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COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
Até bem poucos anos, a língua era considerada um código, um mero instrumento de
comunicação e o processo de comunicação era representado por alguns elementos que
deveriam ser respeitados para que ela fosse mais eficaz. A seguir representamos graficamente
esses elementos e explicamos seu funcionamento.
Processo de Comunicação
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Ruídos
Autor
Texto
Leitor
O termo linguagem deve ser entendido como a faculdade mental que distingue os
humanos de outras espécies animais e possibilita nossos modos específicos de pensamento,
conhecimento e interação com os semelhantes. É a capacidade específica à espécie humana
de se comunicar por meio de um sistema de signos. O termo linguagem tem uma conotação
bem mais abrangente do que língua. A linguagem se encontra relacionada a outros sistemas
simbólicos: sinais marítimos, imagens, expressões corporais.
Apesar de a língua ser um sistema de signos específicos aos membros de uma mesma
comunidade, no interior de uma mesma língua são importantes às variações. Dentro de uma
mesma língua temos, então, diversas modalidades: língua familiar; língua técnica, língua
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erudita, língua popular, língua própria a certas classes sociais, a certos subgrupos, em que se
enquadram os diferentes tipos de gíria.
A fala, por sua vez, é um fenômeno físico e concreto. Para os receptores (ouvintes) a
fala é, com efeito, um fenômeno fonético; a articulação da voz dá origem a um segmento
fonético audível imediatamente a título de pura sensação.
Prática:
Comente a frase: “Uma pessoa que não articula em termos de linguagem, de discurso
próprio, torna-se incapaz de pensar, de refletir. Com isso, perde a condição de instalar-
se na sociedade.”
Texto:
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UM PROBLEMA DE COMUNICAÇÃO
Num determinado país, regido pelo regime socialista, havia um efetivo favorável à
natalidade.Por necessidade de mão-de-obra, criaram uma lei que obrigava os casais a terem
determinado número de filhos.Previra também uma tolerância de cinco anos, que consistia no
fato de que para os casais que completassem cinco anos de casamento sem terem pelo menos
um filho, o governo destacaria um agente para auxiliar o casal.
Assim tivemos o seguinte fato, em que Mário e a esposa dialogavam:
MULHER: Querido, hoje completamos o 5º aniversário de casamento!
MARIDO: É, e infelizmente não tivemos um herdeiro.
MULHER: Será que eles vão enviar o tal agente?
MARIDO: Eu não sei.
MULHER: E se ele vier?
MARIDO: Bem... eu não tenho nada a fazer.
MULHER: E eu menos ainda.
MARIDO: Vou sair, pois já estou atrasado para o trabalho.
Após a saída do marido, batem à porta. A mulher a abre e encontra um homem a sua
frente, era um fotógrafo que se enganara de endereço.
HOMEM: Não foi fácil; se não bastasse a neve caindo, tinha uma multidão em cima de nós. Eu
quase que não consigo acabar.
MULHER: Ainda bem que eu sou discreta, espero que ninguém nos veja.
HOMEM: Ótimo, eu também prefiro assim. Agora se me der licença eu vou amar o tripé.
MULHER:Tripé? Para quê?
HOMEM: Bem madame, é necessário. O meu aparelho além de pesado, depois de pronto para
funcionar, mede mais de um metro.
A mulher desmaiou.
Prática:
Reflita sobre os problemas que pode nos proporcionar uma comunicação ineficaz.
VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma
língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe
social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja
uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades
de uma só forma da língua.
variação se torna mais complexo porque os níveis não se apresentam de maneira estanque,
eles se superpõem.
Nível fonológico - por exemplo, o l final de sílaba é pronunciado como consoante pelos
gaúchos, enquanto em quase todo o restante do Brasil é vocalizado, ou seja, pronunciado
como um u; o r caipira; o s chiado do carioca.
