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O TEXTO NARRATIVO – CARACTERÍSTICAS –

1 PARTE I
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO LU 09/03/10
PROT: 3094
PROF: EQUIPE 01
IMPACTO: A Certeza de Vencer!!!

O universo das histórias


Dizem que nenhum de nós resiste a uma história. É só alguém começar a contar um caso qualquer e nós já ligamos nossas antenas, curiosos
para saber o que aconteceu.
E, claro, somos também contadores de histórias. Observe quantas vezes ao dia você começa uma conversa, contando algo que aconteceu com
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você ou que você viu acontecer.


E por aí vai o fio das nossas conversas. Temos todos um bom estoque de histórias vividas e ouvidas, mas também daquelas que inventamos (
porque, afinal, nossa imaginação é muito fértil) e que poderiam ter acontecido.
Bem, se é assim na fala, não é diferente na escrita. Boa parte do que os escritores põe no papel não é nada mais do que histórias que
aconteceram com eles; ou que foram contadas a eles; ou que poderiam ter acontecido; ou uma mistura de tudo isso.
É desse oceano infinito de histórias que nascem as crônicas, os contos, os romances. Mas também poemas e letras de música. E mais: os filmes ,
as histórias em quadrinhos, as peças de teatro, as novelas da televisão.

Narrativa de ficção
O texto que segue foi escrito por Moacyr Scliar — Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. — Estendeu a 
chave. 
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. 
 
Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre 
floreado, olharam­no com curiosidade: 
 

— Aqui, meu bem! — uma gritou, e riu: um cacarejo curto. 
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. 
Era  um  aposento  pequeno:  uma  cama  de  casal,  um  guarda­roupa  de 
pinho;  a  um  canto,  uma  bacia  cheia  d'água,  sobre  um  tripé.  Samuel 
correu  as  cortinas  esfarrapadas,  tirou  do  bolso  um  despertador  de 
viagem, deu corda e colocou­o na mesinha de cabeceira. 
Puxou  a  colcha  e  examinou  os  lençóis  com  o  cenho  franzido; 
Pausa com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado 
na  cama,  comeu  vorazmente  quatro  sanduíches.  Limpou  os  dedos  no 
papel de embrulho, deitou­se e fechou os olhos. 
"Às  sete  horas  o  despertador  tocou.  Samuel  saltou  da  cama, 
Dormir. 
correu para o banheiro, fez a barba e lavouse. Vestiu­se rapidamente 
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover­se: 
e  sem  ruído.  Estava  na  cozinha,  preparando  sanduíches,  quando  a 
os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos. 
mulher apareceu, bocejando: 
Um  raio  de  sol  filtrou­se  pela  cortina,  estampou  um  círculo 
— Vais sair de novo, Samuel? 
luminoso no chão carcomido. 
Fez  que  sim  com  a  cabeça.  Embora  jovem,  tinha  a  fronte 
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, 
calva;  mas  as  sobrancelhas  eram  espessas,  a  barba,  embora  recém­
perseguido por índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o 
feita,  deixava  ainda  no  rosto  uma  sombra  azulada.  O  conjunto  era 
galope.  No  planalto  da  testa,  nas  colinas  do  ventre,  no  vale  entre  as 
uma máscara escura. 
pernas, corriam. 
—  Todos  os  domingos  tu  sais  cedo  —  observou  a  mulher 
Samuel mexia­se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu 
com azedume na voz. 
uma  dor  lancinante  nas  costas.  Sentou­se  na  cama,  os  olhos 
—  Temos  muito  trabalho  no  escritório  —  disse  o  marido, 
esbugalhados: o índio acabava de trespassá­lo com a lança. Esvaindo­se 
secamente. 
em sangue, molhado de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito 
Ela olhou os sanduíches: 
soturno de um vapor. Depois, silêncio. 
— Por que não vens almoçar? 
Às  sete  horas  o  despertador  tocou.  Samuel  saltou  da  cama, 
—  Já  te  disse:  muito  trabalho.  Não  há  tempo.  Levo  um 
correu para a bacia, lavou­se. Vestiu­se rapidamente e saiu. 
lanche. 
Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista. 
A  mulher  coçava  a  axila  esquerda.  Antes  que  voltasse  à 
— Já vai, seu Isidoro? 
carga, Samuel pegou o chapéu: 
— Já — disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o 
— Volto de noite. 
troco em silêncio. 
As  ruas  ainda  estavam  úmidas  de  cerração.  Samuel  tirou  o 
— Até domingo que vem, seu Isidoro — disse o gerente. 
carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os 
— Não sei se virei — respondeu Samuel, olhando pela porta; a 
guindastes, as barcaças atracadas. 
noite caía. 
Estacionou  o  carro  numa  travessa  quieta.  Com  o  pacote  de 
— O senhor diz isto, mas volta sempre — observou o homem, 
sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. 
rindo. Samuel saiu. 
Deteve­se  ao  chegar  a  um  hotel  pequeno  e  sujo.  Olhou  para  os  lados  e 
Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou, um instante, ficou 
entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando 
CONTEÚDO - 2011

olhando  os  guindastes  recortados  contra  o  céu  avermelhado.  Depois, 


um  homenzinho  que  dormia  sentado  numa  poltrona  rasgada.  Era  o 
seguiu. Para casa." 
gerente. Esfregando os olhos, pôs­se de pé. 
 
— Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este,  SCLIAR, Moacyr. In: BOSI, Alfredo. O conto brasileiro contemporâneo. 
não é? A gente...  São Paulo: Cutrix, 1997 
— Estou com pressa, seu Raul! — atalhou Samuel.    
   
 
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ELEMENTOS DA NARRATIVA

O  que  torna  o  texto  verdadeiro  para  quem  o  lê  é  a  verossimilhança,  ou  seja,  a  coerência  lógica  interna  do  texto.  Em  outras 
palavras,  o  texto  deve  ser  semelhante  à  verdade  [vero  =  verdadeiro;  símil  =  semelhante).  Os  fatos  de  uma  história  não  precisam  ser 
verdadeiros, no  sentido  de  corresponderem exatamente  a fatos ocorridos no universo exterior ao texto, mas devem ser verossímeis;  isto 
quer dizer que, mesmo sendo inventados, o leitor deve acreditar no que lê. Esta credibilidade advém da organização lógica dos fatos dentro 
do enredo. Cada fato da história tem uma motivação [causa], nunca é gratuito e sua ocorrência desencadeia inevitavelmente novos fatos 
[consequência].  A  verossimilhança  é  verificável  na  relação  causal  do  enredo,  isto  é,  cada  fato  tem  uma  causa  e  desencadeia  uma 
consequência. 
(Cândida V. Gancho. Como analisar narrativas. São Paulo: Áuca, 1995. p. 10.) 

ENREDO (COMO?):
Trata-se aqui da ação da narrativa, da sucessão dos fatos, das vivências, das situações. E também conhecido como
fabulação, intriga, trama. E onde as personagens se põem em movimento, relacionando-se entre si, como na vida, em relações que
podem ser de colaboração, de afinidade, de oposição, de competição, que envolvem sentimentos e emoções.
PERSONAGEM (QUEM?):
Entre as personagens, há aquelas que se destacam porque agem mais: são as protagonistas, também chamadas de heróis
ou personagens principais. As que se relacionam a elas por oposição são as antagonistas, que geralmente também estão no primeiro
plano dos fatos. Em volta dessas, há sempre um conjunto de personagens secundárias, que ajudam a sustentar a trama.
TEMPO (QUANDO?):
As personagens agem num dado espaço, durante um tempo dado. Esse tempo pode ser cronológico, o tempo da natureza,
aquele marcado pelo relógio, com o passar das horas e dos minutos. Ela é fundamental, por exemplo, para as narrativas históricas.
Mas existe o tempo psicológico, o tempo da duração interior dos fatos, variável de indivíduo para indivíduo, composto de momentos
imprecisos que se fundem ou se aproximam. Nele podem misturar-se passado, presente e futuro, ao sabor dos sentimentos e das
lembranças.
O ESPAÇO (ONDE?):
A ambientação, o conjunto de elementos que compõem, por exemplo, o quarto, a sala, a rua, o bar, a montanha, a floresta,
a escola, a cidade, o sertão, etc., constitui o espaço narrativo. Ou seja, é o lugar onde se movem as personagens. Em alguns casos,
como na ficção regionalista, a caracterização do espaço físico é fundamental. Mas pode-se dizer que existe também um espaço
psicológico, o nosso espaço interior, o universo da nossa vivência subjetiva, pessoal, cheio de sonhos, desejos, sentimentos e
emoções, que predomina nas narrativas intimistas.

O Narrador como produtor da História


Narrador -> 1a pessoa: Como este narrador é uma das personagens da história, ele tem acesso apenas aos acontecimentos que
presencia ou às noticias que recebe sobre eles. Assim, nada pode dizer com certeza acerca dos personagens e sentimentos das
outras personagens.

Narrador -> 3ª Pessoa: Ao contrario do anterior, este narrador tem total acesso a todas as cenas, espaços e consciência das
personagens.

Diante de uma proposta de narração, é sempre interessante que você faça inicialmente um 
projeto de texto. Fique atento ao foco narrativo, isto é, tenha claro o grau de conhecimento que o 
narrador  terá  dos  fatos,  das  personagens,  da  ambientação.  Pense  cuidadosamente  em  cada 
personagem,  considerando  seus  aspectos  físicos  e  psicológicos.  Lembre‐se  de  que  os  nomes 
próprios também são carregados de sentido. Monte o cenário de maneira a torná‐lo significativo 
para o que quer contar. Defina o tempo em que as ações devem acontecer. 
     Projeto  definido  redija  sua  história,  agora  mais  preocupado  com  a  linguagem.  É  ela  o 
instrumento que vai dar vida ao seu enredo Verbos, nomes, pontuação... Tudo a serviço de uma 
boa trama — policial, metafísica, romântica... — que satisfaça a você e a seu leitor. 

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Continue o seguinte trecho narrativo:


"Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavouse. Vestiu-se
rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
— Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora
CONTEÚDO - 2010

recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.
— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
— Por que não vens almoçar?
— Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.

REVISÃO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!


A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga, Samuel pegou o chapéu:
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CONTEÚDO - 2010

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