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As diferentes ações pedagógicas exercidas pelo tutor visam auxiliar o aluno a alcançar
aprendizagens significativas e devem contar com alguns fatores importantes, como assinala
Edith Litwin (2001, p. 100): tempo, oportunidade e risco. É preciso considerar que o aluno pode
estar presente ou não no momento seguinte. Assim, sua habilidade será a de aproveitar o tempo
(bastante variável no caso da modalidade online), as oportunidades que surgirem para fazer as
intervenções que ele julgar, levando em conta o risco assumido ao escolher determinado tipo de
intervenção. O tutor pode, diante de uma dúvida, dar uma resposta pontual, sugerir outras leituras,
formular uma questão diferente, orientar para que os alunos comparem suas respostas, e adotar
diversas outras atitudes, mas sempre considerando a importância da sua ação e o momento
pelo qual o aluno está passando dentro de seu processo de aprendizagem.
Antoni Zabala (1998, p.92), levando em conta as relações interativas necessárias para
facilitar a aprendizagem, relaciona uma série de ações dos professores. Dentre elas:
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Este termo é utilizado para designar aprendizagens que resultam em conhecimentos adquiridos que são
internalizados, tornando-se referências para outras aprendizagens e passando a fazer parte de um
repertório individual de saberes que são utilizados com propriedade.
A PRÁTICA DA TUTORIA ONLINE
Todos esses procedimentos têm como premissa conhecer, pelo menos em parte, o
universo do aluno e são direcionados no sentido de acompanhar o seu desenvolvimento durante
as atividades pedagógicas, identificando necessidades.
Para o tutor, é um grande desafio acompanhar uma turma em diferentes espaços e tem-
pos, estando disponível a todos e fazendo devoluções rapidamente. Administrar um curso on-line
é uma tarefa complexa. Requer disciplina e presença constante. Ele deve se conectar pelo menos
uma vez ao dia para responder e-mails, orientar alunos, acompanhar os fóruns, intermediar de-
bates no chat, enfim, estar informado sobre tudo que acontece e fazer-se presente. Desta forma,
o tempo exigido de um educador nos ambientes virtuais é grande, sendo preciso saber gerenciá-
lo e ajudar os alunos a fazerem o mesmo.
Segundo Wilson Azevedo (2005), é preciso que o tutor crie e organize rotinas e escolha
de modo consciente aquilo que vai e o que não vai fazer, de acordo com o que é realmente
importante. Diz ainda que a sensação de presença constante do professor é resultado da
combinação de dois fatores: a assincronia, que permite a comunicação, mesmo quando as
pessoas não estão conectadas ao mesmo tempo e a regularidade de conexão do tutor, que não
precisa ocorrer o tempo todo, mas deve seguir um padrão (pela manhã, à tarde, toda noite, ou um
pouco em cada “turno”, por exemplo).
Outra sugestão deste autor é encontrar aspectos em comum nas mensagens enviadas
pelos alunos e tecer comentários baseados nestes pontos, sem ter que responder individualmente
a todas as contribuições ou questionamentos.
Nem sempre, porém, o silêncio é negativo e cabe ao tutor perceber os momentos em que
não deve intervir, interrompendo pesquisas e reflexões. Maria Ilse Rodrigues Gonçalves (2006)
afirma que em alguns momentos, o professor deve respeitar o silêncio dos alunos e não ser
invasivo, pois suas intervenções podem, assim, ser ineficientes. “Nessa perspectiva, a condução
do silêncio por parte do professor/tutor/moderador constitui aspecto importante a ser considerado”.
É preciso ter em mente que a comunicação em ambientes virtuais se faz de forma escrita
e que isto muitas vezes pode inibir até os indivíduos mais extrovertidos, pelo receio de registrar
suas idéias e possíveis erros. Por outro lado, alguns alunos se sentirão mais confortáveis por
terem um tempo maior para elaborar a sua opinião antes de se expressarem, e assim, se tornarão
mais participantes.
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Esse conceito é de Albert Bandura, que propõe a abordagem da aprendizagem social.
A PRÁTICA DA TUTORIA ONLINE
relações de confiança.
O processo de aprendizagem nem sempre é fácil. Por isso, é importante que o tutor
esteja atento para os possíveis desajustes e a conseqüente falta de motivação (que pode levar à
evasão) de seus alunos, ajudando-os a reencontrar incentivos para continuar seus estudos. A
motivação nos processos educativos pode estar referida à satisfação de cumprir bem as atividades
e às possíveis recompensas resultantes de sua ação, tais como reconhecimento, aquisição de
conhecimento, avaliações positivas, entre outras. É extremamente importante que o tutor perceba
os momentos nos quais precisa intervir para motivar seus alunos, e também os canais adequados
para fazê-lo. Uma fonte para conhecer os alunos e saber o que os motiva é a sondagem inicial,
geralmente feita em forma de apresentação, na qual o aluno expõe sua trajetória e os motivos que
o levaram a fazer o curso. Se o professor sentir que não há dados suficientes, deve levantar
outras questões e estimular um diálogo direcionado para esta finalidade. Assim, poderá traçar
estratégias e ajudar o aluno a encarar positivamente suas tarefas e a encontrar sentido naquilo
que está fazendo.
É importante que o tutor tenha claro seu foco de intervenção dentro do conteúdo.
Intervenções são ações planejadas, portanto, é imprescindível a observação sistemática e apurada
sobre o trabalho que se desenvolve. Para intervir, é preciso ser ágil naquilo que levará o outro à
reflexão, mas é necessário ser extremamente paciente em relação à resposta. Não se pode
esquecer os ritmos individuais, na ansiedade de otimizar suas intervenções. Observar atentamente
cada um individualmente e ao grupo, em todas as situações. Seja nas dinâmicas criadas, no que
foi explícito, no que ficou velado.
Bibliografia
AZEVEDO, Wilson. Como fazer sua presença virtual ser sentida sem ficar 24 horas on-
line. Rio de Janeiro: Aquifolium Educacional, 2005. Texto do Curso Conduzindo Um Curso
Online. Disponível em: < http://www.aquifolium.com.br/educacional/> Acesso em: 18 de ago.
2005.
LITWIN, Edith (Org.). Educação a distância: temas para debate de uma nova agenda
educativa. Porto Alegre: Artmed, 2001.
ZABALA, A. As Relações interativas em sala de aula: o papel dos professores e dos alunos. In:
___. A prática educativa. Porto Alegre, RS: Artmed, 1998.