Nível morfo-sintático - muitas vezes, por analogia, por exemplo, algumas pessoas conjugam
verbos irregulares como se fossem regulares: "manteu" em vez de "manteve", "ansio" em vez
de "anseio"; certos segmentos sociais não realizam a concordância entre sujeito e verbo, e isto
ocorre com mais freqüência se o sujeito está posposto ao verbo. Há ainda variedade em
termos de regência: "eu lhe vi" ao invés de "eu o vi".
Nível vocabular - algumas palavras são empregadas em um sentido específico de acordo com
a localidade. Exemplos: em Portugal diz-se "miúdo", ao passo que no Brasil usa-se " moleque",
"garoto", "menino", "guri"; as gírias são, tipicamente, um processo de variação vocabular.
• Variação Dialetal
Cada pessoa traz em si uma série de características que se traduzem no seu modo de se
expressar: a região onde nasceu, o meio social em que foi criada e/ou em que vive, a profissão
que exerce, a sua faixa etária, o seu nível de escolaridade.
• a região onde nasceu (variação regional) - aipim, mandioca, macaxeira (para designar
a mesma raiz); tu e você (alternância do pronome de tratamento e da forma verbal que o
acompanha); vogais pretônicas abertas em algumas regiões do Nordeste; o s chiado carioca e
o s sibilado mineiro;
• o meio social em que foi criada e/ou em que vive; o nível de escolaridade (no caso
brasileiro, essas variações estão normalmente inter-relacionadas (variação social) :
substituição do l por r (crube, pranta, prástico); eliminação do d no gerúndio
(correndo/correno); troca do a pelo o (saltar do ônibus/soltar do ônibus);
• a profissão que exerce (variação profissional): linguagem médica (ter um infarto /
fazer um infarto); jargão policial ( elemento / pessoa; viatura / camburão);
• a faixa etária (variação etária) : irado, sinistro (termos usados pelos jovens para
elogiar, com conotação positiva, e pelos mais velhos, com conotação negativa).
Pelos exemplos apresentados, podemos concluir que há dialetos de dimensão territorial, social,
profissional, de idade, de sexo, histórica.
• Variação de Registro
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O segundo tipo de variedade que as línguas podem apresentar diz respeito ao uso que se faz
da língua em função da situação em que o usuário e o interlocutor estão envolvidos.
Para se fazer entender, qualquer pessoa precisa estar em sintonia com o seu interlocutor e
isto é facilmente observável na maneira como nos dirigimos, por exemplo, a uma criança, a um
colega de trabalho, a uma autoridade. Escolhemos palavras, modos de dizer, para cada uma
dessas situações. Tentar adaptar a própria linguagem à do interlocutor já é realizar um ato de
comunicação. Pode-se dizer que o nível da linguagem deve se adaptar à situação.
Na fala
• somos mais espontâneos, não planejamos com antecedência o que vamos falar, a não
ser em situações muito formais ou delicadas;
• temos apoio da situação física, do contexto, do conhecimento do interlocutor, das
expressões faciais, dos gestos, das pausas, das modulações da voz, das referências do
ambiente;
• podemos repetir informações, explicar algum item mal compreendido, podemos resolver
dúvidas do ouvinte;
• usamos frases mais simples, conjunções facilmente compreendidas;
• é muito comum surgirem na fala truncamentos, cortes, repetições, titubeios e problemas
de concordância. Pensamos muito rapidamente e a expressão das nossas idéias pode
ser, na fala, um pouco atrapalhada, pois podemos, a cada momento, corrigir e explicar
melhor;
• usamos expressões dialetais com mais freqüência.
