Fig. 1 Movimento oscilatório de um corpo ligado à extremidade de uma mola suspensa:
as posições no eixo vertical registadas ao longo do tempo desenham uma sinusoide.
Uma vez que o sistema oscilador harmónico é o conjunto constituído pelo corpo suspenso e
pela própria mola, a massa da mola é também importante na consideração da força responsável
pelo movimento. Prova-se (ver Apêndice) que a massa efectiva do sistema é:
m
M ef = M + (3)
3
com m a massa da mola. Portanto, em todas as situações em que a massa do sistema oscilante seja
um parâmetro da equação envolvida, deverá ser considerada a massa efectiva do sistema.
A força é então:
r 2π 2 mr
F ( t ) = − M + y ( t ) (4)
T 3
é uma constante para cada mola, como se pode verificar experimentalmente (ver figura 2). A k
chama-se constante elástica da mola: é a relação entre a força aplicada e o comprimento da
distensão provocada por essa força no caso estático (em equilíbrio). A unidade de k no Sistema
Internacional é portanto N.m-1.
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4.3
yy0
0
y1
y1
Considere-se agora o sistema da figura 3. Ligando as duas extremidades livres das molas por
r
uma barra rígida e suspendendo nela o corpo de peso P , esta força é distribuída pelas duas molas.
r r
Sobre as extremidades livres de cada uma das molas são agora exercidas forças F1 e F2 tais que
r r r
F1 + F2 = P (7)
Δy
Figura 3 - Representação esquemática de duas molas em paralelo: primeiro sem qualquer massa suspensa e depois
de se colocar uma massa suspensa. Δy mostra a distensão da associação depois da suspensão da massa.
Embora as duas molas possam ter constantes elásticas diferentes na associação em paralelo
são forçadas a sofrer deformação iguais quando se suspende o corpo de peso P.
P
kp = ou, atendendo a (7),
Δy
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4.4
F + F2 F F
kp = 1 = 1 + 2.
Δy Δy Δy
F1 F
Devido a (8) e da definição de constante elástica de cada uma das molas, resulta = 1 = k1
Δy Δy1
F2 F
e = 2 = k 2 e, assim:
Δy Δy2
kp = k1 + k2 (9)
1 2 1 µv02 2
v dm = y dy (10)
2 2 y20
No primeiro membro está escrita a energia cinética (Ec) de um elemento da mola, de comprimento
dy e massa dm. Se quisermos calcular a energia cinética da mola, basta integrar ambos os membros
de (10). No primeiro membro ficaremos com a soma das energias cinéticas de todos os elementos
que formam a mola, i. é, com a energia da mola:
y0
1 µv 2 v02 µv 0
Ec = ∫ v 2 dm = 02 2
∫ y dy = (11)
2 2y0 2 3
0
y0 y0
Note-se que, sendo dm = µ dy, então m = ∫ dm = ∫ µdy = µ ∫ dy = µy0
0 0
e, portanto, substituindo em (11), resulta
1m 2
Ec = v (12)
2 3 0
m
ou seja, a massa responsável pela oscilação da mola sem qualquer corpo suspenso é apenas .
3
Assim, o período de oscilação do sistema representado na figura 1 é:
m
M+
T = 2π 3
k
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4.5
3 ACTIVIDADE EXPERIMENTAL
Os registos dos valores medidos deverão ser feitos na folha de registo anexada a este guião.
Determine o período de oscilação, T, de uma das molas (elas são iguais) para sete massas
diferentes. Contar o tempo de 10 a 20 ciclos de oscilação diminui a incerteza relativa da medida do
período.
Tenha em atenção que:
- Não devem aceitar medidas feitas quando o movimento teve perturbações, como por
exemplo: saltos da mola ou das massas nos pontos de suspensão; oscilações exageradas na
direcção horizontal; quando no ponto de distensão mínima as espiras da mola encostarem umas às
outras; etc. Atenção: as massas mais pequenas originam mais problemas.
- Nesta, como em qualquer outra experiência com molas, não deverá distender a mola
exageradamente, uma vez que o material de que é feita poderá ser deformado na operação, alterando
definitivamente o valor da constante elástica da mola.
Este método de determinação da constante elástica de uma mola faz uso da equação (5).
Como na posição de equilíbrio a força restauradora é igual e de sentido contrário ao peso da massa
suspensa, pode determinar-se a constante k medindo a distensão ∆y provocada pelo peso P, de
acordo com
r r P Mg
P +F = 0 ⇒ Mg − kΔy = 0 ⇔ k== (13)
Δy Δy
Suspenda uma das molas pequenas sem qualquer massa adicional e anote a posição (yo) do
extremo inferior da mola, utilizando a régua vertical e um esquadro (ver fig. 2).
Suspenda da mola sete massas de valores diferentes e, para cada uma delas, anote as novas
posições de equilíbrio (yi) do mesmo extremo da mola.
Nesta parte do trabalho pretende-se verificar a lei de associação de molas em paralelo, dada
pela eq. (9). Se as constantes elásticas das duas molas usadas forem iguais essa equação
simplifica-se (k= k1= k2):
kp = 2 k
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4.6
ponto de referência). Da barra suspenda uma massa que distenda ambas as molas apreciavelmente.
Anote a nova posição de equilíbrio, yf, do extremo inferior da mola (ou do ponto de referência).
Nota bem que esta lei de associação só é válida se a distensão for a mesma para as duas molas. Para isso tem de
se escolher o orifício de onde se suspende a massa, de modo a que a barra permaneça horizontal quando se varia a
distensão (por exemplo, à mão). As extremidades fixas das duas molas poderão ter de ficar situadas a alturas
diferentes.
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4.7
4 ANÁLISE DE RESULTADOS
4.1.2 Calcule os parâmetros da recta que melhor representa o conjunto de pontos obtidos
usando o método dos mínimos desvios quadrados. Para tal use a sua calculadora gráfica. Registe
os resultados sem esquecer as unidades.
Ordenada na origem b=
Coeficiente de correlação R =
Equação da recta:
4.1.4 Relacione as constantes da equação (6) com os parâmetros da recta que representou
e calcule a constante elástica da mola.
4.1.5 Trace no gráfico anterior 2 rectas limite e, a partir dos seus declives estime um
intervalo de valores para a constante elástica da mola compatível com os resultados experimentais
obtidos.
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4.8
4.2 - Determinação da constante elástica de uma mola pelo método estático
4.2.2 Determine, a partir da recta obtida pelo método dos mínimos desvios quadrados
(escreva a sua equação), a constante elástica da mola.
4.3 – Pode concluir que os dois métodos usados para a determinação da constante elástica da mola
lhe permitem chegar a resultados experimentais concordantes? Comente.
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4.4 – Qual dos métodos lhe parece ser o mais adequado e porquê?
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4.9
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4.5.1 Tendo em conta os resultados anteriormente obtidos para a constante elástica de uma
mola, qual o resultado esperado para kp (refira-se à incerteza no valor esperado)?
4.5.2 A partir das medições efectuadas em 3.3 qual o valor experimental da constante
elástica da associação de molas em paralelo? Qual a incerteza padrão propagada nesse valor?
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4.10
FÍSICA IA
Medição 1 2 3 4 5 6 7
M/g
t/s
Medição # 1 2 3 4 5 6 7
M/g
yi / cm
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4.11