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Para efetivar de forma mais célere e eficiente a tutela daqueles interesses que
não se cingem apenas ao âmbito estritamente individual, surgiram as chamadas ações
coletivas, que, hodiernamente, tem ganhando força no cenário pátrio, tanto doutrinária como
jurisprudencialmente.
Inobstante a CLT tenha sido pioneira no que tange a preocupação com a defesa
dos direitos metaindividuais – através dos chamados dissídios coletivos (art. 856 e ss.) – a Lei
nº 7.347/85, conhecida como Lei de Ação Civil Pública (LACP) foi o primeiro diploma a
regular, de forma sistemática, a defesa dos direitos transindividuais em juízo.1
Em que pese ainda haja quem olhe com vistas grossas os processos coletivos
como um todo, sobretudo quanto à tutela de interesses individuais homogêneos, com receio
de que sua pretensão não seja atendida a contento, em razão do grande número de
interessados na causa, a verdade é que a tutela coletiva traz inúmeras vantagens. Ela assume
íntima relação com a concretização do Estado Democrático de Direito, à medida que evita o
abarrotamento de processos no Poder Judiciário – e, conseqüentemente, traz a solução mais
rápida dos litígios – e evita, também, decisões diferentes para causas similares.
Quando se faz uso das tutelas coletivas, têm-se menos audiências, menos
gastos com perícia, menos citações, enfim, o aparato judicial é menos movimentado e,
portanto, a prestação jurisdicional acaba se dando de forma mais rápida e eficiente para os
interessados.
1
CREMONINI, Larissa Serrat de Oliveira. A aplicação da Lei de Ação Civil Pública e do Código de Defesa do
Consumidor nas ações coletivas trabalhistas. Jus Navigandi, 2004. Disponível em:
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6554 Acesso em: 05/05/2010.
2
II – Direitos Metaindividuais e prescrição:
Os direitos coletivos stricto sensu, por seu turno, foram conceituados pelo
CDC (art. 81, parágrafo único, II) “os transindividuais, de natureza indivisível de que seja
titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base” (grifo nosso). Ou seja, embora indivisíveis os direitos, os sujeitos
são determinados ou, pelo menos, determináveis. Segundo Zaneti Júnior:5
Nesse particular cabe salientar que essa relação jurídica base pode se dar
entre os membros do grupo “affectio societatis” ou pela sua ligação com
a “parte contrária”. No primeiro caso temos os advogados inscritos na
Ordem dos Advogados do Brasil (ou qualquer associação de
profissionais); no segundo, os contribuintes de determinado imposto.
Cabe ressalvar que a relação-base necessita ser anterior à lesão
(caráter de anterioridade). No caso da publicidade enganosa, a
“ligação” com a parte contrária também ocorre, só que em razão da
lesão e não de vínculo precedente, o que a configura como direito
difuso e não coletivo stricto sensu (propriamente dito). O elemento
diferenciador entre o direito difuso e o direito coletivo é, portanto, a
determinabilidade e a decorrente coesão como grupo, categoria ou classe
anterior à lesão, fenômeno que se verifica nos direitos coletivos stricto
sensu e não ocorre nos direitos difusos (grifo nosso).
7
DANTAS, Adriano Mesquita. A prescrição da pretensão relativa a interesses e direitos metaindividuais:
enfoques trabalhistas. Jus Navigandi, 2006. Disponível em: Acesso em:
8
ZANETI JÚNIOR, Ibidem.
9
DANTAS, Ibidem.