Na escrita
• planejamos cuidadosamente o nosso texto para assegurar que o leitor compreenda
nossas idéias sem precisar de mais explicações, pois não temos o apoio do contexto,
ou seja, não podemos resolver dúvidas imediatamente, não dispomos de recursos como
gestos, voz, expressões faciais;
• revisamos para avaliar o funcionamento do texto e evitar repetições desnecessárias de
palavras, truncamentos, problemas de concordância, regência, colocação pronominal,
pontuação, ortografia;
• utilizamos sintaxe mais complexa, que permite a exatidão e a clareza do pensamento;
• procuramos utilizar um vocabulário mais exato e preciso, pois temos tempo de procurar
a palavra adequada;
• evitamos gíria e expressões coloquiais, principalmente quando o texto é formal.
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Sintonia: Deve ser entendida como o ajustamento que o falante realiza na estruturação de
seus textos, a partir de informações que tem sobre o seu interlocutor. Por exemplo:
Grau de formalismo: No seu dia-a-dia, o usuário da língua entra em contacto com diferentes
interlocutores e em diferentes situações sociais. Para garantir maior eficácia nessa interação,
precisa estar atento ao grau de formalismo de sua linguagem. O grau de formalismo se
manifesta em diferentes níveis de construção do enunciado:
• no vocabulário:
Ex.:
Tanto a fala como a escrita podem variar quanto ao grau de formalidade.
Há uma gradação que vai da fala mais descontraída
Oi, tá tudo bem?
à fala mais formal, planejada e próxima da escrita
Caros ouvintes. Boa tarde!
e da escrita mais informal
Tô chegando aí. Deixa o parabéns pra mais tarde!
à mais formal
Chegaremos ao local da cerimônia com um pequeno atraso em relação à
programação anteriormente estabelecida. Solicitamos que as atividades sejam adiadas
por alguns minutos.
Em 8 de julho de 1886, apenas sete meses depois da projeção inaugural dos filmes dos
irmãos Lumière em Paris, o Rio de Janeiro assiste à primeira sessão de cinema no Brasil. No
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ano seguinte, Paschoal Segreto e José Roberto Cunha Salles abrem a primeira sala exclusiva
de cinema na rua do Ouvidor. É Afonso Segreto quem roda o primeiro filme brasileiro, em
1898, com cenas da baía de Guanabara. Várias salas de exibição são abertas no Rio de
Janeiro e em São Paulo no início do século XX. O período de 1908 a 1912 é considerado a
belle époque do cinema brasileiro. Surge um centro de produção no Rio, e, com ele, histórias
policiais, comédias e filmes com atores interpretando a voz atrás da tela. Nos anos seguintes, a
produção cai por causa da concorrência dos filmes norte-americanos.
Ilmo. Sr.
José Scheider
Prezado Senhor:
Venho, por meio desta, comunicar a V.S. que o pedido de transferência de seu curso para o
turno da manhã foi deferido.
Por favor, entre em contato com a Secretaria do Colégio.
Atenciosamente,
Miguel Mendes
Diretor do Colégio São Carlos
E-mail:
José,
Um cara da Secretaria avisou q vc tem que passar lá p/ resolver a transferência. T+
Bjs
Ana
Passar na Secretaria
Assunto: transferência
Ligaram às 4 e meia mais ou menos
a) Perceba que, apesar de o assunto ser o mesmo, o nível de formalidade é bastante distinto.
Qual seria o mais formal? Qual o menos formal?
b) O destinatário de todos os textos também é o mesmo. Por que, então, o nível de formalidade
é diferente?
ATIVIDADE 2. A lista abaixo relaciona algumas das formas que podem ser empregadas em
nossa língua para se despedir de alguém. Leia-a:
a) Até amanhã.
b) Despeço-me mui atenciosamente.
c) Beijinhos, então.
d) Boa noite.
e) Tchau, cara.
f) Té mais.
g) (um aperto de mão)
h) (um beijo no rosto)
EM SÍNTESE:
Por que as pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que considerar
múltiplos fatores: época, região geográfica, ambiente e status sócio-cultural dos falantes.
Há uma língua-padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência dos parâmetros
utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma pessoa, dependendo do meio em
que se encontra, da situação sócio-cultural dos indivíduos com quem se comunica, usará níveis
diferentes de língua.
Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro momento, dois tipos de
língua: a falada e a escrita.
culta
coloquial
A língua falada pode ser vulgar ou inculta
regional
gíria
grupal
técnica
língua-padrão
A língua coloquial
escrita não-literária vulgar ou inculta
pode ser regional
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gíria
grupal técnica
literária
1. Língua falada
1.1.Língua culta é a língua falada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola. Obedece
à gramática da língua-padrão. É mais restrita, pois constitui privilégio e conquista cultural de um
número reduzido de falantes.
1.3. Língua vulgar ou inculta é própria das pessoas sem instrução. É natural, colorida,
expressiva, livre de convenções sociais. É mais palpável, porque envolve o mundo das coisas.
Infringe totalmente as convenções gramaticais.
1.4. Língua Regional está circunscrita a regiões geográficas, caracterizando-se pelo acento
lingüístico, que é a soma das qualidades físicas do som (altura, timbre,intensidade). Tem um
patrimônio vocabular próprio, típico de cada região.
A la pucha, tchê! O índio está mais por fora do que cusco em procissão – o negócio
hoje é a tal da comunicação, seu guasca!
1.5. Língua grupal é uma língua hermética, porque pertence a grupos fechados.
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Ela pode ser técnica aprendida junto com a profissão. Assim, teremos tantas quantas
forem as ciências e as profissões.
A Língua grupal pode ser ainda gíria, existindo tantas quantos forem os grupos
fechados. Há a gíria policial, a dos jovens, dos estudantes, dos militares, dos jornalistas, etc.
Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de calão.
Exs.:
O materialismo dialético rejeita o empirismo idealista e considera que as premissas do
empirismo materialista são justas no essencial.
2. Língua Escrita
2.1. A Língua não-literária apresenta as mesmas características das variantes da língua falada
tais como língua-padrão, coloquial, inculta ou vulgar, regional, grupal, incluindo a gíria e a
técnica e tem as mesmas finalidades e registros, conforme exemplificado abaixo:
O problema que constitui objeto da presente obra põe-se, com evidente principalidade,
diante de quem quer que enfrente o estudo filosófico ou o estudo só científico do
conhecimento. Porém não é mais do que um breve capítulo de gnoseologia. (Pontes de
Miranda)
Maria,
Me faz um favor: vai ao banco pra mim.
assucar
basora
qejo
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Deu-lhe com a boleadeira nos cascos, e o índio correu mais que cusco em procissão.
Observação:
Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser que o estilo
permita, ou seja, se estamos dissertando – e, nesse tipo de redação, usa-se geralmente,
a língua-padrão – não podemos passar desse nível para um outro, como a gíria, por
exemplo.
Exercícios
1. Observe as frases;
- Vossa senhoria poderia fazer o obséquio de me passar o feijão? (à mãe)
- Você poderia dar um jeitinho nos buracos de minha rua? (ao prefeito da cidade)
Analise as frases acima considerando o que aprendemos sobre os níveis de linguagem.
2. (UF-MG)
a) O professor chamou ele no quadro
O professor chamou-o ao quadro
b) Os menino tudo saiu.
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3.. A fala da personagem do texto a seguir está no nível coloquial. Passe-a para a língua-
padrão.
- Escuta aqui, meu irmão, tem pelo menos 100 moleques que passam todo o dia aí na
rua querendo pegar esse emprego que eu te dei. Então você já viu: tô te fazendo um bruto
favor. Não precisa ficar toda a vida me agradecendo... Mas também não quero reclamação.
Não tá contente pode dar o fora. E já. Tá?
Querido José
Escrevo-te estas poucas linhas para recordar o passado entre nós dois, José desde aquêle dia
em que me encontrei com você na praça Tiradentes e depois você não veio mais falar comigo,
eu fiquei muito triste mas não deixei de pensar em ti, o amor que tenho por você nunca tive por
outro môço, só por você mesmo e se não fizer vida junto contigo eu não quero saber de mais
ninguém, porque eu só quis você na minha vida, pense um pouco em mim por favor, me
perdoe por tudo o que eu te fiz, mas foi sem querer, e se não fizer vida junto contigo eu não
quero saber de mais ninguém, porque eu só quis você na minha vida, pense um pouco em mim
por favor, me perdoe por tudo o que eu te fiz, mas foi sem querer, e eu peço que venha falar
comigo, que daí nós se acertamos, eu quero ser feliz com você, é triste a gente andar como
cigana, jogada de um canto a outro, estarei morta para o teu coração? já esquecestes de mim
por outra? espero que não, pois ainda te amo, a todo momento vejo tua imagem querida como
se estivesse de guarda no espelho, não se faça de rogado José, eu também não estou muito
boa, estive com dor de garganta, te espero sem falta, não seja assim ingrato, sendo você um
coração de pedra não sabe corresponder a êste amor desprezado, não se engane êste
coração fraco de uma coitada que tanto sofre no mundo, sinto-me triste e aborrecida, era assim
que dizias que me querias bem, mas não parece José, desde aquêle dia estou sozinha,
apanhei do outro na cara mas graças a Deus êle se retirou da minha vida, José a traição que te
fiz você poderá perdoar me, hoje eu sei que se vivesse num castelo nada disso me agradava,
quero ficar ao teu lado para ser um pouco feliz, não tenho sossêgo longe de você nem durmo
de tão desgraçada, José esta carta é cheia de erros mas é uma carta de amor, sou tua na
expressão da verdade
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Maria
P. S. Tenho certeza que desculpas a minha letra, bem sabes que sou quase analfabeta. A
mesma.
Desastres de Amor - Dalton Trevisan
5. No contexto da carta, o uso de certas expressões como Escrevo-te estas poucas linhas,
estarei morta para teu coração?, sou tua na expressão da verdade, A mesma sugere que
a personagem
a) utiliza a linguagem acadêmica, típica das cartas de amor, para dissimular seus sentimentos.
b) utiliza clichês, acreditando estar usando linguagem culta adequada ao gênero epistolar.
c) usa linguagem terna e carinhosa para enganar o namorado.
d) quer aproximar a língua escrita da língua falada.
e) escreve de forma irônica a fim de ridicularizar José.
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6. (UNICSUL) Após a leitura do texto acima, você deverá colocar-se na posição de José e
elaborar uma carta-resposta em 1º pessoa. Deixe clara a postura de José: ele aceita as
desculpas e a perdoa, ou não?
Obs.: A linguagem feminina está presa à norma popular, à linguagem oral. Você, ao
responder a carta, deverá usar a norma culta da Língua Portuguesa.
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Era uma vez um professor de geografia que escreveu a seguinte carta para a namorada:
Meu amor,
A saudade que sinto de teu perfil suave como a serra! Mas não sei chorar. Minhas
lágrimas são lençóis cativos nas camadas mais profundas de meu ser – e eu não posso, não
choro, não sei chorar. Mesmo que essa alternância de gelo e degelo, longe de ti, venha
fragmentando gravemente a rocha de meus nervos. Penso em ti. Profundamente em ti. És de
uma ternura transparente como a formação cristalina. És bela como uma floresta de cedros
intactos. Doce como a luz do dia estendida sobre as dunas muito brancas. Alta e misteriosa
como as agulhas esguias que existem da Islândia. Estas em todas minhas direções como as
rosas-dos-ventos.
Mando-te uma montanha de beijos.
(Campos, Paulo Mendes. Revista Manchete, 8 de abril de 1972
7. A partir do texto acima, produzir o seu com a perspectiva e o vocabulário de sua área de
atuação, como engenheiro.
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